A montanha russa das vendas nos supermercados
Segundo dados do IPCA, o desempenho foi fraco em março em relação ao ano passado, mas cresceu 5,11% a fevereiro
25/04/2017 09:25:00
O desempenho de vendas do setor supermercadista catarinense recuou em março de 2017 no comparativo com o mesmo mês de 2016, com (-1,03%), em compensação reagiu positivamente em relação a fevereiro, crescendo 5,11%. Esse resultado manteve o acumulado nos três primeiros meses do ano na faixa negativa, com (-1,06%). Os índices foram apurados na pesquisa mensal do Termômetro de Vendas, realizada pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats). Os dados já foram deflacionados pelo IPCA. Participaram da pesquisa empresas de todos os portes e regiões catarinenses.
O presidente Executivo da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, acredita que o resultado possa ter sido influenciado pela sazonalidade da Páscoa, que aconteceu no mês de março em 2016 e foi celebrada no mês de abril este ano. “Esta data comemorativa costuma ter muito peso no resultado de vendas dos supermercados”, afirma o dirigente.
Fazendo a análise pelo plano conjuntural, Lopes interpreta o resultado como reflexo das incertezas projetadas pelo cenário econômico no momento, que provocam oscilações nos níveis de consumo, repetindo o que já aconteceu no ano passado.
Crise política
"A percepção é que a crise política continua a interferir em todos os setores da Sociedade, tanto na motivação de consumo como no planejamento dos investimentos de longo prazo. Esse cenário atual, a nosso ver, prejudica bastante o desempenho geral da economia e tem como principal consequência esse ritmo de oscilações, uma hora fica favorável, outra hora recua, é do momento. Mas o País não pode parar, temos que trabalhar. Agora, Governo e o Congresso precisam fazer a sua parte”, afirma.
Nessa questão das reformas estruturais a que o dirigente se refere é que o setor supermercadista não demonstra muito entusiasmo. Na pesquisa mensal do termômetro, a Acats também sondou os empresários sobre a expectativa em relação aos resultados da tramitação no Congresso dos projetos de reforma da previdência e relações trabalhistas.
Na opinião da maioria dos empresários, 68,75%, o texto a ser aprovado em cada projeto receberá muitas emendas e poderá comprometer o objetivo inicial de redução do déficit. Já para 18,75% dos entrevistados, o Governo conseguirá seu objetivo com impacto positivo para redução do déficit ainda este ano. Um contingente de 12,5% foi mais pessimista, indicou que tem expectativa que o Governo não conseguirá aprovar as reformas este ano.
Conjuntura
O setor supermercadista também manifesta cautela em relação à retomada do crescimento econômico após a divulgação de mais um resultado negativo do PIB, de 3,6%. Para 72% dos empresários que participam da pesquisa do Termômetro de Vendas, a economia só voltará a crescer em 2018, embora 22% acreditam que existam condições para que isso aconteça ainda este ano.
Um contingente mais restrito, 5%, acha que a recessão econômica tem espaço para ser ainda mais aguda. A pesquisa foi feita na segunda quinzena de março deste ano.
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