Crédito tributário resulta em polêmica

Reuters São Paulo – Um grupo que reúne pequenos e médios fabricantes de bebidas acusa os grandes produtores de refrigerantes e cerveja do País de superfaturarem o valor de insumos para aumentarem benefícios tributários recebidos por unidades instaladas na Zona Franca de Manaus.

Segundo a Afrebras, a estratégia gerou apenas no ano passado cerca R$ 9 bilhões em perdas de arrecadação para os cofres públicos, dos quais R$ 5 bilhões por causa de renúncia fiscal prevista pelas regras da Zona Franca de Manaus e R$ 4 bilhões em créditos gerados pela operação das empresas na região.

Em estudo preparado para ser entregue durante audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, a Afrebras afirma que “os grandes produtores de concentrado para refrigerantes, instalados no polo industrial de Manaus, superfaturam seus valores, aumentando o montante de seus benefícios e depois repassam os créditos para subsidiárias em todo o País”.

“O xarope custa em média no Brasil R$ 20 o quilo. Eles estão vendendo no Brasil por R$ 400 (a suas próprias subsidiárias) e exportando por R$ 80. Além disso, estão transferindo os créditos tributários criados com isso para outros produtos deles como bebidas alcoólicas”, disse à Reuters o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, referindo-se às cervejas.

“Os pequenos não conseguem se instalar em Manaus, porque a produção não tem escala”, acrescentou.

A Afrebras afirma representar cerca de 100 fabricantes nacionais de bebidas que tiveram no ano passado faturamento de cerca de R$ 2 bilhões. Entre as empresas representadas pela entidade estão Cini (PR), Água da Serra (SC), Pureza (SC), Mineirinho (RJ), Sarandi (RS), Vieira Rossi (SP), Grapette/Saborama (SP), Funada (SP), Bebidas São Miguel (BA) e Cibal (MG).

A entidade chama a situação de vantagem indevida recebida por Coca-Cola, Ambev e Brasil Kirin e suas fábricas de concentrados – Recofarma, Arosuco e Brasil Kirin Logística e Distribuição, respectivamente. O Brasil é o segundo maior consumidor de refrigerantes do mundo, segundo a Afrebras, com consumo per capita de 72 litros por ano e faturamento de R$ 23,5 bilhões.

Procurada, a Coca-Cola afirmou em comunicado que a acusação da Afrebras é “equivocada e desprovida de base técnica”, pois os preços dos concentrados “variam de acordo com sua a composição e com sua capacidade de diluição em bebidas finais”. A companhia afirmou ainda que “a Recofarma atua há 28 anos na Zona Franca de Manaus baseada no compromisso de cumprimento à legislação, comprovada por auditorias externas anuais”.

A Ambev afirmou que “não comenta preço de insumos de seus concorrentes, pois não tem acesso a eles, visto que são dados confidenciais, estratégicos e não disponíveis publicamente”. A companhia, por meio da subsidiária Beertech, enviou queixa ao Cade em 2015 contra a Afrebras citando supostas condutas anticompetitivas que teriam incluído acordo de preços por associados da entidade. A Afrebras afirma que as acusações são improcedentes.

Já a Heineken, que adquiriu a Brasil Kirin não se manifestou sobre o assunto e remeteu o assunto à Abir, entidade que reúne cerca de 50 fabricantes de refrigerantes e bebidas não alcoólicas que incluem Coca-Cola, Ambev e Nestlé.

“Não existe superfaturamento algum. Existe sim é diferença de preços de concentrado. Existem diferenças de sabor, de técnica, de qualidade e segurança de processamento, além do valor das marcas”, disse o presidente da Abir, Alexandre Jobim, afirmando que não pode comentar questões comerciais específicas dos fabricantes. “O que eu acho estranho é usar audiência pública para tentar resolver eventuais alegações de prejuízos comerciais”, disse.

