Falta de remédios prejudica pacientes

Prefeitura diz que há medicações que chegarão em 30 dias e que farmácias devem ser abastecidas com 51 fardos de fraldas, mas não informou prazos Tamires Souza 02/08/2017 17:07 02/08/2017 17:15

A falta de medicamentos já virou rotina para muitos pacientes. A desempregada Marta da Silva, 46 anos, sente o peso deste problema no orçamento doméstico. Só em fraldas para a mãe, de 71 anos, são gastos R$ 270 em fraldas geriátricas, com média de uso de seis fraldas por dia. “A última vez que retirei na farmácia básica foi em 26 de abril. Só dizem que não tem previsão para chegar”, lamenta a desempregada. Para agravar a situação, a família ainda precisa desembolsar com os remédios como Sinvastatina, AAS, Omeoprazol e Fenetoína. “Temos que comprar, porque estão em falta e são muitas caixas que ela usa por mês”, revela.

Para a aposentada Marlene Danbrooski, 67 anos, as dificuldades são semelhantes. Ela usa o remédio Amitriptilina e há um mês ela vai à farmácia básica, na tentativa de conseguir a medicação. “Deram uma previsão de chegada, mas quando cheguei não tinha mais remédio. Agora prometeram para a sexta, vou novamente na esperança de conseguir o remédio”, conta a aposentada que já está comprando a medicação que custa R$ 50 por caixa. “É um custo muito alto para mim”, reclama.

O que diz a prefeitura

Diferente do que informam os pacientes, a Secretaria de Saúde afirma que não faltam as medicações AAS 100 mg, Sinvastatina de 10 mg, mas que ainda aguarda a medicação de 200 mg, prevista para ser entregue em 30 dias. A prefeitura também nega que esteja faltando Omeoprazol de 20 mg e Fenitoína. Já o Amitriptilina deve chegar em 30 dias, de acordo com a Secretaria de Saúde. As farmácias devem ter abastecimento com 51 fardos de fraldas, de todos os tamanhos, em caráter emergencial, mas a secretaria não informou prazos.

Novos medicamentos contra Hepatite C serão disponibilizados em postos de saúde

Medicamentos que apresentam expectativa de cura de aproximadamente 90% serão disponibilizados a pacientes com grau avançado da doença

Por Luan Guilherme Correia Em 02/08/2017 às 01:21

Pacientes diagnosticados com Hepatite C, em grau avançado de comprometimento do fígado, receberão um “tratamento inovador” até o final deste ano. O Ministério da Saúde começou a utilizar novos medicamentos que apresentam expectativa de cura de aproximadamente 90%.

Os medicamentos Sofosbuvir, Daclatasvir ou Simeprevir estarão disponíveis nas unidades básicas de saúde, conforme solicitado pelos Estados. Além disso, outros públicos passam a ser tratados com esse esquema de medicamentos. Todos os diagnosticados com Hepatite C, independente do grau de comprometimento do fígado, serão atendidos.

Entre 2003 e 2016, a taxa de detecção de casos de Hepatite C mostrou tendência de aumento em todas as regiões do país. Só no ano passado, em Boa Vista, foram confirmados 65 novos casos da doença. Em todo o Estado, foram 111 casos. A realidade em 2017, porém, parece ter mudado. Nos sete primeiros meses do ano, foram apenas 25 casos registrados em Roraima.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que as hepatites virais causaram quase um milhão e meio de mortes em 2015, por todo o mundo. O Brasil registrou, no ano passado, 2.541 óbitos provocados por hepatites virais, sendo quase 80% relacionados à Hepatite C. Já em Roraima, de 2015 a 2017, foram nove mortes confirmadas por conta da doença.

ACOMPANHAMENTO – O acompanhamento da Hepatite Viral C Aguda é feito nos postos de saúde, ou seja, na atenção básica, de competência dos municípios. Já os casos crônicos são acompanhados e tratados pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE), do Governo do Estado.

Caso haja necessidade de tratamento, detectado por exames feitos na própria unidade e solicitados por um médico especialista, o paciente é encaminhado para realizar tratamento com medicamentos específicos.

