Anvisa aprova dois medicamentos para tratamento da hepatite C

Em Lajeado, o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) aguarda as substâncias para este ano

Carolina Schmidt Créditos: Carolina Schmidt Quarta-feira , 03 de Janeiro de 2018 08:48

Lajeado – A expectativa do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Lajeado é de receber, neste ano, os novos medicamentos para o tratamento da Hepatite C. No início de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o Zepatier e Harvoni como integrantes da lista de remédios que poderão ser utilizados pelos pacientes.

Conforme a coordenadora do SAE, Waldirene Bedinoto, a unidade aguarda os medicamentos para 2018, pois há trâmites burocráticos no Ministério da Saúde.

"Isso mostra os avanços na medicina para a melhor qualidade de vida ao paciente. Já existe uma variedade de medicamentos, cada um tipo diferente de vírus. Hoje, aqueles que são distribuídos pela rede básica curam o paciente e são muito confiáveis", explica.

Segundo Waldirene, como a Hepatite C é uma doença silenciosa e pode levar anos para mostrar sintomas, o teste rápido é uma das formas de diagnóstico. A estimativa de que pode haver 1,5 milhão de pessoas infectadas no Brasil sem saber é preocupante. No mundo, o dado fica entre 80 milhões a 150 milhões, de acordo com a Anvisa.

"Precisamos descobrir onde estão essas pessoas e atingir o maior número possível com os testes que são realizados nos postos, SAE e feiras de saúde. Quando não é tratada a hepatite pode evoluir para complicações no fígado. O vírus pode sobreviver até uma semana no ambiente em que estiver."

Em Lajeado, o número de homens diagnosticados é maior em comparação com as mulheres. Conforme a coordenadora, isso acontece, pelo fato dos homens terem maior exposição aos fatores de transmissão.

Os novos medicamentos
O medicamento Zepatier, conforme a Anvisa, é uma associação em dose fixa dos princípios ativos elbasvir e grazoprevir. Será produzido, na forma de comprimido revestido, na concentração de 50mg de elbasvir e 100mg de grazoprevir. O produto é indicado para administração por via oral em adultos uma vez ao dia, para o tratamento da hepatite C crônica (HCC) genótipos 1 ou 4 em adultos.

O segundo registro da Anvisa foi para o medicamento Harvoni que é uma associação entre os princípios ativos ledipasvir e sofosbuvir. Ele será utilizado por via oral em adultos e uma vez por dia. O Harvoni é indicado, em combinação ou não com ribavirina, para o tratamento da Hepatite C Crônica (HCC) genótipo 1 em adultos. De acordo com informações da Anvisa, os dois novos medicamentos deixam o país mais próximo da cura da doença e eliminação da transmissão.

Formas de Transmissão
O vírus da hepatite C é transmissível, principalmente, por via sanguínea, por meio de um corte ou uma ferida, ou na partilha de seringas. A transmissão por via sexual é pouco frequente. Apesar de o vírus já ter sido detectado na saliva, é pouco provável a transmissão pelo beijo, a menos que existam feridas na boca.

O risco de uma mãe infectar o filho durante a gravidez é de cerca de 6%. A maior parte dos médicos considera a amamentação segura, já que, em teoria, o vírus só poderia ser transmitido caso se juntassem duas situações: a existência de feridas nos mamilos da mãe e de cortes na boca da criança.

Cerca 25% a 30% dos infectados apresentam, na fase aguda, sintomas de doença que pode manifestar-se por queixas inespecíficas como letargia, mal-estar geral, febre, problemas de concentração; queixas gastrointestinais, como perda de apetite, náusea, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado ou o sintoma mais específico que é a icterícia. Muitas vezes, os sintomas não são claros, podendo-se assemelhar aos de uma gripe. O portador crónico do vírus pode mesmo não ter qualquer sintoma, sentir-se saudável e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro hepático.
Fonte: www.bio.fiocruz.br

