Mel Santa Bárbara tem novos projetos

Maior entreposto de mel do Estado, empresa mineira vai produzir alimentos funcionais

Helenice Laguardia

Tudo começou no sítio de um tio, no início da década de 80, em Santa Bárbara (MG), quando o estudante de ciências contábeis José Renato Fonseca Oliveira, 57, começou a mexer com apicultura. “Depois de um ano, vi que era um ótimo negócio e resolvi me dedicar”, conta o fundador da Mel Santa Bárbara, que trancou a faculdade no 4º período em Belo Horizonte e largou o emprego num escritório de contabilidade da capital. No Estado, a Santa Barbara é o maior entreposto de mel do Estado, segundo a Receita Estadual.

Com um investimento inicial equivalente a R$ 10 mil, Oliveira começou com sete colmeias e apurando o mel na cozinha da mãe Tereza. Depois, apareceram outros apicultores na cidade e ele montou uma associação para beneficiar o mel, e dois anos depois, adquiriu um terreno e construiu a sala para apuração do mel. “Com o passar dos anos, eu vi que tinha dificuldade para vender o mel em tambores e baldes, então resolvi montar um entreposto de mel que eu inaugurei em 1998”, lembra.

Alimentos funcionais. Com cerca de cinco toneladas de mel produzidas por semana, são mais de 90 SKUs (tipos de produtos) entre o mel em recipientes de vários tamanhos desde 250 grs até 1,4 kg para o varejo, além de baldes de 25 kg para atender as indústrias. Numa área construída de 1.600 metros quadrados num terreno de 2.600 m², a Santa Bárbara tem 50 funcionários, além de 300 parceiros apicultores que fornecem, por ano, em torno de 370 toneladas de mel.

Agora, depois de 35 anos de mercado, a marca Santa Bárbara vai produzir alimentos funcionais – ideia da filha e gerente administrativa Júlia Mackllani, 26 – que o pai aceitou investir. “Temos que diversificar para manter a marca consolidada no mercado”, defende Oliveira.

Júlia, que trabalha no negócio da família há um ano e meio, também inseriu o mel orgânico na linha de produtos devido à demanda do mercado. Agora, ela comanda o novo projeto. “Queremos expandir a linha para alimentos funcionais (farinhas, shakes, aumentar os encapsulados e produtos integrais). Estamos desenvolvendo esses produtos aqui mesmo. Atualmente, o projeto está em andamento na Anvisa”, explica a administradora de empresas.

Para o mercado de alimentos funcionais, novos maquinários estão sendo adquiridos, além da construção de um prédio anexo, a partir deste ano, para ficar pronto nos próximos três anos.

Diferencial

Sabor. A florada em Santa Bárbara faz o sabor do mel ser mais agradável, além da coloração que tem mais aceitação ante outras regiões. É a mistura de eucalipto com a florada silvestre de matas como a Mata Atlântica.

Retomada da economia poderá gerar mais negócios

Com presença em mais de 3.000 pontos de vendas, o Mel Santa Bárbara está em redes de padarias, supermercados, farmácias, sacolões e lojas de produtos saudáveis. “Estamos nas maiores redes de supermercados e farmácias: Drogaria Araujo é uma delas. Estamos também no Verdemar, Super Nosso, Mart Minas, Epa, Supermercados BH, Bahamas, Bretas e mais de 40 lojas no Mercado Central de Belo Horizonte”, enumera a gerente administrativa da empresa, Júlia Mackllani. Além disso, os produtos são vendidos na loja virtual melsantabarbara.com.br.

Além da abertura de novas lojas das redes de supermercados levando a um aumento no fornecimento, Júlia também acredita na recuperação econômica do país para impulsionar as vendas. “Como o mel não é um produto necessariamente de primeira necessidade, acredito que este ano vai ser melhor com a população recuperando a renda para comprar mais”, espera a executiva.

Para o fundador da Santa Bárbara, José Renato Fonseca, tem muito espaço para crescer no mercado interno e externo. “O mercado é aberto para exportação de mel em tambores. Não temos interesse. Queremos vender o mel fracionado com nossa marca (para outros países)”, explica o empresário.

A negociação atual, segundo Fonseca, é com uma grande rede dos Estados Unidos, o que deve sair ainda neste ano.

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