USP descobre composto fármaco capaz de tratar a febre amarela

Julio Ottoboni 06/02/2018

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP identificaram compostos (moléculas) já testados e farmacologicamente ativos para outras doenças e que apresentam potencial para tratar a febre amarela. Os testes foram realizados em culturas de células humanas de fígado infectadas pelo vírus causador da doença. Os cientistas testaram 1.280 compostos e 88 deles (6,9%) reduziram a infecção em 50% ou mais. A estratégia é conhecida como “reposicionamento de fármacos” e pode encurtar em vários anos a chegada de medicamentos do laboratório até as farmácias.

Das moléculas mais promissoras, duas delas também tiveram eficácia contra o vírus da dengue. O estudo traz resultados inéditos ao localizar compostos de amplo espectro de funções farmacológicas, mas não descritos como anti-febre amarela, o que oferece uma oportunidade para a desenvolvimento de fármacos específicos para o tratamento dessa doença que se configura como um problema de saúde pública brasileira e alarma a comunidade internacional.

De acordo com o pesquisador Lúcio Freitas-Júnior, um dos autores da pesquisa, para desenvolver uma droga desde o começo, ou seja, descobrindo uma molécula, pode-se levar de 10 a 12 anos, a um custo de até alguns bilhões de reais. Isso porque os processos de desenvolvimento de fármacos seguem fases de teste in vitro ou in vivo em modelos experimentais, além de testes de segurança, para que depois sejam iniciadas as fases de teste clínico, em humanos. Esse processo leva muito tempo e dinheiro.

“A partir da estratégia de reposicionamento de fármacos, quando você começa a partir de algo que já foi testado e que já existe uma indicação boa, você está encurtando esse tempo para 2 a 4 anos, a um custo reduzido”, afirma o cientista. Fonte: Agência USP (#Envolverde)

Licitação da Fiocruz é suspensa por suspeita de restrição à competitividade

O relator do processo, ministro Augusto Nardes, apontou a indevida e injustificada indicação de marca no edital, com consequente restrição à competitividade. Os argumentos preliminares prestados também foram considerados insuficientes para suportar a indicação

O Tribunal de Contas da União (TCU) referendou, em sessão plenária de 31 de janeiro, medida cautelar adotada pelo ministro-substituto André Luís de Carvalho em processo de representação sobre supostas irregularidades em pregão eletrônico realizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), integrante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A representante alega que a exclusividade de marca tem frustrado e restringido o caráter competitivo do certame, que tem como objetivo adquirir insumos de laboratório.

O relator do processo (TC 000.687/2018-9), Augusto Nardes, apontou em seu voto que a questão está na indevida e injustificada indicação de marca no edital de licitação, com consequente restrição à competitividade: “os argumentos preliminares encaminhados pela comissão de licitação não foram suficientes para suportar a indicação, tampouco para esclarecer outras falhas suscitadas pela unidade técnica”.

A medida cautelar referendada determina que o Bio-Manguinhos suspenda os atos tendentes a ocasionar a adesão às atas de registro de preços resultantes do Pregão Eletrônico 424/2017, até que o Tribunal delibere a respeito. O texto prevê, ainda, que a referida suspensão cautelar não deve atingir a utilização das atas pelo instituto, uma vez que essa restrição poderia causar prejuízos sobre a produção de vacinas.

A unidade técnica do TCU vai promover a oitiva do Bio-Manguinhos para que, no prazo de até 15 dias, se manifeste sobre as falhas apontadas na representação. Por fim, o colegiado determinou que a unidade técnica promova a oitiva das empresas porventura vencedoras do certame, para, caso assim queiram, se manifestarem no prazo de 15 dias sobre as falhas apontadas na representação.

Serviço:

Leia a íntegra da decisão: Acórdão 173/2018 – Plenário

Processo: 000.687/2018-9

Sessão: 31/1/2017

Secom – CE/av-rt

Tel: (61) 3316-5060

E-mail: imprensa@tcu.gov.br

Produção de insulina de parceira da Bahiafarma é certificada pela Anvisa

Escrito por: Secom – Ciência e Saúde -06 de Fevereiro de 2018

O Diário Oficial da União de segunda-feira (05) traz a publicação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) da Indar, parceira ucraniana da Bahiafarma no projeto de produção de Insulinas em território nacional para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A certificação, solicitada pela própria Bahiafarma à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), marca mais uma etapa no desenvolvimento da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre as empresas, para transferência de tecnologia da produção de insulinas para o Brasil.

O diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, destaca a importância do documento. “Além de eliminar qualquer dúvida que houvesse sobre a qualidade e a seriedade do trabalho da Indar, o CBPF corrobora os acertos tanto do Ministério da Saúde, ao promover novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) no Brasil para a produção local de insulina, como forma de estabilizar o fornecimento e os preços do medicamento no País, quanto do Governo da Bahia e da Bahiafarma, ao tornar real o projeto de transferência de tecnologia entre a parceira ucraniana e o laboratório baiano”, afirma.

O acordo tem a perspectiva de beneficiar diretamente milhões de brasileiros que dependem de Insulina para combater o Diabetes, além de promover uma revolução tecnológica e produtiva no Norte-Nordeste brasileiro, ao trazer para a Região a produção do medicamento, que requer uma tecnologia que poucos países no mundo detêm.

A parceria entre Bahiafarma e Indar prevê a instalação da fábrica de insulinas na Bahia. “Uma fábrica de insulinas é uma unidade de alta tecnologia e estamos dando todos os passos para atingir a excelência na instalação desta unidade”, afirma Ronaldo Dias. “A Indar tem todo o know-how para nos auxiliar neste processo, que vai resultar na mudança de patamar da indústria farmacêutica no Norte-Nordeste brasileiro, com atração e formação de mão-de-obra altamente qualificada.”

Técnica inovadora pode viabilizar desenvolvimento de fármacos

Fiocruz Paraná

Considerada uma das revistas científicas mais importantes, com fator de impacto 13.254, a Nature Protocols traz, em sua edição de fevereiro de 2018, um artigo assinado por pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná). O trabalho registra uma técnica inovadora que auxilia na caracterização de estruturas de proteínas homodiméricas – macromoléculas compostas por duas subunidades idênticas, que podem viabilizar o desenvolvimento de novos fármacos, além de possibilitar o maior entendimento de diversos agravos. O resultado terá impacto imediato na pesquisa de vários grupos nacionais e internacionais.

“Criamos uma técnica nova que supre uma dificuldade das técnicas atuais. Geralmente, as estruturas de proteínas homodiméricas são determinadas por ressonância magnética nuclear / difração de raios-x, entretanto; muitas vezes os complexos não são passíveis de análise por estas técnicas por não cristalizarem, gerar cristais que difratam mal, devido ao tamanho do complexo, ou por requerem grande quantidade (mg) de proteína com alto grau de pureza”, explica o pesquisador do ICC, Paulo Costa Carvalho.

Segundo o cientista, a união das expertises dos diferentes grupos que fazem parte desse trabalho permitiu uma solução para este gargalo. O resultado é fruto de colaboração interdisciplinar e internacional. A pesquisa contou com a experiência do grupo da Fiocruz Paraná em desenvolvimento de métodos computacionais voltados a espectrometria de massas e com a atuação da pesquisadora Tatiana Brasil em biologia estrutural; aliada ao conhecimento em metodologias para síntese de homodímeros marcadas com isótopos do grupo do pesquisador americano Sean Davidson, da University of Cincinnati. Sobretudo, o trabalho contempla como primeiro autor, o egresso do Programa de Pós-graduação em Biociências e Biotecnologia da Fiocruz Paraná, Diogo Borges, que hoje integra o quadro de cientistas do Instituto Pasteur, em Paris.

“O grupo liderado pelo Sean Davidson desenvolveu uma técnica capaz de sintetizar homodímeros com aminoácidos de uma subunidade contendo apenas átomos de N14, e a outra subunidade, apenas com N15.  Esta diferença de massa entre os nitrogênios, que fazem parte da composição atômica dos aminoácidos, permitiu criar uma metodologia de XL, seguida de analise por espectrometria de massas e acoplado a um método computacional, capaz de discernir entre as ligações intra e intermoleculares. O nosso grupo foi responsável pelo desenvolvimento da metodologia computacional para viabilizar esta análise”, reforça Paulo. Este projeto só foi possível porque reunimos especialistas em espectrometria de massas, estrutura de proteínas e computação. Não existe nada similar a esta solução no meio cientifico”, finaliza o pesquisador.

