Rede está sem remédio psiquiátrico que pode provocar crise de abstinência

Clonazepam, conhecido popularmente como Rivotril, pode ser receitado a pacientes com ansiedade intensa e convulsões

Mayara Bueno

Está em falta na rede pública de saúde de Campo Grande o Clonazepam, o Rivotril, como é popularmente conhecido um dos remédios utilizados para tratamento psiquiátrico. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou a falta e disse que o processo de compra ainda vai levar pelo menos 30 dias para ser concluído.

O remédio é um dos medicamentos utilizados em tratamento de pacientes que têm intensa ansiedade, transtorno de humor e convulsões, conforme o psiquiatra Marcos Estevão Moura. Quando está disponível, o medicamento é oferecido gratuitamente em toda rede pública de saúde, conforme prescrição médica. 

A secretaria de Saúde não informou quantos medicamentos serão adquiridos no atual processo de compra e que o estoque já estava baixo desde o fim de julho, sendo zerado há 20 dias. A reportagem ligou para uma Unidade Básica de Saúde de Campo Grande, que afirmou que o medicamento está em falta há um mês.

De acordo com o psiquiatra, para o paciente que faz tratamento com o medicamento, a falta dele pode agravar seu quadro e ainda gerar novos transtornos. Além disso, o profissional expõe o que chamou de descaso com saúde mental.

"Tem outros medicamentos que poderiam ser substituídos parcialmente pelo Clonazepam. O problema é a gravidade e descaso com a saúde mental. A falta dele pode trazer sérios problemas, como gerar síndrome de abstinência e convulsões até em pacientes que não têm este quadro".

O remédio custa em média, conforme contato da reportagem com uma farmácia, R$ 20. "Não chega a ser caro, mas para pacientes que ás vezes não têm para o passe de ônibus, sim". Se não houver nenhum impedimento na licitação, a previsão é que as unidades sejam abastecidas com o Clonazepan no próximo mês, afirmou a secretaria de Saúde por meio de nota.

Cássio cobra entrega de medicamentos para doenças raras

30/10/2017 às 22:51
Fonte: Agência Senado

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) fez um apelo em Plenário na ultima terça-feira (24) para que o Senado exija do Ministério da Saúde providências urgentes para restabelecer o fornecimento dos remédios para tratamento de doenças raras. Cássio estava na companhia de Patrick Dorneles, portador de MPS e ativista na luta dos portadores de doenças raras no Brasil.

– A luta de Patrick é em nome de milhões de brasileiros que estão sofrendo com a falta de medicamento. Já fizemos inúmeros apelos ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o fato é que as pessoas estão tendo seu estado de saúde agravado, pessoas estão morrendo – alertou.

O senador informou que, em seu estado, a Paraíba, já ocorreram duas mortes nos últimos dias por falta de medicamento – uma na capital João Pessoa e outra em Congo. E que Patrick e o grupo de representantes dos portadores de doenças raras estiveram com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, para tratar de uma ação que tramita no STF sobre a questão.

– Fica o apelo para que usemos a nossa força política, usemos a nossa capacidade de ação política, a nossa mobilização para salvar vidas, vidas que já se foram, sentenças de mortes que estão sendo assinadas diariamente neste país – declarou.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou que a questão não está sendo ignorada no Senado. A Subcomissão Especial Sobre Doenças Raras, criada no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), está produzindo uma legislação específica para tratamentos de doenças raras. Além disso, a própria comissão destinou uma de suas quatro emendas orçamentárias para que o Ministério da Saúde arque com as despesas com medicamentos para essas doenças.

– É claro que o caso dele [Patrick] é urgente e que nós precisamos ter uma ação também urgente. Mas eu queria dar o testemunho de que isso não está sendo ignorado e que nós estamos tratando com a maior responsabilidade essa questão das doenças raras – disso Moka, convidando os senadores a também participarem da subcomissão.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reconheceu que a questão é suprapartidária e pediu ao senador que marcasse uma reunião com o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

– Eu quero ir como líder do PT, mas seria uma postura de um Senado unido, lutando por uma causa tão importante – reforçou.

Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também concordaram com a necessidade de uma ação do Congresso nesta questão.