Dados do SAE sobre o número de casos de Hepatite C em Lajeado
Total de pacientes cadastrados até 6 de dezembro de 2017: 159
Homens: 103
Mulheres: 56

Supermercados apostam em saldão de produtos no início do ano

No ritmo das férias, entre as principais apostas da rede para este Saldão estão os pneus aro 14, com 50% de desconto na compra da segunda unidade, e as bicicletas e brinquedos, com 20% de desconto

Tradicionalmente, o início do ano é repleto de ações promocionais, com oportunidades imperdíveis para quem busca economizar. Mais uma vez, a rede Extra realiza o seu já tradicional Saldão, entre os dias 3 e 7 de janeiro, com ofertas em diversas categorias e condições de pagamentos diferenciadas para começar o novo ano com o pé direito.

Os descontos nas categorias de Bazar e Eletro podem chegar em até 60% e para os clientes que optarem por utilizar o cartão Extra, o pagamento dos produtos de eletro pode ser feito em 20 vezes sem juros; nos demais cartões, o parcelamento chega a 10 vezes sem juros.

No ritmo das férias, entre as principais apostas da rede para este Saldão estão os pneus aro 14, com 50% de desconto na compra da segunda unidade, e as bicicletas e brinquedos, com 20% de desconto. Já em Eletro, todos os fogões, micro-ondas e fornos elétricos estarão com 25% de desconto.

Além disso, o Extra está com ótimas oportunidades nas linhas de televisores, principalmente os produtos de telas grandes e SmarTVs, e de smartphones, com preços ainda mais competitivos. Na categoria de Bazar, os itens para casa são os principais destaques, como as jarras de 1,5 L e conjunto de 6 copos a partir de R$ 5,99 cada, e todos os bancos dobráveis com 30% de desconto.

Giga Atacado projeta 2018 como o ano de maior investimento

Com a retomada da economia, puxada pelo consumo, o grupo MGB, dono da rede de supermercados Mambo, decidiu acelerar os investimentos em expansão. A empresa também tem a bandeira Petit Mambo, de lojas de vizinhança), e o Giga, de atacarejo.

Em meados deste mês, inaugurou a sétima loja da rede Giga na zona Norte de São Paulo, um dia após fechar um contrato de arrendamento de duas lojas de atacarejo da rede Alta Rotação, localizadas em Osasco e Várzea Paulista.

André Nassar, presidente do grupo, que deve fechar este ano com vendas de R$ 1,7 bilhão e crescimento de 35% em relação a 2016 e 17 lojas em funcionamento diz que, com esse negócio estão sendo antecipadas duas lojas previstas para o ano que vem. “2018 será o maior ano de investimentos da história da empresa.” A intenção é aplicar R$ 75 milhões em 13 lojas. Neste ano, foram R$ 40 milhões em três novas lojas: dois atacarejos tradicionais de grande porte (6 mil m²), modelo que consome mais recursos, e uma loja de vizinhança. O plano inicial era abrir quatro lojas em 2017.

Das lojas previstas para 2018, a maioria será voltada para o varejo – seis lojas de vizinhança e três supermercados. Isso porque, depois da forte expansão do atacarejo, com taxa de crescimento de vendas de dois dígitos nos últimos anos, em 2017 o desempenho foi mais modesto em razão da deflação dos preços dos alimentos e da forte concorrência que chegou no setor.

Nassar explica que, levando-se em conta as mesmas lojas, as vendas do atacarejo ficaram estáveis neste ano em relação a 2016, descontada a inflação. Já nas lojas da bandeira Mambo, de supermercados, houve crescimento real de 4%, considerando as mesmas lojas. “Depois de três anos, o Mambo cresceu mais que o Giga na base de mesmas lojas”, diz.

Segundo o consultor de varejo Cláudio Felisoni de Ângelo, presidente do Provar/Ibevar, a perda de fôlego do atacarejo é um movimento natural, diante da saída da recessão. Ele diz que ajustes no modelo são necessários para atravessar o novo momento do consumo.

