Rômulo pede que ministro da Saúde amplie lista de medicamentos distribuído pelo SUS

30/08/2017 às 19:54

Fonte: Da Redação com Ascom

Depois de receber a notícia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que sua solicitação para que o medicamento utilizado no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME) fosse registrado no Brasil, nesta quarta-feira (30) foi a vez do deputado federal Rômulo Gouveia (PSD) solicitar ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, que o Ministério passe a distribuir o Spinraza através do SUS.

Gouveia e Ricardo Barros participaram da audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal, nesta quarta. Rômulo mostrou ao ministro que, só no na Paraíba, essa doença degenerativa afeta 26 pessoas, entre elas são 11 crianças apenas no município de Campina Grande.

“Com a chegada ao mercado brasileiro do Spinraza, surge uma nova esperança para as pessoas acometidas pela Atrofia Muscular Espinhal. Atualmente, esta é uma doença sem tratamento específico aprovado no Brasil. Por isso, a expectativa sobre o medicamento Spinraza é grande, especialmente por parte de pessoas que têm em suas famílias crianças afetada pela AME”, disse o deputado.

Rômulo esta defendendo que o Spinraza entre na lista de Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e seja distribuído gratuitamente.

Câmara de Conciliação de Saúde resolve 80% dos casos na Bahia

30/08/2017 – 12h02

Câmara de Conciliação de Saúde atende no SAC do Shopping Bela Vista (DIvulgação/TJBA)

Nove meses depois de instalada, a Câmara de Conciliação de Saúde já registra um índice de 80% de soluções. Assim, de cada 10 pedidos para cessão gratuita de medicamentos, oito são resolvidos, reduzindo o número de ações na Justiça.

Desde a inauguração, em novembro de 2016, a unidade tem promovido a desjudicialização de demandas processuais relativas a medicamentos, garantindo mais agilidade e eficácia no acesso da população à saúde, através dos parâmetros estabelecidos pela Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

O projeto-piloto trata dos pedidos que envolvam a obrigatoriedade de fornecimento gratuito de medicamentos por parte do Estado e do Município de Salvador para pacientes de doenças crônicas que residam em Salvador, sempre em conformidade com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename).

Até julho de 2017, a unidade havia emitido 1,3 mil pareceres e atendido 634 pessoas. Entre os medicamentos mais demandados estão o princípio oftalmológico Ranibizumabe, e o anticoagulante Rivaroxabana, de aplicações diversas.

A Câmara de Conciliação de Saúde é resultado de um esforço institucional conjunto entre o Tribunal de Justiça da Bahia, Tribunal Regional Federal, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, Ministério Público do Estado, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Procuradoria Geral do Município e as Defensorias Públicas do Estado e da União.

Atendimento – Moradores de Salvador portadores de doenças crônicas podem buscar atendimento no SAC do Shopping Bela Vista, sala 13, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, com documento de identificação civil com foto, CPF, o cartão nacional do Sistema Único de Saúde (CNS), comprovante de residência, relatório médico (apontando o problema de saúde de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Classificação Internacional de Doenças, a CID) e a receita médica.

Em caso de necessidade de um medicamento de Componente Especializado de Assistência Farmacêutica, também será necessário a apresentação de um laudo de medicamento do componente especializado (LME).

Após a realização do cadastro, a equipe multiprofissional e interdisciplinar da unidade (formada por médicos, psicólogos, farmacêuticos, enfermeiros, assistentes sociais e nutricionistas) fará uma análise em tempo estimado de duas horas.

O paciente será orientado pelos servidores do TJBA, Ministério Público e Defensorias quanto a como proceder a partir da emissão do resultado de análise.

A Câmara é resultado da Resolução nº 107 de 2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que sugeriu aos tribunais de todo o País a adoção de medidas que garantissem maior eficiência na solução de demandas judiciais envolvendo a assistência à saúde.

Fonte: TJBA

Secretaria diz que retoma amanhã fornecimento de medicamento para transplantados

Suzy Scarton

A falta de planejamento na distribuição de remédios é uma recorrente reclamação dos usuários que, ao procurar às farmácias estaduais, saem de mãos abanando. Desta vez, a medicação que falta na Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado, localizada na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, é a ciclosporina (25 miligramas e 50 miligramas), droga que suprime as reações imunológicas que causam rejeição a órgãos transplantados.