“Uma coisa é certa, a produção de concentrados em Manaus ocorre há tanto tempo que não é possível que a Receita Federal não tivesse já prestado atenção e tomado providência se houvesse algum problema”, afirmou Jobim, acrescentando que aguarda pela audiência para que a entidade possa “fazer defesa transparente para esclarecer o público”.

Procurada sobre o valor de R$ 9 bilhões citado pela Afrebras, a Receita Federal não retornou a pedidos de comentários.

9º Festival de Cerveja Artesanal invade o Memorial da América Latina

Terça, 08 Agosto 2017 15:05 Escrito por Cristiane Gracio
Evento acontece nos dias 19 e 20 de agosto, das 10h às 21h, com entrada gratuita

Cervejeiros, a felicidade está chegando… e não vem sozinha. Desta vez, o Festival de Cerveja Artesanal será realizado simultaneamente ao 2º Festival Nacional do Bacon. E neste casamento perfeito tem 28 cervejarias confirmadas – Balmann, Bamberg, Berggren, Bersi Beer, Birra'z, Burgman, Crazy Rocker, Dama Bier, Daoravida, Doktor Bräu, Dortmund, Fifties Beer, Freaktion, Freising Beer, Gorillaz, Hausen Beer, Hebling, Insana, Leuven, Mea Culpa, Molise Hop Beer, Queens, Quinta do Malte, Sahara, Sapucaí, Schornstein, Soft Bier e Vila Alemã – que comercializarão as bebidas a partir de R$8,00 em copos descartáveis (300, 400 ou 500ml) para tomar no evento, além de garrafas de diversos tamanhos, latas e kits para você continuar a apreciar uma boa cerveja artesanal em casa ou presentear os amigos. E diversas marcas têm canecas/copos/taças de vários materiais, growler, abridores, chaveiros bonés e camisetas.

Mais de 50 tipos de cerveja poderão ser apreciadas no Festival: Alt, American Amber Ale, American IPA, American Lager, American Sout, APA com hortelã, Belgian IPA, Belgian Strong Golden Ale, Belgian Tripel, Black, Blonde Ale, Bock, Boemia Pilsener, Brown IPA, Brown Porter, Brown Porter Vanilla, California Common, Coffe IPA, Dark Lager, Dunkel, German Pilsen, Gold Lager, Golden Ale, Helles, H5, HopWeiss, Imperial IPA, Imperial Stout, Indian Black Ale, IPA, Lager, Lager Pilsen, Mosch Pit Ale, Munich Helles, Pale Ale, Pilsen, Pinhão Barley Wine, Porter, Rauch (defumada), Red Ale, Red IPA com hibisco, Red Rye IPA, Session IPA, Session IPA Citra, Sour Ale, Strong Ale, Strong IPA, Summer Ale com aveia, Stout, Stout Full Nitro, Vienna Lager, Vinho, Weiss, Weizen, Wheatbier com capim limão, Witbier, Witbier com hibisco e raspas de limão siciliano. Bateu aquela dúvida sobre quais escolher? É só bater um papo com os expositores que eles te darão todas as informações para que você tire o máximo proveito da sua experiência bacon+cerva.

Se você curte cervejas premiadas, no Festival você encontrará várias. Entre as opções, tem a Dunkel, da Hausen Bier, ouro em Blumenau, no Chile, em Londres, no World Beer Awards e na Bélgica (2016); a Extra Pilsen, da Berggren, prata no U.S. Open Beer Championship em Atlanta (2014); a Rauch, da Bamberg, prata no Australian Beer Awards (2017) e no International Beer Challenge (Bélgica, 2017); a Red Ale, da Leuven, prata na categoria Irish Red na Copa de Cervezas de América GCA, no Chile (2015). Tem ainda a Imperial IPA, da Schornstein, ouro no Festival de Cerveja de Blumenau (2017); a Dama American Lager, da Dama Bier, prata no The International Beer Challenge (Inglaterra, 2014); a Commonzinha, da Daoravida, prata no estilo California Common, no Festival Brasileiro da Cerveja em Blumenau (2017); Pinhão, da Insana, bronze no Festival Brasileiro de Cerveja de Blumenau (2016 e 2017). E para quem curte novidades, a Hausen Bier vai lançar a H5, Imperial Schwarzbier, puro malte forte; a Bamberg, a sazonal Mosh Pit Ale, cerveja forte escura; e a Quinta do Malte, a Don Capo, uma Brown Porter com adição de baunilha.

