Mondelez oferece geladeiras para venda de chocolates em supermercados do Nordeste

Indústria quer dobrar o número de refrigeradores na região. O uso desses equipamentos eleva as vendas em mais de 50%

Até o final deste ano, a Mondelez – dona de marcas como Lacta e Diamante Negro – pretende instalar geladeiras para conservação de chocolates em mais 300 supermercados de bairro da região Nordeste. Com isso, a companhia deve dobrar o número de lojas que já contam com o equipamento. Em unidades onde as geladeiras já estão instaladas, o volume de vendas tem alta superior a 50%. Isso ocorre devido à possibilidade de ampliar o sortimento de chocolates, já que o clima da região não é favorável a esses produtos.

O foco da expansão no número de refrigeradores, que não têm custo para o varejo, são lojas sem sistema de ar-condicionado, localizadas no interior da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba. A região Norte também está na mira da companhia. “São áreas muito quentes, onde a temperatura costuma superar os 30º C o ano todo. No verão, a situação é ainda pior, prejudicando a comercialização de chocolates, especialmente das barras, que são mais sensíveis ao calor”, diz Paula Siqueira, gerente de trade marketing da Mondelez para o Norte e Nordeste.

Até 2013, quando a primeira geladeira foi instalada numa loja nordestina, a Mondelez distribuía na região muito mais caixas de bombons e de Bis do que as barras, já que esses produtos suportam melhor o calor. “As barras derretiam e geravam prejuízo”, reitera a executiva. Por essa razão, as geladeiras foram desenvolvidas exclusivamente para acomodá-las. Os equipamentos medem 70 cm por 1,40 m. A temperatura interna fica entre 18º C e 20º C. “É o ideal para conservar os chocolates, evitando que fiquem duros ou esbranquiçados”, garante a gerente de trade.

As adegas climatizadas para chocolate, como também são chamadas, costumam ser acompanhadas de uma estante com prateleiras para ponto extra. “Nelas, ficam as caixas de Bis e de bombons. As estantes contam ainda com espaço para acomodar a adega”, explica Paula Siqueira.

Com porta de vidro frontal, as geladeiras podem ser abertas pelos próprios clientes. Dentro delas, as barras ficam dispostas em pequenas prateleiras. Comportam de três a cinco quilos de chocolates. A Mondelez criou até um planograma de exposição para o móvel. O ideal é ter reposição diária. Segundo Paula, apesar de funcionar 24 horas, os refrigeradores têm consumo muito baixo de energia elétrica. “As lojas quase não sentem aumento na conta”, afirma.

As geladeiras são fornecidas aos varejistas por meio de contrato de comodato. “O acordo é feito pelos distribuidores da região. Caso desejem devolver o equipamento, o processo é simples e não há multas”, explica Paula. Ainda segundo ela, a Mondelez tem trabalhado num piloto para lojas pequenas. “A ideia é que essas geladeiras sejam menores e fiquem acomodadas sobre balcões”, finaliza.

Como o Grupo Martins quer profissionalizar pequenos varejistas

Considerada uma das maiores distribuidoras do País investe em plataforma online de treinamentos para pequenos e médios varejistas que querem ganhar eficiência na crise

Criado há sessenta e quatro anos na cidade mineira de Uberlândia (MG), o Grupo Martins fatura R$ 4,8 bilhões com a venda de 25 mil itens, de chinelas e macarrão a fósforos e bombons, para mais de 350 mil varejistas, sendo que 200 mil deles compram com frequência de 40 dias.

Boa parte desses clientes, a grande maioria na verdade, é formada por pequenos e médios varejos espalhados pelo País, negócios de poucos funcionários e muita demanda, em cidades onde o risco não compensa para grandes redes, como Carrefour e Magazine Luiza.

Em quase vinte anos, parte do negócio do Martins foi ofertar, em troca de boa relação comercial, treinamento e consultoria para o varejo. Mais de 16 mil projetos de transformação em supermercados foram feitos e, desde 2009, cerca de mil workshops regionais dados, por meio da Universidade Martins do Varejo.

A universidade foi criada em 1989 e, desde então, já treinou 326 mil pessoas e 94 mil clientes, além de outros 83 mil usuários que passaram pelo ensino à distância.
“Agora a tecnologia nos permitirá treinar mais gente com consultorias e aulas de negócios online”, disse Walter Faria, CEO do Grupo Martins, em entrevista ao portal Exame. “Queremos com as inovações, no mínimo, triplicar a quantidade de 10.000 pessoas já treinadas”.

