Doentes graves amargam espera por medicamentos caros já liberados pela Justiça

Câncer / Mesmo depois de ganhar na justiça, no final de abril deste ano, o direito de receber gratuitamente o medicamento Zytiga utilizado no tratamento do câncer de próstata, o funcionário público aposentado Antônio Roberto Silva e a família amargam uma ansiosa espera pelo acesso ao medicamento.

Segundo o filho do paciente, Matheus Ribeiro, o pai trata da doença há quatro anos. "Ele já realizou a terapia hormonal, a radioterapia e a quimioterapia e agora precisa desse medicamento, que custa R$ 10 mil, para frear a doença que está se desenvolvendo cada vez mais. Nós não temos condições financeiras para comprar o remédio. Meu pai recebe uma aposentadoria de R$ 1.000,00. Hoje ele está tomando morfina para suportar as dores", conta emocionado.

A família do agricultor Geromilto Freire de Azevedo divide a mesma angústia. Há um ano e três meses, ele faz tratamento de um câncer no pulmão e, em maio de 2016, conseguiu na justiça a liberação do Iressa (princípio ativo Gefitinibe). O medicamento chegou a ser fornecido para o paciente, todavia, há um mês ele parou de ser entregue. Segundo a filha Josilene da Silva, a família está apreensiva, pois o remédio é extremamente importante no processo de tratamento da doença. "Nós temos esperança em Deus que tudo se resolva para que meu pai possa começar o tratamento novamente. Nós nos mantemos confiantes na justiça", comenta.

Essa é a triste realidade de milhares de pacientes em situação grave que entram na justiça para requererem os medicamentos caros e mesmo com a aprovação do juiz, não recebem os remédios, pois os órgãos públicos que recebem a ordem do juiz estão demorando a cumpri-la.
Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o descumprimento das decisões judiciais chega a 100% dos casos, segundo o escritório de advocacia Carvalho, Vitorino & Brasão. Os motivos, segundo o advogado especialista em direito da saúde e associado do escritório, Gustavo Vitorino, muitas vezes são questões burocráticas, mas em alguns casos percebe-se a má vontade dos responsáveis por dar cumprimento à ordem do juiz, afirma Gustavo Vitorino.

Na avaliação do advogado, o Poder Judiciário precisa adotar uma postura mais firme contra o descumprimento: "é comum o juiz aplicar multas para coibir a demora, mas na maioria dos casos o juiz volta atrás e retira a multa quando o remédio é fornecido. Isso não devia ocorrer, pois a multa, que deveria ter um efeito psicológico importante sob o gestor público responsável por cumprir a decisão, acaba ficando desacreditada. Nós já registramos casos em que pacientes morrem esperando o medicamento e isso é muito triste", comenta Gustavo Vitorino.

Website: http://www.cvb.mg

Justiça autoriza mulher a importar semente de cannabis para ‘uso medicinal’

Decisão da 4.ª Vara Federal Criminal de São Paulo abre caminho para servidora pública federal, autora de ação, produzir óleo de cânhamo e proíbe polícia de promover apreensão ou indiciar por crime de tráfico de drogas

Luiz Vassallo e Julia Affonso

19 Agosto 2017 | 12h00

Uma mulher garantiu, por meio de um habeas corpus preventivo (HC), o direito de importar sementes da cannabis sativa para cultivar em sua residência, com o objetivo de produzir seu próprio óleo de cânhamo para fins medicinais. A decisão da juíza federal Renata Andrade Lotufo, da 4.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, impede que autoridades policiais apreendam as sementes, bem como, indiciem a mulher por crime de tráfico de drogas.

As informações foram divulgadas pelo Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de 1.º Grau.

Em 2014, a paciente – uma servidora pública federal – foi diagnosticada com síndrome parkinsoniana, cujos sintomas a impediram de exercer seu trabalho de servidora pública.