Nova chefe da área de medicamentos da OMS propõe parcerias para maior acesso a remédios

Publicado em 27/10/2017 Atualizado em 27/10/2017

Vontade política e parcerias para novas ações públicas podem tornar os medicamentos acessíveis a quem precisa. Esta é a proposta da nova diretora-geral assistente para acesso a medicamentos, vacinas e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a brasileira Mariângela Simão.

Em entrevista à ONU News, em Genebra, na Suíça, ela explica que há diversas maneiras de implementar acordos para uma distribuição mais justa de fármacos.

Vontade política e parcerias para novas ações públicas podem tornar os medicamentos acessíveis a quem precisa. Esta é a proposta da nova diretora-geral assistente para acesso a medicamentos, vacinas e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a brasileira Mariângela Simão.

Em entrevista à ONU News, em Genebra, na Suíça, ela explica que há diversas maneiras de implementar acordos para uma distribuição mais justa de fármacos.

“Pode ser por meio de mecanismos internacionais de acordo, que se chama Acordo Trips, uma resolução do comércio em relação à propriedade intelectual e saúde pública. Além disso, mecanismos como a licença compulsória que o Brasil fez em 2007, e que a Malásia fez recentemente para o medicamento da hepatite C. Então, há vários fatores que implicam em uma melhoria, porque causam impactos no preço.”

Mariângela, que assumirá o posto em 1º de novembro, atuava como diretora do Departamento de Direitos, Gênero, Prevenção e Mobilização Comunitária do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), onde ajudou a fortalecer as políticas de promoção de genéricos.

Antes de chegar a Genebra, a médica trabalhou no Ministério da Saúde do Brasil na área de HIV/Aids promovendo acesso universal no Sistema Único de Saúde (SUS) a pacientes soropositivos.

A nova diretora-geral assistente afirmou ainda que irá trabalhar também com os países de língua portuguesa na África, uma das prioridades da agência da ONU.

Medicamento para Alzheimer está em falta no AME de Santos

Idosa que sofre do mal aguarda a cerca de um mês para conseguir retirar gratuitamente o remédio

De A Tribuna On-line @atribunasantos
27/10/2017 – 17:48 – Atualizado em 27/10/2017 – 18:26

Um medicamento utilizado no tratamento do mal de Alzheimer está em falta no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) no bairro Aparecida, em Santos.

O aposentado Júlio Cesar Masullo procura mensalmente a unidade mantida pela Secretaria de Saúde do Estado para buscar, gratuitamente, o remédio a base de bromidrato de galantamina para a mãe, Flora, de 77 anos, que realiza há quatro anos tratamento para impedir a evolução da doença.

"Há cerca de um mês que o remédio não está disponível na farmácia do AME. O atendente já me passou três datas diferentes, que não foram cumpridas".

De causa desconhecida e neurodegenerativa, o mal de Alzheimer provoca a deterioração progressiva das funções cerebrais, afetando a memória, a fala, a consciência e a habilidade de se cuidar.

Mesmo sem cura, com o diagnóstico precoce é possível retardar seus danos. E Júlio afirma que o medicamento é essencial para garantir a qualidade de vida da mãe. "O remédio ajuda a evitar possíveis surtos, ela não pode parar de tomar. O médico que recomendou". 

Com a falta do medicamento na rede pública, sem opção, Júlio pagou R$ 330 em uma caixa com 28 comprimidos, que dura pouco menos de um mês. "Algumas vezes já atrasou, mas nunca tanto tempo. Espero que resolvam logo essa situação".

Resposta

Em nota, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) esclarece que o medicamento Galantamina está temporariamente indisponível devido a atraso na entrega pelo fornecedor.

"A empresa Prati-Donaduzzi está sujeita à multa devido ao descumprimento dos prazos, que tem sido cobrada constantemente e sinalizou previsão de normalização na segunda quinzena de novembro".

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribui mil tipos de medicamentos em diversas apresentações.

"Desabastecimentos temporários são exceções à regra e podem ocorrer por fatores externos como aumentos inesperados de demanda, atrasos por parte do fornecedor, problemas logísticos, escassez de matéria-prima ou licitações que fracassam por ausência de interessados em vender o produto, entre outros motivos".

Lista de medicamentos do SUS cresce 25%, com reinclusão de oncológicos e hospitalares

Gestores, profissionais de saúde, usuários e órgãos de controle do país contarão com uma nova lista de medicamentos essenciais ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS). Na próxima versão da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2018 (Rename) foram reincluídos medicamentos indicados para a assistência hospitalar e oncológica, fora da relação desde 2010. Além disso, a lista trará a disponibilidade de medicamentos por níveis de atenção e cuidado. O anuncio foi feito nesta quarta-feira (25) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros.