E para acompanhar uma boa cerveja artesanal, o que não vai faltar é boa comida!! No evento, você encontrará diversos pratos com bacon – hambúrguer,es lanches, pastéis, joelho de porco, crepes, batatas, tempurá, yakisoba, salsichões, tapiocas, acarajé etc., além de várias sobremesas como coxinha de brigadeiro, estrogonofe com chocolate e creme de avelã, pizza brownie e morango com chantilly, entre outros, para balancear a glicose.

O 2o Festival Nacional do Bacon e o 9º Festival de Cervejas Artesanais são realizações da Art Shine Promoções e Eventos com apoio cultural da Fundação Memorial da América Latina, Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Serviço
9o Festival de Cerveja Artesanal – Entrada gratuita
https://www.facebook.com/events/2163427790335852/
Data: 19 e 20 de agosto
Horário: das 10h às 21h
Local: Memorial da América Latina – Praça da Sombra
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 (ao lado da estação Barra Funda de trem/metrô)
Estacionamento: Portões 4 e 15 (pago)
Bicicletário: ao lado do portão 9

Produtos saudáveis movimentaram R$ 30,8 bilhões em um ano em supermercados

Frutas, verduras e legumes foram responsáveis por 9,1% de todas as vendas em supermercados brasileiros

Por Viviane Taguchi, de Atibaia (SP)*

O brasileiro está consumindo mais frutas, verduras e legumes (FLV) a cada ano. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) apresentado na manhã desta terça-feira (08/8), no Broccoli Consumption Conference, em Atibaia (SP), a demanda por produtos mais saudáveis foi responsável por movimentar R$ 30,8 bilhões no ano passado. 27,7 milhões de consumidores por dia frequentam supermercados no Brasil.

De acordo com o estudo, esse valor representa que a categoria FLV representou 9,1% de tudo o que o consumidor comprou nos supermercados durante o ano de 2016 (em 2012, esse índice era de 6,4%). “O varejo muda o tempo todo e a saudabilidade é uma tendência que está aumentando bastante”, explicou Marcio Milan, superintendente da Abras. Segundo ele, outro fator alavancador desse nicho de mercado é o aumento da população idosa, um público específico que consome mais FLV nos supermercados. “Eles têm hábitos muito relevantes ao varejo”.

Milan ressaltou que os empresários e comerciantes que atuam na ponta final da cadeia, deveriam conhecer mais a produção agrícola, entender as etapas de toda a produção para direcionar melhor o produto ao consumidor final. “Existiria um potencial ainda maior para ser explorado se houvesse mais investimento em educação, comunicação e transparência”, disse o executivo.

O executivo explica que o consumo no Brasil está mudando bastante e a forma de consumir também. “Além de produtos mais saudáveis, os consumidores estão deixando de ir aos hipermercados para frequentar as lojas da vizinhança, que oferecem os mesmos produtos, com mais comodidade”, diz ele citando produtos selecionados, já higienizados, embalagens que facilitam o manuseio pós-compra, etc.

* A jornalista viajou a convite da Sakata Seeds Latin America

Queda no consumo global de açúcar pode levar a uma retração de até 5%

Estadão Conteúdo
08.08.17 – 18h59

Ribeirão Preto, 8/8 – A queda no consumo global de açúcar pode levar a uma retração de até 5% na demanda pela commodity em um período de dois a três anos, estima o Rabobank no relatório “Sweetness and Lite”. O recuo previsto corresponde praticamente ao crescimento natural da demanda por açúcar, que é de 1,5% a 2% ao ano.