Em agosto, houve problemas nos prazos de distribuição, e o remédio ficou indisponível em farmácias de todas as regiões do Rio Grande do Sul, inclusive a da Capital. A Secretaria Estadual de Saúde (SES), no entanto, afirma que a ciclosporina deve voltar aos estoques nesta quinta-feira.

De acordo com a pasta, não há uma lista pública na qual conste o nome dos medicamentos que estão em falta nas farmácias. A única alternativa para o usuário é verificar em que ponto se encontra o processo administrativo que permitirá a liberação do medicamento solicitado.

O remédio é distribuído gratuitamente, mas também pode ser adquirido em farmácias comuns. O preço varia entre R$ 127,00 e R$ 155,00.

Exigida a normalização dos medicamentos de quimioterapia no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Da assessoria do deputado Raul Marcelo

Preocupado com a falta de medicamentos para o tratamento de quimioterapia no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) protocolou, nesta segunda-feira (28/08), requerimento exigindo do governo estadual a normalização dos remédios, que são necessários para a quimioterapia de pacientes com câncer.

"Trata-se, evidentemente, de uma situação gravíssima do ponto de vista da garantia do direito à saúde, uma vez que esses pacientes podem sofrer danos irreparáveis em função dos atrasos constantes nas sessões de quimioterapia", afirma Raul Marcelo.

No requerimento, o mandato faz os seguintes questionamentos: por que há falta de medicamentos relacionados às sessões de quimioterapia no CHS; nos últimos três anos, em relação às compras do medicamento denominado Paclitaxel, quantos pregões foram realizados; haverá a abertura de um novo processo de concorrência pública com o fim de se efetuar um pregão para a compra do remédio Paclitaxel; e quais são as medidas concretas que estão sendo tomadas, a fim de impedir eventuais danos à saúde de pacientes prejudicados.

CGU avalia política de aquisição e distribuição de medicamentos no Sistema Único de Saúde

Saúde
Falta de controle eficaz dos estoques contribui para desabastecimento, pode levar à descontinuidade no tratamento dos beneficiários e cria ambiente propício a desvios

Há divergências no quantitativo de medicamentos encaminhados pelo MS e os recebidos nos estados

O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) divulga o resultado da avaliação das etapas do fluxo de operacionalização do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), política do Ministério da Saúde (MS) de apoio financeiro para aquisição e distribuição de medicamentos no SUS. O objetivo foi analisar a confiabilidade dos sistemas de informação utilizados; conformidade na programação e entrega de remédios; monitoramento de controles de armazenamento, validade e distribuição dos insumos; entre outras questões. 

Acesse o relatório na íntegra 

O tema foi selecionado em razão de os medicamentos contemplados pelo CEAF serem de maior impacto financeiro, indicados para doenças mais complexas, para os casos de refratariedade ou intolerância à primeira e/ou à segunda linha de tratamento e por aqueles que se incluem em ações de desenvolvimento produtivo no complexo industrial da saúde. Outro fator de escolha foi a materialidade do programa – em 2016, o volume de recursos federais disponibilizados para o CEAF foi da ordem de R$ 6,4 bilhões. 

O relatório consolida dados obtidos em nível federal, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), e em 25 Secretarias Estaduais de Saúde (SES). 

Conclusões 

A CGU constatou que o monitoramento e o controle realizados pelo Ministério da Saúde junto às Secretarias Estaduais eram incipientes ou ausentes. Apesar de existirem sistemas para o acompanhamento da execução dessa política pública, as ferramentas não são utilizadas pela maioria das unidades. Como consequência, há divergências no quantitativo de medicamentos encaminhados pelo MS e os recebidos nos estados; perda de remédios; falhas na dispensação de medicamentos; e aquisições mal dimensionadas ou por valores acima do preço máximo de venda do governo. 