“Antes era um documento burocrático interno nosso e agora transformamos em uma ferramenta para o usuário, gestor, profissional e órgãos de controle. É um facilitador de acesso de informações para todos e, tendo essa informação, evidentemente, as pessoas buscarão consolidar o seu direito de acesso a esses medicamentos”, enfatizou o ministro.

A Rename padroniza os medicamentos indicados para a assistência no SUS. É um instrumento dinâmico, disponível online, atualizado permanentemente e publicado a cada 2 anos. Com o incremento, a Rename contará com, no mínimo, 1.098 medicamentos e insumos, a última trazia uma lista com 869 itens. Entre os medicamentos incluídos estão os anestésicos e adjuvantes, isoflurano líquido volátil, propofol 10 mg/ML, os antimicrobianos, vancomicina 500 mg, meropenem 500. Além dos medicamentos oncológicos imatinibe 400 mg e o tamoxifeno 20mg. Foram incorporados também antídotos e medicamentos para nutrição parenteral e parto.

“A nova Rename também é um instrumento regulatório. A partir de agora ficará claro o que o estado tem que ofertar, o que o município tem que ofertar, na atenção básica, especializada e hospitalar, antes não tinha. Os estados dispunham dos medicamentos cada um ao seu critério para atenção hospitalar por exemplo. Agora eles vão ter um regramento nacional”, explicou Ricardo Barros.

A novidade para 2018 é a inclusão de medicamentos oncológicos e hospitalares disponíveis no SUS. A proposta foi construída após análise técnica com base na indicação e uso desses fármacos no país e no mundo. Foram consultadas a lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS), Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas em oncologia, Formulário terapêutico nacional e medicamentos indicados por Comissões de Farmácia e Terapêutico (CFT) – presentes em todas as regiões do país. A lista receberá a contribuição de especialistas.

Nas últimas edições, a Rename atendia a critérios técnicos do Ministério da Saúde de acordo com o financiamento da assistência farmacêutica, dividida por: básicos, estratégicos e especializados. Com a mudança, a nova relação organiza os itens por linhas de atenção e cuidado, direcionando a oferta entre: atenção básica, atenção especializada ambulatorial, hospitalar e oncológica. A nova padronização foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite neste ano.

BENEFÍCIOS DA PADRONIZAÇÃO – A nova organização da Rename norteará a oferta local da assistência farmacêutica no país. Para os profissionais de saúde, a relação facilita a indicação de tratamento adequado além de direcionar melhor o paciente sobre o local onde ele pode retirar o fármaco indicado. Para os usuários do SUS, a lista aponta medicamentos adequados para o tratamento e onde busca-los. E, para o poder judiciário e órgãos de controle, a padronização dá transparência sobre os responsáveis por garantir a assistência farmacêutica em casos de ações judiciais.

Fonte: Agência Saúde

Pacientes reclamam do fornecimento de kits incompletos de insulina em Araçatuba

Materiais têm custo alto e diabéticos alegam que Estado está entregando kit sem todos os itens.

Por G1 Rio Preto e Araçatuba

29/10/2017 08h01

Pacientes reclamam de fornecimento de kits incompletos de insulina em Araçatuba

Pacientes diabéticos que fazem tratamento com insulina, em Araçatuba (SP), estão com dificuldades para conseguir o medicamento do Estado. Para aplicar a insulina, eles precisam utilizar um kit de alto custo que deveria ser fornecido gratuitamente pelo governo. Algumas pessoas estão sem o kit completo há mais de um ano.

A farmacêutica Isabela Risk descobriu que tinha diabetes há 11 anos e, há quatro anos, utiliza um aparelho fixado na pele que envia doses de insulina para o organismo automaticamente durante o dia.

Mas, para o tratamento funcionar, a farmacêutica depende de um kit que custa, em média, R$ 2 mil por mês. Ela precisou entrar na Justiça para conseguir de graça pelo governo do Estado, mas alega que o kit sempre chega incompleto, faltando algum item.

"Nos últimos quatro meses não recebemos mais nada, só reservatório e a fita", afirma a farmacêutica.