Segundo o documento, a demanda mais fraca resulta da mudança nos hábitos dos consumidores e da pressão dos governos dos países sobre as empresas de alimentos. Elas são cobradas a reduzir a quantidade de açúcar principalmente nas bebidas, apontam Andy Duff, estrategista global do Rabobank, e Nick Fereday, analista sênior da instituição.

“O consumidor que se afasta do açúcar tornou-se uma tendência global”, relatou Fereday. Segundo ele, a indústria açucareira não pode trabalhar com esse cenário apenas como uma “moda passageira”. Fereday e Duffy lembram que consumidores há algum tempo têm cortado o açúcar da dieta, relacionando o produto à obesidade.

Em países como Chile, Egito, México, África do Sul e Tailândia e nas principais áreas metropolitanas dos Estados Unidos a legislação é cada vez mais rígida, com “punições” para bebidas com alto teor de açúcar, caso do imposto sobre refrigerantes açucarados. Como resposta, a indústria de alimentos revisa os ingredientes de seus produtos e reduz as porções.

Além disso, as perspectivas para o consumo industrial de açúcar dependem fortemente das tendências de consumo nos mercados emergentes. “A taxa de crescimento do consumo mundial de açúcar nos próximos 15 anos provavelmente será menor do que a taxa de crescimento observada nos últimos 15 anos”, concluiu Duff.

JDE lança marca premium de café ao Brasil de olho em crescimento do mercado de luxo

JDE pretende distribuir o portfólio total do grão L'OR em até 2 mil pontos de venda no País

SÃO PAULO, – A Jacobs Douwe Egberts (JDE), a segunda maior comercializadora de café do mundo, anunciou nesta terça-feira que lançará no Brasil sua marca super premium L'OR, procurando ganhar uma fatia no segmento de rápido crescimento do país, apesar da crise econômica.

A JDE, que fica atrás apenas da Nestlé no comércio global de café com uma parcela de 9,5 por cento das receitas segundo a Euromonitor, pretende distribuir o portfólio total do café L'OR (grãos, torrado e moído, instantâneo e cápsulas) em até 2 mil pontos de venda no Brasil.

"As vendas de café não foram impactadas pela recessão e o segmento de luxo continua a crescer acentuadamente", disse a presidente da JDE no Brasil, Lara Brans, durante uma coletiva de imprensa em São Paulo.

A JDE espera que o mercado de café super premium no Brasil dobre em tamanho em três anos. A empresa vê o segmento apresentando crescimento semelhante ao reportado para itens como cervejas premiums e chocolates, que registraram aumentos de quase 20 por cento nas vendas no ano passado, apesar da mais acentuada recessão já vista no Brasil.

A maioria dos produtos L'OR estão sendo produzidos no Brasil, usando cafés brasileiros selecionados, mas a companhia também importará da França as cápsulas de café compatíveis com as máquinas da Nespresso.

Brans disse que a JDE será a primeira companhia a vender as cápsulas de alumínios compatíveis com a Nespresso em supermercados no Brasil (a Nestlé vende suas cápsulas diretamente a clientes, online ou em suas próprias lojas).

O mercado para café em cápsulas cresceu 50 por cento no Brasil em 2016, segundo a JDE.

(Por Marcelo Teixeira)

Reuters

Forno de Minas amplia presença no Rio Grande do Sul e planeja crescer em 28% em vendas nos próximos dois anos

08/08/2017 Sabores e Culinária

A praticidade, o sabor, a qualidade e a confiança dos produtos da Forno de Minas já são conhecidos dos gaúchos. Atualmente, os produtos da marca são comercializados em mais de três mil pontos de venda no Rio Grande do Sul. A expectativa é ampliar as vendas em 28% no estado, até 2019.