Novos formatos. Nessa direção, especialmente para rebater a maior concorrência, o grupo aposta, por exemplo, em dois novos formatos de loja para o ano que vem. Um deles é o atacarejo compacto. Os dois pontos de venda que a empresa acaba de arrendar serão destinados ao modelo.

São lojas de 2 mil m² de área de venda, bem menor do que um atacarejo tradicional. “A intenção de ter atacarejos menores é poder estar em bairros da periferia, onde a concorrência é menor. Além disso, é muito difícil encontrar lojas de grande superfície na periferia para instalar um atacarejo tradicional”, argumenta o executivo.

A outra aposta do grupo para 2018 será o primeiro atacarejo de hortifrutigrangeiros. O Giga Frúti irá funcionar em Jundiaí (SP). “Vamos vender laranja em caixa, batata em saco”, exemplifica Nassar. Os clientes serão hotéis, restaurantes. Segundo ele, detectou-se que há uma lacuna para esse público que tem dificuldade de fazer compras na Ceagesp.

Comissão aprova proposta que facilita visualização de preços em gôndolas de supermercados

Áureo: informações que somente são lidas quando próximas dos olhos implicam um constante curvar-se ou abaixar-se

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara aprovou proposta que disciplina a oferta e as formas de afixação de preços de produtos para consumidores com acuidade visual limitada, ou seja, pessoas que tenham dificuldades para visualizar as informações nas gôndolas por problema na visão.

O texto aprovado é o substitutivo do deputado Aureo (SD-RJ) ao Projeto de Lei 8344/17, de autoria do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB). Aureo incluiu no texto a exigência de disponibilizar as informações de preço e validade dos produtos também em braile, sempre que for tecnicamente possível.

A proposta aprovada determina que nos supermercados, as informações de preços deverão ser disponibilizadas de forma a permitir claro entendimento de seu conteúdo por pessoas com acuidade visual limitada, sem que estas tenham de realizar qualquer manobra física para aumentar seu entendimento da informação.

“A questão de que o projeto se ocupa é relevante, pois informações de preço que somente são lidas quando próximas dos olhos, implicarão um constante curvar-se ou abaixar-se para a leitura de informações em prateleiras inferiores. A repetição dessa ação por pessoas idosas é, sem dúvida, muito desgastante. Caso as informações fossem disponibilizadas à altura da vista de uma pessoa mediana ou seu tamanho fosse ampliado para visualização a distância, essa dificuldade seria certamente mitigada”, argumentou o relator.

Para ele, o custo para implantação da obrigação do projeto é mínimo e seria compensado pelo aumento de afluxo de clientes de terceira idade ou com deficiência.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-8433/2017
Repórter – Geórgia Moraes
Edição – Rachel Librelon

“Falta atenção dos frigoríficos brasileiros às mudanças das normas de abate Kosher”

Trata-se de um negócio em expansão, que representa atualmente cerca de US$ 70 milhões para os frigoríficos brasileiro

Até Junho de 2018, os frigoríficos brasileiros e do Mercosul de abate Kosher precisarão estar adequados à nova normativa de Israel, que inclui mudanças no abate dos bovinos, com a instalação de boxes rotativos para imobilização e procedimentos ligados ao abate humanitário e bem-estar animal.

“São mudanças que, de um lado, podem tirar os frigoríficos brasileiros (7 plantas, no total, incluindo os grandes players) desse segmento de alto valor agregado e, de outro, podem representar uma grande oportunidade para os frigoríficos que desejam participar desse mercado”, destaca Felipe Kleiman, consultor em projetos Kosher, que desenvolve soluções para o processo de abate no novo marco de bem-estar animal.

Trata-se de um negócio em expansão, que representa atualmente cerca de US$ 70 milhões para os frigoríficos brasileiros. Porém, há alguns anos, as vendas atingiam US$ 140 milhões/ano. “Já começou a contagem regressiva para os frigoríficos brasileiros que exportam para Israel”, explica Kleiman, ressaltando que a instalação dos boxes rotativos é um processo complexo e que necessita da consultoria de especialistas para atender aos requisitos da normativa.

