Casa Santa Luzia: uma história de paixão e proximidade

Há 91 anos, a Casa Santa Luzia, em São Paulo, mantém seus princípios e encanta consumidores oferecendo uma experiência inigualável e irreplicável

Imagine o dono da empresa saindo de bicicleta pelas ruas do bairro, visitando casas de moradores, verificando o que era necessário para repor a despensa, anotando meticulosamente o que o cliente precisava em um caderninho. Pouco depois, de volta à loja, esse mesmo senhor dedica-se a separar cada produto, organizar cada item em uma cesta especialmente dimensionada de acordo com cada cliente para fazer a entrega na mesma bicicleta, pessoalmente. São histórias como essas que compõem a mística da Casa Santa Luzia, com 91 anos de história, há 35 anos encravada no coração do Jardim Paulista em São Paulo, na Alameda Lorena.

Essa história de paixão e proximidade foi mostrada e contada com emoção e vibração no Whow! Festival de Inovação, realizado pelo Grupo Padrão, que publica NOVAREJO. A visita pela loja abrangeu cada seção, das frutas e legumes incomparavelmente frescos, à excepcional seção de pratos prontos congelados, da adega cuidadosamente desenhada à área onde concentram-se dezenas e dezenas de tipos, marcas e variedades de geleias e mel.

O cuidado na arrumação da loja, na exposição dos produtos e na busca pela informação que atenda os gostos e até mesmo as indulgências de um consumidor sempre mais exigente é visível em cada canto. A Casa Santa Luzia oferece até mesmo um sommelier de azeites para ajudar na escolha de um produto entre as mais de 400 variedades e 80 marcas disponíveis.

Gente fazendo junto

Um dos valores mais praticados pela Casa Santa Luzia é a proximidade. É colocar gente fazendo junto e estando junto dos clientes, em cada momento, em cada necessidade. Hoje, a terceira geração da empresa tem 5 pessoas na gestão do negócio. Uma loja com cultura forte e uma capacidade de engajamento invejável. Entre os 547 colaboradores há profissionais com mais de 35 anos de casa, e que têm inclusive familiares trabalhando no negócio. O treinamento é essencial e aplicado sobre o modelo cultural e de serviços. Dessa forma, os funcionários conseguem se sentir parte da empresa.

Outro exemplo desse compromisso e dessa capacidade de fazer é que há 120 colaboradores, entre eles 8 nutricionistas, que produzem diariamente mais de 3 mil itens alimentares para venda. Pratos prontos, congelados, pães, doces, salgados, disponibilizados inclusive em formatos que contemplam o público single. Se o cliente quer pães em uma só fatia, ele encontra no Santa Luzia.
Sempre é possível melhorar

Para Ana Maria Lopes, diretora da loja e pertencente à terceira geração da família, a empresa precisa estar preparada para atuar em um momento no qual a informação e a pesquisa acontecem de forma mais acelerada. Por isso, a Casa Santa Luzia, consegue produzir e introduzir novos itens com base em tecnologia, sempre escutando os clientes nos diversos canais. “Fazemos palestras e degustações sobre alimentos e variedades especiais. Fizemos da loja um local de informação e apreço pela gastronomia.”

Entre essas palestras, a loja oferece conteúdos sobre vinho, café, chocolate, carne, queijo. Originação, alimentos transgênicos, orgânicos, diets, lights, sem glúten e sem lactose, todos os temas que envolvem a alimentação hoje estão na pauta da empresa e orientam a produção e oferta da loja.

Por tudo isso, a rede não contempla planos de expansão. Ganhar escala mantendo esses princípios artesanais e de cuidado extremo com a experiência e os serviços inigualáveis é extremamente complexo. O negócio gera custos que só podem ser racionalizados em uma operação exclusiva.

A Casa Santa Luzia é por assim dizer, um caso único e exclusivo de inovação. Uma loja que há décadas faz milhares de clientes, 5 mil ao dia, dizerem Whow!.