Os resultados são os primeiros frutos de uma nova linha de pesquisa na Fiocruz Paraná liderada pelos pesquisadores Paulo Costa Carvalho e Tatiana Brasil, onde pretende-se, através da biologia estrutural e espectrometria de massas computacional, elucidar as bases mecanísticas de processos celulares com relevância médica.

Acesse a integra do artigo aqui. 

Na AFN

Anvisa aprova medicamento para hipertensão arterial pulmonar

6 de Fevereiro de 2018 Ray Santos

Pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP) passarão a contar com medicamento inovador para o tratamento da doença, considerada grave e que afeta cerca de 10 mil brasileiros[i]. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso a longo prazo de selexipague.

Diferente das terapias tradicionais, o medicamento de uso oral age seletivamente, mantendo sua eficácia por mais tempo (diminuição de 40% no risco de morbi-mortalidade associada à doença[ii]) e reduzindo a chance de eventos adversos.

Sobre a hipertensão arterial pulmonar

A HAP é caracterizada pela elevação anormal da pressão nas artérias entre o coração e os pulmões, podendo levar à insuficiência cardíaca e à morte. A doença está relacionada a um desequilíbrio de diferentes vias metabólicas e seu tratamento consiste em atuar nessas vias com o objetivo de alterar o curso fatal da doença.

Falta de ar, cansaço extremo e fadiga são alguns sintomas da hipertensão arterial pulmonar. Seu diagnóstico é difícil de ser reconhecido, pois os sinais são comuns a outras enfermidades como asma, bronquite ou insuficiência cardíaca. Embora seja mais comum em adultos jovens e em mulheres, a HAP atinge pessoas de todas as idades.

Sobre selexipague

É um medicamento que atua diretamente como um agonista do recepctor IP de prostaciclina induzindo à vasodilatação e inibindo a proliferação de células musculares lisas vasculares. O medicamento dilata as artérias pulmonares, facilitando a função do coração de bombear sangue e, consequentemente, melhorando os sintomas da HAP.

Adicionalmente, a sua apresentação para uso oral facilita a adesão ao paciente, uma vez que a maioria dos fármacos que atuam nessa via (prostanóides e análogos da prostaciclina) está disponível em formulações inalatórias e venosas, até então dificultando a utilização dessa classe de medicamentos.

Sobre a Janssen

Na Janssen, trabalhamos para criar um mundo sem doenças. Transformar vidas buscando maneiras novas e melhores de prevenir, interceptar, tratar e curar doenças nos inspira. Nós reunimos as melhores mentes e buscamos as mais promissoras inovações científicas. Somos a Janssen. Colaboramos com o mundo para a saúde de todos. Para saber mais acesse: www.janssen.com. Siga a Janssen no Facebook e LinkedIn, e a J&J Carreiras no Facebook.

Fn | Ketchum Estratégica

Torrent do Brasil divulga informações sobre a vacina da febre amarela para pacientes diabéticos

Fonte: Torrent

A Torrent do Brasil está divulgando, por meio de seus canais digitais e redes sociais, informações sobre a vacina da febre amarela para pacientes diabéticos. O objetivo da campanha é colaborar para elucidar o assunto com informações relevantes, principalmente para moradores de áreas afetadas. Segundo a empresa não há motivo para pacientes diabéticos terem medo da vacinação, desde que consultem um médico antes e respeitem as contraindicações gerais.

Com as postagens no Facebook, por exemplo, a Torrent espera atingir pessoas de várias faixas etárias, já que o diabetes atinge crianças, jovens, adultos e idosos. Também serão veiculadas informações para o público interno da empresa e para médicos, por meio do portal científico Torrent Online.

Entre as dicas constam avaliar o risco/benefício da vacina e considerar que não há registro de maior número ou gravidade de eventos adversos em pacientes com diabetes.

Esclarecimento

A área Empresas em Foco publica notícias elaboradas e enviadas pelas empresas filiadas ao Sindusfarma; seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade das empresas e não reflete anuência nem posições ou opiniões da entidade.

Libbs lança curso online sobre medicamentos biossimilares

Capacitação será gratuita, online e dividida em módulos
Última atualização 6 Fevereiro, 2018

Com objetivo de capacitar médicos oncologistas e profissionais de saúde envolvidos no tratamento do câncer, a Libbs, em parceria com o Manual de Oncologia Clínica do Brasil (MOC), desenvolveu um curso básico de especialização sobre biossimilares. Coordenado pelo oncologista Antônio Carlos Buzaid, as vídeo-aulas são online e gratuitas.

