GPA mudará Extra após retração no trimestre
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou um plano para modificar lojas da rede de supermercados sob a bandeira Extra. Em sua divulgação de vendas do primeiro trimestre de 2018, a companhia aponta que a rede registrou recuo de 7% nas vendas brutas na comparação interanual.
Atualmente bandeira Extra possui 187 supermercados e, segundo o GPA, um projeto piloto vai converter 20 lojas “a um modelo mais aderente ao perfil do público-alvo”.
O projeto “está em fase final de definição”, disse a empresa na divulgação dos resultados na sexta-feira. A varejista também confirmou o fechamento de uma unidade do Extra Supermercados entre janeiro e março.
Além dos supermercados, a bandeira Extra soma 113 hipermercados, lojas de maior porte. Nesses pontos de maior área de vendas o resultado do primeiro trimestre foi menos negativo: houve queda de 5,6% na receita bruta sobre um ano antes. O GPA apresentou dados para o desempenho de suas diferentes bandeiras de loja e destacou que, no primeiro trimestre, houve impactos negativos em razão do incêndio no centro de distribuição da companhia em dezembro do ano passado.
Ajustadas para o impacto do incêndio e por efeitos de calendário relacionados à Páscoa, as vendas da rede de supermercados Extra mostram desempenho abaixo das outras bandeiras do GPA.
O indicador ajustado de vendas mesmas lojas – índice que leva em conta apenas pontos de venda abertos há mais de um ano – ficou negativo em 3,2% no Extra Supermercados no primeiro trimestre de 2018. Esse mesmo índice foi positivo em 2,1% nos hipermercados e houve ainda alta de 1,2% na bandeira Pão de Açúcar.
Outros números
As vendas totais líquidas do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no primeiro trimestre cresceram 7,5% na comparação anual, para R$ 11,343 bilhões, resultado impulsionado pelo forte desempenho da bandeira Assaí. Foi o resultado da bandeira de atacarejo que também amorteceu o impacto da deflação dos alimentos nas lojas das marcas Extra e Pão de Açúcar.
No conceito mesmas lojas, o crescimento da receita líquida total com vendas foi de 4,4% em relação ao primeiro trimestre de 2017 considerando o efeito calendário (Páscoa e um sábado a mais) e de 2,4% com efeito sazonal.
No atacarejo, o faturamento líquido do Assaí subiu 25,2% na mesma comparação, para R$ 5,058 bilhões, impulsionado pela abertura de 20 lojas e pelo crescimento de mais de 9% das vendas mesmas lojas excluindo o efeito calendário. “A bandeira segue capturando os efeitos da assertiva estratégia, superando por mais um trimestre 12% de crescimento ‘mesmas lojas’ de volume e 8% de clientes”, informava o GPA em comunicado ao mercado.
Guerra pela liderança
A queda de braço pelo topo do varejo alimentar brasileiro ganhou mais um caldo com o resultado do GPA. O grupo também francês Carrefour havia ultrapassado o GPA no último trimestre do ano passado, em volume de vendas, mas o resultado do primeiro trimestre deste ano pode ter mudado novamente o ranking.
O principal motivo para que o volume de vendas do GPA tenha ultrapassado o do Carrefour no período está atrelado ao bom desempenho do Assaí. Os desafios para as duas varejistas este ano, no entanto, são os mesmos: o peso na deflação dos alimentos.
Para analistas do BTG Pactual e do JPMorgan a tendência para o ano é que o valor dos preços continuem assombrando os empresários do varejo alimentar.
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