Extra de Suzano fecha por problemas econômicos e operacionais, aponta Grupo Pão de Açúcar

Para o presidente da ACE, Neder Romanos, a população perde uma importante bandeira de supermercados, principalmente na geração de empregos e a arrecadação de impostos

Por Marcus Pontes – De Suzano02 AGO 2017 – 11h17

O supermercado Extra, localizado na Rua Campos Salles, 690, no Centro de Suzano, fechou por causa de viabilidade econômica e operacional. Um estudo feito em todas as unidades do Grupo Pão de Açúcar (GPA) apontou necessidade em encerramento. Apesar disto, os funcionários que manifestaram interesse em continuar vão ser transferidos a outras unidades da região. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (2) pela assessoria do Grupo Pão de Açúcar (GPA).

A empresa responsável pela marca disse que a decisão pesou para o encerramento das atividades. E que o imóvel será devolvido ao proprietário do prédio. O encerramento pegou de surpresa a população suzanense, pois apenas um cartaz informava sobre o término das atividades “a partir de 1º de agosto esta loja encerra suas atividades”, dizia o comunicado.

O supermercado Extra atuava há anos na região central suzanense. A unidade era a única da rede no município. Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Suzano (ACE), Neder Romanos, a população perde uma importante bandeira de supermercados, principalmente na geração de empregos e a arrecadação de impostos.

Mesmo com o encerramento, Romanos acredita que o suzanense não vai ficar sem boas bandeiras de supermercados ou hipermercados. Segundo ele, a cidade tem outras redes que conseguem suprir a demanda deixada pelo Extra. “Suzano não perderá tanto, pois é bem atendida de outras redes no Centro”.

O presidente da entidade também frisou que o lamento da população vai ao encontro da realidade no País. Isto porque ninguém deseja ver um estabelecimento de grande porte encerrar as atividades. “Ninguém gosta de ver algo fechar”.

Romanos argumentou que o fechamento do supermercado Extra possa ser o primeiro passo para, depois, o grupo retornar ao município com uma unidade ainda maior. “Às vezes eles dão um passo para trás para dar três no futuro. Esperamos que volte, e a próxima unidade seja ainda maior”, destacou.

Ele destacou ainda que um novo empreendimento pode começar a atuar no então galpão do supermercado, já que está em uma região privilegiada no Centro. “Por causa do tamanho do galpão, é possível que outro grande empreendimento aproveite o espaço. Agora apenas temos que aguardar”, finalizou.

Encerramento

A região também registrou fechamento de unidades da rede. Em Mogi das Cruzes, o Extra da Avenida Henrique Peres, 1.330, no bairro Braz Cubas, encerrou as atividades no mesmo dia. A rede atuava em quatro cidades da região do Alto Tietê, sendo que a cidade mogiana contava com o maior número de lojas, com agora três unidades.

Com ‘atacarejo’ em alta, Assaí prepara segunda loja em Mogi

Sistema atende o consumidor final e vem ganhando espaço; 46% dos brasileiros compram em lojas desse formato

O formato "atacarejo", no qual o sistema de atacado atende o consumidor final, tem sido a opção mais procurada pelos consumidores no momento das compras, superando inclusive o segmento de supermercados tradicionais. No Alto Tietê essa tendência vem ganhando força com a abertura de novos atacadistas, como o Assaí, do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que abrirá sua segunda loja em Mogi das Cruzes daqui a três meses.

De acordo com pesquisa feita pela consultoria Nielsen, apresentada durante lançamento da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas) no início da semana, 46,4% dos domicílios do País fazem compras em lojas no formato "atacarejo". Os preços mais acessíveis, em especial no momento de crise financeira passado pelo Brasil, se torna o diferencial desse sistema que cresce anualmente e agrada cada vez mais os consumidores.

Atenta a essa tendência, a Rede Assaí tem investido em novas lojas. A segunda unidade da rede em Mogi será instalada na avenida Henrique Peres, no distrito de Brás Cubas, onde até o início da semana funcionava o Hipermercado Extra, também de propriedade do GTA .

Sobre a nova loja, ela seguirá o mesmo modelo e estrutura adotados a partir de 2012 pela rede. "Uma das mudanças mais percebidas no novo formato é o aumento da área de estocagem na loja, com a elevação do pé direito e metragem das unidades, fazendo com que os produtos possam ser armazenados no ponto de venda ao mesmo tempo em que facilita a operação de reposição e giro dos estoques", explicou a assessoria do GTA, por meio de nota.