Como parte dessa estratégia, o mix de opções datradicional indústria de alimentos congelados acaba de chegar também à Rede Andreazza, no Supermercado Andreazza e no O Vantajão. A parceria com uma das principais redes supermercadistas da região Sul do Brasil, significa o alcance de mais 31 lojas, nos principais bairros de Caxias do Sul e municípios da Serra Gaúcha. Dentre os produtos escolhidos estão a linha de pão de queijo, com sete opções de tamanhos, formatos e receitas (tradicional, coquetel, lanche, gourmet, fit, palito de queijo e assado congelado); o waffle tradicional; a lasanha à bolonhesa; a batata noissete e a batata BQA.

Além do carro-chefe da marca, o pão de queijo, a Forno de Minas oferece aos gaúchos um portfólio de mais de 20 produtos, que atendem tanto o varejo quanto o food service. Destaque para a Lasanha Congelada à Bolonhesa que considera à crescente demanda do mercado de congelados e pratos prontos, tendo como diferenciais: o sabor caseiro, ingredientes selecionados, carne de qualidade e molho artesanal. Já o waffle chegou ao mercado brasileiro com exclusividade da indústria. Tornando-se a pioneira na introdução do produto no país. As especialidades de batatas congeladas surgem também como opção de praticidade. Feitas a partir da batata ralada ou purê de batata, são pré-fritas e bastar aquecer no forno para servir.

Sobre a Forno de Minas

A Forno de Minas Alimentos S/A, tradicional indústria de alimentos congelados e líder de mercado na comercialização de pães de queijo no Brasil, nasceu do sucesso da receita caseira de pão de queijo da Dona Dalva. Fundada em 1990, gerida pela própria Dona Dalva, pelos filhos Hélida e Helder e pelo sócio Vicente Camiloti, é nacionalmente reconhecida pela qualidade, praticidade e tradição de seus produtos. Tem o pão de queijo preferido dos brasileiros e oferece soluções para todas as ocasiões de consumo, com um portfólio de mais de 20 produtos, que atendem tanto o varejo quanto o food service. Em 2009, foi readquirida pela família Mendonça, 10 anos depois de ficar sob controle de uma multinacional norte-americana.

A sede da empresa é localizada em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e possui 24 mil m². A Forno de Minas também possui um Indústria de Laticínios própria, que produz o queijo e outros produtos para a fábrica. Com mais de 1000 colaboradores e oito filiais no Brasil e uma subsidiária nos Estados Unidos.

PI: máquina acelera em até cinco vezes o beneficiamento de feijão verde

Teresina/PI

Uma máquina que quintuplica a produtividade da debulha de feijões ainda verdes deverá auxiliar milhares de agricultores familiares que trabalham com essa cultura no Nordeste brasileiro. O processo manual de separação do grão da casca, conhecido como debulha, quando executado por uma pessoa adulta, rende de quatro a seis quilos por hora. Com a máquina, o pequeno produtor consegue debulhar até 25 quilos de grãos de feijão verde por hora.

Desenvolvido com apoio do Banco do Nordeste pelos pesquisadores César Nogueira, da Embrapa Meio-Norte (PI), e Francisco Freire Filho, Embrapa Amazônia Oriental (PA), o equipamento mede 45 centímetros de comprimento por 43 de altura, pesa 12 quilos e funciona com um motor elétrico de 250 Watts.

“Esse avanço acelera o rendimento da mão de obra e incrementa a renda”, destaca César Nogueira, lembrando que a debulha de 25 quilos de feijão verde por hora é suficiente para atender à demanda de grupos familiares que vendem a produção a restaurantes, supermercados e em feiras.

A produção de feijão verde, majoritariamente da espécie caupi (Vigna unguiculata), no Nordeste brasileiro é manual do plantio ao beneficiamento. Nogueira explica que o processo de debulha é relativamente fácil quando se trata de quantidade para o consumo diário de uma família. “No entanto, quando a atividade visa à comercialização, se torna um trabalho cansativo e com baixo rendimento”, frisa o cientista.