SINTOMAS – Os casos de Hepatite Viral C Aguda são assintomáticos, logo, o paciente pode vir a sentir mal-estar, vômitos, náuseas, dores musculares, perda de peso e cansaço. Os sintomas não são claros, por isso é mais difícil diagnosticar a doença.

TRANSMISSÃO – O vírus da Hepatite C transmite-se, principalmente, por via sanguínea, bastando uma pequena quantidade de sangue contaminado para transmiti-lo, se este entrar na corrente sanguínea de alguém através de um corte ou uma ferida, ou na partilha de seringas.

Portanto, não há necessidade de isolamento do portador da Hepatite C. Não existe vacina contra a Hepatite C, porém o tratamento é eficaz e garante 90% de cura.

SERVIÇO – Há dois anos, no Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, comemorado em 28 de julho, os portadores roraimenses da doença ganharam o Atendimento Multidisciplinar aos Portadores de Hepatite Viral Crônica no Serviço de Assistência Especializada, o que revolucionou o tratamento da doença no Estado, possibilitando uma melhoria na qualidade de vida dessa parcela da população.

Antes da existência deste serviço, o atendimento era centralizado no médico e não havia uma sistematização de cadastro desses pacientes. Agora, os portadores de hepatites virais têm a garantia de uma assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e psicossocial, com uma equipe multidisciplinar que o acompanha ao longo de sua doença, melhorando a qualidade de vida dessa população no Estado.

Sem o serviço, não era possível saber quantos dos pacientes notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) estavam fazendo tratamento no SAE. Hoje em dia, esse controle é feito em parceria com os 15 municípios para identificar esses pacientes. Isso porque as hepatites não podem mais ser vistas de maneira isolada, pois há uma série de questões relacionadas aos efeitos colaterais do tratamento, às co-infecções com o HIV ou entre as hepatites C e B, as comorbidades, síndromes e possíveis distúrbios psicológicos/psiquiátricos, que precisam de um acompanhamento multiprofissional. (L.G.C)

“Medicamentos essenciais estão em falta”, reclamam pacientes

Queixas foram registradas nas redes estadual e municipal de saúde de SP

Renata Okumura

02 Agosto 2017 | 18h51

SÃO PAULO – “Medicamento está em falta e sem previsão de entrega”, esta foi a resposta dada à Ana Maria por funcionários da Unidade Dispensadora Tenente Pena, localizada na Rua dos Italianos, 506, no Bom Retiro, região central da cidade. “O Somavert é essencial à minha saúde. Estou há um mês sem o remédio”, desabafou ela. O medicamento usado para controlar o hormônio do crescimento custa, em média, R$ 18 mil para o tratamento mensal.

O Núcleo de Assistência Farmacêutica informa que o Somavert (pegvisomanto), foi fornecido no dia 18 de julho à paciente. A próxima entrega está prevista para 16 de agosto. “A indisponibilidade mencionada pela paciente foi pontual e temporária”, reforçou a nota.

Na rede municipal de saúde, as queixas da população continuam ligadas à falta de insumos para pacientes com diabetes. “Não estão sendo entregues com regularidade desde outubro de 2016. Este ano, minha filha recebeu uma única vez as tiras para a dosagem de glicose, que duraram um mês e meio”, relatou Anelise Magalhães que é mãe de uma criança com diabete tipo 1. Ela se refere à Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr Humberto Pascale, localizada na Rua Vitorino Camilo, 599, no bairro Santa Cecília, também na região central da cidade. “Nesta semana fiquei sabendo que as fitas chegaram, mas acabaram em três dias. Minha filha depende deste monitoramento para evitar as complicações da doença”, reforçou a mãe.

A Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Centro informa que a UBS Dr. Humberto Pascale está abastecida com insumos para diabéticos. “No momento, há 29,5 mil lancetas, 6,5 mil tiras e mais de 22,4 mil seringas disponíveis para retirada na unidade”, garantiu o posicionamento.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ressalta que, na semana passada, foram distribuídas para a rede três milhões de tiras. No dia 24 de julho, foram entregues mais quatro milhões. Uma nova compra de três milhões de tiras já está em andamento, devendo ser distribuída nos próximos dias.

A pasta esclarece que está redesenhando o sistema de distribuição dos kits de diabetes para que estes problemas não voltem a se repetir.