No momento, o prédio que receberá o novo ponto de vendas passa por reformas e adequações necessárias. De acordo com o grupo, ainda não é possível saber quantos pessoas atuarão na operação do atacadista e nem quantos empregos devem ser gerados.

Na região

Além de já possuir uma loja em funcionamento em Mogi, na rua José Meloni, 998, no Mogilar, a Rede Assaí também está presente em Suzano e Itaquá.

Crise levou mercadinhos a queda de 20% a 30% nas vendas

Contando com quase todos os segmentos de produtos encontrados nos supermercados, os mercadinhos se diferenciam por ter os mesmos produtos em menor quantidade nas prateleiras

Tribuna da Bahia, Salvador

02/08/2017 11:32 |

Por Matheus Fortes

Não é em todo lugar que o cidadão pode encontrar um centro varejista de grande porte para fazer compras de alimentos e utensílios para o lar. Aí está a principal vantagem dos armazéns – os famosos “mercadinhos” de bairro. Muito usado por moradores de determinada vizinhança a qual pertence o empreendimento, esses mercadinhos costumam aproveitar as compras pontuais. Mas, nem eles se viram livre da recessão.

Contando com quase todos os segmentos de produtos encontrados nos supermercados, os mercadinhos se diferenciam por ter os mesmos produtos em menor quantidade nas prateleiras, e uma variedade bem menor de marcas do que a dos grandes varejistas.

Inclusive, uma pesquisa de 2015 da Associação Baiana de Supermercados (Abase), apontou que mais de 90% das unidades de varejo em operação, em Salvador e Lauro de Freitas, são lojas com até dois balcões de pagamento, tal como são os pequenos armazéns. Eles podem ser encontrados em bairros diversos da capital, como Brotas, Barbalho, Dois de Julho, Campo Grande, Barra, etc.

Ir ao supermercado é fardo a 26% dos clientes

São Paulo – Mais de um quarto dos consumidores de grandes cidades não consideram a ida ao supermercado prazerosa, segundo estudo da MeSeems, feito a pedido da Superlist.

O levantamento mostrou ainda que 12% dos entrevistados preferem evitar ao máximo a ida a esse tipo de estabelecimento e que 29% consideram a ida uma obrigação e gostariam de poder se livrar dela. Os principais fatores listados pelos clientes para a falta de interesse em frequentar os supermercados são: falta de tempo, economia e a possibilidade de comprar pela internet. Os consumidores relataram ainda gastar mais de duas dentro do supermercado realizando compras – tempo que poderiam utilizar para outras atividades de interesse.

Para o CEO da Superlist, Alberto Parra, o estudo reforça a tendência de crescimento dos supermercados on-line na vida dos brasileiros. "A internet revolucionou mercados estabelecidos como o da música, dos livros e dos vídeos e está claro que também será responsável pela alteração no modo como os consumidores lidarão com a questão do varejo alimentar sobretudo na maneira com que as residências modernas serão abastecidas", afirmou Parra, por meio de nota.

A visão do executivo é comprovada por dados da Nielsen, que mostram que as compras de supermercados on-line devem representar 25% das vendas do setor em 2025.

Da redação

Rede Via Real de Supermercados tem novo endereço e vai ampliar vendas do atacado

– 02/08/2017

A rede Via Real, central de negócios sediada em Guanhães (MG), está em nova sede. Desde a última segunda-feira, dia o 31 de julho, a central de distribuição (CD) está funcionando na avenida Milton Campos, 4.221, no Centro daquela cidade. As instalações são compostas por uma área total de 4.500 metros quadrados com galpões, escritório e o pátio para estacionamento de carros e caminhões.

Segundo o gerente administrativo da Via Real, Tiago de Oliveira, a nova sede vai oferecer mais condições para a expansão da rede e para o atendimento aos associados. “Tivemos que fazer mudança por nosso antigo espaço ter ficado muito pequeno, não tínhamos mais condições de crescimento e, às vezes, o fornecedor tinha que esperar para descarregar a mercadoria por não ter espaço”, disse.

Entre as principais melhorias trazidas pelas novas instalações, segundo o gerente, está “a qualidade de trabalho”, porque é uma estrutura que possibilita o uso de paleteiras e empilhadeiras, o que diminui a contratação de ajudantes de carga e descarga externos. Além disso, vai favorecer também a política de abastecimento da rede. “Teremos condições de fazer negociações com volumes mais expressivos devido a capacidade de armazenamento e atenderemos melhor nossos associados com um aumento no mix de produtos oferecido, a disponibilidade de mercadorias no estoque e na agilidade nas entregas”, ressalta.·.

