Proibidos produtos fitoterápicos clandestinos

Cápsulas eram comercializadas sem o registro na Anvisa

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 11/07/2017 10:26
Última Modificação: 11/07/2017 10:42

A Anvisa proibiu a fabricação, comercialização e uso de dois produtos fitoterápicos distribuídos por Armazém da Nutrição Comércio de Alimentos Ltda. Ambos os produtos, Farinha Medida Certa Original Plus com Chia, em pó e em cápsulas, e Farinha Seca Barriga Original Plus com Chia e Goji Berry, eram vendidos sem seguirem as normas previstas pela legislação sanitária vigente.

Assim, por não seguirem as normas sanitárias nem serem registrados pela Anvisa, não há comprovação alguma dos efeitos dos produtos descritos acima.

Os “emagrecedores” fitoterápicos em questão, além de não possuírem qualquer comprovação de regularização, não informavam, também, a identificação do fabricante, ou seja, a empresa era desconhecida. Leia na íntegra a medida que proíbe as farinhas fitoterápicas, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (11/7).

Remédios que estavam em falta nos Postos de Saúde voltaram a ser distribuídos

Posted By: GIlberto Gonçalveson: julho 11, 2017In: Cidades

Na maioria das farmácias, remédios estavam faltando desde o final do ano passado

A Prefeitura de Florianópolis começou nesta segunda-feira (10), nas unidades de saúde do município, a retomada da distribuição de alguns dos remédios mais importantes para a população que precisa de medicamentos de uso contínuo, como a sertralina (para depressão), sinvastatina 20mg (para colesterol) e clopidogrel (para pessoas com problemas no coração). A liberação dos editais de compra desses, e outros remédios que estavam em falta desde o fim do ano passado, foi uma das prioridades do prefeito Gean Loureiro. Até o fim desta semana, as farmácias básicas estarão reabastecidas, faltando apenas alguns que tiveram licitação deserta e terão novo edital publicado.

Desde o início de maio a situação da distribuição dos medicamentos já vinha sendo regularizada, com cerca de 80% dos medicamentos já no estoque da Prefeitura, em processo de distribuição para as unidades de saúde. Nos casos em que ainda há falta, as empresas contratadas pelos pregões atrasaram a entrega – algumas alegando que o medicamento não está mais sendo fabricado ou atraso na distribuição da indústria farmacêutica.

Por isso foi feito novo pregão para contratação de novas empresas com condições para atendimento integral às necessidades da rede de saúde da Capital. Aos poucos, vencidos os problemas de fornecimento e a burocracia das licitações, as farmácias começaram a ser reabastecidas.

Da redação: Assessoria imprensa PMF

Presidente do TCE e chefe do MPE visitam central paulista de distribuição de medicamentos

Da Redação

O sistema de logística de armazenagem e distribuição de medicamentos utilizado pelo Governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo foi apresentado hoje (11/7) ao presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso, conselheiro Antonio Joaquim, e ao procurador geral de Justiça, Mauro Curvo. Eles realizaram visita técnica na estrutura da empresa RV Ímola, em Guarulhos (SP), que atende os órgãos públicos paulistas. MPE e TCE articulam proposta de criação de um consórcio de compra de medicamentos ao Governo e Prefeituras mato-grossenses, como forma de solucionar o problema de desabastecimento de remédios em farmácias públicas.

"Tão importante quanto comprar bem é o sistema de dispensação de medicamentos", disse Mauro Curvo. "A proposta de consórcio visa diminuir os custos nas aquisições e resolver o problema crônico do desabastecimento", emendou Antonio Joaquim, observando que as experiências de consórcio evidenciam barateamento de até 50% nas compras. O procurador geral e o conselheiro presidente foram acompanhados na visita técnica pelo diretor do Consórcio de Saúde do Paraná, Carlos Setti. Esse consórcio de medicamentos atende 98% dos municípios paranaenses e será um dos modelos a ser apresentado pelo MPE e TCE-MT.

A ideia de sugerir a criação de um consórcio de compra de medicamentos partiu, originariamente, do procurador Mauro Curvo, anunciada durante a sua posse na direção do Ministério Público Estadual. Em seguida, teve a adesão dos presidentes do TCE-MT e da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga. A proposta conta ainda com apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho. Será necessário a aprovação de leis estadual e municipais para organização do consórcio em Mato Grosso.