Outros relatos. Diabetes e colesterol são duas doenças perigosas e que exigem cuidados contínuos. A maioria dos pacientes depende do sistema público, em razão do alto custo dos remédios e insumos. Diante dos riscos, a população está apreensiva com a falta de medicamentos e insumos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital paulista.

Quer compartilhar alguma reclamação em seu bairro? Mande seu relato por WhatsApp (11) 9-7069-8639 ou para o email blitzestadao@estadao.com.

Faltam medicamentos, leitos e aparelhos para tratar o AVC

Levantamento do Conselho Federal de Medicina mostra precariedade no atendimento do SUS

SÃO PAULO. Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) com neurologistas do SUS de todo o país mostra que cerca de 57% dos médicos afirmam não contar, no serviço público, com mecanismos para triagem e identificação imediata de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC).

Não há também, segundo 32%, acesso à tomografia em até 15 minutos. Hideraldo Cabeça, da câmara técnica de neurologia e neurocirurgia do CFM, diz que a tomografia e a triagem são importantes para diferenciação entre um AVC isquêmico – com interrupção do fluxo sanguíneo, quadro mais comum – e AVC hemorrágico – quando há rompimento dos vasos sanguíneos.

Sem essa identificação precisa, não há como aplicar o tratamento apropriado. “Dependemos do tempo para realizar o atendimento até 4h após o AVC. Quanto mais tempo se demora, menor a chance de o indivíduo se recuperar e mais pacientes ficam com sequelas”, diz.

Cerca de 53% dos médicos na pesquisa afirmam não contar com medicamentos trombolíticos, que promovem a desobstrução das artérias, para o tratamento imediato dos pacientes. Mais de 50% dessa população de médicos dizem que não era possível fazer o básico, diz Cabeça.

Para os neurologistas e neurocirurgiões consultados, em 87,9% dos hospitais públicos que acolhem pacientes em crise aguda de AVC faltam leitos de internação; e em 93% não há ressonância magnética disponível em até 15 minutos.

O grupo ainda relatou ausência de leitos de UTI/emergência para pacientes isquêmicos, que precisam usar trombolíticos em 63,6% dos serviços.

Os sinais de um AVC são falta de resposta e fraqueza repentina de um lado só do corpo, boca torta e dificuldades de fala. O CFM diz que o treinamento para clínicos gerais e emergencistas reconhecerem e saberem tratar um AVC é importante, tendo em visa que seria impossível haver neurologistas de plantão em todos os lugares.

Conhecido popularmente como derrame ou trombose, o AVC ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.

Além de matar cerca de 100 mil brasileiros por ano, a condição também é uma das principais responsáveis por incapacitação de pessoas. O CFM entregará o levantamento ao governo federal. Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não se manifestou.

Minas
Protocolo é arma contra deficiências

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), Fábio Guerra, avalia que o maior problema dos hospitais públicos no atendimento às vítimas de AVC está na falta de equipamentos, de medicamentos e de preparo das equipes médicas.

O especialista explica o que é considerado um socorro adequado: “Assim que o paciente chega ao hospital, deve ser feito o exame de laboratório nos primeiros minutos, exame de imagem para detectar o tipo de AVC na primeira hora e o encaminhamento para o setor indicado até algumas horas depois”, diz o médico.

Guerra afirma que, embora a rede de atendimento em Minas Gerais tenha muito o que melhorar, ainda “corre na frente” em comparação ao restante do país. “Aqui, principalmente em Belo Horizonte, alguns hospitais já estão começando a se adequar ao protocolo definido pelo Ministério da Saúde para garantir um atendimento melhor às vítimas de AVC. Isso já está diminuindo o número de óbitos decorrentes da doença”, afirma o médico. (Thuany Motta)

Pacientes ficam de novo sem medicamentos

Além de conviver com uma doença grave, os pacientes têm que enfrentar a falta de medicação para seguir com o tratamento

Virou problema recorrente a falta de medicamentos para pacientes que fazem tratamento quimioterápico no Hospital Tereza Ramos (HTR). Em abril deste ano, uma mulher denunciou que aguardava há mais de dez dias a chegada do Doxorrubicina para dar continuidade às sessões. Nesta terça-feira, uma denúncia de outra paciente chegou até ao Correio Lageano sobre a falta do mesmo remédio, o Doxorrubicina e ainda do Vincristina Sulfato. As denunciantes não quiseram se identificar por receio de represália.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclareceu que há somente 200 Vincristina em estoque e serão usados para a manutenção do tratamento dos pacientes que já estão sendo atendidos no hospital. Na mesma nota, explicou que um novo lote de Vincristina está em processo de compra. A SES também informou que está aguardando a entrega do medicamento Doxorrubicina pelo fornecedor.