Atacado

Além da estrutura atual de escritórios, estacionamento e demais dependências, o novo endereço vai abrigar também um atacado para atender não só os associados da rede, mas outros supermercados e pequenos varejos como mercearias, padarias, restaurantes e bares da região, e o consumidor final. Além de itens dos fornecedores do setor em geral, o mix do atacado vai oferecer também as marcas próprias Via Real como café extra forte e tradicional, arroz premium, arroz tradicional e feijão carioca.

A Via Real abriga 13 associados de pequeno e médio portes que atendem a nove cidades: Dores de Guanhães, Ferros, Guanhães, Sabinópolis, Rio Vermelho, São João Evangelista, São Pedro do Suaçuí, Santa Maria do Suaçuí e Peçanha. Ao todo, são 280 colaboradores diretos. Na soma de todas as lojas o faturamento da central em 2016, foi de R$ 57, 6 milhões.

Supermercados deverão afixar tempo de máximo de espera em filas dos caixas

Lei do empacotador também deverá ser cumprida

O Procon Petrópolis está notificando os supermercados do município para que afixem informações em todos os caixas sobre a Lei Municipal que dispõe sobre o período de espera de, no máximo, 15 minutos nas filas para atendimentos dos caixas. O órgão de defesa do consumidor também está notificando para que os estabelecimentos cumpram com a exigência de garantir empacotadores. Após notificação e prazo para cumprimento da legislação, o Procon irá proceder com ações fiscalizatórias.

De acordo com a Lei 7.219 de 4 de setembro de 2014, os supermercados têm, em feriados, vésperas de feriados e aos fins de semana, 30 minutos para realizar o atendimento. Já o artigo 1º da Lei 6.481 de 6 de novembro de 2007, diz que os estabelecimentos com mais de três caixas registradoras – hipermercados, supermercados e similares – ficam obrigados a contratar um empacotador por caixa em funcionamento.

“É fundamental que os estabelecimentos mantenham pessoal para realizar o atendimento de maneira eficiente. Vamos notificar e, posteriormente, proceder com ações fiscalizatórios para garantir o cumprimento da legislação. O consumidor tem leis que o protegem e precisamos garantir que ela esteja sendo cumprida. O próprio artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC) protege o consumidor neste sentido, pois dispõe sobre a prestação de serviços de forma adequada e eficaz”, explica o coordenador do Procon, Bernardo Sabrá.

As leis, explica Sabrá, são complementares. Isso porque, com a contratação de novos empacotadores, aumenta a velocidade do atendimento nos caixas e, consequentemente, diminui as filas. “O cumprimento dessa lei oferece uma série de vantagens. Vamos manter firme essa postura e garantir que a população tenha o melhor serviço que essas empresas devem ofertar”, destaca.?

Fiscalização em supermercados apreende mais de uma tonelada de produtos, em Manaus

Produtos estavam impróprios para consumo. Estabelecimento na Zona Leste de Manaus foi interditado após insetos serem encontrados em expositores.

Por G1 AM

02/08/2017 17h30

Mais de uma tonelada em produtos impróprios para consumo foram retirados de circulação após uma fiscalização de órgãos de defesa do consumidor de Manaus. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (2) e mais de 12 supermercados – de grande, médio e pequeno porte – foram vistoriados. Um dos locais fiscalizados, na Zona Leste, foi interditado. Insetos foram encontrados em expositores de produtos no local.

De acordo com o fiscal da Vigilância Sanitária de Manaus (Visa Manaus), Jorge Carneiro, a população está sujeita ao risco sanitário em relação a produtos vendidos em estabelecimentos da cidade. "O importante é que a população saiba que nem sempre o produto mais barato é o mais seguro para o consumo. É importante que as pessoas denunciem irregularidades em produtos", disse.

Um dos 12 estabelecimentos vistoriados durante a fiscalização foi interditado. Conforme o fiscal, o local apresentou uma série de irregularidades em produtos que estavam a venda. Ele afirmou que produtos estavam deteriorados, com indícios de impropriedade e até presença de insetos.