Para o tratamento da doença, foi indicado, além de medicamentos tradicionais, o uso de óleo de cânhamo, o qual, além combater os sintomas, auxilia no tratamento dos efeitos colaterais da própria medicação alopática.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acolhendo vários estudos e testes sobre a eficácia do uso do canabidiol para fins terapêuticos, incluiu a cannabis sativa em seu rol de plantas medicinais, de uso controlado.

A Anvisa não permite a produção do óleo de cânhamo no Brasil. Ela apenas autoriza sua importação, que tem custo elevadíssimo, o qual a servidora não consegue arcar e, por isso, pretende importar apenas a semente da cannabis sativa, para cultivá-la e produzir seu próprio óleo para fins medicinais.

Diante do pedido, a juíza Renata Lotufo verificou que ‘não há uma jurisprudência pacífica nos tribunais federais acerca do tema’.

Ela cita trecho de um voto do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o qual diz que ‘a criminalização estigmatiza o usuário e compromete medidas de prevenção e redução de danos’.

“Desse extenso resumo sobre as oscilações rítmicas da jurisprudência sobre as sementes da maconha e a questão do uso próprio, extraem-se as seguintes conclusões: o direito e a sociedade estão amadurecendo sobre o uso próprio de drogas; a jurisprudência é absolutamente insegura em relação ao assunto, caso a impetrante resolva arriscar importar por conta e risco as sementes de maconha”, pondera Renata.

A juíza afirma que como só é possível a obtenção do óleo via importação, o tratamento fica restrito a um pequeno público, ferindo o direito constitucional da isonomia e que a medida – possibilidade de importação -trouxe pouco alento para aqueles que não sejam de família de classe média alta ou alta.

Renata Lotufo lembra que o cultivo e produção caseira do óleo medicinal da maconha, já liberado em outros países, é uma realidade no mercado paralelo brasileiro, inclusive sendo possível assistir na internet a vídeos com tutoriais ensinando a fazer o óleo.

“Assim, é totalmente admissível, tolerável e compreensível o desespero das famílias que produzem seu próprio óleo medicinal, já que mal de Parkinson, esclerose múltipla são doenças com sintomas que trazem bastante sofrimento aos pacientes e suas famílias”, enfatiza a magistrada.

Por fim, ela considera que não há indícios de que a servidora irá cometer quaisquer delitos relacionados ao uso indevido ou ao tráfico de entorpecentes, ‘haja vista que busca somente melhores condições de vida no convívio de sua enfermidade, a qual não possui cura até a presente data’.

Anvisa faz alerta para uso anticoncepcional por mulheres com hepatite C

Órgão identificou reações adversas pela combinação entre remédio contra a doença e hormônio de pílula

Júlia Marques, O estado de S. Paulo

18 Agosto 2017 | 16h24

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta quinta-feira, 17, um alerta sanitário para mulheres que usam o medicamento Viekira Pak no tratamento de hepatite C. Segundo o órgão, mulheres que fazem tratamento com esse medicamento não devem usar anticoncepcionais orais contendo etinilestradiol – hormônio semissintético.

Segundo a Anvisa, há risco de reações adversas pela interação entre os dois medicamentos. O órgão orienta, ainda, que as pacientes consultem um médico para informações sobre a troca ou interrupção do anticoncepcional ou se sentirem cansaço, fraqueza, falta de apetite, náusea, vômito e fezes descoloridas durante o tratamento com o Viekira Pak.

O uso dos anticoncepcionais com etinilestradiol deve ser suspenso, de acordo com a Anvisa, aproximadamente duas semanas antes do início da terapia com Viekira Pak. Durante o tratamento, as pacientes podem usar remédio contraceptivo que contenha outro tipo de hormônio ou substituir por métodos de contracepção não hormonais.

Ainda de acordo com a Anvisa, o uso dos anticoncepcionais só pode ser retomado duas semanas, aproximadamente, após o fim da terapia com Viekira Pak.

