Sem farmacêuticos, postos de saúde têm suas farmácias fechadas em Paranaguá
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Sugestão de legenda: UBS da Vila Garcia atendia mais de 10 bairros até início do ano. Foto/Rádio Ilha do Mel
Inicialmente concentrada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), as farmácias que garantiam a entrega de medicamentos na Rede Municipal de Saúde foram fechadas nos postos de saúde de Paranaguá, diante da falta de farmacêuticos, profissional exigido pelo Ministério da Saúde, em todo o país.
Com o problema persistindo na atual gestão do prefeito Marcelo Roque (PV), o fornecimento do medicamento agora é feito em apenas seis pontos da cidade.
Na época da mudança, a administração municipal justificou que a alteração dos locais iria ocorrer porque em novembro do ano passado o Conselho Regional de Farmácia (CRF) multou a Prefeitura por não manter farmacêutico nos pontos de dispensação, o que vai contra a legislação vigente.
Desde então, a população está sendo atendida pelos serviços da farmácia municipal somente nas unidades de Alexandra (Posto de Saúde Elias Borges Neto), Ilha dos Valadares (Rodrigo Gomes), Serraria do Rocha (Domingos Lopes do Rosário), além da sede da Semsap (prédio da antiga maternidade, na Avenida Gabriel de Lara), unidade “Balduína Andrade Lobo” (Dona Baduca) e no Centro Municipal de Especialidades (Hospital João Paulo II).
De acordo com o Secretário Municipal de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique Oliveira, em depoimento dias antes da decisão, um teste seletivo seria feito para o chamamento de mais farmacêuticos com o intuito de o município adequar-se às exigências do Conselho. “Estamos trabalhando em parceria com a Procuradoria Geral do Município para criação da Fundação Municipal de Saúde, para que se possibilite a contratação necessária da demanda sem onerar o índice da folha de pagamento”, explicou.
Porém, passados quase seis meses, nenhum teste seletivo foi realizado para a contratação de novos profissionais. Além disso, a Fundação Municipal de Saúde ainda não saiu do papel.
Mudanças foram desaprovadas
Um dos casos mais emblemáticos das alterações nos locais da distribuição de medicamentos diz respeito à Unidade Básica de Saúde da Vila Garcia, onde reside o presidente da Câmara Municipal, Marquinhos Roque (PMDB), irmão do prefeito.
Até janeiro, o espaço era responsável por concentrar a demanda não só do bairro, mas de outros adjacentes, como Jardim Esperança, Vale do Sol, Jardim Paraná, Jardim Esperança, Ouro Fino, Jardim Paranaguá, Porto Seguro, Conjunto Cominese, Bertioga e Parque Agari. Agora, os pacientes precisam se deslocar ao menos cinco quilômetros para fazer a retirada dos remédios, neste caso, no Centro Municipal de Especialidades do Hospital João Paulo II. De acordo com uma moradora do bairro Ouro Fino que não quis se identificar, a alteração não trouxe benefícios.
“Antes buscava meus remédios e os da minha mãe na Vila Garcia. Agora preciso ir de bicicleta ou de ônibus até o João Paulo II apenas para retirá-los. Ficou muito contramão. Minha mãe é debilitada e não pode sair de casa. Eu trabalho o dia todo. Fica muito contramão. Ao invés de ajudar, nos prejudicou ainda mais”, disparou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção, os pacientes que necessitam dos medicamentos devem dirigir-se até estes pontos de segunda a sexta-feira, das 08h às 18h.
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