"Existem dois momentos importantes nesse processo, que precisam ser pensados de forma coordenada. O primeiro, é a criação e funcionamento do consórcio. O segundo, a definição do sistema de armazenagem, controle e distribuição", ponderou o conselheiro Antonio Joaquim. Já o procurador geral explicou que a RV Ímola foi visitada pelo fato de atender órgãos públicos e já ter recebido 12 premiações por qualidade de serviços. Eles foram recebidos pelos diretores Roberto Vilela e Tiago Amaral. "É necessário entender bem o funcionamento dessa cadeia de saúde", argumentou o procurador.

Além do consórcio paranaense e do sistema de distribuição paulista, também já houve visita técnica no consórcio coordenado por municípios da região de Sorriso.

Município assegura que remédios já foram licitados e serão distribuídos

A Gazeta de Alagoas ouviu o município sobre as queixas dos usuários dos postos de saúde da capital. Por meio da assessoria, a Coordenação de Farmácia e Bioquímica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) assegurou que processos licitatórios já foram finalizados na semana passada para a aquisição de medicamentos destinados aos pacientes com hipertensão e para os com problemas mentais. Em breve, o abastecimento deve ser restabelecido.

A Coordenação de Farmácia e Bioquímica também garantiu que, desde 2015, o repasse das fitas de insulina para cadastrados nos programas de diabetes é de responsabilidade do Estado. E que o Prolopa, remédio destinado ao tratamento da Doença de Parkinson, já está disponível na rede municipal.

“A UBS Osvaldo Brandão Vilela recebeu, no dia 5 de julho, uma demanda de 1.020 comprimidos de Prolopa”, afirma nota encaminhada pela Secretaria de Comunicação (Secom).

Sobre a falta de médicos especialistas na Unidade de Saúde João Paulo II, a SMS explica que as demandas de ortopedia e reumatologia são atendidas no PAM Salgadinho e na rede hospitalar conveniada. Já a Unidade João Paulo II, em breve, terá especialistas em diversas áreas.

Quanto à situação dos dentistas, a Gerência de Saúde Bucal informa que existem 40 equipes atuando em Maceió no Programa de Saúde da Família (PSF). E explica que a quantidade de profissionais está de acordo com a nova recomendação do Ministério da Saúde.

* Sob supervisão da editoria de Cidades

ADI que pede descriminalização da Cannabis para fins medicinais será julgada no mérito

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5708), ajuizada pelo Partido Popular Socialista (PPS) para que seja afastado entendimento que criminaliza plantar, cultivar, colher, guardar, transportar, prescrever, ministrar e adquirir Cannabis para fins medicinais e de bem-estar terapêutico, deverá ser analisada diretamente no mérito pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi da ministra Rosa Weber, que dispensou a análise do pedido de liminar e aplicou ao caso o rito abreviado previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999.

Com base, entre outros, em resultados de investigações científicas sobre o potencial terapêutico de substâncias presentes na referida planta, em particular nos campos da neurologia, da psiquiatria, da imunologia e da oncologia, a legenda pede que se declare a inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) e se dê interpretação conforme a Constituição aos artigos 2º (caput), 33 (parágrafo 1º, incisos I, II e III), 34, 35 e 36 da Lei 11.343/2006 e ao artigo 334-A do Código Penal, para afastar entendimento que criminaliza o plantio e o cultivo da planta fins medicinais e de bem-estar terapêutico. Por fim, pede que seja dado prazo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que regulamente o uso da planta em tais hipóteses.

Para o PPS, a ausência de regulamentação específica da matéria tem voltado à ilegalidade as pessoas que buscam na Cannabis tratamento para condições de saúde e, mais recentemente, tem resultado na multiplicação de ações judiciais em que se pede o acesso a medicamentos dela derivados. Não obstante algumas pessoas tenham obtido autorização judicial para importar medicamentos elaborados a partir de extratos da planta, diz a legenda, ainda assim são proibidas, porque a Portaria 344/1998, do Ministério da Saúde, veda o uso do princípio ativo tetra-hidrocanabinol (THC), o que impede os médicos de fornecerem laudo ou receita, documento necessário para viabilizar a importação.

