Instituto desviava dinheiro público na compra de remédios superfaturados, diz procurador

Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas nesta quarta-feira, sobre o esquema de desvio de dinheiro público da Maus Caminhos

quarta-feira 3 de maio de 2017 – 6:15 PM

Álisson Castro / portal@d24am.com

Manaus – O procurador da República Alexandre Jabur afirmou, na tarde de hoje (3), que os acusados na Operação Maus Caminhos desviavam dinheiro público por meio de compras de remédios e superfaturamento de preços. “A organização criminosa tinha como propósito desviar recursos públicos e, uma das formas de desvios era, justamente, dar aparência de que teriam sido fornecidos mais medicamentos em quantidade superior e por um preço superior ao de mercado. Isto gerava uma gordura que era passível de ser desviada”, afirmou.

A declaração de Jabur foi feita após o depoimento de quatro testemunhas de acusação, realizadas hoje, na Justiça Federal do Amazonas. Foram ouvidos no período da tarde a ex-funcionária do Instituto Novos Caminhos que atuava na UPA Campos Sales Fabíola Cardoso Gomes; os funcionários que atuavam na Centro de Distribuição da empresa Salvare Flávia Ferreira Feio e Jackson Aguiar Ribeiro; além do ex-gerente administrativo do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) Paulo César Almeida de Souza.

De acordo com a Fabíola, foi verificado que um cloridrato, usado em média quatro frascos por mês, foi registrado em uma nota fiscal com a aquisição de quatro mil frascos.

Para o procurador, os depoimentos confirmam as denúncias do Ministério Público Federal (MPF). “Estas testemunhas mostram que as notas fiscais eram geradas por pessoas que tinham a possibilidade de alterá-las. É difícil dizer que uma testemunha foi decisiva, na verdade, o mais importante, é o conjunto probatório, e este conjunto, desde o primeiro dia até hoje vêm se tornando cada diz mais robusto, ao nosso modo de ver”, afirmou.

A advogada de defesa do médico Mouhamed Moustafa, Simone Guerra, afirmou que as declarações são inconsistentes. “A impressão que temos é que nenhuma testemunha ouvida hoje conseguiu demonstrar qualquer relação com Mouhamad ou Priscila (Marcolino) nesta organização”, disse.

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