Congresso apresenta novos medicamentos

Millena Grigoleti
Guilherme Baffi 9/3/2018

Dois medicamentos que podem ser importantes aliados no tratamento do câncer estão sendo apresentados no Encontro de Cancerologia do Interior Paulista e Simpósio de Mastologia, Oncologia e Imaginologia Mamária, que acontece até este sábado, 10, no Centro de Convenções da Famerp. O evento é organizado pela Funfarme/Hospital de Base.

O diferencial dos medicamentos são os poucos efeitos colaterais. "Bem mais brandos, não cai cabelo, não vomita, não cai imunidade, é bem menos tóxico", explica Gustavo Girotto, organizador do encontro e oncologista do Hospital de Base.

O pertuzumab funciona como uma chave que fecha a porta do câncer. "Ele aumentou a taxa de cura do câncer de mama de alto risco, é uma nova droga que está incorporada ao arsenal de quimioterapia no tratamento de câncer de mama localizado", fala Girotto.

A substância deve ser disponibilizada ainda no primeiro semestre de 2018 aos usuários do SUS para tratamento de tumores de mama com metástase (quando a neoplasia já se espalhou para outros locais do corpo além do original). De acordo com Gustavo, pesquisas apontam que o pertuzumab pode ser administrado também em cânceres que não se espalharam pelo corpo, mas por enquanto essa não é uma indicação do SUS.

O outro composto cuja ação foi debatida no evento é o nivolumabe. "É como se a gente desse uma espada para as nossas células de defesa e elas conseguissem reconhecer e agredir o tumor, consequentemente estabilizando e controlando a longo prazo", afirma. O medicamento foi liberado pela Anvisa para doença incurável e metastática de cabeça e pescoço, mas apenas para os usuários da rede privada. Para ir para o SUS, precisa da recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).

Para chegar à aprovação das substâncias foram necessários diversos estudos. "Mundiais, que inclusive alguns nós temos disponíveis no Centro Integrado de Pesquisas do Hospital de Base para uso e convite de pacientes que tenham indicação. São 68 estudos nos mais diversos tipos de neoplasia e nos mais diversos cenários, tanto doença curável quanto incurável", fala.

A empresária Dulce Helena Augusto da Silva, de 56 anos, teve dois tumores. O primeiro foi diagnosticado em 2016 na mama direita e ela precisou fazer quimioterapia. "Cabelo caiu tudo. A quimioterapia já te dá depressão, você vai perdendo a força", afirma.

Dulce diz que ficou feliz quando soube que havia medicamentos com menos efeitos adversos entrando no mercado. "Fiquei muito feliz, era o que eu mais queria porque o mais doloroso é a quimioterapia. Não sei nem explicar o quanto é ruim, parece que tem outro corpo dentro da gente", diz ela.

Em 2017, ela teve outro tumor diagnosticado, mas mais brando. Fez cirurgia de retirada das mamas e também de reconstrução e agora faz tratamento de manutenção.

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