O Correio Lageano entrou em contato com a direção do HTR, mas não obteve resposta. Já a família que reclamou da falta dos dois medicamentos recebeu uma ligação do hospital avisando que o medicamento estará disponível nesta quarta-feira.

Incertezas_ “A falta de medicamento abala o psicológico do paciente. Viver com a incerteza de que poderemos terminar ou não o tratamento nos deixa preocupados e ansiosos. Além de enfrentar todos os estágios ao descobrir a doença, assimilá-la, e procurar a cura, temos ainda que passar por isso e ter que ouvir que o jeito é esperar e esperar”, desabafa uma paciente de 52 anos, que faria a sua última sessão de quimioterapia na manhã desta segunda-feira (1º)

Ela descobriu o câncer no estômago em outubro de 2016, fez cirurgia e passa por quimioterapia. Conta que, nesse período, não é a primeira vez que falta medicamento. “Outras pessoas também passam por isso. Sempre há falta de medicamento e, ao interrompermos o tratamento, corremos o risco de a doença avançar”, resume ela que mora em Lages e trabalhava no comércio. “O bom disso tudo é que o atendimento pelo pessoal da Unacon é excelente. Ao menos somos bem atendidos”, finaliza.

Tratamentos com ibogaína não estão regulamentados

Substância extraída da planta africana iboga não foi avaliada pela Anvisa quanto à segurança e eficácia. Qualquer comercialização da substância no país é ilegal

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 01/08/2017 17:38
Última Modificação: 01/08/2017 18:13

Extraída da raiz da planta iboga, a ibogaína não tem avaliação e aprovação da Anvisa. Como a substância é produzida fora do país e ainda não passou por nenhuma análise, é proibida a comercialização do produto em território nacional.

A Agência relembra que existe uma lista com as substâncias sujeitas a controle especial. “No Brasil, são consideradas substâncias sujeitas a controle especial aquelas elencadas nas listas do Anexo I da Portaria SVS/MS 344/98. A ibogaína não consta de nenhuma destas listas. Portanto, nem a planta nem as substâncias dela extraídas estão sujeitas a controle especial no Brasil”. É importante destacar, ainda, que o Art. 5º da RDC 204/2006 determina a proibição.

Apesar de existirem sites que afirmam que a substância é desintoxicante e auxilia no tratamento contra drogas como maconha e cocaína essa afirmação não está confirmada. Além disso, não foram apresentados estudos clínicos, técnicos ou científicos acerca da ibogaína. Portanto, não se pode afirmar que esta substância tem, de fato, efeitos medicinais.

Assim, como não há comprovação de benefícios medicinais promovidos pela ibogaína, não existem também informações de possíveis efeitos colaterais que ela pode causar, caso seja ingerida. Como dito anteriormente, a substância não pode ser comercializada no Brasil. Caso haja clínicas ou sites de internet que ofereçam ou vendam o produto, trata-se de algo não regulamentado.

Você pode encaminhar à Anvisa denúncias ou notificar eventuais problemas e eventos adversos, por meio dos Canais de Atendimento.
A planta

Originária do continente africano, a planta de nome Tabernanthe iboga é utilizada em cerimoniais do Bwiti realizados no Gabão. Bwiti é uma religião africana que faz uso da ibogaína em seus rituais.

Secretaria de Saúde abre programação de aquisição de medicamentos para todos os municípios

Por meio da Regionalização da Assistência Farmacêutica, os 853 municípios podem programar seus pedidos com o apoio do Estado

Marcus Ferreira

Com o objetivo de promover economia de recursos aos municípios mineiros na aquisição de medicamentos, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) realiza, a partir desta terça-feira (1º/8), a abertura da programação para o novo ciclo de atendimento aos pedidos de compras de medicamentos e insumos por meio de Atas de Registro de Preço disponibilizadas pelo Estado.