Nesta terça (5/9), a companhia colocou no ar a plataforma Flix do varejo, que reúne vídeos, séries educativas, inspiração e ferramentas de gestão para que supermercados, açougues, padarias, farmácias, petshops, restaurantes e tantos outros pontos de vendas possam aprender mais sobre como administrar seus negócios.

A companhia investiu R$ 3 milhões na ideia, desenvolvida há um ano, e a motivação para tanto é simples, conta Faria. “O futuro promissor dele (do pequeno e médio varejista) é o nosso”, disse o CEO. “Na crise, eles precisam de mais eficiência e queremos que eles entendam como podem fazer isso”.

Alguns conteúdos foram feitos com parceiros, como Facebook, MercadoLivre e Vagas.com, e todos são baseados em dúvidas de gestão apontadas por uma pesquisa prévia.

O suporte online não vai extinguir os workshops presenciais feitos uma vez por mês pela companhia. Esses seguem sendo promovidos pela Universidade corporativa, ainda que exija disposição de tempo e recursos dos varejos interessados. “Mas há uma carência grande de informação para o setor, tanto que fizemos recentemente um evento em João Pessoa (PB) para 500 varejistas e 800 estavam presentes”, conta.

Distribuição de crédito
Para fazer a distribuição de milhares de itens de centenas de fornecedores diferentes, para lugares tão longínquos do País, a logística, claro, é o negócio crucial da Martins. A companhia conta com 1.100 caminhões e 5.300 funcionários para a missão de planejar, estocar e abastecer todos os clientes. Além da fidelização por meio dos treinamentos e consultoria para muitos deles, há ainda a oferta de crédito, por meio do banco da empresa.

Fonte: Portal Exame

BNDES financia com R$ 70 milhões construção de fábrica e centro de distribuição da Piraquê

Recursos são do programa BNDES Giro e serão utilizados na construção de uma unidade que funcionará como fábrica de biscoitos e CD em Queimados (RJ).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 70 milhões, pelo programa BNDES Giro, para a indústria de produtos alimentícios Piraquê S/A. O investimento será usado na construção de uma unidade que funcionará como fábrica de biscoitos e centro de distribuição, em Queimados (RJ). O objetivo da Piraquê é aperfeiçoar seus processos de produção, operação, comercialização e logística, visando ao crescimento para além do mercado de biscoitos e massas da região Sudeste.

Além do Rio e de São Paulo, a companhia também já tem atuação consolidada no Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Com portfólio de 150 produtos, os biscoitos são responsáveis por 80% das receitas. As produções de batatas fritas e refrescos são terceirizadas. Outros players atuando no mesmo segmento da Piraquê são Nestlé, Bauducco, Mabel, Marilan, Parati e Mondelez.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), o mercado nacional (com 1,3 milhão de toneladas vendidas) é o quarto maior do mundo. Em 2016, ficou atrás da Itália (2,1 milhões de toneladas vendidas), Estados Unidos (2,3 milhões de toneladas) e China (2,4 milhões). Também em 2016, o comércio de massas no Brasil alcançou a sexta posição nas vendas (1,02 milhão de toneladas), atrás da Rússia (1,2 milhão), Estados Unidos (1,4 milhão), Itália (1,5 milhão), Indonésia (1,6 milhão) e China (7,2 milhões).

Incêndio destrói galpão da Industria de Alimento Dallas em N. Alvorada.

7 de setembro de 2017

O Sinistro durou 12 horas e destruiu galpão da Fábrica.

Campo Grande(MS) – Incêndio de grandes proporções atingiu um barracão na Alimentos Dallas em Nova Alvorada do Sul, na noite de quarta feira(06/09). De acordo com  Bombeiros Militar  da cidade,  a unidade foi chamada as 21hs  para combater um incêndio na Alimentos Dallas,  dois veículos  da Unidade de Bombeiros de Campo Grande ajudaram  na contenção das chamas. A Brigada de Incêndio das Usinas Odebrecht também esteve no local auxiliando no combate ao incêndio. O  sinistro  ocorreu em um galpão aos fundos da Industria, totalmente  destruído pelo fogo e  desmoronou parcialmente,  e teve estrutura comprometida. A área era usada para  guardar e conservação de produtos, entre eles: pallets, escovas, vigas e grande quantidade de madeiras. Bombeiros monitoram a área atingida,  Na manhã desta quinta-feira (07/09) o grupo Alimentos Dallas divulgou uma nota de esclarecimento. As causas do incêndio ainda são desconhecidas e não houve ferido.