Tais situações contribuem para que ocorra o desabastecimento de medicamentos e podem levar à descontinuidade no tratamento do beneficiário. Além disso, a falta de um controle eficaz dos estoques cria um ambiente propício à ocorrência de desvios. 

Quanto às etapas de responsabilidade dos Estados, foram encontradas inconsistências para todos os quesitos analisados, entre os quais: entrega de remédios com quantidades (8%), cronograma (28%) e prazo de validade (28%) diferentes do especificado nos editais ou nos instrumentos contra­tuais com fornecedores; inadequações nas condições de armazenagem (36%); divergências entre estoque físico e os controles de estoques apresentados (56%); e descarte de medicamentos devido à expiração do prazo de validade ou das más condições de armazenagem (44%).

Recomendações e providências 

A CGU efetuou recomendações ao gestor federal para correção das falhas verificadas: 
Criação de uma equipe para monitorar e avaliar a política (vale destacar que a SCTIE já criou uma coordenação-geral responsável por essa atividade); Redução do prazo de início da integração entre os sistemas das SES e o MS; Conclusão da integração das informações das SES para a formação da Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS; Desenvolvimento de método automatizado de cálculo para programação das compras centralizadas de medicamentos pelo MS; e Desenvolvimento de painel que analise dados dos medicamentos estocados nos estabelecimentos de saúde estaduais, possibilitando remanejamentos, quando couber, a outros estados da federação. 
O monitoramento da implementação das recomendações pelo Ministério da Saúde está sob o acompanhamento permanente da CGU.

Questionada lei de SC que obriga distribuição gratuita de análogos de insulina para diabéticos

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5758), no Supremo Tribunal Federal, pedindo a concessão de medida cautelar para suspender a Lei estadual 17.110/2017, que determina a distribuição gratuita de análogos de insulina aos pacientes inscritos em programa de educação para diabéticos.

Na ação, o governador informa que o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa foi integralmente vetado, mas que os deputados estaduais derrubaram o veto e promulgaram a lei. Alega que, ao restringir ao Estado de Santa Catarina a distribuição gratuita de análogos de insulina, a lei estadual ofende a lógica de funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem caráter universal conforme estabelecido pelo artigo 196 da Constituição Federal.

Segundo o governador, há ainda violação do parágrafo 5º do artigo 195 do texto constitucional ao não prever a fonte de custeio para a concessão de tal benefício ou serviço de seguridade social, no caso o fornecimento da insulina não convencional. Por fim, acrescentou que no âmbito estadual cabe à Secretaria de Saúde atuar no âmbito da organização e funcionamento do SUS naquele Estado.

Assim, alegando temer “a instauração de verdadeiro caos” na administração catarinense, o governador pede a concessão de liminar para suspender a eficácia da norma em sua integralidade. No mérito, pede a procedência da ação para declarar a lei questionada inconstitucional.

O relator da ADI é o ministro Celso de Mello.

AR/CR

Processos relacionados
ADI 5758

Prefeitura anunciará ampliação do Programa Remédio em Casa

hamilton 29 agosto, 2017

Nesta terça-feira, dia 29, o prefeito Napoleão Bernardes e a secretária municipal de Promoção da Saúde, Maria Regina Soar, anunciarão a ampliação do Programa Remédio em Casa. O evento está marcado para as 10h, na Escola Técnica de Saúde (Etsus), localizada na Rua 2 de Setembro, 1.510, no bairro Itoupava Norte. A solenidade integra a programação em comemoração aos 167 anos de Blumenau, que englobará mais de 90 atividades até o início de outubro.

A partir de agora, novos critérios serão incorporados ao programa, com o objetivo de ampliar o número de beneficiários. Além de acamados, passarão a ter direito ao atendimento cadeirantes, usuários do serviço municipal de oxigênio domiciliar, jovens cadastrados no Programa Paradesporto Escolar e cuidador de paciente inserido no Remédio em Casa. Com isso, a Prefeitura estima que cerca de 400 novas pessoas poderão ter medicamentos entregues em suas casas.