Felipe Kleiman acaba de voltar dos Estados Unidos, onde participou de visitas técnicas a frigoríficos e teve encontros com especialistas em bem-estar animal, como Temple Grandin, a mais importante personalidade desse segmento.

O roteiro incluiu 15 cidades em 8 estados norte-americanos, com a visita a quatro frigoríficos que trabalham exclusivamente com abate Kosher. Nessas indústrias, “foi de grande valor compreender o funcionamento dos boxes rotativos de imobilização de bois, destinados a melhorar o bem-estar dos animais na contenção prévia ao abate”, assinala o consultor brasileiro.

Ele informa que o frigorífico norte-americano com os melhores resultados em termos de bem-estar animal conseguiu isso depois de 5 anos, com a constante melhoria do design e a automação dos pontos-chave do box rotativo. “A maioria desses equipamentos deixa as fábricas sem esse grau de otimização, sem essa sintonia fina com as condições de bem-estar animal”, diz Kleiman.

A viagem técnica aos EUA também envolveu duas auditorias de bem-estar animal em abate Kosher, uma delas feita pela professora Erika Voogd, a principal auditora norte-americana nessa área, que frequentemente vem ao Brasil e a outros países da América do Sul para ministrar treinamentos para auditores de bem-estar animal.

O ponto alto da missão técnica de Felipe Kleiman foi o contato com a professora Temple Grandin, da Universidade do Colorado. O tema central foi a otimização do projeto e operação dos boxes rotativos de imobilização de animais. “Cerca de 70% das instalações de manejo de gado nos EUA utilizam seus princípios e modelos”.

A jornada aos EUA incluiu visita à KosherFest, feira mundial de alimentos Kosher, que acontece anualmente em Nova Jersey, com encontros com rabinos de importantes certificadores Kosher, como OU, Star-K e OK, e com os principais empresários da carne Kosher nos EUA que se interessam pela carne do Mercosul, principalmente do Brasil e Paraguai.

“O mercado potencial é grande e as possibilidades de o Brasil voltar a crescer em abate Kosher são imensas. Porém, o desafio é preparar os frigoríficos para atender à normativa de Israel. Infelizmente, poucos estão dando a atenção devida à mudança das normas de abate e, por consequência, a esse importante segmento de negócio”, ressalta Felipe Kleiman.

Fonte: Ass. de Imprensa

O alimento que está despertando a curiosidade da ciência

Terça, 02 Janeiro 2018 16:22 Escrito por Nutricionista Aline de Andrade

A maca peruana vem chamando atenção por sua riqueza nutricional e benefícios à saúde.

Ela é considerada um superalimento justamente pela sua riqueza nutricional, que promove mais saúde, podendo agir contra o envelhecimento precoce e auxiliando

A maca peruana é um tubérculo encontrado em abundância na região da Cordilheira dos Andes, no Peru, não sendo muito popular até pouco tempo atrás. Atualmente vem chamando a atenção de estudiosos do mundo inteiro devido as suas propriedades nutricionais e potenciais efeitos terapêuticos.

Sua fama veio de países como Estados Unidos e a China. Aqui no Brasil a sua descoberta se deu sobre seu efeito energizante e revigorante. Mas não para por aí, o crescente interesse em torno do alimento despertou a curiosidade da ciência, que passou a verificar seus efeitos e já aponta os benefícios de seu consumo, como auxiliar no equilíbrio hormonal, regular metabolismo, combater a fadiga e melhorar o humor.

Maca peruana é o nome popular da raiz da planta Lepidium Meyenii com a indicação de sua origem. O tubérculo in natura é semelhante a um rabanete, porém, sua cor pode variar entre bege amarelada e rubro-negra. No Peru a maca peruana costuma ser consumida crua, cozida ou desidratada. Sua farinha também é utilizada para fazer preparações como pães e biscoitos. Atualmente, já é possível encontrar seu extrato em forma de farinha ou cápsulas no mercado nacional.