Nota de Esclarecimento

Nova Alvorado do Sul, 07 de setembro de 2017

Alimentos Dallas Indústria e Comércio LTDA, empresa do ramo alimentício, situada na BR 163, km 365.5, no município de Nova Alvorada do Sul (MS), esclarece aos clientes, fornecedores e população do município os seguintes fatos:

Ocorreu um incêndio na noite do dia 06 de setembro de 2017 que atingiu materiais em depósito que não faz parte da indústria, destinado à guarda e conservação de produtos, tais como: pallets, escovas, vigas e grande quantidade de madeiras. O incêndio tem origem desconhecida e já está totalmente controlado, tendo causado apenas danos materiais, sem perigo a funcionários e população; As indústrias do Grupo Dallas (moinho de trigo, fábrica de biscoito e macarrão e beneficiamento de arroz) não foram atingidas, já estão operando normalmente em sua produção diária;

Agradecemos a colaboração imediata prestada pelo Corpo de Bombeiros de Nova Alvorada do Sul, aos departamentos de Combate à Incêndio das Usinas Odebrecht e LDC, que com presteza vieram ao auxílio evitando maiores proporções.

Valdir José Zorzo

Sócio Proprietário

Da redação

Pesquisa brasileira desenvolve grão-de-bico visando mercado asiático

Conjuntura / 06 Setembro 2017

Pesquisa brasileira desenvolve grão-de-bico visando mercado asiático

Com clima favorável, períodos secos e médias altitudes, várias regiões brasileiras são aptas a produzir grão-de-bico, leguminosa muito valorizada em mercados asiáticos e no Oriente Médio. O desenvolvimento dessa lavoura poderá abrir um mercado bilionário às exportações brasileiras, além de suprir a demanda interna. Resultados já obtidos em plantações no Brasil Central mostram que a cultura vem apresentando ótimo desempenho no período do inverno em áreas irrigadas e mecanizadas.

Pesquisadores acreditam que essa é uma grande oportunidade para os produtores, já que o país ainda depende de importações para suprir o consumo anual do produto, de oito mil toneladas, e o mercado asiático é um grande importador. De acordo com o Banco de Dados de Estatísticas do Comércio Internacional das Nações Unidas (UN Comtrade), somente a Índia comprou de outros países 873 mil toneladas de grão-de-bico em 2016, o equivalente a US$ 688 milhões, mais de R$ 2 bilhões.

De olho nesse potencial, a pesquisa agrícola está avaliando cultivares de grão-de-bico com melhor adaptação às condições ambientais brasileiras, testando a viabilidade econômica da cultura e buscando soluções para o controle de pragas e doenças que afetam a produtividade e a qualidade. Novas cultivares da planta também estão sendo desenvolvidas.

No início de 2017, foi firmada parceria com a empresa indiana United Phosphorus Limited (UPL) para instalação de experimentos em seis estados – Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – com o objetivo de avaliar o potencial produtivo de quatro cultivares (duas indianas e duas nacionais, desenvolvidas pela Embrapa) em três diferentes épocas de plantio – abril, maio e junho. Como o ciclo do grão-de-bico gira em torno de quatro meses, as primeiras colheitas desses experimentos estão sendo iniciadas agora, entre o final de agosto e o início de setembro, e a expectativa é selecionar as cultivares com melhor adaptação às condições ambientais brasileiras.

Para o pesquisador Warley Nascimento, chefe-geral da Embrapa Hortaliças (DF), a parceria vai render ganhos para ambos os países. “Com base na definição das cultivares mais produtivas e adaptadas, será possível fomentar a produção nacional, minimizar a necessidade de importação e, principalmente, exportar os grãos para a Índia e outros países asiáticos que possuem um consumo elevado desse alimento.”

A Índia manifestou interesse em importar pulses do Brasil durante visita à Ásia, no fim de 2016, em comitiva liderada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Pulses são um grupo de leguminosas com grãos secos que inclui feijão-caupi, feijão-mungo, lentilha e grão-de-bico, por exemplo. “Trata-se de uma oportunidade extraordinária para os produtores brasileiros não apenas exportarem, mas diversificarem os sistemas produtivos, agregarem valor à produção e ofertarem alimentos de alta qualidade à população”, destaca o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

O sul da Ásia, incluindo Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Paquistão, representa aproximadamente 40% do mercado mundial de pulses. A Índia passa por um momento especial em que a população cresce cerca de 18 milhões de habitantes por ano e a economia está em expansão. Com maior renda, o consumo de alimentos tem sido maior.