Desde agosto de 2016, a Anvisa, em parceria com o Ministério da Saúde, monitora efeitos adversos pelo uso de novos medicamentos que foram incorporados no SUS em junho de 2015 para tratamento da hepatite C.

Gastos ‘judiciais’ com tratamento médico sobem 1.300% em 7 anos

Despesas do Ministério da Saúde para cumprir decisões da Justiça de compra de medicamentos e insumos chegaram a R$ 1 bilhão em 2015

Fábio Fabrini e Lígia Formenti, O Estado de S. Paulo

21 Agosto 2017 | 03h00

BRASÍLIA – As despesas do Ministério da Saúde para cumprir decisões judiciais de compra de medicamentos e insumos para tratamentos médicos aumentaram 1.300% em sete anos, saindo de R$ 70 milhões em 2008 para R$ 1 bilhão em 2015. O orçamento tem sido afetado principalmente por remédios de alto custo, em alguns casos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que significa que não podem ser vendidos no Brasil e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As conclusões são de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que apresenta um panorama da chamada judicialização da saúde no País – quando o cidadão, não atendido pela saúde pública, busca apoio nos tribunais. O trabalho mostra que, de um total de R$ 2,7 bilhões gastos entre 2010 e 2015 pela pasta, por ordem de juízes, 54% correspondem à compra de apenas três medicamentos, demandados para o cuidado de pacientes com doenças raras. Trata-se do Naglazyme e do Elaprase, para o tratamento de mucopolissacaridoses (MPS), as enfermidades degenerativas; além do Soliris, usado contra a hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) e a síndrome hemolítico urémico atípico (SHUa).

O Soliris, embora aceito nos Estados Unidos, não tinha registro na Anvisa até março deste ano. A compra desses remédios para um único paciente pode chegar a R$ 1 milhão por ano – cada dose custa R$ 21 mil.

Só que a vida do gerente administrativo Ricardo Ferreira de Souza, de 34 anos, mudou depois que ele começou a utilizar o medicamento Soliris. Diagnosticado com HPN – uma mutação genética que destrói os glóbulos vermelhos do sangue – em 2009, Souza tinha uma rotina de internações e transfusões de sangue até 2014, quando conseguiu o remédio após entrar na Justiça.

“Nem sei quantas vezes fiquei internado. Os médicos falavam que a única solução era a medicação. Entrei na Justiça em 2012 e adquiri o remédio em 2014. Isso mudou tanto a minha vida quanto da minha família. A gente voltou a ter esperança, porque eu só estava esperando a hora de partir, só esperava o pior.” O gerente conta ainda que, neste ano, houve um atraso na entrega do remédio e ele acabou internado por uma semana. “Fiquei debilitado.”

Estados. Outra conclusão da auditoria é que o fenômeno tem atingido mais os cofres dos Estados que os da União. Os governos estaduais apresentam bem menos fôlego para bancar essas despesas, que não são previstas nos repasses obrigatórios do governo federal. Em 2013 e 2014, por exemplo, as Secretarias de Saúde de São Paulo, Minas e Santa Catarina gastaram, juntas, R$ 1,5 bilhão, ante R$ 1,1 bilhão do ministério. O grosso dos recursos (80%) foi para a compra de medicamentos.

Em São Paulo, 10% do total das despesas com judicialização em 2014 foi com produtos sem registro da Anvisa. Quase um quinto dos gastos foi para a compra de remédios que já constavam na lista do Sistema Único de Saúde.

Perfil. O TCU ainda traçou um perfil dos processos. As ações são predominantemente individuais e têm taxa de sucesso alta. Os juízes, em geral, concedem antecipação de tutela aos autores sem pedir informações prévias às Secretarias de Saúde. A maioria das ordens é dada sem tomar como base normativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou o sistema criado pelo órgão para orientar magistrados. No Summit Saúde Brasil 2017, organizado pelo Estado na semana passada, o CNJ apresentou a ideia de criar um banco de 52 pareceres para orientar o Judiciário.