"Em função disto, o estabelecimento foi autuado e teve a sua interdição temporária determinada até que o problema seja corrigido. A limpeza dos expositores para a retirada dos insetos e a retirada dos produtos deteriorados devem ser feitas", afirmou Jorge Carneiro.

Conforme o diretor presidente do Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem-AM), Márcio André Brito, irregularidades como brinquedos fora das normas de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), além de material elétrico com risco de acidentes.

"O objetivo desta fiscalização é retirar de circulação todos estes produtos que não estão certificados, bem como os produtos da cesta básica como arroz, feijão que apresentam em sua embalagem 1kg mas encontramos com peso muito menor em relação a quantidade. A multa pode chegar a R$ 1,5 milhões", disse o diretor presidente do Ipem-AM.

Pão de Açúcar descobre um tesouro nos algoritmos

Pão de Açúcar descobre um tesouro nos algoritmos
Natalia Viri

Para oferecer preços mais baixos sem colocar a mão no próprio bolso, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) sacou uma arma poderosa mas até então subestimada: a inteligência de mercado sobre os hábitos de consumo dos quase 12 milhões de membros de seus programas de fidelidade, o Pão de Açúcar Mais e o Clube Extra.

Lançado há um mês, o aplicativo 'Meu Desconto' oferece promoções personalizadas para quem está cadastrado nos dois programas. A cada 15 dias, o cliente recebe ofertas sob medida, que levam em conta o que ele já consumiu e o que pode vir a consumir, dado seu perfil de compra. Para ter acesso ao preço promocional, ele precisa apenas ativar a oferta no aplicativo e fornecer seu CPF ao passar no caixa.

Nos primeiros 30 dias, o app teve 1,4 milhão de downloads, e 400 mil novos clientes se cadastraram nos programas de fidelidade, um aumento de 3,2% na base.

A verdadeira inovação, no entanto, está na outra ponta da cadeia. Nem R$1 dos descontos, que começam em 20% e chegam a mais de 50%, sai do bolso do GPA. Todos os descontos são inseridos no sistema e bancados pelos fornecedores.

A moeda de troca do Pão de Açúcar era um tesouro que estava enterrado debaixo de uma camada de algoritmos: o grupo abriu para a indústria toda a base de dados de seus programas de fidelidade.

Os fornecedores têm acesso ao perfil de quem consome (e de quem ignora) seus produtos, e podem fazer ofertas 'nichadas'. A identidade do consumidor é preservada. De acordo com o GPA, trata-se de um ganha-ganha: o grupo melhora sua margem bruta e tráfego, e o fornecedor aumenta a assertividade de seu produto.

“A indústria consegue entrar e verificar o cliente que ela quer impactar: os mais fiéis ou menos fiéis, os abandonadores…" diz Renato Camargo, gerente de programas de fidelidade do GPA. "Ele pode fazer um desconto só para quem compra a categoria mas não compra seu produto, por exemplo. Ou para quem compra o produto de menor valor da marca e poderia subir para uma categoria mais premium. A oferta vai direto para esse cliente, sem passar pelo GPA.”

No modelo tradicional, quando decide dar desconto em algum produto, o fornecedor tem que abrir mão da margem em contratos que envolvem volumes expressivos negociados direto com o supermercado. Com o novo sistema, ele pode decidir 'promocionar' para, por exemplo, apenas 100 mil pessoas. Quando uma pessoa ativa e compra com o preço da oferta, é só este desconto que impacta sua linha de custo.

“O varejo não pode se dar ao luxo de investir numa promoção sem saber qual é o retorno. Com a nossa plataforma, o fornecedor consegue ver quase em tempo real o que está acontecendo, quanto [a promoção] está rendendo e qual o real interesse por cada oferta. Como o investimento é mais assertivo, dá pra fazer promoções mais relevantes para o consumidor”, diz Camargo.

A iniciativa vem num momento em que o GPA precisa fortalecer sua bandeira mais premium, o Pão de Açúcar, que acabou negligenciada nos últimos anos com o avanço do atacarejo e das lojas de bairro.