Essa raiz também caiu no gosto da galera fitness. Com 59% de carboidratos, o tubérculo é uma fonte natural e poderosa de energia, sendo ótimo para praticantes de atividade física. A maca peruana quando consumida gera uma sensação de saciedade por um período prolongado, pois possui um alto teor de fibras levando o indivíduo a comer menos, além de facilitar o processo digestivo, fazendo o intestino funcionar corretamente e eliminando o inchaço corporal, comenta a nutricionista Aline de Andrade. A maca peruana favorece o emagrecimento e possui pouquíssimas calorias: duas colheres de chá da farinha, por exemplo, possuem apenas 30 calorias.

Segundo a nutricionista, além das fibras, sua composição também é rica em nutrientes como Cálcio, Ferro, Ômega 3 e 9, Potássio, Selênio, Vitaminas do Complexo B, C e E, além de Zinco e aminoácidos. “Ela é considerada um superalimento justamente pela sua riqueza nutricional, que promove mais saúde, podendo agir contra o envelhecimento precoce e auxiliando no emagrecimento, entre outras funções”, comenta Aline.

A especialista explica que o tubérculo ainda tem um potencial energético capaz de promover mais vigor e ganho de massa muscular. ''O uso regular da maca peruana pode resultar em um aumento da resistência física e melhora do desempenho em exercícios e atividades esportivas”.

Website: http://www.alinedeandrade.com.br

Custo de produção da atividade leiteira ficou praticamente estável em dezembro

Custos da atividade estão em alta desde agosto.
Imagem créditos: Embrapa Gado de Leite
Por: Scot Consultoria
Publicado em 02/01/2018 às 12:15h.

O Índice Scot Consultoria de Custo de Produção da Pecuária Leiteira ficou praticamente estável em dezembro, registrando ligeiro aumento de 0,1% em relação a novembro deste ano.

Os custos da atividade estão em alta desde agosto. O aumento nos preços dos combustíveis/lubrificantes, dos fertilizantes e dos alimentos energéticos promoveu o aumento do custo. Já os suplementos minerais, os alimentos proteicos, defensivos e produtos para sanidade contrabalancearam o índice.

Apesar da alta, os custos de produção da atividade leiteira estão 7,8% abaixo na comparação com igual período do ano passado.

O aumento nos custos de produção e as seguidas desvalorizações no preço do leite pago ao produtor estão estreitando a margem da atividade desde junho.

QUEIJO | Segurança limentar será objeto de pesquisa

Convênio entre Faemg e instituto Senai viabilizará análise de risco de todo o processo produtivo

Michelle Valverde

Tradicional produto mineiro, o Queijo Minas Artesanal (QMA) está conquistando espaço nas pesquisas. Em 2018, os queijos produzidos nas sete regiões tradicionais serão analisados pelo Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas (ISTA&B) do Sistema Fiemg. A pesquisa é resultado da assinatura de um Protocolo de Intenções com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). O objetivo principal é fazer análises de risco de todo o processo produtivo do queijo Minas, o que é fundamental para comprovar, cientificamente, a segurança alimentar do produto.

De acordo com o superintendente técnico da Faemg, Altino Rodrigues, o convênio tem como objetivo principal fazer um trabalho de análise de riscos da produção e do Queijo Minas Artesanal das sete regiões já reconhecidas, que são: Serro, Serra do Salitre, Canastra, Campo das Vertentes, Araxá, Cerrado e Triângulo.

“A análise de risco é importante porque os pesquisadores estudarão todo o processo, passando pelos diversos pontos críticos de fabricação do queijo, como a alimentação animal, a ordenha, higiene e, no final, será feita a análise do produto. Caso tenha algum processo de contaminação, a análise de risco identificará onde está o problema”, explicou Altino.

Ainda segundo o representante da Faemg, os estudos são fundamentais para identificar importantes pontos da produção, como o tempo ideal de maturação para que o produto não cause riscos à saúde.