As causas envolvem geralmente valores acima de 40 salários mínimos. A maior parte é ajuizada por advogados, seguidos de perto por defensores públicos, aos quais recorrem cidadãos mais pobres. Atualmente, há milhares de processos suspensos, aguardando deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF), que interrompeu julgamento para discutir em que situações o Estado tem o dever de fornecer o tratamento demandado. A Corte entendeu que as questões suscitadas em algumas ações têm repercussão geral, ou seja, a decisão a ser adotada vinculará todas as instâncias inferiores.

A auditoria do TCU identificou que, embora os gastos para atender ações judiciais tenha aumentado de forma expressiva, não houve, por parte do Ministério da Saúde, a criação de um controle administrativo para acompanhar as despesas. O problema também foi identificado em secretarias de Saúde selecionadas para fazer a análise.

O TCU observou, por exemplo, a ausência de rotinas de coleta, processamento e análise de dados que permitam dimensionar a judicialização. Auditores destacaram ainda a ausência de mecanismos para detecção de fraudes e duplicidade de pagamentos.

Ação. Diante dos resultados, o TCU recomendou ao Ministério da Saúde, por meio de acórdão aprovado na quarta-feira, a adoção de mecanismos que melhorem o acompanhamento dos dados, racionalizem compras e evitem duplicidade de pedidos. Além disso, sugeriu a criação de uma coordenação para centralizar todas as informações relativas aos processos judiciais.

O Tribunal ainda sugere que o ministério passe a adotar de forma mais ampla o recurso da licença compulsória, que permite ao País comprar ou produzir versão genérica de medicamentos protegidos por patente. E recomendou que os Conselhos de Medicina fiscalizem prescrições.

Em entrevista ao Estado, o ministro Ricardo Barros disse que a pasta já está colocando em prática “todas as medidas” recomendadas pelo TCU. “Parece até que viram as minhas palestras.”

Estado terá de fornecer medicamentos a mulher portadora de epidermólise bolhosa

18/08/2017 17h34
O Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Saúde, deverá fornecer os medicamentos e curativos de alto custo Mepilex Transfer 15×20, Mepilex AG 10×10, Cetaphil, Vdeclair 200ml e o Cubitan a uma mulher de 35 anos, portadora de epidermólise bolhosa. Os fármacos haviam sido negados pela pasta. A decisão, unânime, é 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), tendo como relator o desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição.

Conforme ação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), a mulher é portadora de uma doença rara, congênita, que apresenta bolhas heterogêneas, hereditárias, caracterizadas pela fragilidade anormal da pele e mucosas. Ainda, segundo o MPGO, por ser uma afecção crônica, que ainda não dispõe de cura e tratamento, por apresentar um amplo quadro com variados graus de intensidade, a paciente precisa dos fármacos que visam o tratamento dela em caráter especial, tendo por objetivo a intervenção preventiva para evitar o aparecimento de sequelas, que possam interferir na qualidade de vida da paciente.

Com o rompimento da epiderme, o portador de EB precisa realizar curativos diários, que ocasionam dores durante as trocas dos curativos. Diante disso, ela precisa dos produtos, que evitarão a aderência dos curativos, cuja tecnologia é de silicone.

Durante o processo, a paciente narrou que não possui condições financeiras para arcar com a compra dos medicamentos prescritos pela médica que lhe atendeu. Diante disso buscou auxílio junto a Secretaria da Saúde, momento em que a Gerência de Assistência Farmacêutica negou os fármacos, sob o argumento de que eles não integram a lista de medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde.

O juízo da comarca de Goiânia determinou a concessão do benefício a paciente. Inconformado, o Estado de Goiás interpôs recurso, sob o argumento de que não tem como atender a solicitação da impetrante, uma vez que não existe casos da referida doença no Estado de Goiás.