Os 853 municípios, que já aderiram ao Programa de Regionalização da Assistência Farmacêutica, poderão programar seus pedidos até o dia 8/8 e serão responsáveis pela gestão de seus recursos.

Em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que aconteceu no dia 17 de maio, foi pactuado entre o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a concretização do modelo da Regionalização da Assistência Farmacêutica para todos os municípios do estado.

Segundo o superintendente de Assistência Farmacêutica da SES-MG, Homero Rocha Filho, com a pactuação os municípios têm o benefício de ampliar o elenco de medicamentos disponibilizados.

“O Estado tinha um elenco de aproximadamente 145 itens, e os municípios que aderiram à regionalização já tiveram o elenco ampliado para mais de 200 medicamentos”, afirma o superintendente.

Antes, o Estado era responsável pela aquisição e distribuição de medicamentos, de acordo com as demandas dos municípios. Quando a programação e solicitação de insumos feita pelos municípios não eram suficientes, ocorriam problemas como desabastecimento, ou ainda a demora na logística, pois o fornecedor tinha que entregar os medicamentos no almoxarifado central da SES para então serem distribuídos para cada município.

Para solucionar essas questões, o Estado disponibiliza as atas de registros de preços para adesão pelo município, de forma que o próprio município possa promover a gestão de seu recurso.

Homero Filho esclarece que esse tipo de aquisição é vantajosa e segura para os municípios.“A aquisição de medicamentos pode ser realizada de duas maneiras, por meio das atas de registros de preço do Estado ou por meio de licitação individual. Municípios que possuem medicamentos que estão fora da relação disponibilizada pelo Estado ou consigam comprar com um valor mais em conta do que o ofertado pelas Atas de Registros de Preço poderão continuar comprando pelos seus processos individuais de licitação. Mas, caso o Estado esteja oferecendo preços mais acessíveis, os municípios devem adquirir os medicamentos por meio das Atas, sendo isso o que está preconizado na Lei de Licitações”, explica.

Como funciona a compra por meio da Ata

Após a abertura da Ata, os municípios participantes deverão realizar o acompanhamento da execução de seus respectivos saldos, por meio do no Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (Sigaf), disponibilizada pela gestão estadual.

O processo licitatório nasce no Estado, e os medicamentos são registrados de acordo com os quantitativos (cotas) que cada município informou, no planejamento anual (Sigaf) para o mesmo executar a Ata ao longo de sua vigência.

O recurso será tripartite (contrapartida da União, do Estado e do município) diretamente por meio do Fundo Municipal de Saúde e será o próprio município que terá a gestão destes recursos.

Os municípios que aderiram à Regionalização da Assistência Farmacêutica não terão mais que pagar a contrapartida municipal para o Estado via boleto bancário, mas sim depositar em conta específica do Fundo Municipal e executá-la direto com o pagamento das notas fiscais, resultado das aquisições feitas via Ata de Registro de Preço do Estado.

Caso não consigam realizar os pedidos na Ata do Estado, os municípios poderão realizar aquisições por instrumentos de compra próprios, uma vez que devem garantir o abastecimento dos medicamentos básicos.

Conheça a Deliberação que aprova a Estratégia da Regionalização da Assistência Farmacêutica (Eraf) e as normas de financiamento do Componente Básico do Bloco da Assistência Farmacêutica (CBAF) no âmbito do SUS-MG:

http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Del2416-SUBPAS_SAF-Estrat%C3%A9giadaRegionaliza%C3%A7%C3%A3oCBAF.pdf

SMS atualiza informações online sobre medicamentos controlados

01/08/2017 16:19

A Coordenação de Farmácia e Bioquímica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atualizou, em sua página no site da SMS, os novos locais de dispensação de medicamentos controlados e os cronogramas de distribuição da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) para os meses de agosto e setembro de 2017. No link, que pode ser acessado por meio do endereço eletrônico www.maceio.al.gov.br/sms, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), profissionais de saúde e sociedade em geral também podem ter acesso a diversas outras informações relacionadas.

Na página, os usuários e profissionais podem ter acesso a vários formulários, entre eles o recebimento de fraldas, medicamentos de Parkinson, recebimento de insumos para diabetes e um guia completo com orientações gerais para o uso seguro de medicamentos, além de notas técnicas, legislação, serviços farmacêuticos disponíveis e Relação Municipal de Medicamentos (Remume) e Relação Municipal de Correlatos (Recor).