Abordando temas como os aspectos farmacoeconômicos e pesquisa clínica dos biossimilares, as aulas serão ministradas por grandes especialistas da área, como a Dra. Maely Retto, presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh), Dr. Everardo Saad, diretor da DENDRIX, Dr. Carlos Barrios, M.D., do Hospital do Câncer Mãe de Deus. Além disso, o curso apresenta uma entrevista exclusiva da Dra. Ana Moro, diretora do laboratório de biofármaco do Instituto Butantan, falando sobre os aspectos regulatórios dos biossimilares e guidelines do FDAEMA e ANVISA.

De acordo com o coordenador do curso, Dr. Antônio C. Buzaid, a iniciativa tem como missão orientar os profissionais envolvidos no tratamento do câncer sobre o que são os biossimilares, quais as vantagens desses medicamentos, como são desenvolvidos e apresentar estudos clínicos para demonstração de comparabilidade, não inferioridade ou superioridade, bem como aspectos regulatórios.

Os medicamentos biossimilares estão se consolidando cada vez mais como uma alternativa efetiva para garantir ampliação do acesso ao tratamento do câncer e doenças autoimunes no Brasil. Para Eduardo Vicentim, gerente de planejamento de marketing da Libbs,  essa iniciativa reforça a preocupação da companhia com a capacitação de profissionais da saúde, para que estejam sempre em linha com o que há de novidade no mercado.

Segundo Dr. Buzaid, embora o biossimilar seja extremamente moderno e eficaz, ainda há falta de informação sobre esse medicamento e quando utilizar. “Esse curso é uma ótima oportunidade de atualização para os especialistas que tratam de doenças como câncer, por exemplo. Essa especialidade necessita de constante atualização de conhecimentos nos tratamentos disponíveis”, finaliza o médico.

Sobre a Libbs Farmacêutica

A Libbs é uma indústria farmacêutica brasileira 100% nacional, que está no mercado há 59 anos e conta com cerca de 2.500 colaboradores. Atualmente, ocupa o 8º lugar no ranking de laboratórios do varejo farmacêutico nacional. A companhia investe 10% de seu faturamento entre P&D e inovação e comercializa cerca de 90 marcas em mais de 200 apresentações de medicamentos, distribuídos nas seguintes especialidades: cardiovascular, ginecologia, oncologia, dermatologia, respiratória, transplantes e sistema nervoso central.

Foi a primeira indústria farmacêutica a implantar o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (rastreabilidade). Recentemente, inaugurou sua unidade de Biotecnologia, responsável pela produção de medicamentos biológicos indicados para tratar câncer e doenças autoimunes, com tecnologia single-use (produção que utiliza biorreatores com bolsas descartáveis). Por entender que tratar da vida vai além de fabricar medicamentos, a empresa também realiza um trabalho de responsabilidade social corporativa com o apoio a projetos educacionais, culturais e esportivos com foco em saúde, educação e qualidade de vida, sempre vinculados à superação de limitações. O seu propósito é contribuir para que as pessoas alcancem uma vida plena e sua aspiração é ser a farmacêutica brasileira mais admirada do mundo.

Mais informações para a imprensa

Hugo Ribeiro
hugo.ribeiro@imagemcorporativa.com.br
(11) 3526-4515

Paula Lopes
paula.lopes@imagemcorporativa.com.br
(11) 3526-4531

Luciane Sarabando
luciane@imagemcorporativa.com.br
(11) 3526-4543

Fonte: Imagem Corporativa

Medicamentos terão um dos menores reajustes de preços dos últimos 13 anos

Conjuntura / 06 Fevereiro 2018

Diante da expectativa de continuidade da inflação baixa, o reajuste anual de preços de medicamentos estimado para 2018 deve ser um dos menores dos últimos 13 anos. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado em 2017 foi de 2,94%. Se não houver nenhuma variação expressiva até março, data em que o índice compõe as fórmulas de reajuste dos medicamentos, as correções de preço também serão baixas.

Desde 2005, o menor índice médio foi de 1,49%, em 2007, seguido por 2,18% em 2012; o IPCA dessas datas foi de 3,02% e 5,85% respectivamente.