Ao analisar os autos, o magistrado determinou para que o poder público estadual cumpra a obrigação institucional de garantir a efetividade dos direitos assegurados a paciente. “O órgão ministerial tem legitimidade para instaurar procedimento administrativo, cuja finalidade é disponibilizar a terapia medicamentosa à paciente, independentemente da hipossuficiência econômica do substituído”, afirmou Alan Sebastião.

De acordo com ele, a corte entende que não há necessidade de comprovação da hipossuficiência para fundamentar o direito líquido e certo do impetrante, vez que este se assenta no dever do Estado de assegurar a todos o acesso à saúde. “Tratando a saúde de um direito indispensável, é desnecessário ao paciente demonstrar carência de recursos financeiros para receber a medicação apta ao seu tratamento”, frisou o magistrado.

O desembargador ressaltou, ainda, que a impetrante demonstrou, por meio de prescrição médica, a necessidade dos remédios para a efetivação da saúde. “É incontroverso o dever do Estado, através da Secretaria de Saúde, de prestar assistência médica à população”, acrescentou Alan Sebastião. Veja decisão (Texto: Acaray M. Silva – Centro de Comunicação Social do TJGO)

Medicamento para o tratamento do câncer de mama passará a ser pago pelo SUS

18/08/2017 às 11:34

acritica.com Manaus (AM)
A liberação da medicação atende a uma reivindicação de entidades de classe relacionadas à oncologia e instituições de apoio à causa câncer

Incorporado à lista de medicamentos padronizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2013, para pacientes com probabilidade de cura do câncer de mama, o Trastuzumab (nome comercial Herceptin) agora será custeado pelo Ministério da Saúde (MS) na sua totalidade, abrangendo também pacientes com neoplasias malignas metastáticas. A medida vai gerar uma economia de, aproximadamente, R$ 4 milhões à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade de referência em cancerologia na Amazônia Ocidental. A verba será remanejada para a aquisição de outros quimioterápicos de ponta, ampliando a oferta de tratamento, explicou o diretor-presidente da instituição, cirurgião oncológico Marco Antônio Ricci.

A decisão foi publicada no último dia 3 no Diário Oficial da União e passa a valer em seis meses. Atualmente, o SUS custeia a parcela do medicamento direcionada a pacientes em tratamentos neo-adjuvantes e adjuvantes. Ou seja: pacientes que necessitam da medicação antes do tratamento definitivo (a exemplo do cirúrgico), ou, que já passaram por ele e precisam de complementação terapêutica para controle. De acordo com a gerente de Oncologia Clínica da FCecon, Dra. Brena Ferreira Uratani, as pacientes com câncer metastático (doença disseminada) também fazem uso da medicação.

Essa parcela foi assumida, desde 2011, pelo Governo do Estado, que só em 2017, investiu cerca de R$ 2,2 milhões na compra do monoclonal de alto custo, uma média de R$ 11,4 mil por ampola. As duas categorias somam 102 pacientes em tratamento com o Transtuzumab na unidade hospitalar atualmente.

“Diferente de um quimioterápico convencional, o Trastuzumab é produzido através de anticorpos monoclonais que bloqueiam a proliferação das células do câncer de mama, gerando um efeito positivo para quem teve a doença controlada por cirurgia. Nos casos das pacientes metastáticas, cujo câncer primário nas mamas já atingiu outros órgãos, o monoclonal ajuda em um controle mais efetivo da doença. Nos últimos dez anos, houve, inclusive, casos de remissão completa do tumor”, explicou.

Conforme a oncologista, antes da incorporação do medicamento, as mulheres com câncer de mama metastático em tratamento na rede pública, que tinham o receptor HER2 – o qual provoca maior agressividade da doença -, tinham menor sobrevida. Elas correspondem a, pelo menos, 25% dos diagnósticos da doença. São, muitas vezes, mulheres com idade abaixo da faixa etária de risco, que hoje é de 60 anos. “A medicação potencializou o tratamento e aumentou em, pelo menos, 10% a sobrevida dessas pacientes”, completou Uratani. Isso porque, trata-se de uma terapia direcionada às células tumorais, que preserva as células saudáveis e provoca menos efeitos colaterais que uma quimioterapia convencional.