A população vegetariana na Índia é enorme, cerca de um terço de seus 1,3 bilhões de habitantes, e cada vez mais haverá necessidade desse tipo de alimento, como o grão-de-bico, rico em proteínas. “Se tivéssemos produção, certamente haveria mercado comprador. E a Embrapa pode ajudar o Brasil a ocupar este espaço, uma vez que a Empresa possui uma grande diversidade de projetos em vários tipos de produtos e pode rapidamente responder a esta demanda”, explica Maurício Lopes.

Se boa parte da população indiana é vegetariana, do outro lado, está o Brasil. O País ocupa o quinto lugar no ranking de consumo per capita de carne bovina – cada habitante consome 35,8 quilos por ano. Estima-se que cerca de 10% da população siga uma dieta vegetariana e a principal leguminosa consumida pelos brasileiros é o feijão. Diante disso, o consumo de grão-de-bico no País ainda é baixo, sendo que em 2016 o Brasil importou cerca de oito mil toneladas, ao custo de US$ 9,7 milhões, principalmente do México e da Argentina – despesa que corresponde a menos de 1% das importações indianas.

“Hoje, já possuímos material genético e tecnologia de produção para alcançar a autossuficiência e vislumbrar a exportação de grão-de-bico para os principais mercados consumidores da leguminosa”, assinala Nascimento, ao destacar que a cultura vem apresentando ótimo desempenho no período do inverno, em áreas irrigadas e mecanizadas, e pode ser uma alternativa de exportação além da soja.

No ano passado, quando a Índia sinalizou interesse em importar leguminosas do Brasil, a empresa indiana UPL anunciou grande interesse em investimento no País, por meio da parceria com a Embrapa, no desenvolvimento e produção de grãos no Brasil para exportar ao mercado indiano, que possui demanda crescente e expressiva por esses produtos – a projeção é que possa chegar a 30 milhões de toneladas por ano até 2030.

Produtor aposta no grão-de-bico como alternativa ao feijão

Apesar de o Brasil não ter tradição no cultivo de grão-de-bico, o agricultor Osmar Artiaga, de Cristalina (GO), resolveu investir na cultura como uma opção para o período do inverno em sistema de pivô central e colheita mecanizada. Durante o verão, época mais quente e úmida, o produtor mantém lavouras de soja e milho e, na entressafra, costumava plantar feijão. Contudo, após conhecer a tecnologia de produção e as cultivares disponibilizadas pela Embrapa, Artiaga apostou no avanço da pesquisa e firmou uma parceria para averiguar a viabilidade econômica da produção comercial de grão-de-bico nas condições do Brasil Central.

De 2011 para cá, ele abriu as porteiras de sua propriedade para a equipe de técnicos da Embrapa e os resultados obtidos foram promissores, tanto que a fazenda que antes recebia o nome de Futurama foi rebatizada de Agropecuária Garbanzo, que significa grão-de-bico no idioma espanhol. Artiaga, inclusive, elegeu a cultura como objeto de sua dissertação de mestrado e, com base científica, conduziu ensaios experimentais de validação. “O grão-de-bico mostrou ser menos exigente em água e adubo e, no final das contas, o custo de um hectare de grão-de-bico é cerca de 40% menor do que o custo de um hectare de feijão”, estima Artiaga.

E as contas do produtor foram além: ambas as culturas rendem uma produtividade média de 2.500 kg/ha, mas o preço do quilo do grão-de-bico pode alcançar o dobro do valor obtido pelo feijão. “É gratificante ver um parceiro que começou com algumas dezenas de hectares alcançar na safra atual a marca de 800 hectares plantados, que devem render por volta de 2.000 toneladas”, comenta o pesquisador Warley Nascimento.

E, se considerar que para suprir a demanda interna do Brasil são necessárias oito mil toneladas de grão-de-bico, um único produtor já teria condições de atender 20% dessa quantidade. Porém, do volume total produzido por Artiaga, parte é guardada para servir de semente para o próximo plantio, outra parte é comercializada para a indústria processadora e ainda há um percentual destinado à exportação. Por isso, Nascimento frisa a importância de desenvolver mais pesquisas e promover o cultivo para o setor produtivo. “O grão-de-bico realmente se revela uma alternativa viável como produto de exportação.”