Num segundo trimestre de bons resultados para o grupo, o Pão foi o destaque negativo, com o faturamento em queda de 1%, e a direção já sinalizou que vai focar na bandeira, reformando suas 15-20 maiores lojas nos próximos trimestres. (O Pão tem 185 lojas.)

Além dos descontos, a ideia do aplicativo é melhorar a experiência de compra. Em breve, os apps devem ganhar funções que mostram o mapa das lojas, apontando onde fica cada produto e categoria, e uma ‘fila virtual’ em que o cliente pode agendar a hora que quer passar no caixa para evitar as filas.

O app muda também a equação das estratégias promocionais que fizeram com que a bandeira Extra retomasse o fôlego nos últimos trimestres, após anos comendo poeira do Carrefour.

Um dos pilares da revitalização do negócio de hipermercados foi a promoção ‘1, 2, 3 passos da economia’, com descontos de 20% na compra da primeira unidade, 50% na segunda e a terceira de graça — que se provou acertada, mas à custa de rentabilidade.

O custo dos descontos era normalmente dividido entre o Extra e o fornecedor, numa conta em que o volume de vendas compensa a perda de margem. Agora, o GPA está usando o app como uma ferramenta para rever sua agressividade promocional e melhorar a relação com os fornecedores.

Segundo Camargo, a demanda do 'Meu Desconto' por clientes do Extra vem surpreendendo. Nos primeiros dias após o lançamento, a maior parte dos downloads acontecia por clientes do Pão de Açúcar — de mais alta renda e, portanto, mais habituados aos apps e a programas de fidelidade.

Conforme as ofertas foram circulando, via campanhas publicitárias e no boca a boca, a balança se inverteu, e cerca de 65% dos downloads agora são feitos por clientes do Clube Extra.

No Extra, o clube de fidelidade é mais recente, apenas de 2013, e soma cerca de 7 milhões de clientes. Já o ‘Cliente Mais’ do Pão de Açúcar foi lançado há 17 anos, quando programas de fidelização eram quase exclusividade das companhias áreas, e hoje tem mais de 4 milhões de usuários.

O desenvolvimento do aplicativo e do sistema levou cerca de seis meses. A ideia do 'Meu Desconto', nascida no Brasil, já foi apresentada na França e em breve deve ser replicada por outras empresas controladas pelo Casino.

E quando a concorrência decidir replicar? "Estamos na frente, voltando a ter aquela pegada de inovação que pautava o GPA. É a evolução do varejo: no mundo da informação, não dá mais para ter aquele 'black box' com o fornecedor como era nos anos 80."

Consumidores trocam supermercado por internet na hora de comprar vinho

Empresa especializada espera crescimento de 60% das vendas online de alimentos e bebidas

Economia Fernando Mellis, do R7 03/08/2017 – 00h14

Chegou o inverno e a publicitária paulistana Larissa Melo intensificou o consumo de vinho em casa. Mas neste ano, ela mudou a forma como compra as bebidas.

“Eu sempre comprava vinhos no mercado, mas confesso que ultimamente não é o que tenho feito”, diz.

Larissa passou a adquirir vinhos na internet, um movimento que vem ganhando força nos últimos anos no País. Ela explica as razões que levaram à mudança de hábito.

“Normalmente quando você vai ao mercado não tem muito tempo para ler rótulos e entender direito o que está levando. E nem sempre tem um sommelier para te ajudar. Na internet, já tem muito mais informações. Ultimamente, só compro vinhos que conheço no mercado e só quando preciso naquela hora”.

As adegas online representam 50% do volume de negócios do setor de alimentos e bebidas na internet, de acordo com a empresa Ebit, especializada em e-commerce.

A Ebit não tem números isolados do e-commerce de vinhos, mas segundo o CEO da empresa, André Dias, esse ramo tem conquistado internautas em 2017.

“Nós temos notado que o setor de alimentos e bebidas, como um todo, vem crescendo. Neste ano, é o que mais se destaca no comércio eletrônico. A estimativa para 2017 é que o crescimento seja próximo de 60%. Se nós analisarmos dentro dessa categoria de alimentos e bebidas, o forte mesmo é a venda de vinhos”, observa.

Atualmente, segundo a Ebit, existem 16 sites brasileiros especializados na venda de vinhos. "Além disso, todos os outros grandes marketplaces também comercializam produtos desta categoria", acrescenta Dias.