O mesmo problema é compartilhado pelo atleta Guilherme Pereira. Há 3 meses o kit dele está vindo sem a insulina. Todas as vezes que falta algum item, ele precisa ligar no Departamento Regional de Saúde para ver se chegou e a situação é sempre a mesma.

"Há três meses que não vem o medicamento, tem de ficar ligando perguntando se chegou ou não", afirma Guilherme.

A médica Regina Querino da Silva afirma que a falta de algum tem no kit pode prejudicar a saúde do paciente. "Se o paciente não tiver um desses medicamentos não consegue fazer o tratamento, precisa da insulina para a sobrevivência", diz a médica.

A TV TEM entrou em contato com o Departamento Regional de Saúde de Araçatuba, que informou que a Isabela tem recebido insulina regularmente. Porém, a paciente alega que há 4 meses que não recebe nada.

Em relação aos itens do kit que estão faltando, o Estado disse que está em fase de aquisição e tem cobrado os fornecedores. Afirmou ainda que assim que o material chegar, vai entrar em contato com os pacientes.

Quem são os pacientes que dependem do “mercado de sangue”, alvo de batalha política

Mais de 1,5 mil paranaenses que possuem algum tipo de “coagulopatia hereditária” podem ser afetados

BRASÍLIA Catarina Scortecci Correspondente [29/10/2017]

O impasse que se formou em torno do “mercado de sangue” atinge diretamente mais de 1,5 mil paranaenses que possuem algum tipo de “coagulopatia hereditária”, e dependem de forma permanente dos remédios ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os remédios são obtidos pelo Ministério da Saúde principalmente a partir de contratos com Hemobrás, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia constituída em Pernambuco, no ano de 2004, que está no centro de uma novela que se arrasta desde julho deste ano. Na ocasião, o Ministério da Saúde resolveu suspender a Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que a Hemobrás mantém desde 2012 com a Shire Farmacêutica Brasil para a produção e transferência de tecnologia referente ao “fator VIII recombinante”, um medicamento essencial para pacientes com “hemofilia A”.

O chamado “Fator VIII” é um medicamento que pode ser produzido através do plasma (e a matéria-prima é o próprio sangue humano) ou através de uma engenharia genética, quando se utiliza o “sangue sintético”, transformado justamente no “Fator VIII recombinante”.

No Paraná, os medicamentos são entregues quase que quinzenalmente pelo SUS ao Centro de Hematologia e Hemoterapia, o Hemepar, que possui 22 unidades espalhadas em todo o estado, com maior ou menor estrutura clínica, dependendo do número de pacientes que vivem na região. “Nós temos um cadastro de pacientes e é desta forma que planejamos anualmente a quantidade de remédios que pedimos ao SUS”, explica Paulo Hatschbach, diretor do Hemepar.

São três as coagulopatias hereditárias mais comuns: a hemofilia A, a hemofilia B e a doença de von Willebrand. No caso do Paraná, o cadastro de pacientes do Hemepar hoje registra 668 pacientes com hemofilia A, 141 com hemofilia B e 620 com doença de von Willebrand. Em todo o país, de acordo com dados fornecidos à Gazeta do Povo pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), são cerca de 10 mil pacientes com hemofilia A, aproximadamente 2 mil com hemofilia B e mais de 7 mil com doença de von Willebrand.
Custos elevados

Os medicamentos utilizados no tratamento das coagulopatias hereditárias têm custo elevado e trata-se de um mercado hoje dominado por laboratórios estrangeiros. Tanto que a Hemobrás, desde sua constituição, tem estabelecido as chamadas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com grupos privados estrangeiros para aos poucos receber a tecnologia e, até a conclusão da transferência, garantir o fornecimento de medicamentos ao SUS. É justamente uma dessas PDPs que está hoje no centro da polêmica envolvendo o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Na avaliação do ministro, após cinco anos de PDP, não houve evolução satisfatória na transferência de tecnologia, daí a suspensão. A Shire já fez uma proposta de readequação da PDP, considerada vantajosa pela Hemobrás, mas a pasta da Saúde alega que ainda examina o caso. Enquanto isso, duas liminares da Justiça Federal (uma do Distrito Federal e outra de Pernambuco), além de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), já determinaram que a PDP seja mantida, inclusive por razões de economicidade. Mas a Shire sustenta que o ministro da Saúde tem ignorado as decisões.