Parceria viabiliza testes de exportação para o exterior

Os bons resultados despertaram o interesse de outros agricultores e novos parceiros. No próximo ano, a Agrícola Ferrari – unidade de Campo Novo do Parecis (MT), que possui experiência com exportação de milho pipoca e outros produtos agrícolas, tem previsão de plantar, em conjunto com Artiaga, cinco mil hectares de grão-de-bico no Mato Grosso.

“Há 15 anos, o Brasil importava milho pipoca de países como Argentina e Estados Unidos. Hoje, não somente deixamos de importar como exportamos para vários países e somos altamente competitivos no mercado internacional, com qualidade superior e melhores preços”, conta Vinícius Ferrari, diretor-geral da Agrícola, ao destacar que o objetivo da empresa é justamente promover no território nacional a produção de culturas que geralmente são importadas.

Ferrari revela que a estratégia delimitada pela empresa para exportar grão-de-bico, especialmente para o mercado asiático, vai desde realizar pequenas exportações nos primeiros anos, para divulgar a qualidade do grão brasileiro, até expor o produto em feiras internacionais.

Além de o grão-de-bico ser consumido mundialmente, Ferrari ressalta que os clientes no exterior que trabalham com a importação de milho pipoca também demandam grão-de-bico. “A partir de uma análise geral de qualidade e canais de vendas, podemos afirmar que o grão-de-bico tem viabilidade para se tornar uma opção no portfólio do agricultor e alcançar, dentro de algum tempo, o sucesso do milho pipoca”, opina.

Cultivares de dupla aptidão no horizonte da pesquisa

As duas cultivares nacionais que estão sendo plantadas pelo setor produtivo e avaliadas nos ensaios experimentais em parceria com a empresa UPL foram desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças. A cultivar Cícero, que se destaca pela ampla adaptação às condições de clima e de solo do Brasil Central, foi selecionada a partir de linhagens introduzidas do México na década de 1990.

Já a cultivar BRS Aleppo originou-se da seleção de materiais genéticos introduzido do Centro Internacional para Pesquisa Agrícola em Áreas Secas (ICARDA) que se localizava na Síria, mas atualmente mantém sua sede no Líbano por causa da guerra civil. A cultivar – que no nome faz uma homenagem à cidade síria, antes sede do ICARDA – impressiona pela alta produtividade, que varia entre 2.500 e 3.500 kg/ha, e pelo elevado nível de tolerância a um complexo de fungos de solo. Ambas as cultivares respondem bem à colheita mecanizada e ao cultivo irrigado em altitudes superiores a 800 metros.

No momento, não há contratos vigentes de licenciamento de empresas para produção de sementes, mas os interessados podem entrar em contato com o Escritório de Brasília da Embrapa Produtos e Mercado, que é responsável pela produção de semente genética e pelo atendimento dos produtores de sementes de grão-de-bico.

As pesquisas para seleção e melhoramento genético de grão-de-bico visam, na fase atual, a obter materiais com dupla aptidão: para consumo seco ou para uso industrial na forma de grão reidratado. “Atualmente, temos mais duas cultivares em fase de validação e, em breve, devemos disponibilizá-las para o setor produtivo”, adianta Nascimento, ao mencionar que a estratégia é oferecer um portfólio diversificado de cultivares de grão-de-bico para atender diferentes demandas dos agricultores e das empresas processadoras.

Programa faz coleta para análise de agrotóxicos em alimentos

Publicado por Ministério Público do Trabalho
ontem

Natal– A Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte (Suvisa-RN) realizou, na semana passada, a primeira coleta de 2017 do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA-ANVISA). No estado, as coletas são realizadas nos supermercados das cidades de Natal, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Ceará Mirim, tendo como objetivo promover a segurança dos alimentos em relação aos resíduos de agrotóxicos. A ação é resultado de antiga reivindicação do Fórum Estadual de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador, no Meio Ambiente e na Sociedade (Feceagro-RN), que tem o Ministério Público do Trabalho no RN (MPT-RN) em sua coordenadoria adjunta.