“É importante que os agricultores saibam que a máquina pode ser usada também para debulhar o feijão seco ou maduro, com umidade do grão inferior a 15%”, detalha o pesquisador. Na debulha de feijões ainda verdes, a umidade do grão deve estar entre 35% e 60%. “Mas se a umidade estiver no intervalo de 16% a 35%, há uma tendência de amassar os grãos pelo fato de as vagens e os grãos estarem em estágio plástico”, alerta.

Ponto certo da colheita
Outra orientação dos pesquisadores que deve ser seguida à risca pelos produtores é sobre o momento da colheita. O agricultor que produz feijão verde sabe qual é o ponto ideal. Ele ocorre quando as vagens atingem o volume máximo de desenvolvimento e começam a mudar da cor verde para a roxa ou amarela, dependendo da cultivar.

Nesse momento, os grãos atingem o peso máximo. Ou seja: é o ponto em que os grãos param de crescer, dando início ao processo de desidratação natural. Isso é importante sob o aspecto econômico, porque o grão rende mais e pode ser mais bem trabalhado. Segundo Nogueira, nesse intervalo a umidade pode variar entre 40% e 60%.

Simplicidade
Criada para ser usada em feiras livres, a máquina é simples, de fácil construção e de baixo custo. Se produzida por unidade, em Teresina (PI), seu custo fica em cerca de R$ 800,00, ou mais. Se a produção for em série de pelo menos dez, o preço diminui para R$ 500,00 ou até menos do que isso, de acordo com César Nogueira.

Os pesquisadores levaram dois anos para desenvolver a debulhadora e contaram com investimentos de R$ 15 mil. Para chegar ao projeto definitivo da máquina, os cientistas foram buscar detalhes em um equipamento que debulha ervilha desenvolvido nos Estados Unidos.

Revolução na agricultura familiar
A primeira comunidade agrícola beneficiada com a debulhadora foi a Cooperativa dos Produtores Agropecuários do Portal do Parnaíba (Cooperagro), na zona rural norte de Teresina. Vinte famílias já testam a máquina há cerca de um ano e com ela conseguiram mudar de vida. “Essa debulhadora está sendo uma revolução na agricultura familiar”, exalta Marcos Venicíos Andrade de Araújo, 48 anos, presidente da cooperativa.

Segundo ele, com o uso da máquina, a Cooperagro deu um salto de eficiência no beneficiamento de feijão verde. “O que antes parecia impossível, hoje se tornou uma realidade. Antes, debulhávamos uma média de 30 quilos de feijão por dia. Hoje, com apenas um operador, conseguimos alcançar cerca de 200 quilos por dia”, comemora Araújo.

Além da velocidade no beneficiamento de feijões verdes, que têm vida curta de prateleira, a debulhadora está permitindo que os agricultores façam o plantio de forma escalonada, com irrigação, podendo colher o produto no tempo certo. “Estamos atendendo o mercado consumidor com maior rapidez e precisão”, comemora Araújo.

Cooperado-padrão
Domingos Ferreira Silva, de 50 anos, o Dominguinho, agente de saúde da Prefeitura de Teresina e nas horas vagas agricultor, obteve destaque da produção de feijão verde na Cooperagro. Trabalhando sempre com a cultivar de feijão-caupi BRS Guaribas, desenvolvida pela Embrapa, ele foi o cooperado que mais teve ganho real em 2016 e é o agricultor que mais vem se beneficiando da debulhadora na cooperativa.

Além de faturar mil reais todo mês, Dominguinho obteve seis mil reais de ganho real, no fim do ano passado. Também foi eleito cooperado-padrão pelo desempenho na produção, beneficiamento e comercialização de feijão verde. Sozinho, ele produziu 1,2 tonelada em pouco mais de um hectare. “Foi um esforço grande que fizemos, em horários fora do meu expediente de trabalho na prefeitura, para conseguir essa produção”, explica.