“Nosso objetivo é comprovar cientificamente que o queijo Minas, com o tempo ideal de maturação, é um produto seguro e que não causa riscos à saúde. Vamos desenvolver os estudos em parceria com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o que é fundamental para a validação das pesquisas. O IMA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são os responsáveis pela segurança alimentar do País, então precisamos da parceria, inclusive com a presença de representantes destes órgãos na coleta das amostras para tornar o trabalho oficial e poder interferir e contribuir na legislação que está sendo proposta pelo governo do Estado”, disse Altino.

A coleta de dados para os estudos será feita por amostragem nas sete regiões reconhecidas e certificadas como produtoras do Queijo Minas Artesanal. A amostragem ainda será calculada e será definida pelas normas e conforme o número de produtores existentes em cada região. Os estudos serão realizados ao longo de 2018.

Fungos – Outra iniciativa para atender a demanda proveniente dos produtores de queijo foi o convênio feito entre a Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O acordo entre as instituições permitirá o estudo dos fungos presentes nos queijos.

“O trabalho, que foi iniciado em dezembro, tem como objetivo pesquisar os fungos presentes nos queijos. Queremos identificá-los para criar um banco de dados e incluir na legislação do QMA quais são os de cada região. Nosso objetivo é comprovar que estes fungos não fazem mal a saúde. Além disso, é importante ter este mapeamento, porque em caso do desaparecimento dos fungos, será possível buscar por eles restabelecê-los nas regiões. É um trabalho muito importante e interessante”, explicou Altino.

Comprovação – O representante da Faemg ressalta que os produtores do Queijo Minas Artesanal (QMA) estão cada dia mais conscientes da importância das pesquisas para comprovarem de forma científica a qualidade e a segurança dos queijos de leite cru.

“O Queijo Minas Artesanal passou a ter conotação no mundo todo com as premiações recebidas na França, além de ter um grande apelo na gastronomia. Os produtores já perceberam que não poderia ficar somente na experiência e na história. A pesquisa comprova cientificamente que são bons, podem ser consumidos e são seguros. É um grande avanço”.

Perspectivas dos preços dos alimentos em 2018

Expectativa é de volta à normalidade na produção e demanda interna um pouco mais firme

Geraldo Barros

De uma forma geral, o setor agropecuário tem mantido um padrão evolutivo do lado da oferta (volume) em torno de 4% ao ano – um número médio que vale tanto para lavouras quanto para pecuária -, com oscilações que podem ser expressivas por razões climáticas e ocorrências de pragas e doenças. O produtor agropecuário chega à safra 2017/2018 razoavelmente capitalizado. A safra 2015/2016 foi marcada por forte quebra de produção que foi mais do que compensada pelo aumento de preços; na safra 2016/2017 ocorreu mais ou menos o inverso: o grande aumento de volume compensou a grande queda de preço havida. Na média, não houve perda de renda nos dois períodos, permanecendo ela num patamar bem posicionado historicamente.

Com isso, as projeções hoje disponíveis para o volume agregado da agropecuária em 2018 baseiam-se numa volta à normalidade da produtividade depois de uma oscilação de volume nos dois anos anteriores. É claro que isso implica algumas quedas importantes em relação à safra imediatamente anterior, como algo perto de 5% para grãos, incluindo soja, milho e arroz, todos nessa faixa. Alguma queda, mais moderada, é também esperada para cana e café por razões climáticas principalmente. Para milho e feijão de primeira safra são projetadas reduções mais importantes, podendo ocorrer desajustes sazonais, enquanto as demais safras do mesmo ano não se disponibilizem. No caso do milho, acredita-se que a disponibilidade de estoques de passagem ajudará a superar os desajustes, que poderiam ter reflexos sobre os produtos de origem animal, como aves, ovos e suínos. Para o boi, preocupam os efeitos sobre a produção de algum desinvestimento de parte dos pecuaristas desestimulados diante da crise havida no corrente ano. Para o leite também a falta de investimento pode influenciar a produção.