O PARA coletará os alimentos de origem vegetal mais consumidos pela população brasileira, entre eles abacaxi, alface, arroz, alho, batata doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva, tomando como base dados brutos da Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF-IBGE). A coleta será feita por técnicos da Suvisa-RN e compartilhada com os técnicos responsáveis pelas unidades de vigilância sanitária dos três municípios, de 28 de agosto até 25 de maio de 2018.

Após a coleta, os alimentos são embalados, entregues à transportadora e enviados aos laboratórios credenciados por via aérea para serem analisados. Com o recebimento dos laudos de análise, os resultados são divulgados à população e a proposta é que ações educativas sejam realizadas pelos órgãos fiscalizadores em suas áreas de competência. Em caso de laudos insatisfatórios, toda a cadeia produtiva poderá ser penalizada.

Para Ileana Neiva, procuradora Regional do Trabalho e coordenadora adjunta do Feceagro, a medida é importante “não só para preservar a saúde da população em geral, mas também a saúde dos trabalhadores rurais, pois será possível o rastreamento da origem do produto, chegando-se ao produtor rural e notificando-o para corrigir sua conduta”.

Programa – Criado em 2001, o PARA é uma ação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), coordenado pela Anvisa em conjunto com os órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária e laboratórios estaduais de saúde pública, servindo como um indicador da ocorrência de resíduos de agrotóxicos em alimentos. O programa conta com a participação de 27 unidades federativas envolvidas na amostragem e na tomada de ações após a divulgação dos resultados.

No Rio Grande do Norte, existem três programas de monitoramento dos alimentos: o Programa Estadual de Análise de Resíduos de Agrotóxicos, com amostras coletadas na CEASA, que tem pouca rastreabilidade até o produtor; o PARA-ANVISA, que coleta em supermercados da capital e de São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Ceará Mirim; e o Programa Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), de caráter privado, realizado pela empresa Paripassu, da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), que coleta amostras em supermercados.

Alimentos básicos têm queda no varejo

Rafaela Tavares 07.09.17 15h08

Uma produção agrícola robusta combinada com um consumo ainda fraco elevou a disponibilidade de produtos nas gôndolas e estoques dos supermercados, o que reflete em recuo nos preços de alimentos básicos nas lojas de Araçatuba. A redução dos valores não é um fenômeno isolado da cidade – ela acompanha a queda na inflação dos supermercados em território estadual.

Conforme dados mais recentes, o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), calculado pela Apas/Fipe (Associação Paulista de Supermercados/ Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apresentou em julho diminuição de preços tanto na variação mensal, quanto no acumulado do ano e em 12 meses, o que não acontecia desde dezembro de 2009. Os preços paulistas recuaram 0,24% entre junho e julho, 0,54% nos primeiros sete meses de 2017, e 1,12% em 12 meses até julho deste ano.

Na avaliação da associação, o encolhimento da renda provocado pelo desemprego, a demanda reprimida pela economia em crise e as grandes safras favorecidas pelo clima formam um conjunto de fatores que expandiu a oferta de produtos no mercado interno.

CESTA BÁSICA
A dobradinha arroz e feijão, o açúcar e o leite foram algumas das mercadorias que ficaram mais baratas em Araçatuba, segundo o proprietário de rede de supermercados, Carlos Fernandes Felipe, "Houve uma queda bem acentuada, que se refletiu principalmente em itens da cesta básica."

Ele conta que o pacote de cinco quilos de açúcar cristal caiu de R$ 9 para R$ 5,99, em um ano. No mesmo período, o quilo do feijão saiu do patamar de R$ 10 para R$ 3,40 e R$ 2,90, no mesmo período. Já o litro do leite passou de R$ 3, para R$ 1,89. Felipe também acredita que a superprodução agrícola sustentada por condições climáticas favoráveis e o poder aquisitivo ainda baixo do consumidor causaram o preço mais baixo.

De acordo com a Apas, os alimentos da categoria carnes, cereais e leite foram os que tiveram a maior queda em julho (-2,45%), no acumulado do ano até aquele mês (-3,21%) e em 12 meses (-9,07%). Em São Paulo, o feijão ficou 54,32% mais barato em um ano; o arroz teve redução de 3,18% no mesmo período. O frango é destaque entre as carnes, com valor 3,49% menor em um mês, queda de 1,5% em 12 meses, e 9,66% no acumulado de janeiro a julho. Os produtos in natura tiveram recuo de 15,53% em um ano, com destaque para a batata que ficou 61,14% mais barata, no período.