O último contrato feito pelo Ministério da Saúde no âmbito da PDP suspensa – e que envolve cerca de R$ 300 milhões – garante o fornecimento do medicamento até fevereiro de 2018. Em setembro, o Ministério da Saúde abriu um processo licitatório para compra do “Fator VIII recombinante”, com a intenção de “cobrir” o primeiro semestre do ano que vem até a conclusão do reexame da PDP. Mas a licitação ainda está em andamento.

“Nós tivemos uma redução no número de medicamentos durante um período ali entre 2015 e 2016, quando houve aquela auditoria na Hemobrás, mas nada que chegasse a atrapalhar no tratamento dos pacientes. Desde então, não houve problema nenhum. Temos recebido os medicamentos normalmente e o Ministério da Saúde está ciente da importância [da entrega regular] para os pacientes. Acho que não há risco de desabastecimento”, disse Paulo Hatschbach, diretor do Hemepar.

Proposta do Tecpar

O ministro da Saúde já recebeu uma proposta do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para transferir parte da produção de hemoderivados hoje concentrada em Pernambuco para a cidade de Maringá, através de uma parceria com outra gigante farmacêutica, a suíça Octapharma.

A ideia ventilada seria transferir a produção do “Fator VIII recombinante” para o Paraná, deixando a Hemobrás com a produção dos demais hemoderivados, como “Fator VIII (plasmático)”, “Fator IX” (para tratamento de hemofilia B) e “Fator de von Willebrand”.

A Hemobrás tem resistido à mudança. Entre outros motivos porque, dentro do seu portfólio, o medicamento “Fator VIII recombinante” é financeiramente o mais vantajoso para a empresa pública. Assim, tirá-lo do seu leque de produtos poderia levar a Hemobrás à falência, na visão da própria estatal.

De acordo com Paulo Hatschbach, diretor do Hemepar, “a tendência é o uso cada vez maior do recombinante pelos pacientes”. “Ele é mais caro sim, mas, clinicamente, a qualidade dele é maior”, afirma.

Sem medicamentos, renais crônicos acionam Ministério Público Estadual

" Quando o paciente não toma o medicamento, corre o risco do corpo começar agir e rejeitar o rim transplantado. Com isso, o paciente pode perder o órgão e ter que voltar para uma máquina de hemodiálise. Isso, se ele não morrer"

26/10/2017 06h28 – Por: Valéria Araújo

A Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Dourados (Renassul) denunciou a falta de medicamentos para os pacientes, junto ao Ministério Público Estadual. De acordo com o presidente da entidade, Feliciano Paiva, desde junho, ou seja, há cinco meses, os medicamentos Azatiaprina e Ciclosporina de 100 mg e 50 mg não são fornecidos na rede estadual.

De acordo com José Feliciano, tratam-se de remédios de alto custo que dificilmente são encontrados para venda nas farmácias e os valores podem chegar a R$ 600,00 no caso da Ciclosporina. "Cada caixa com 50 comprimidos não dá para 30 dias porque o paciente, na maioria dos casos, toma dois por dia. É um custo alto para as pessoas que hoje ganham apenas um salário mínimo", destaca.

No caso do Ciclosporina, trata-se de um medicamento imunossupressor que atua controlando o sistema de defesa do organismo, sendo utilizado para evitar a rejeição de órgãos transplantados. "A situação é gravíssima. Quando o paciente não toma o medicamento, corre o risco do corpo começar agir e rejeitar o rim transplantado. Com isso, o paciente pode perder o órgão e ter que voltar para uma máquina de hemodiálise. Isso, se ele não morrer.", lamenta.

De acordo com professor universitário Fernando Augusto Alves Mendes, há cinco meses ele não recebe o medicamento. Para não ficar sem, ele comprou pela internet, tendo em vista que o produto não é facilmente encontrado nas farmácias. Para isso, ele teve que desembolsar R$ 430,00 numa caixinha com 50 comprimidos. "Tendo em vista a quantidade de impostos que pagamos, é revoltante não receber serviços básicos", destaca, observando que há 15 anos é transplantado e que é a primeira vez que passa por esse transtorno.