Conforme a especialista, o Trastuzumab é indicado especificamente às mulheres com esse tipo de receptor, que acelera o desenvolvimento da doença. Atualmente, um combo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil, denominado Perjeta, associa dois medicamentos da mesma família (monoclonais) para combater um outro tipo de receptor associado ao câncer de mama: o HER3.

Após a criação da Comissão de Farmácia e Terapia da FCecon, em 2016, um grupo de pacientes pré-selecionado, com nesse perfil molecular, já faz uso e tem apresentado resultados satisfatórios no controle do câncer de mama. Apesar de ainda não ser fornecido pelo SUS, o combo já é custeado pelo Governo do Estado, fortalecendo o protocolo terapêutico disponível para o tratamento da neoplasia, considerada a mais incidente entre as mulheres no mundo e a terceira no Amazonas, conforme a última projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde.

A liberação da medicação atende a uma reivindicação de entidades de classe relacionadas à oncologia e instituições de apoio à causa câncer, a exemplo da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

*Com informações da assessoria de comunicação.

Pacientes sofrem com a falta de medicamentos na rede pública de AL

Medicação com valor de quase R$ 8 mil está em falta há um ano. Cansados de esperar, familiares dos pacientes recorrem à Defensoria Pública.

Por AL TV

18/08/2017 21h48

Pacientes sofrem com a falta de medicamentos na rede pública de AL

A falta de medicamentos na rede pública de Alagoas preocupa pacientes que são dependentes da farmácia e dos postos de saúde do Estado. Entre os remédios em falta está um antibiótico para portadores da fibrose cística, que custa quase R$ 8 mil e está há um ano sem ser reabastecido no sistema público.

Um dos muitos prejudicados é o filho de 11 anos da dona de casa Cícera Paixão. Ele tem fibrose cística desde os 3 anos. Os remédios para o tratamento da doença, que ataca as defesas do organismo, deveriam ser distribuídos pela farmácia do Estado, mas ela diz que os medicamentos estão em falta há cinco meses.

“Nós estamos nos preocupando porque está muito demorado. Cada dia fica mais difícil porque a criança não pode passar um dia sem a medicação. E como falta há mais de cinco meses, como fica a situação pra gente? Nós não podemos comprar, é muito caro”, desabafa.

Para combater a doença, um dos remédios é o Creon. Uma caixa custa R$ 120. O alfadornase, para portadores da fibrose cística, é vendido por quase R$ 1.400. Cada paciente precisa de cinco caixas por mês, o que dá um total de R$ 7 mil.

Além dos já mencionados, outro remédio fundamental para o tratamento é o antibiótico Tobramicina – que não está sendo fornecido pela Farmex há um ano, segundo familiares. Uma caixa com 28 comprimidos custa quase R$ 8 mil.

Cansados de esperar, os pais estão recorrendo à Defensoria Pública em busca de soluções. O coordenador de loja Cícero do Nascimento fez isso por sua filha de 19 anos, que sofre com os sintomas da doença.

“A falta vem causando uma crise. Se ela não tomar o medicamento, os alimentos que ela come não servem. É o mesmo que não estar comendo”, conta Cícero.

A pediatra Amanda Katielly diz que a carência do medicamento tem aumentado o número de pacientes no hospital em que trabalha.

“A gente tem recebido uma quantidade muito maior de pacientes para internar por intercorrência infecciosa, como pneumonias graves e internações que duram mais de 30 dias. Usando antibióticos de amplo espectro. Inclusive, um paciente nosso recentemente foi para a UTI e nós atribuímos isso também a falta de medicamento. Se isso persistir, eles acabam evoluindo com mais processos infecciosos que podem levar até ao óbito”, explica.