FAVORECIDO
Para Felipe, o consumidor é a parte mais favorecida. "É ele quem vai aproveitar esses preços." Apesar disso, o consumidor que ainda sofre com desemprego ou perda do poder de compra, não aumenta a quantidade comprada mesmo com a desaceleração da inflação, segundo o empresário. Com isso, o faturamento dos supermercados encolhe.

A dona de casa Aurora da Silva, 71, de Araçatuba diz que a queda nos preços das mercadorias na comparação com 2016 é perceptível, porém o volume de itens de suas cestas de compras se estabilizou desde o ano passado. Ela conta que, no entanto, se sente mais tranquila para comprar produtos com o feijão. "Agora não tenho mais que pôr muita água nele."

Na outra ponta, o produtor sofre com a queda, já que os custos de produção com defensivos e mão de obra não diminuíram, de acordo com Felipe. Na visão do empresário, falta uma política que proteja o setor agrícola das oscilações muito grandes de preço. Ele também acredita que com os produtos rendendo menos, os agricultores vão reduzir o plantio, o que em um ou dois anos ocasionará escassez e, por consequência, uma disparada dos preços dos mesmos itens ao consumidor.

Casal fatura vendendo alimentos funcionais congelados no RS

A ProLight surgiu após a reeducação alimentar de um dos fundadores e faz entregas em toda a região metropolitana de Porto Alegre

08.09.2017|Por Agência Sebrae de Notícias

Muitos empreendedores surgem por necessidades próprias de consumo e deficiência do mercado. Esse foi o caso do casal de gaúchos Nelmo Ricalde Filho e Carla Bazotti.
Leia Também Empresa fatura R$ 1,7 milhão por mês com "comida congelada gourmet"

A correria do dia a dia, em Porto Alegre (RS), fez com que buscassem alimentos prontos congelados que atendessem uma dieta funcional.

Como não encontraram, buscaram informações e começaram a produzir as próprias refeições, com rigor em relação à quantidade e qualidade dos alimentos. Daí para a criação da empresa foi um passo.

Tudo começou com uma reeducação alimentar de Nelmo para ganhar massa muscular, que contou com o acompanhamento de endocrinologista, nutricionista e preparador físico. “Era uma dieta funcional muito diferente do que consumíamos em casa, rica em proteínas e carboidratos de baixo índice glicêmico. Ao mesmo tempo em que nos especializamos na produção, notamos que muitas pessoas ao nosso redor buscavam a facilidade”, explica Carla. E assim nasceu na capital gaúcha, em 2014, a ProLight Alimentos Funcionais Congelados.

A primeira atitude foi buscar o Sebrae para saber como constituiriam a empresa. Fecharam uma consultoria do Sebraetec, programa de inovação do Sebrae, para o desenvolvimento do cardápio e a implementação de boas práticas. “Isso resultou na certificação de qualidade do Conselho Regional de Nutrição, o CRN2, o certificado do Programa de Alimento Seguro e o reconhecimento no mercado por seguir todas as normas em relação à segurança dos alimentos”, afirma Carla, destacando também ao aumento do faturamento da empresa.

Com o sucesso do negócio, a empresária comemora a marca dos 5 mil produtos comercializados por mês, com preços que variam de R$ 8,90 a R$ 30,80. No cardápio, desde salgados hiperprotêicos até refeições completas, utilizando biomassa de banana verde, peixes e castanhas.

A empresa, que começou com o casal, já emprega oito funcionários para dar conta de todos os pedidos. “Temos ainda maquinário de ponta para garantir a qualidade do nosso produto, com forno combinado elétrico, vapor e seco, e montamos as embalagens a vácuo”, diz Carla.

De olho no mercado, a empresa tem uma loja para atendimento direto ao público, um site para fazer e-commerce e ainda distribui os alimentos em toda a região metropolitana de Porto Alegre, no município de Caxias do Sul e região metropolitana de Florianópolis (SC).

Também revende para grandes lojas da região, como o Mundo Verde e supermercados, além de estar em todas as lojas de produtos naturais de Porto Alegre.

Atualmente, contrataram outra consultoria de inovação e tecnologia do Sebrae, por meio dos Agentes Locais de Inovação (ALI), para mapeamento das melhorias de gestão e produção. “Queremos ter uma nova linha de produtos, melhorar a nossa gestão e programar a expansão da empresa. Quando pensamos em aprimorar alguma coisa na empresa, pensamos logo em procurar o Sebrae”, destaca a empresária.