Calvário

O presidente da Associação José Feliciano de Paiva disse ainda que considera a falta de distribuição do medicamento como um descaso com a saúde pública. "Já fazem cinco meses que estamos indo no Núcleo de Medicamentos do Estado e não encontramos o remédio. A Associação vinha buscando com familiares de pacientes que morreram, para ver se sobraram alguns comprimidos para doar, mas isso é humilhante. Mais de 40 pessoas são transplantadas em Dourados, boa parte dessas estão sem o remédio e cada dia que passa pode ser uma vida que estamos perdendo. Precisamos de uma resposta urgente", explica.

Outro lado

De acordo com o Governo do Estado a Azatioprina está com estoque regular, de acordo com a Casa da Saúde, que faz o encaminhamento dos medicamentos aos municípios. A Ciclosporina 25 mg também está com estoque regular. A de 50 mg estamos atendendo com de 25mg, por que a de 100 mg ainda estamos esperando entrega. A distribuidora está com problemas junto ao laboratório. A previsão de entrega é em torno do dia 1 de novembro.

Anvisa amplia opções de radiofármacos para diagnóstico

Produto é utilizado em tomografias para diagnósticos de oncologia, cardiologia e neurologia. Este é o sexto radiofármaco com Fludesoxiglicose-18F registrado no país. Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 26/10/2017 16:41
Última Modificação: 26/10/2017 16:45

A Anvisa aprovou mais um radiofármaco, utilizado em diagnóstico com tomografia por emissão de pósitrons (PET). O novo produto é o Glicocer (Fludesoxiglicose-18F), produzido pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUC/RS (InsCer).

O Glicocer contém a substância ativa Fludesoxiglicose marcada com o isótopo radioativo do Flúor-18. Este tipo de medicamento é utilizado em diagnósticos na área de oncologia, cardiologia e neurologia. Esse diagnóstico é feito em conjunto com informações anatômicas por tomografia computadorizada (CT).

Este é o sexto produto desta categoria aprovado pela Anvisa. Os radiofármacos são substâncias onde a molécula tem pelo menos um átomo radioativo. A Fludesoxiglicose-18F é semelhante à molécula da glicose e é utilizada para mapear o metabolismo da glicose no organismo. Com isso, é possível, por exemplo, encontrar a localização e mostrar a atividade de células cancerígenas.
Conheça as indicações aprovadas
Oncologia: Para avaliação do metabolismo anormal de glicose a fim de auxiliar na avaliação de malignidade em pacientes com anormalidades conhecidas ou suspeitas encontradas por meio de outras modalidades de testes, ou em pacientes com diagnóstico preexistente de câncer. Cardiologia: Para identificação do miocárdio ventricular esquerdo com metabolismo residual de glicose e perda reversível da função sistólica em pacientes com doença arterial coronariana e disfunção ventricular esquerda, quando utilizado em conjunto com imagem de perfusão miocárdica. Neurologia: Para identificação de regiões com metabolismo anormal de glicose associado com focos de convulsões epiléticas.

Cinco medicamentos suspensos após inspeção em fábricas

Fiscalização foi realizada em dois produtores diferentes com fábricas localizadas fora do Brasil. Trabalho verifica condições de funcionamento e Boas Práticas de Fabricação de medicamentos. Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 26/10/2017 16:53
Última Modificação: 26/10/2017 16:59

Cinco medicamentos de dois fabricantes internacionais foram suspensos pela Anvisa nesta quinta-feira (26/10). A medida foi adotada após a realização de inspeções internacionais feitas pela Anvisa nos locais de fabricação.

Com isso, a importação, o comércio e o uso dos medicamentos ficam suspensam até que os fabricantes corrijam os problemas identificados.

Confira os medicamentos suspensos:

Medicamento

Fabricante

Importador para o Brasil

Resolução de suspensão

Flumazenil 0,1 mg/mL, solução injetável

Hameln Pharmaceuticals GMBH (Alemanha)

Instituto Biochimico Indústria Farmacêutica Ltda

RE 2.820/2017

BONAR (sulfato de bleomicina) pó liofilizado

Lemery S.A. de C.V. (México)

Biosintética Farmacêutica Ltda

RE 2.826/2017

Tevableo (sulfato de bleomicina, pó liofilizado)

Tevaetopo (etoposídeo, solução injetável)

Tevairinot (cloridrato de irinotecano triidratado, solução injetável)

Tevavinor (tartarato de vinorelbina, solução injetável)

Lemery S.A. de C.V. (México)

Teva Farmacêutica Ltda

RE 2.823/2017