Apesar do protagonismo, o ramo de alimentos e bebidas representa apenas 1,5% do volume de vendas online no Brasil.

Trata-se de um segmento com ainda espaço para crescer, uma vez que o nível de emprego e renda volte a subir em todo o País.

Por outro lado, os sinais dados pelas vendas nos supermercados não têm sido bons.

Estudo sobre vinhos da consultoria Nielsen divulgado no ano passado mostrava que o "consumidor tem menor concentração no autosserviço [supermercado] e demanda por canais especializados".

O mesmo levantamento mostra que entre agosto de 2015 e março de 2016, as vendas de vinhos nos supermercados cresciam acima de 10%. No entanto, em julho do mesmo ano, elas subiram apenas 2,4%.

Responsável pelo setor de indústria de bebidas na Nielsen, Daniel Asp Souza destaca o fato de o mercado de vinhos ter perdido cerca de 1,5 milhão de lares brasileiros entre 2015 e 2016.

“Eu não espero que esse cenário tenha mudado. Pode ser que não tenha se intensificado essa queda, mas, seguramente, essa retomada do consumo ainda não aconteceu”, avalia.

Souza diz que a internet tem potencial para ajudar na retomada do mercado de vinhos como um todo.  

“Acho que [a internet] é uma maneira importante de acelerar o consumo e que passe a ter uma compatibilidade de preço positiva. Até porque o espaço do supermercado custa caro”, afirma.

“O supermercado tem outro perfil, do consumo mais imediato. Eu não acho que eles sejam substitutos, eles se complementam. Se é uma pessoa que toma mais e vai abastecer a casa, pode recorrer ao e-commerce”, acrescenta.

Uma das primeiras adegas online do País, a Wine.com.br tem “caçadores de rótulos” que viajam sempre para trazer novidades aos clientes. Para o CEO da empresa, Rogerio Salume, um consumidor que compra com tranquilidade e informações costuma ficar mais satisfeito.

“A gente tem contribuído para que o brasileiro tenha mais curiosidade e vontade de experimentar o vinho. Sem dúvida nenhuma, o inverno é um grande momento da indústria do vinho”, observa.

Salume não divulga números, mas diz que a Wine, em 2017, “está crescendo dois dígitos, fechando já o primeiro semestre”.

Sinais de que o brasileiro está mais interessado em vinhos quando navega pela internet já começam a surgir.

O termo "comprar vinho" atingiu o maior índice de popularidade nas buscas do Google (na semana de 18 a 24 de junho), em comparação com os últimos 12 meses.

Em uma escala de 0 a 100, em que 100 significa alta popularidade, o termo atingiu 99 e 100 pontos nas duas semanas mencionadas. Entretanto, esse patamar tem ficado acima de 70 desde o começo de maio.

Os Estados que mais buscaram vinhos online neste ano são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Espírito Santo.

Sites fazem campanhas agressivas de promoções Reprodução

Descontos

A estratégia das empresas para crescer inclui rótulos variados (muitas vezes exclusivos), muita informação e preço atraente.

Em 14 de julho, dia em que a França comemora a queda da Bastilha, as lojas aproveitaram para fazer ofertas de vinhos franceses.

No Wine.com.br, os descontos chegavam a 45%. Era possível comprar garrafas a partir de R$ 31,20.

Em outro site, o Evino, os descontos iam até 65%. A reportagem encontrou um kit com cinco garrafas de tintos franceses de R$ 404,90 por R$ 162,90: 60% de desconto.

Mesmo sem campanhas especiais, os sites lançam “descontos-relâmpago”, em que alguns rótulos chegam a ter abatimento de 70% do preço original.

Em média, os internautas gastam R$ 250 por compra nos sites de vinhos, de acordo com a Ebit. É um indicativo de que esses consumidores costumam adquirir mais de uma garrafa.

O CEO da Wine diz que o preço é apenas um item, mas explica que os clientes buscam mais do que isso.

“Eles gostam da comodidade, da praticidade e pelo fato de termos disponíveis uma variedade de rótulos”, acrescenta.

A reputação das adegas online como a Wine e a Evino também tem selo de excelente na Ebit. Mais de 90% dos consumidores afirmam que voltariam a comprar. O percentual de entregas no prazo também supera 90%.