Caso o paciente atenda aos requisitos, o cuidador, familiar ou responsável pode procurar a unidade básica de referência para pleitear a sua inclusão. Importante ressaltar que o solicitante deve estar estável com a medicação e portar prescrição de remédios de uso contínuo disponíveis na rede básica. As equipes de saúde da família também estão sendo orientadas a procurar, dentro de suas áreas de abrangência, por usuários que se enquadrem nos critérios.

Sobre o Programa

Lançado em setembro de 2015, o programa possibilita a entrega domiciliar de medicamentos de atenção básica e uso ininterrupto para usuários cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) do município. Atualmente, o benefício é válido para pacientes em situação de restrição ao leito, que necessitam de cuidados contínuos. Até o momento, o Remédio em Casa já cadastrou 108 cidadãos de diferentes regiões e viabilizou a entrega de mais de 213 mil unidades.

Há mais de seis meses, a paciente Helena Butzke, de 82 anos, tem os medicamentos entregues em casa pelo programa. A idosa sofreu um derrame há cerca de oito anos e, atualmente, necessita de cuidados contínuos em sua casa e é auxiliada pela filha Janice Butzke Costa, de 53 anos. “Antes o meu marido buscava os medicamentos na unidade básica, mas agora não consegue, pois sai cedo e volta tarde. A minha mãe precisa de assistência durante o dia todo, então não consigo sair para buscá-los. É um programa muito bom, nos traz essa facilidade de receber os remédios dela em casa. Só tenho elogios, as pessoas que trabalham nele são muito atenciosas”, destaca Janice, moradora do bairro Garcia.

Para ser beneficiado pelo Programa o paciente precisa:

– Ser morador do município de Blumenau;

– Estar cadastrado e utilizar o atendimento de uma unidade básica de saúde (ESF ou AG);

– Estar estável com a medicação e possuir prescrição de remédios de uso contínuo;

– Atender a um dos critérios abaixo:

a) estar em condições de restrição ao leito;

b) ser cadeirante;

c) ser usuário, por no mínimo três meses, do serviço de oxigênio domiciliar do município (SOD);

d) ser cadastrado no Programa de Paradesporto Escolar (PPE) do município;

e) ser cuidador de paciente cadastrado no Programa Remédio em Casa, desde que tenha mais de 60 anos e seja usuário do SUS.

Homenagem ao Dr. Luiz Eduardo Caminha

Logo após o evento do Programa Remédio em Casa, a Prefeitura de Blumenau realizará uma homenagem póstuma ao Dr. Luiz Eduardo Caminha, falecido em agosto de 2015, aos 63 anos. Ainda na Etsus, familiares receberão flores e uma placa em agradecimento aos serviços prestados ao município. No final de 2015, o prefeito Napoleão Bernardes sancionou uma lei que atribui o nome do médico à Escola Técnica do SUS de Blumenau, e na oportunidade a unidade passará a contar com uma placa metálica com a nomenclatura.

Nascido em Florianópolis, Caminha formou-se em medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mudou-se para Blumenau em 1982, onde teve o trabalho reconhecido na área da saúde pública, chegando a ocupar o cargo de secretário municipal de Saúde, entre 1993 e 1996. Além disso, notabilizou-se como escritor e apresentador de televisão.

Assessor de comunicação: Felipe Elias

Hospitais sofrem sem remédios

O interior do Estado registra situações preocupantes, como a do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) e a do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia

Angélica Diniz e Lucas Ragazzi

Além das histórias de fornecedores que sofrem com os calotes no pagamento, destacam-se outras daqueles que lidam diretamente com a vida das pessoas. É o caso de diversos hospitais e centros médicos públicos do Estado. Mesmo com contratos assinados para entregar remédios e vacinas, as empresas farmacêuticas têm atrasado na produção e na distribuição dos medicamentos por conta da falta de pagamento do governo. Segundo o presidente da Associação dos Amigos e Usuários de Medicamentos Excepcionais (Assaumex), Antônio Alves, a situação do governo de Minas tem causado mortes nos estabelecimentos médicos.

“Há diversos casos de laboratórios que estão sem entregar remédio porque não estão recebendo os repasses devidos do governo de Minas. Também existem hospitais que estão incapacitados de realizar cirurgias porque não possuem verbas”, conta Alves. “Tem gente morrendo por causa disso, pessoas que não estão recebendo tratamento necessário por falta de estrutura e medicamento”, diz.