– A menos que haja alguma mudança inesperada e expressiva na economia, este ano teremos uma correção de preços de medicamentos muito pequena – afirma o ex-deputado federal (PMDB-RS) e ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Segundo levantamento da entidade, existe uma defasagem na correção do preço dos medicamentos superior a 25 pontos percentuais nos últimos 13 anos. Isso porque o reajuste médio autorizado esteve sempre abaixo da inflação oficial; exceto em 2016, por conta da alta expressiva da energia elétrica e das oscilações da moeda norte-americana.

Os planos de saúde, em contrapartida, registraram aumento médio de 177% nesses anos – índice acima da inflação e bem acima do índice concedido ao setor farmacêutico.

O reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) diz respeito ao preço máximo que pode ser praticado para determinado medicamento, mas a concorrência de mercado acaba resultando na prática de descontos, que chegam a 60% do valor de lista. Como acontece na maioria dos anos, serão divulgados três níveis de reajustes em 2018. Eles são definidos pela concentração de mercado do medicamento. Quanto menor a concentração, situação em que há mais concorrência e descontos, maior o reajuste. É o caso dos genéricos e similares. Já os medicamentos novos, que concentram mais mercado, têm o menor nível de reajuste.

Para calcular os índices, além do IPCA de março, são necessários três fatores – X, Z e Y. O primeiro já foi divulgado e diz respeito à produtividade da indústria. O segundo aponta a concentração de mercado das classes terapêuticas e, portanto, define o enquadramento dos medicamentos nos diferentes níveis de reajuste.

Falta apenas o terceiro fator, o Y, a ser divulgado cerca de 30 dias antes das fórmulas finais. Ele aponta as oscilações do câmbio e a influências no setor de fatores como a energia elétrica. Os valores finais do reajuste devem ser divulgados pela CMED no fim de março.

Genéricos conquistaram maior espaço em 2017

A venda de remédios genéricos cresceu em 2017 acima do setor farmacêutico. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base nos indicadores do IQVIA, a indústria de genéricos fechou 2017 com crescimento de 11,78% no volume de unidades vendidas, na comparação com 2016.

No ano, foram comercializadas 1,2 bilhão de unidades contra 1,1 bilhão no ano anterior. Os genéricos encerraram o ano com 32,46% de participação de mercado em unidades contra 30,70% verificados em 2016.

– São diversos pontos a serem considerados para esse aumento, além do preço mais baixo, a confiança do consumidor foi fator determinante, para afirmar isso temos como base pesquisas realizadas pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (Ifepec), que apresentam que as pessoas já observam os genéricos como uma ótima alternativa – explica Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar).

Com o resultado, se observa que genéricos tiveram uma elevação de seis pontos percentuais acima do mercado farmacêutico total, que registrou expansão de 5,73% no ano passado.

Os dados da pesquisa "Análise do perfil de compra dos consumidores de medicamentos" já projetavam esses resultados por mostrar que a possibilidade de economia sem riscos, proporcionado pelos medicamentos genéricos, está fazendo com que grande parcela da população já considere essa opção na hora da compra.

Segundo a pesquisa o número de brasileiros que consideram essa opção é bastante expressivo, sendo que 37% dos consumidores apontara que adquiriram medicamentos dessa modalidade, outros 32% compraram os de marcas e 31% compraram uma mescla dos dois tipos.

– Os genéricos já venceram uma desconfiança inicial e natural que enfrentaram no mercado e hoje já fazem parte das opções de escolhas dos consumidores, eles possuem um grande potencial competitivo por causa da economia que ele proporciona, sendo que os preços são fundamentais na escolha – analisa Edison Tamascia, que se refere ao fato de que a pesquisa também aponta a prioridade que o consumidor está dando ao preço em relação à marca na hora de adquirir medicamentos.

Segundo a pesquisa, 45% dos consumidores, acabaram comprando produtos diferentes do objetivo inicial e a quase totalidade desses clientes buscavam economia.

– É importante reforçar, porém, que o cliente não está indo contra a indicação médica, mas sim buscando uma alternativa real, sendo que o genérico possui a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem que o medicamento original – complementa Tamascia.

A pesquisa teve como objetivo apurar as características de compras de medicamento dos brasileiros, bem como o tipo de medicamento adquirido, o índice de troca de medicamento e os motivos que levaram a essa troca.

De acordo com o levantamento, dos entrevistados que foram às farmácias 72% adquiriram os medicamentos, contudo, apenas 24% compraram exatamente o que foram comprar, 31% modificou parte da compra e 45% trocaram os medicamentos por vontade própria ou por indicação dos farmacêuticos.

– Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum nos brasileiros que é não ser fiel ao produto que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que o brasileiro se encontra mais preocupado com o bolso.

A pesquisa constatou que 97% dos entrevistados que trocaram de medicamentos compraram uma opção de menor preço.

Foram entrevistados 4 mil consumidores de todos o Brasil que quando esses saíam das farmácias em que estiveram para efetuar a compra.

Blitz recolhe duas toneladas de alimento impróprio e fecha fábrica de gelo clandestina no litoral

Sete estabelecimentos foram fiscalizados em Imbé e Tramandaí

Sete estabelecimentos foram fiscalizados, no litoral Norte, pela Força-Tarefa do Programa Segurança Alimentar, coordenado pelo Ministério Público Estadual. As blitze ocorreram, hoje, em Tramandaí e Imbé. Dois locais sofreram interdição, um deles parcial. Ainda foram recolhidas e inutilizadas cerca de duas toneladas de alimentos impróprios ao consumo.

Os agentes vistoriaram o Açougue Alexmar, a Deopesca Pescados, a Casa de Carnes Fronteirista, o Mercado Dia e o Mercado Milanezi, em Tramandaí, esse último com interdição parcial (padaria). Em Imbé, a equipe fiscalizou o Restaurante e Peixaria Cardoso e uma fábrica de gelo e sucos clandestina, essa última totalmente interditada.

Nos locais, foram encontrados alimentos fora da temperatura adequada e sem procedência, embalagens estragadas, rasgadas e até com teias de aranha. Produtos fora do prazo de validade também foram identificados pelos agentes. Em alguns estabelecimentos havia frutas podres, com moscas e até baratas circulando, além de problemas de infraestrutura e falta de higiene.

Supermercados adotam estratégias aliadas à tecnologia na redução do índice de ruptura

– 06/02/2018

Sabe aquele produto que o cliente procurou na gôndola e não encontrou? Sim, uns sabem, mas a maioria não. É que o cliente saiu, sutilmente e insatisfeito, e foi procurar outra loja. Essa falta pode representar a perda de uma venda que nunca mais será recuperada. Ou pior ainda, até a perda daquele cliente também.

A falta de produtos, tecnicamente chamada de “ruptura”, é uma forma evitável de perdas nas empresas. No entanto, ainda persiste. Não há um percentual de quanto ela representa nas perdas gerais do setor. Na 17ª avaliação de perdas, principal pesquisa nacional sobre o assunto, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) inclui a ruptura no grupo de “Quebras Operacionais” que somam 8,9% no total geral das causas de perdas.

Segundo pesquisa da Neogrid, consultoria especializada em ruptura no varejo, o índice de falta de produtos diminuiu no primeiro semestre de 2017. Porém, ainda está longe daquele tido como aceitável. Em janeiro, estava em 11,68% e caiu para 10% nos meses de junho, julho e agosto. Um número considerado alto, levando-se em conta que nos anos áureos do consumo no País, por volta de 2003 a 2013, a ruptura ficava na casa dos 8%. O que ainda é bastante elevado segundo o vice-presidente de Operações da Neogrid, Robson Munhoz. Para ele, esse número deveria ficar entre 2% e 3%, “porque zero é muito difícil”, mas abaixo de 5% já seria aceitável.

Carrinho abandonado

Um estudo desenvolvido pela Totvs, empresa especializada em softwares para gestão do varejo, revela um dado ainda mais danoso trazido pela ruptura. Quase 40% dos consumidores podem abandonar a compra inteira se não encontrarem algum produto que procuram. Já 32% deles trocam de loja, para adquirir aquele item, em vez de levar um produto substituto.

Hoje na indústria, mas com a expertise de quem já esteve tanto em grande indústrias quanto no setor supermercadista, Zanone Campos assegura que 80% das causas de carrinhos abandonados na loja são porque o consumidor não encontrou algum produto. “O carrinho abandonado, você pode ter certeza, é por causa da ruptura”.

Para ele, a falta de produto é o maior inimigo do supermercado e da indústria, porque ela é silenciosa e vai roubando espaços. Se a indústria deixar de entregar duas vezes, o supermercado tira aquele produto de linha e põe outro similar. “É uma perda para os três lados: o cliente que não encontra o produto; para a indústria que produz e o mercado não compra e para o supermercado que compra, mas a indústria não entrega. É o perde-perde”, disse.