“Essa ferramenta é muito importante para todos os usuários do SUS e também para os profissionais que podem ter acesso a todos os medicamentos disponíveis na rede pública, assim como os diretores de Unidades de Saúde podem fazer pedido de medicamentos que estão em falta em suas unidades”, ressalta Venício Rocha, coordenador de Farmácia e Bioquímica da SMS.

Fonte: Ascom / SMS

Pacientes com HIV denunciam falta de medicamento na rede pública do DF

Lamivudina é combinada com outras duas drogas no coquetel contra o vírus. Ministério da Saúde nega desabastecimento; secretaria do DF admite falta, mas diz que 'situação já está normalizada'.

Por Marília Marques, G1 DF

01/08/2017 18h05

Pacientes que vivem com o vírus HIV no Distrito Federal denunciam a falta, há quase dois meses, do antirretroviral lamivudina, um dos medicamentos do coquetel para o tratamento da Aids. Ao G1, nesta terça-feira (1º), o Ministério da Saúde, responsável pelo fornecimento do remédio, negou o desabastecimento, mas pontuou que cabe aos estados “estabelecer um fluxo de distribuição”.

A Secretaria de Saúde do DF, reconhece que houve a falta do medicamento, mas afirma que “a situação já está normalizada”. Em nota, a pasta informou que a data prevista para entrega do antirretroviral era até 16 de junho, mas não deixou claro por quanto tempo esteve em falta.

Em contraponto ao que dizem a secretaria e o ministério, em entrevista ao G1, o presidente da ONG Amigos da Vida, Christiano Ramos – que atua no atendimento a pessoas com HIV – afirma que a lamivudina está em falta “há pelo menos dois meses” nos principais centros de referência da capital federal. "Dizem que é problema de logística", afirmou Ramos.

“É a primeira vez que vejo faltar coquetel no DF, isso é grave. É um remédio que não pode faltar, senão volta a ter a carga viral reativada e compromete a situação de saúde das pessoas.”

Um paciente de 35 anos, que prefere não se identificar, também diz que na última semana esteve no centro de referência ao tratamento de aids do Hospital Dia, em Brasília, para buscar o medicamento, mas voltou para casa sem uma previsão concreta de quando receberia.

“Eles não deram explicação e pediram para tentar na próxima semana”.

O assistente administrativo, que faz tratamento há dois anos, diz que sempre recebeu o remédio gratuitamente e, em caso de falta, não tem “a menor condição de pagar pela medicação."

Atualmente no DF, 8,4 mil pessoas fazem tratamento de combate à Aids na rede pública de saúde. A lamivudina faz parte da chamada “terapia antirretroviral de alta potência”, combinada com outros dois medicamentos.

O médico infectologista, José Davi Urdaez, explica que a droga é uma das substâncias mais utilizadas no tratamento por ser “menos tóxica ao organismo” e, que na falta dela, tem como ser substituída por outra, “mas não é o ideal”.

Urdaez alerta, no entanto, que não é recomendável reduzir o coquetel a apenas dois medicamentos, pois na falta de um dos compostos, “o vírus se torna mais resistente”.

HIV no DF

Mais de 12 mil pessoas são portadoras do vírus HIV no Distrito Federal, segundo dados da Secretaria de Saúde. Desse total, 70% recebe tratamento antirretroviral na rede pública de saúde. Ainda segundo os dados da pasta, o levantamento também demonstrou que, entre os anos de 2014 e 2015, os óbitos por AIDS reduziram em 11%. Nos últimos anos foram registrados, em média, 900 novos casos de HIV/Aids.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV, AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), em 2015, a maior quantidade de casos de HIV estava concentrada na população masculina, em especial, entre homens que fazem sexo com outros homens, inclusive os bissexuais.

No mesmo período, a média de notificação foi de sete ocorrências masculinas para uma feminina. As faixas etárias que mais apresentaram infecção por HIV foram de 20 a 34 anos e de 35 a 49 anos. Entre as regiões da capital que mais registraram novos casos, destacam-se Asa Norte, Águas Claras, Lago Norte, Taguatinga e Varjão.

