Pacientes reclamam da falta de remédios de alto custo na rede
Medicamentos fornecidos pela farmácia judicial têm atrasado desde janeiro
Adriana Brumer Lourencini
adriana@tribunadeindaia.com.br
Na semana passada, um morador do Jardim Renata procurou a Tribuna para relatar o problema da falta de medicamentos na Farmácia Popular. Os remédios são para a mãe dele, de 82 anos, e os atrasos têm sido recorrentes desde janeiro deste ano.
Segundo João Camargo, sua mãe necessita de três tipos diferentes de medicamentos, e destes, dois não estão vindo. "Ela necessita da insulina lantus (um tipo especial de insulina), porém, este tem chegado sem problemas. Além deste, há o cloridrato de memantina e o Galvus 50", completa.
Ele explica ainda que conseguiu os remédios para a idosa por meio da Justiça, no ano passado; no entanto, a partir de janeiro o fornecimento tem estado prejudicado. "Há cerca de um ano minha mãe precisou desses remédios, mas a farmácia da Rua Regente Feijó não tinha nenhum deles. Então, conversando com uma amiga, ela me orientou a procurar o juizado de pequenas causas. Feito isso, após uma semana o juiz concedeu o pedido e minha mãe passou a receber os remédios pela farmácia da Prefeitura", conta João.
Ele pega a medicação todo início do mês, porém, os produtos referentes a abril ainda não chegaram, tampouco as caixas fornecidas em maio."Ela não pode ficar sem os remédios e já tive de comprar mais de uma vez. Só o Galvus custa R$ 198, e o cloridrato de memantina não sai por menos de R$ 70", revela.
"A pessoa da farmácia judicial da Prefeitura me falou que há outras pessoas que também estão sem receber esses remédios, e que o problema está no fornecedor mesmo", acrescenta João.
A dona de casa Maria Lúcia O. Nascimento comenta que o marido descobriu recentemente que sofre de diabetes, e que vai precisar do medicamento de alto custo. "Ainda não demos entrada nos papeis, mas já ficamos sabendo que está em falta. A primeira caixa nossos filhos vão ajudar a comprar; mas, é muito caro e ainda não sei como iremos fazer se o governo não tiver", questiona.
Licitação
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou, via assessoria, que ambas as medicações estão em falta e, por isso, o fornecedor pediu o cancelamento do contrato. Os remédios são adquiridos por meio de licitação e, em virtude da situação, a Saúde, junto à Secretaria de Negócios Jurídicos do município estão tomando as providências cabíveis para regularizar o fornecimento – e para isso, já está em andamento uma nova licitação.
O Galvus 50 miligramas (mg) é indicado para diabéticos, especificamente o mellitus tipo 2, e tem como ativo a substância vildagliptina. Após contato com o laboratório Novartis, fabricante do medicamento, a reportagem foi informada que a comercialização do Galvus 50 mg está normal, e que o remédio está disponível em caixas com 14, 28 e 56 comprimidos.
Já o cloridrato de memantina, produzito pela Apsen Farmacêutica, é destinado a pacientes com a doença de Alzheimer. Para obtenção de maior benefício do medicamento, o mesmo deve ser administrado todos os dias. Segundo a Apsen, a memantina também continua sendo produzida e comercializada normalmente.
Entretanto, a Apsen salientou que não existe qualquer solicitação do município para a aquisição da memantina; já a atendente do Novartis não informou sobre a existência de licitação, tampouco se houve compras do Galvus 50 mg efetuadas de Indaiatuba.
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