Recorrência

Desde o começo deste ano, a TV Gazeta vem mostrando várias reportagens com muitos pacientes denunciando atraso na distribuição de remédio para tratamento de diabetes, reposição de hormônios, falta de ar e doenças renais.

A dona de casa Francisca Oliveira vive com a renda de um salário mínimo. Ela conseguiu receber o remédio para o tratamento de asma após quatro meses.

“Agora, vou ficar dois meses sem receber. O médico disse que o exame está vencido e que vou ter que fazer outro”, relata.

Já a dona de casa Marileide Santana estava sem esperança, mas recebeu o remédio que a mãe dela precisa para tratar a bronquite e ficou emocionada. “É muito importante pra minha mãe. Fiquei muito feliz”, conta.

Sesau

A Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) informou que o medicamento para doenças renais está em trâmite para aquisição.

Quanto a somatropina, o hormônio de crescimento e as insulinas para diabéticos, até a próxima sexta-feira (25) os medicamentos estarão disponíveis nos postos de saúde do estado.

Os processos de compras dos medicamentos citados para fibrose cística estão sendo finalizados e a previsão é até o final do mês de setembro para regularizar o abastecimento.

Falta de remédio para tratamento de câncer no HC da Unicamp preocupa pacientes

Desabastecimento acontece desde o início do mês e afeta 17 pacientes. Estado afirmou que medicamentos já foram entregues e estarão disponíveis até segunda-feira.

Por Jornal da EPTV 1ª Edição

18/08/2017 12h59

Remédios para o tratamento de pacientes com câncer estão em falta no HC da Unicamp

Medicamentos para tratamento de câncer no rim e fígado estão em falta no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. De acordo com a unidade médica, o desabastecimento acontece desde o início do mês e afeta pelo menos 17 pacientes. A instituição informou que a responsabilidade pelo fornecimento dos produtos à farmácia de alto custo do local é do governo estadual.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que os medicamentos Sorafenibe e Sunitibe foram entregues à Unicamp e funcionários do HC foram até São Paulo para buscar os produtos. De acordo com a unidade, até segunda-feira (21) eles estarão disponíveis. No entanto, o governo estadual não explicou o motivo da falta dos remédios.

O aposentado Sebastião Silva tem 60 anos e luta contra um câncer que atingiu o pulmão, rins e fígado. O idoso faz tratamento na Unicamp há 1 ano e sete meses e, sem o remédio na farmácia do Hospital de Clínicas, a única alternativa é ele pagar R$ 5 mil para conseguir a medicação.

“Eu nem sei onde compra e também não tenho dinheiro. É muito caro, eu realmente não tenho condições de comprar. A gente sofre muito sem o remédio, começa a sentir dores. A esperança é que chegue logo porque a gente depende muito dessa medicação”, afirmou.

Já o serralheiro Alexandre Faria também precisa do remédio para tratar a doença. Segundo ele, um tratamento de 30 dias custa R$ 16 mil. Nesta sexta-feira, a EPTV, afiliada da TV Globo, acompanhou a tentativa do paciente de conseguir o medicamento, mas o produto continua em falta. “É impossível pagar, não tenho da onde tirar o dinheiro”, afirmou.

O oncologista disse que os medicamentos são essenciais para o tratamento dos cânceres de fígado e rim porque, especificamente para estes casos, a quimioterapia não faz efeito. “Os dois remédios vieram para revolucionar essas doenças e sem eles a doença acaba progredindo realmente”, explicou.

Promotora diz que faltam medicamentos no Hemope e abre investigação

18 / ago
Publicado por jamildo em Notícias às 11:27

A promotora Maria Ivana Botelho, que atua na Promotoria de Defesa da Saúde da Capital, abriu um inquérito para investigar o Hemope, alegando um suposto desabastecimento de medicamentos padronizados no órgão estadual.

Em despacho assinado em 14 de agosto, a promotora afirma que os usuários das farmácias do Hemope precisam ser atendidos e não podem vivenciar esta situação.