“A debulhadora desenvolvida pela Embrapa é um grande avanço na melhoria de vida da comunidade agrícola do Portal do Parnaíba, ” considera Dominguinho. O cooperado conta que as famílias estão entusiasmadas com a perspectiva de aumentar ainda mais a produção de feijão verde ao longo do ano. “Isso porque aquele trabalho duro de debulhar à mão acabou. É uma evolução”, sentencia.

A Cooperagro, mesmo ainda em construção, conseguiu produzir, beneficiar e comercializar cerca de três toneladas de feijão verde no ano passado, ao preço de doze reais o quilo, faturando quase R$ 40 mil. A cooperativa produz, beneficia e vende também macaxeira, outro produto nordestino de forte apelo culinário em todo o País.

Estratégico e fonte de proteínas
O pesquisador Francisco Freire Filho lembra que o feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar (Vigna unguiculata), como é conhecido principalmente pelos nordestinos, continua sendo uma das mais importantes fontes de proteínas nas regiões tropicais e subtropicais no mundo. No Nordeste brasileiro, ele é estratégico na segurança alimentar e vem gerando emprego e renda.

A cultura também tem ganhado força e destaque na produção agrícola das regiões Norte e Centro-Oeste do País. O Mato Grosso é o estado que vem liderando nos últimos anos a produção de feijão-caupi. Em 2015, por exemplo, segundo o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), foram produzidas 230.897 toneladas, numa área colhida de 224.683 mil hectares.

De origem africana, o feijão-caupi aportou no Brasil na segunda metade do século XVI, no Estado da Bahia, então centro administrativo do País, pelas mãos dos colonizadores portugueses. De lá, o produto foi levado para os outros estados nordestinos, onde conquistou espaço na agricultura e na mesa dos sertanejos

Fonte: Embrapa Meio-Norte

Anvisa quer elenco maior de cereais para crianças

Diretoria atualiza regulamento técnico sobre o tema. Foco é a composição e qualidade do produto, além de ingredientes obrigatórios e opcionais permitidos. Publicado: 08/08/2017 14:51
Última Modificação: 08/08/2017 17:12

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, nesta terça (08/08), durante reunião pública, proposta de Resolução de Diretoria Colegiada – RDC que atualiza item específico do Regulamento Técnico referente a Alimentos à Base de Cereais para Alimentação Infantil.

A proposta se concentra no item 4 da Portaria SVS/MS nº 36/98 que estabelece as condições de composição e qualidade, e elenca os ingredientes obrigatórios e opcionais permitidos em alimentos à base de cereais para alimentação infantil.

É importante esclarecer que consta da Agenda Regulatória a revisão integral da Portaria SVS/MS nº 36/98, cuja relatoria, assim como a da proposta aprovada, é do diretor-presidente da Agência, Jarbas Barbosa. “Visto que essa revisão levará mais tempo para sua conclusão e observando que a Portaria tem causado entraves desnecessários à inovação, e consequentemente, impactos negativos nas análises de pedidos de registro e pós-registro de alimentos com formulações inovadoras, optou-se por realizar essa atualização no regulamento”, explica.

Segundo o voto do relator, do atual regulamento consta um elenco muito restritivo dos ingredientes opcionais permitidos em alimentos à base de cereais, o que se contrapõe com as referências internacionais. O Codex Alimentarius, por exemplo, permite a adição de outros ingredientes que sejam adequados aos lactentes após o sexto mês de vida e de crianças de primeira infância.

Atualmente, há 23 pedidos de registros de cereais infantis pendentes de análise. Em doze deles já foi identificada presença de ingredientes não previstos na Portaria SVS/MS nº 36/1998, especialmente culturas lácteas. Além disso, registros de alimentos contendo ingredientes não listados na Portaria foram deferidos e, portanto, seria necessário rever tais decisões durante a análise das revalidações de registro.

Assim, a não atualização dos requisitos estabelecidos pela Portaria SVS/MS nº 36/1998 impactarão significativamente no mercado nacional, pois resultará no indeferimento dos pedidos de revalidação (retirada dos produtos já aprovados do mercado) e de registro (proibição de entrada no mercado), apesar de os alimentos em questão serem seguros e adequados.