Em sua decisão, a ministra pede que sejam requisitadas informações à Presidência da República, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e à Anvisa, no prazo comum de dez dias. Após esse prazo, os autos devem seguir para a Advocacia-Geral da União e para a Procuradoria Geral da República, para emissão de pareceres, em prazo sucessivo de cinco dias.

MB/AD

Processos relacionados
ADI 5708

MP-AC investiga falta de medicamentos na rede pública de Xapuri

Portaria foi publicada na edição desta segunda (10), no Diário Oficial do Estado. Secretário de Saúde negou acusação e disse que ainda não foi notificado.

Por Aline Nascimento, G1 AC, Rio Branco

10/07/2017 22h20

O Ministério Público do Estado abriu um procedimento preparatório para investigar denúncia de falta de medicamentos na rede pública de Xapuri, a 188 km de Rio Branco, além da suposta ausência de profissionais farmacêuticos nas farmácias da rede pública de saúde do município. A portaria, assinada pelo promotor de Justiça Fernando H. S. Terra, foi publicada na edição desta segunda-feira (10) do Diário Oficial do Estado (DOE).

Ao G1, o secretário de Saúde da cidade, André Miranda, negou as acusações. Segundo ele, a secretaria fez, há dois meses, um processo licitatório e comprou mais de R$ 300 mil em medicamentos. Ele falou ainda que a cidade dispõe de profissional farmacêutico, e que não foi notificado da decisão.

"Quando assumimos a secretaria há seis meses não tinha mesmo medicamento. Demorou muito por causa da licitação, pois queremos fazer as coisas organizadas e direitas e precisamos esperar o processo licitatório. Foi feito, compramos bastante medicamentos. Não procede, estamos de portas abertas para recebê-los", explicou.

Além de medicamentos, a publicação ressalta que o MP-AC vai investigar ainda a falta de outros elementos de assistência farmacêutica da rede pública. O órgão quer que a Saúde passe informações, em até 10 dias, referentes ao estoque dos medicamentos e se o município tem a quantidade de medicamentos determinada pela Relação Municipal de Medicamentos.

Justiça obriga que SUS forneça medicamento derivado da maconha para criança catarinense 

Decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) foi favorável a uma blumenauense portadora da Síndrome de Aicardi

Uma criança de Blumenau terá direito ao tratamento gratuito com canabidiol, medicamento derivado da maconha. A menina é portadora da Síndrome de Aicardi, uma doença genética rara que consiste na ausência parcial ou total do corpo caloso, que faz a ligação entre os dois hemisférios cerebrais. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou liminar que determina à União, ao estado de Santa Catarina e ao município de Blumenau, o fornecimento, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), do medicamento.

A decisão foi julgada na semana passada pela 4ª Turma. A Síndrome de Aicardi provoca epilepsias constantes e de difícil controle e a mãe relata que a menina de apenas quatro anos, na época, tinha de seis a 10 convulsões por dia. Como os tratamentos fornecidos pelo SUS não surtiram efeito no controle da doença, a família da menina soube do canabidiol. O ofício que garante o direito da criança de adquirir legalmente o medicamento já foi expedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, o custo do remédio é muito alto para a renda da família.

Assim, a menina, representada pela mãe, ajuizou ação solicitando antecipação de tutela para o fornecimento do remédio, uma ampola a cada 15 dias, por prazo indeterminado. O pedido na 1ª Vara Federal de Blumenau foi julgado procedente. A União, o Estado e o município de Blumenau recorreram ao tribunal. A União e o estado alegam a impossibilidade da determinação de concessão do medicamento sem registro na Anvisa. O município alega a existência de alternativas no SUS para a doença da autora.

O relator do caso, desembargador federal Luis Alberto d'Azevedo Aurvalle, reformou a sentença para assegurar a possibilidade de ressarcimento administrativo entre os réus. "O documento médico também esclareceu que a autora já se havia submetido a tratamentos com medicamentos fornecidos pelo SUS, reforçando a necessidade de utilização do canabidiol no caso concreto", afirmou o desembargador. Segundo o magistrado, ainda que o medicamento, não possua registro na Anvisa, foi concedida autorização excepcional de importação pelo órgão.