A promotora do Ministério Público do Estado (MPPE) vai enviar um ofício ao órgão, requisitando as listas de medicamentos em falta, a situação dos estoques e como está o procedimento para compra dos medicamentos em falta.

Criada em 25 de novembro de 1977, o Hemope está vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco.

O Hemope se destaca como referência em diagnóstico laboratorial e tratamento das patologias do sangue e tem cerca de 1300 funcionários.

Críticas na Alepe

Na Alepe, durante a Reunião Plenária dessa quinta-feira (17), a deputada estadual Socorro Pimentel ocupou a tribuna para falar da crise que o serviço de hemodiálise tem enfrentado em Pernambuco.

De acordo com dados apresentados pela parlamentar, no estado, só existem 116 máquinas de hemodiálise em funcionamento nos quatro hospitais que atendem essa especialidade.

“Pela concepção do sistema, os atendimentos nesses centros devem ser temporários, uma vez que são voltados para o doente renal que apresenta um quadro de emergência. Como é uma condição crônica, quando sai do quadro emergencial, o paciente é transferido para uma das 18 clínicas particulares que prestam serviço à SES”.

“Com quase cinco mil doentes renais no estado, a qualidade do atendimento caiu significativamente e faltam vagas para os novos pacientes, que chegam a aguardar um mês internados em hospitais enquanto esperam ser aceitos em alguma clínica para dar sequência ao tratamento. No Araripe, os pacientes precisam se deslocar aos municípios vizinhos, como Petrolina, Juazeiro do Norte, Arcoverde e Salgueiro. Essas transferências, além de gerar uma despesa altíssima para o município, gera um desgaste físico e põe a vida do paciente, que necessita desse deslocamento três vezes por semana, em risco”, disse.

A deputada citou a situação do centro de hemodiálise e nefrologia do Hospital e Maternidade Santa Maria, em Araripina (Sertão do Araripe), que está equipado mas não foi entregue à população.

De acordo com a parlamentar, a administração da unidade de saúde já entregou a documentação necessária para a Secretaria estadual de Saúde, que ainda não teria resolvido as pendências junto ao Ministério da Saúde para que o centro seja inaugurado.

“O Centro de Nefrologia irá beneficiar não só Araripina, mas os municípios vizinhos e toda a região e ainda não foi inaugurado por irresponsabilidade do Governo do Estado. Atendendo ao nosso chamado e sensível à situação dos pacientes que precisam de hemodiálise, o deputado federal ministro Fernando Filho esteve conosco em Araripina e, com o apoio dos vereadores Evilásio Matheus e João Erlan, precisou interceder junto ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, para que o processo burocrático fosse resolvido. Só agora a inauguração será agilizada”, disse.

Operação apreende remédios vendidos ilegalmente em comércio de Campinas

Três pessoas foram detidas e um adolescente foi apreendido durante ação.

Por G1 Campinas e Região

17/08/2017 17h55

Uma ação realizada pela Guarda Municipal e o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) da Polícia Civil apreendeu na tarde desta quinta-feira (17), em Campinas (SP), remédios vendidos de forma ilegal e produtos falsos em uma galeria no Centro. Três suspeitos foram detidos e um menor foi apreendido. A operação ocorreu após denúncia e não houve feridos.

Durante a ação, segundo a Prefeitura, foram apreendidas quatro pílulas abortivas e 150 comprimidos de um medicamento de uso controlado para emagrecimento. No local, informou a assessoria, também foram localizados blocos de receituário, carimbos médicos, CDs e DVDs piratas.

Porções de maconha e cocaína também foram apreendidas em bancas instaladas na Rua Álvares Machado. "A galeria foi fechada por não ter apresentado o AVCB do Corpo de Bombeiros, nem alvará para funcionamento", diz nota da administração.

O caso será investigado pelo 1º Distro Policial, na área central.