Biossimilar para tratamento do câncer de mama chega este mês ao Brasil
| SAÚDE | Medicamento autorizado pela Anvisa deve baratear os custos do combate ao tipo mais agressivo da doença
01:30 | 10/03/2018
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o laboratório paulista Libbs a fabricar um medicamento biossimilar para tratamento do câncer de mama. Vendido pelo nome de marca Zedora, o princípio ativo trastuzumabe chega ao País ainda em março.
A dosagem da droga tem o valor de cerca de R$ 4 mil, enquanto o produto importado custa em torno de R$ 12 mil. Ela atua contra o tumor do tipo mais agressivo, o HERS2+, que responde por 20% dos casos da doença — costuma atingir mulheres mais jovens e demanda tempo para ser diagnosticado. A produção vai melhorar o acesso ao tratamento para milhares de mulheres em todo o País, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Markus Gifoni.&nsbp;
A chegada dos biossimilares (..) possibilita e muito a diminuição dos custos"
MARKUS GIFONI Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
“A chegada dos biossimilares de medicamentos de alto custo e de alta tecnologia dos remédios de referência possibilita e muito a diminuição dos custos”, avisa o oncologista durante o Breast Cancer Weekend. A nona edição do evento reúne, no hotel Gran Mareiro, na Praia do Futuro, os principais pesquisadores nacionais e internacionais sobre o câncer de mama.
Diferente dos genéricos, os biossimilares não são produzidos a partir das mesmas substâncias que os originais. No entanto, feito a partir de micro-organismos, eles apresentam como resultado final a mesma substância e o mesmo resultado. Os biossimilares já chegaram aos países da Europa e, somente a partir de 2016, as discussões sobre o tema aterrissaram no Brasil. Com a oportunidade de fabricação do biossimilar do trastuzumabe, a possibilidade de tratamento adequado e de cura deve aumentar substancialmente, inclusive para as mulheres de baixa renda. “Infelizmente, no Sistema Único de Saúde (SUS), uma mulher demora para saber que está com câncer e tem uma fila de seis meses para iniciar o tratamento”, avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o médico Antônio Frasson, cirurgião de mama e mastologista do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O Zedora, segundo o laboratório, estará disponível ao SUS e à rede privada e deve ser coberto por planos de saúde.
Pela primeira vez, segundo informa o médico, está sendo discutido o acesso ao tratamento de alta tecnologia para pacientes da rede pública. “Estamos vivendo um momento de renovação em relação ao câncer de mama para permitir o acesso das pessoas a um tratamento precoce e eficaz”.
PROGRAMAÇÃO
8 horas – Mesa redonda: Altos riscos para câncer de mama 9h05min – Mesa redonda: Carcinoma lobular invasivo 11h30min – Mesa redonda: A vida após o tratamento oncológico 13h30min – Mesa redonda: Minimizando o tratamento 14h35min – Conferência Postmastehctomy radiotherapy: an guideline update, com o médico Abram Recht (EUA) 15h20min – Mesa redonda: Doença avançada 16h30min – Os principais "papers" de San Antonio 2017
TRASTU-ZUMABE
É uma das drogas mais avançadas no tratamento do câncer de mama, promovendo uma terapia alvo (atinge exclusivamente as células doentes, preservando as sadias).