Na opinião de Campos, a pior ruptura e aquela que ocorre por mais de um dia, porque o cliente pode ir num primeiro dia e, não encontrando, volta no outro dia, mas, não achando o produto, ele desiste da loja.

Fatores

Segundo Munhoz, da Neogrid, a ruptura se dá pela somatória de fatores, e alguns hábitos e ações impulsionados pela crise econômica que fizeram com que o varejo ficasse mais receoso em comprar, tentasse acertar melhor a previsão das vendas para não faltar ou não sobrar produto.

Fez também com que o consumidor mudasse seus hábitos. “Grana curta, por exemplo, levou o consumidor a comer menos fora do lar, então começa a ter a ida ao supermercado, ele está comprando mais, está mudando hábito”. A reviravolta na demanda, que o varejista não esperava pelo momento de crise, e as mudanças para produtos de menor preço trouxeram esse desajuste no estoque.

É importante ressaltar que não se trata de desabastecimento no setor, ou de falta de fornecedores, mas de problemas operacionais ou ajustes no mix. Muitas vezes, o produto está no estoque, mas não é colocado na gôndola.

Outro fator, segundo Munhoz, é a retirada do promotor de vendas da loja, porque estava vendendo menos, e sem o promotor na loja não tem a pessoa que tira o produto do estoque e coloca na gôndola. “Você tem uma ruptura de gôndola, mas o produto efetivamente está lá no estoque da loja, então tem um pouco de todas essas coisas que contribuem para esse número tão alto de ruptura acima de 10%”, detalha.

Reposição eficaz

Para o consultor em supermercados Alfredo Albiéri instrutor do curso de Reposição Eficaz de Mercadoria, oferecido pela Associação Mineira de Supermercados (AMIS), a ruptura vai além da falta de produto para um único cliente. É que este conta para um segundo que já não vai à loja, e repassa a informação para um terceiro e, de repente, espalha-se a notícia (falsa) de que o supermercado está fechando por desabastecimento.

“Ruptura constitui um grande problema, mas não é difícil resolver. Basta implementar a rotina de curva ABC de estoque e curva de demanda de produto nas gôndolas. Com isso o empresário consegue controlar a ruptura de acordo com a demanda do cliente”, informa.

Segundo ele, de uma forma geral não há um produto com mais ou com menos ruptura. Normalmente os mais controlados como padaria e açougue conseguem ter menos falta. Mas as seções puramente do autosserviço, onde o repositor passa poucas vezes, “se não houver um controle mais efetivo, uma rotina, vai haver falta de mercadoria na gôndola”.

Para Munhoz, da Neogrid, são “duas ou três coisas” relevantes para evitar rupturas, mas a principal delas é a colaboração entre o varejo e o fornecedor, seja ele a indústria ou o distribuidor. “Se o varejista faz as ações isoladas, só da sua parte, e não traz para a mesa o seu fornecedor, o erro pode ser maior. A ação colaborativa tem menos chance de errar. Então esse é um ponto”.

Busca pela solução

A Totvs vem tentando ligar os caminhos para melhorar a logística entre a indústria e varejo. A empresa possui um departamento de Supermercado e dispõe de softwares para a gestão de estoques no setor. Recentemente, publicou um guia (que pode ser baixado no site da empresa – http://totvs.com/supermercado), listando alguns pontos que, se seguidos, podem ajudar na diminuição de rupturas.

Para Zanone Campos, a ruptura pode ser evitada com o uso de software já disponíveis no mercado. “A primeira coisa é ter um programa de gestão de estoque, que dê informação diária de como está a situação, e que estabeleça um volume mínimo que a gente pode chamar de volume de segurança e não deixar acabar” opina. Outra coisa, disse ele, é o comprador acompanhar o relatório, e o vendedor fazer as visitas. Mas “tem de ter controle, incentivo e punição”.

“O grande culpado é a falta de entendimento entre os dois. O dia em que todos tiverem a consciência de que nós só temos um patrão, que é o consumidor, todo mundo vai preocupar com ele. E outra coisa: se está em linha tem que estar na loja, a indústria tem que entregar”, disse Campos. “É importante salientar que só haverá avanço no término das rupturas, quando todos, indústria, varejo e serviços, estiverem trabalhando juntos na solução dos problemas”, complementa Rodrigo Nametala, do Grupo Nonna.