Tratamento

Após o diagnóstico positivo de presença do vírus HIV, ao paciente é ofertado o tratamento com a ingestão de medicamentos antirretrovirais, fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Distrito Federal, sete unidades de saúde atendem pacientes que convivem com a doença:

Hospital Dia (Asa Sul)Farmácia Escola Hospital Universitário de Brasília (Asa Norte)Ambulatório de Ceilândia (Ceilândia)Unidade Básica de Saúde nº 5 (Gama)Unidade Básica de Saúde nº 1 (Planaltina)Unidade Básica de Saúde nº 1 (Sobradinho)Policlínica (Taguatinga)

Medicamento usado em quimioterapia está em falta no Hospital Infantil

A Defensoria Pública do Espírito Santo tem recebido em média duas famílias por dia em busca do remédio para tratamentos dos seus filhos

A Defensoria Pública do Espírito Santo, em parceria com a Defensoria Pública da União, entrou, nesta terça-feira (1º) com uma ação judicial solicitando a aquisição da "dactinomicina", um medicamento indispensável e insubstituível em quimioterapias. O remédio é usado para o tratamento contra o câncer infantil e está em falta há dois meses no Hospital Infantil de Vitória.

Segundo a ação civil, o remédio é usado no tratamento de crianças com nefroblastoma – um tumor maligno que atinge os rins. Ainda de acordo com o documento, a diretoria do Hospital Infantil já tinha informado sobre a falta do medicamento ao Ministério da Saúde, no entanto, o órgão informou que o remédio está em processo final de aquisição. Dessa forma, o Ministério da Saúde se comprometeu a enviar 30 frascos de dactinomicina, mas a quantidade é usada em menos de uma semana nos tratamentos.

“A Defensoria Pública do Espírito Santo tem recebido em média duas famílias por dia em busca do remédio para tratamentos dos seus filhos. Realizamos um pedido direto ao Governo do Estado, porém o medicamento é de alta especialidade e a informação nos repassada indica que a competência é do Governo Federal. Estamos confiantes na concessão da liminar pela Justiça Federal”, esclareceu o Defensor Público Paulo Antônio Coelho dos Santos.

'Minha avó morreu no PA à espera de vaga em hospital', diz neta

A médica oncologista pediátrica do Hospital Infantil, Joana de Figueiredo Bortolini, informou que para o tratamento de câncer é necessário o uso de vários remédios. “A dactinomicina é comumente utilizada em todos os protocolos no mundo inteiro, em tumores renais e osteomusculares. A falta dessa droga acarreta na diminuição da chance de cura e piora do prognóstico do paciente. Há uma resposta ineficaz do tratamento, menor do que esperada ou até nula”, explica.

A oncologista lembra ainda que a necessidade da dactinomicina está anunciada desde 2014. “O laboratório fabricante não tinha interesse em comercializar por não ser rentável pra ele, já que é uma medicação barata. O Ministério da Saúde pediu a prorrogação e continuaram a fabricar por mais um tempo, mas acabou”, ressalta.

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A médica explicou que o hospital mensura a quantidade de medicamento que cada paciente vai precisar no tratamento. “Dos 500 frascos solicitados no início do ano, chegaram apenas 200 fornecidos pelo Ministério da Saúde. Os novos pacientes usam a medicação anteriormente mensurada para o tratamento dos pacientes antigos, pois esperamos que cheguem mais drogas. Quando não chega, falta pra todos, inclusive para quem já estava em tratamento”, relata a oncologista.

LUTA CONTRA O CÂNCER

A dona de casa Cristiane Maria Loureiro, 28 anos, mãe do Rafael, 5, acompanha o tratamento do filho, no Hospital de Câncer Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória. “Vim do interior de Nova Venécia e estou na casa de parentes para tratar do câncer do meu filho, depois que descobrimos o tumor na pálpebra em fevereiro deste ano”.

PROCESSO DE AQUISIÇÃO

A Secretaria de Estado da Saúde, informou, por meio de nota, que o fornecimento do medicamento é de responsabilidade do Ministério da Saúde. O órgão informou que o contrato está em processo final de aquisição.

O Ministério da Saúde foi procurado pela reportagem, mas até a publicação desta matéria não respondeu sobre o assunto.