O interior do Estado também registra situações preocupantes, como a do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) e a do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia. Juntos, os dois centros médicos aguardam o recebimento de quase R$ 12 milhões do governo de Minas.

Em maio, a subsecretária de Inovação e Logística da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Adriana Ramos, chegou a afirmar que, neste ano, a dívida com fornecedores chegaria a R$ 750 milhões, sendo que R$ 280 milhões desse montante se referem a medicamentos. “Alguns fornecedores (de remédios) têm deixado de entregar por causa da inadimplência superior a 90 dias, prevista em lei. Estamos trabalhando para quitar esses valores e fazer o pagamento dentro desse prazo”, disse, durante audiência pública para tratar do tema na Assembleia.

Durante a audiência de maio, o governo revelou que tinha a expectativa de conseguir aumentar a arrecadação em pelo menos R$ 1 bilhão por meio da cobrança de dívidas tributárias, o que solucionaria a falta de repasses para a saúde.

Ministério da Saúde publica nova lista de medicamentos essenciais para o SUS

Medicamentos como dolutegravir, para tratamento do HIV e ceftriaxona, para tratamento de sífilis e gonorreia, fazem parte rol da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2017

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria que estabelece a nova Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename 2017. A Rename é a lista que define os medicamentos que devem atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira no Sistema Único de Saúde (SUS). A lista de 2017 conta com 869 itens, contra 842 da edição de 2014. A composição dos fármacos foi obtida após consolidação das inclusões, exclusões, alterações dos medicamentos recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

A organização da Rename segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabelece o material como uma das estratégias para promover o acesso e uso seguro e racional de medicamentos. A lista divide os medicamentos em cinco anexos: básico; estratégico; especializado; insumos e hospitalar. Também define a responsabilidade de aquisição e distribuição de cada ente do SUS (estado, município e União). “Os medicamentos e insumos farmacêuticos constantes da Rename são financiados pelos três entes federativos (União, Estados e municípios), de acordo com as pactuações nas respectivas Comissões Intergestores e as normas vigentes para o financiamento do SUS”, explica o Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumo Estratégicos, do Ministério da Saúde, Renato Lima Teixeira. 

Para melhorar o entendimento e dar mais transparência aos medicamentos que devem ser ofertados ao cidadão, na edição 2017, foi realizado um intenso trabalho de revisão da descrição de itens para evitar conflitos de interpretação. A publicação levou em consideração referências como a Denominação Comum Brasileira (DCB), o Vocabulário Controlado de Formas Farmacêuticas, Vias de Administração e Embalagens de Medicamentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os registros sanitários de medicamentos no país.

Dentre os novos medicamentos, destacam-se a inclusão do dolutegravir que representa uma nova alternativa para o tratamento da infecção pelo HIV. Para essa mesma condição clínica, foram excluídas apresentações de fosamprenavir e didanosina, baseadas na substituição dessas por outros medicamentos com melhor perfil de eficácia, segurança e comodidade posológica. Também foi excluída a apresentação termolábil do medicamento ritonavir, dado o fornecimento de uma apresentação termoestável do mesmo fármaco, que não exige o acondicionamento em geladeira.

Nesta edição, ocorreu também à inclusão da rivastigmina como adesivo transdérmico para o tratamento de pacientes com demência leve e moderadamente grave no Alzheimer, uma opção terapêutica que poderá aumentar a adesão ao tratamento. Ressalta-se, ainda, a incorporação do cloridrato de cinacalcete e paricalcitol para pacientes com hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica, oferecendo opções terapêuticas ao grupo de pacientes mais graves. Além da ceftriaxona para tratamento de sífilis e gonorreia resistentes a ciprofloxacina.

No intuito de solucionar episódios de desabastecimento no país e após pactuação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), ocorrerá também a centralização do tratamento básico da Toxoplasmose. O Ministério da Saúde iniciará aquisição dos medicamentos pirimetamina, sulfadiazina e espiramicina, que atualmente são ofertados pelos municípios no âmbito da Atenção Básica.