Do lado da demanda, a economia, ou seja, a renda e o emprego no país, deverá prosseguir num crescimento algo mais rápido, o que aparecerá na forma de um consumo relativamente maior, dando sustentação para um possível crescimento mais expressivo, mas ainda moderado, também da agroindústria e seus produtos. Isso poderá criar espaço para uma recuperação de margens nos produtos para mercado interno.

No front externo, a atenção deve voltar-se para o ritmo das exportações e sua distribuição ao longo do ano, que acabam por afetar o comportamento sazonal dos preços mais relevantes no mercado interno. O crescimento econômico mundial e, logo, da demanda, segue moderado, mas firme; porém, a oferta tanto do Brasil como de seus concorrentes está sujeita a eventos climáticos extremos com maior frequência. Até agora, lá fora os preços em dólares para soja e derivados apontam para estabilidade e para o milho, uma leva alta, em boa parte de 2018. O que predomina é a expectativa de preços internacionais de produtos agrícolas (grãos, oleaginosas, açúcar e café) relativamente estáveis a menos que eventos climáticos não previsíveis ocorram. Resta, portanto, observar de perto o comportamento da taxa de câmbio, algo relativamente difícil de projetar para o ano eleitoral que se avizinha. Uma desvalorização mais forte poderá impactar o custo de vida pelo aumento de preços dos produtos exportados (e dos insumos agropecuários importados) e seus derivados.

Em síntese, o cenário para 2018 é o seguinte. Do lado da oferta de alimentos, a expectativa, por enquanto é uma volta à normalidade. Mesmo assim, pode-se esperar alguma alta moderada nos preços em relação aos baixos níveis de 2017 em razão de uma demanda interna pouco mais firme. O ritmo das exportações irá graduar a evolução dos preços, condicionada ao comportamento do câmbio.

*Geraldo Barros é coordenador científico do Cepea.
Cepea

Programa de Aquisição de Alimentos beneficiará 1. 875 agricultores familiares

Ação contempla 78 municípios alagoanos com investimentos de R$ 15 milhões

O Programa de Aquisição de Alimentos de Alagoas (PAA) vai alavancar a produção de 1.875 agricultores familiares em 78 municípios com produtos que vão beneficiar escolas da rede estadual de ensino, creches, hospitais e presídios do Estado. A afirmação é da presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Arapiraca (Cooperal), Maria José Alves, em agradecimento ao Governo de Alagoas no lançamento do programa, em Santana do Mundaú.

“O PAA Alagoas concretiza um antigo sonho dos pequenos produtores rurais e garante mais segurança no plantio e na comercialização”, reconhece a presidente da Cooperal, Maria José.

Os investimentos são de R$ 15 milhões oriundos do tesouro estadual.

Para citar apenas como exemplo o município de Santana do Mundaú, segundo maior produtor de laranja lima do país, quatro mil produtores rurais passam a comercializar diretamente toda produção ao PAA Alagoas.

Como explica o secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Antônio Santiago, o investimento que o governo faz na agricultura familiar para incentivar a produção representa a valorização do homem do campo. “Trata-se de uma política de fortalecimento da agricultura familiar em Alagoas”.

Para Elizeu Rego, presidente da Emater/AL, a iniciativa do governador Renan Filho deixa o Estado de Alagoas como pioneiro na implantação do PAA no país.

“A consolidação do PAA Alagoas é um marco e vai fortalecer ainda mais os pequenos produtores familiares nos municípios alagoanos”. Segundo Rego, em dezembro já foram adquiridos 55.495 quilos de alimentos e distribuídos a 11.100 famílias.

Roberto Vieira Moura, presidente da Cooperativa de Arroz do Povoado de Ipiranga de Igreja Nova, informa que participa pela primeira vez de um PAA e destaca sua importância social e econômica para os produtores alagoanos. “Para os produtores de arroz de Alagoas é uma grande ajuda, o que vai fortalecer a cadeia produtiva no Baixo São Francisco”.

Fonte: Agência Alagoas / Texto: Ronaldo Lima