Esse não é o primeiro caso desse tipo no Estado. Em fevereiro de 2015, a jovem catarinense Amanda Dalagnol, de Dionísio Cerqueira, no Oeste de SC, e diagnosticada com epilepsia grave, conseguiu na Justiça o custeio do tratamento com canabidiol.

Sobre o canabidiol

O canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinóides presentes na planta cannabis sativa e não produz os efeitos psicoativos típicos da planta. Ou seja, não se pode confundir o uso medicinal de 'canabinoides' com o uso do produto in natura.

Extratos da Cannabis

Em janeiro de 2015 a Anvisa retirou o canabidiol da lista de substâncias proibidas e autorizou a importação excepcional de uma lista restrita de medicamentos feitos com o CBD. Em março de 2016, foi a vez do tetrahidrocanabinol (THC) ser autorizado. Em novembro do mesmo ano, a agência reguladora ampliou de quatro para 11 os produtos derivados de canabinóides com importação excepcional por pessoa física.

Importação

Para a compra de outros medicamentos à base de maconha, a Anvisa tem o seguinte procedimento: primeiramente, o paciente preenche um formulário contendo os dados do paciente, o sintoma a ser tratado e o nome do produto. O documento passará por avaliação, e se o pedido for aprovado, a importação pode ser feita por bagagem acompanhada, por remessa expressa ou por registro do licenciamento de importação.

Suspenso lote de Omeprazol da Eurofarma

Comunicado de empresa mencionava falhas quanto à rotulagem de unidades de um determinado lote.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 10/07/2017 10:25
Última Modificação: 10/07/2017 11:10

O lote 486773A do medicamento genérico Omeprazol 40 mg, pó liofilizado para solução injetável, foi suspenso pela Anvisa nesta segunda-feira (10/7). O lote do medicamento genérico usado para o tratamento de úlceras gástricas foi fabricado pela Eurofarma Laboratórios S.A e era válido até 12/2017.

De acordo com o comunicado de recolhimento voluntário apresentado pela empresa, o lote do Omeprazol apresentou desvios de qualidade relacionados à rotulagem. Ou seja, o lote apresentou falhas técnicas nos rótulos, especificamente.

A resolução RE 1.847/17 que suspende a distribuição, comercialização e uso do lote 486773A do Omeprazol, determina, também, que a empresa faça o recolhimento do produto descrito acima.

O que fazer?

Se você for utilizar este medicamento, confira na embalagem se o seu produtos está no lote suspenso pela Agência. Caso seja, entre em contato com o SAC do fabricante para ser orientado sobre a troca.

Os outros lotes do produto, que não estão na lista, podem ser comercializados e utilizados normalmente

Seguridade Social debate a política nacional de fornecimento de medicamentos

A Comissão de Seguridade Social e Família discute em seminário, na quinta-feira (13), a política nacional de dispensação de fármacos (fornecimento de medicamentos). Um dos objetivos é debater as perspectivas para o Programa Farmácia Popular do Brasil.

O evento foi proposto pelos deputados Adail Carneiro (PP-CE), Jorge Solla (PT-BA) e Sérgio Vidigal (PDT-ES).

Foram convidados representantes da indústria farmacêutica, dos municípios, de aposentados e pensionistas, do governo e da Fundação Oswaldo Cruz. Confira a lista completa dos convidados e dos temas das palestras.

A reunião está prevista para começar às 9h30, no plenário 7.

Da Redação – NA

Boldrini revela preocupação com nova licitação para compra de remédio para leucemia: “Saúde não é balcão de negócio”

Governo federal informou que vai abrir nova concorrência, mas será considerado o menor preço. União trocou a importação do remédio no início do ano; especialistas criticam falta de eficácia.

Por G1 Campinas e região

10/07/2017 19h26

O Centro Boldrini, referência na América Latina para o tratamento da Leucemia Linfóide Aguda (LLA), revelou preocupação após o anúncio do Ministério da Saúde, de que será feita uma nova concorrência para compra do medicamento usado no combate à doença, utilizando o critério do “menor preço”.