A Rename 2017 pode ser acessada pelo link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_nacional_medicamentos_rename_2017.pdf  

Por Gabriela Rocha da Agência Saúde
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Especialistas defendem critérios mais claros para a adoção de tratamentos pelo SUS

Da Redação | 24/08/2017, 16h03 – ATUALIZADO EM 24/08/2017, 16h25

O Brasil precisa adotar critérios de custo-efetividade no uso de novas tecnologias e medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS), para maximizar os ganhos em saúde e minimizar os custos, disseram nesta quinta-feira (24) os participantes de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Eles trataram do Projeto de Lei do Senado (PLS) 415/2015, que determina o uso e a divulgação do chamado indicador de custo efetividade (o Icer, na sigla em inglês) para esses processos decisórios. Para os especialistas, é preciso garantir transparência e justiça ao processo de inclusão de tratamentos para a população. Mas não pode seguir somente esse critério, afinal, são decisões de vida ou morte.

A matéria, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), estabelece regras claras aos processos de incorporação de novos tratamentos, tornando-os mais ágeis e evitando a intensa judicialização que tem ocorrenido no setor.

— Não é possível continuar com esta regra de judicialização sem que possamos aprimorar os tratamentos e as terapias que possam estar disponíveis para a população. É claro que fica sempre a discussão de caráter orçamentário, mas é uma discussão que pouco me sensibiliza, num país onde tantas pessoas morrem por falta de uma oportunidade — disse o senador.
Tipos de avaliação

Na opinião de Marcelo Queiroga, da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, a proposta deve ser aprovada, pois regulamenta a lei que criou o SUS. A Lei 8.080/1990 determina que os medicamentos e terapias fornecidas pelo SUS deverão ser avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença.

— A lei é explícita, precisa se dizer à sociedade qual é o parâmetro de custo-efetividade que vai ser usado na saúde do Brasil. Não que seja o único, mas quando for utilizar, que se diga, qual é o valor e que isso fique claro e transparente — afirmou.

Gustavo Oliveira, representante da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), lembrou que o órgão já se baseia, para a aprovação de tratamentos a ser cobertos pelo sistema público, em quatro tipos de avaliações, entre elas custo e efetividade.

Segundo ele, os técnicos escolhem o melhor método, dependendo do tipo de tecnologia e tratamento a ser avaliado, para quantificar o benefício clínico. Eles podem considerar o custo-minimização, que compara duas tecnologias equivalentes; o custo-benefício, o menos usado de todos; o citado custo-efetividade, que quantifica benefícios clínicos por ano de vida ou percentual de cura; e o custo-utilidade, cujo parâmetro é a qualidade de vida.

— Tomar decisões com base exclusivamente na avaliação de custo-efetividade significa abrir mão de quaisquer outras informações importantes e necessárias para o julgamento e melhor decisão de saúde — afirmou.
Doenças raras

A especialista Carísi Polanczyk, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Avaliação em Tecnologias em Saúde, disse ser preciso adotar um limiar de custo-efetividade (o Icer), mas ele não pode ser exclusivo e precisa ser diferente, por exemplo, para as doenças raras. A cientista também pediu que a Conitec seja mais clara sobre os critérios usados para incorporar ou não uma tecnologia: se foi pela segurança, pela efetividade ou pelo custo, mas que isso fique explícito nos resultados.

Outro ponto do projeto, a distribuição aleatória dos processos de incorporação aos núcleos de avaliação de tecnologia e saúde (parceiros da Conitec, órgão responsável pela aprovação), foi visto com ressalva pelos participantes. Para eles, a aleatoriedade — inserida no texto para evitar direcionamento nas decisões —poderia prejudicar a análise, pois um processo eventualmente seria enviado a algum núcleo com menos conhecimento técnico sobre o tema.

A sugestão de Marcelo Queiroga é que se inclua, no projeto, a exigência da aptidão sobre o assunto, associada à distribuição aleatória, para as análises técnicas sobre os tratamentos médicos a serem adotados no âmbito do SUS.

Agência Senado