Preço dos alimentos completa quatro meses de queda e segura a inflação

por Marcelo Loureiro
06/09/2017 10:10

O IPCA de agosto ficou em 0,19%, bem abaixo da estimativa, que girava em torno de 0,35%. A boa notícia foi garantida pela deflação dos alimentos, grupo que registra taxas negativas há quatro meses. No acumulado em um ano, a inflação caiu de novo e agora marca 2,46%, mais distante do piso da meta de 3%. Esse desempenho pode influenciar o tom do comunicado que o BC divulgará nesta quarta-feira, ao anunciar o esperado corte de um ponto percentual na Selic.

A taxa do grupo Alimentação e Bebidas ficou em -1,07%. A queda anulou completamente a alta dos combustíveis. O recuo nos preços é notado principalmente na alimentação dentro de casa. Como os gastos com comida são parte relevante das despesas das famílias, o efeito na atividade é direto. Sobra mais dinheiro no bolso do consumidor, que gasta mais em outros tipos de produtos. Inflação baixa ajuda no crescimento da economia.

A previsão é que o IPCA de setembro ficará em torno de 0,10%, conta o professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio. O preço da gasolina continua subindo neste mês, mas os alimentos devem ajudar de novo. Pela cotação no atacado, a tendência é de novo resultado surpreendente.

Confirmada a expectativa, o acumulado em um ano continuaria na casa dos 2,40%. Isso pode influenciar o comportamento do Banco Central. Se o IPCA terminar 2017 abaixo do piso, o BC terá que se justificar ao ministro da Fazenda e explicar o que será feito para cumprir a meta. Por isso as projeções para os juros ao final do ano continuam caindo. Já há investidores estimando a Selic abaixo de 7%; a taxa atualmente está em 9,25%.

Cervejaria Imperial investe em segunda fábrica

O aporte será em torno de R$ 244 milhões

A Cervejaria Cidade Imperial Petrópolis, que produz cervejas artesanais e especiais sob a marca Cidade Imperial, vai investir R$ 244 milhões na instalação de sua segunda fábrica, em Petrópolis (RJ). O advogado da cervejaria, Antonio Glaucius de Morais, sócio do escritório Meira Morais Advogados, informou que a unidade já está em fase pré-operacional e deve começar a produzir ainda neste ano.

A unidade, instalada em uma área de 14 mil metros quadrados, terá capacidade para produzir 450 mil hectolitros de cerveja por ano. Quando entrar em operação, segundo o advogado, a unidade vai gerar 400 empregos diretos.

A empresa foi incluída no Programa de Atração de Investimentos Estruturantes do Rio de Janeiro (RioInvest), que permite usar recursos do Fundes (Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar projetos industriais. A companhia terá direito a um crédito de até R$ 166,3 milhões. A empresa se financiará com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que ela mesma gerar.

Pelas regras do Fundes, não há desembolso de recursos pelo Estado. No caso da Cervejaria Cidade Imperial, as parcelas liberadas mensalmente corresponderão a até 9% do seu faturamento bruto, limitado a 75% do ICMS a ser pago. A cervejaria terá ainda isenção de ICMS para compra de insumos e equipamentos.

A Cidade Imperial foi fundada em 1997 por D. Francisco de Orleans e Bragança – tetraneto de D. Pedro II. Em 2015, a empresa foi vendida para a CF Administração e Participações, empresa controlada por Cléber Faria, sobrinho de Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis (que produz a Itaipava). Cléber Faria chegou a ser diretor comercial e sócio do Grupo Petrópolis, mas deixou a companhia em 2011, após romper relações com o tio.

De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, Walter Faria e Cléber Faria se desentenderam após o dono do Grupo Petrópolis reclamar de patrocínios autorizados por Cléber Faria a campeonatos e equipes de automobilismo. Cléber competia no campeonato nacional de Gran Turismo (GT). O Grupo Petrópolis patrocinou, entre 2009 e 2011, a organização do GT3 Brasil. À época, o Grupo Petrópolis informou que optou por promover ações de marketing na Fórmula 1, com a equipe Ferrari, porque dava mais visibilidade à TNT. Walter Faria demitiu Cléber e seu irmão Vanuê Faria e também excluiu os sobrinhos da sociedade no Grupo Petrópolis. O advogado de Cléber Faria disse que ele não mantém relações com Walter Faria.

Fonte: Valor Econômico