No domingo (9), o Fantástico, da TV Globo, informou que a União deixaria de comprar a Leuginase, remédio chinês criticado por especialistas por não ter comprovação de eficácia. No entanto, o governo federal apenas confirmou uma nova compra, mas não disse qual produto será importado.

A nota publicada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (9) esclarece que vai seguir a orientação do Ministério Público Federal (MPF) de abrir uma nova concorrência, mas afirma que, entre os produtos com as mesmas qualificações, será considerado o menor preço, “assim como foi feito na oferta da Leuginase”. A oncologista e presidente do Boldrini, Sílvia Brandalise, afirmou que existe o risco de ser adquirido outro medicamento sem comprovação de eficácia.

“Medicina não é balcão de negócio. Utilizar o critério do menor preço é muito delicado porque é a criança brasileira que será prejudicada. Eles [o governo federal] falarem em mesmas qualificações já é um avanço, mas se eles usarem o mesmo processo da Leuginase, o medicamento comprado também pode não ter comprovação de eficácia. Nós no Boldrini só vamos usar se for a asparaginase alemã que conhecemos”, disse.

Importações

Em junho, o hospital de Campinas recebeu os 500 frascos da asparaginase alemã, que era usada anteriormente antes do Ministério da Saúde trocar a importação. O Boldrini decidiu importar os frascos por conta para garantir o tratamento das crianças. Os lotes devem durar até setembro. Depois disso, a presidente vai importar outras amostras do produto para garantir a manutenção do estoque.

“Daqui um mês e meio, eu já pretendo iniciar outro processo de importação. Porque esse processo para nós é muito burocrático, então, até os remédios chegarem, demora muito, e eu não posso esperar o Ministério da Saúde resolver qual remédio eles vão comprar. Eu lido com a vida da criança”, explicou Sílvia.

De acordo com especialistas, cerca de quatro mil crianças precisam de um componente chamado asparagina, que tira o alimento das células malignas da LLA. Até o início deste ano, o Ministério da Saúde importava a Asparaginase de laboratórios alemães e americanos, cuja eficiência é de 90% e possui apenas três impurezas, segundo testes. No entanto, o impasse começou quando, no início deste ano, a pasta decidiu comprar o remédio do fabricante chinês.

Novo teste

A presidente do Boldrini ainda afirmou que encomendou um novo teste no medicamento chinês, feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O exame apontou que a ação da asparaginase alemã é três vezes maior que a da Leuginase. Antes, outros dois testes já haviam apresentado impurezas no produto.

Disputa judicial

A importação do Leuginase foi questionada na Justiça pelo Centro Boldrini. No pedido, o hospital solicitava que a União fosse obrigada a comprar 150 frascos do medicamento usado anteriormente.

No dia 12 de maio, a Justiça Federal determinou que o Ministério da Saúde fizesse a importação da asparaginase alemã para qualquer hospital do Brasil que realize o tratamento da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pedisse o produto por via judicial. A decisão foi em primeira instância e a União recorreu, alegando que o Boldrini já recebe recursos do "governo federal para quisição da asparaginase de sua conveniência".

O G1 consultou um especialista para entender as principais diferenças entre os dois medicamentos. Entenda os problemas apontados.

O que diz o governo federal

O Ministério da Saúde disse, na nota publicada nesta segunda, que respondeu ao Ministério Público e está à disposição das autoridades para informar sobre o processo de compra, realizado em conformidade com a legislação. Confira o restante da nota:

O abastecimento da rede pública de saúde está regular. Vinte e um estados (AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, RJ, RN, RO, RS, SC e SP) além do Distrito Federal, já estão utilizando o medicamento. Na farmacovigilância (acompanhamento junto a essas unidades), até o momento, não se observou efeito além do esperado pela literatura disponível.

A compra de medicamentos oncológicos é obrigatoriedade dos hospitais que atendem na rede pública. O valor já é contemplado pelos repasses de acordo com os procedimentos realizados. Mesmo assim, desde 2013, a pasta vem importando o medicamento para auxiliar instituições que tem dificuldade na aquisição do produto essencial no combate a este tipo de câncer infantil.