Nesse sentido, a Gerência-Geral de Alimentos (GGALI) sugeriu a atualização pontual da Portaria SVS/MS nº 36, de 1998, acrescendo o item 4.1.8 à seção 4, conforme abaixo:

“4.1.8. Em adição aos ingredientes obrigatórios e opcionais listados nos itens 4.1.1. e 4.1.7, pode ser autorizado o uso de outros ingredientes, desde que seja comprovada a segurança e adequação para alimentação de lactentes acima de 6 meses e para crianças de primeira infância, conforme requisitos da Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999, que aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para a avaliação de risco e segurança dos alimentos”.

M.Dias Branco quer ampliar presença no Sul e Sudeste

A fabricante de alimentos teve crescimento de 4,1% nas vendas no primeiro semestre; resultado foi influenciado pela área de biscoitos, com alta de 5,2%

São Paulo – A produtora de alimentos M.Dias Branco planeja ampliar a presença de seus produtos fora da Região Nordeste, onde concentra a maior das operações de massas e biscoitos.

"O Sul e o Sudeste são regiões onde o nosso mix de produtos tem mais valor agregado", disse ontem, durante teleconferência com analistas, o diretor de novos negócios e de relações com investidores da M.Dias Branco, Fábio Cefaly.

Dentro da perspectiva de ampliação da presença fora do Nordeste, a empresa lançou inicialmente, no Sudeste e no Distrito Federal, uma nova linha de biscoitos integrais Adria Plus Life, que deve chegar às demais regiões ao longo do segundo semestre.

O vice-presidente de investimentos e controladoria da empresa, Geraldo Mattos Júnior, destacou que a empresa vem crescendo de forma orgânica, mas que o modelo pode mesclar eventualmente alguma aquisição. "Os maiores saltos sempre se dão por meio de compras [de concorrentes]. Ainda temos muito espaço para crescer no Brasil, reduzindo nossa concentração no Nordeste", afirmou.

Para ir às compras, a empresa conta com um caixa líquido de R$ 403,3 milhões – ou seja, a M.Dias Branco tem mais recursos do que dívida.

Nesse sentido, Mattos Júnior acrescentou que a fabricante poderia ingressar em novos segmentos de negócios. Entre os ramos mais recentes estão a produção de bolos e cereais integrais.

Uma das alternativas para ampliar a capacidade produtiva fora do Nordeste será por meio da construção de uma nova fábrica, entre 2018 e 2019, em Juiz de Fora (MG), além do aporte de recursos na nova unidade moageira em Bento Gonçalves (RS).

No primeiro semestre, os investimentos somaram R$ 153,8 milhões, alta de 36,3%.

Outra frente de expansão é por meio das exportações, que no primeiro semestre chegaram a 20 países ante 18 de um ano antes. Mais uma alternativa, ressaltou Mattos Júnior, seria a internacionalização, o que, porém, não é prioridade neste momento.

No primeiro semestre, a receita líquida da companhia somou R$ 2,581 bilhões, uma elevação de 4,1% em comparação ao desempenho do mesmo período do ano passado. O volume de vendas somou 846,1 mil toneladas no semestre, um incremento de 1,7% na comparação anual. Esta alta foi puxada pela área de biscoitos, que atingiu 242,5 mil toneladas, representando uma alta de 1,7%, enquanto o segmento de massas caiu 0,4%.

Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a empresa reverteu a queda no volume de massas (-4,2%) na comparação anual e voltou a crescer (+3,1%) no segundo trimestre. Na linha de biscoitos, as vendas no segundo trimestre aceleraram, avançando 2,4%, ante alta de 0,9% do primeiro trimestre, ambas na comparação anual. A empresa informou que a expansão foi ocasionada, entre outros fatores, pela readequação de preços. O lucro líquido da empresa subiu 39,5% no semestre, para R$ 388,8 milhões.

Rodrigo Petry

Trio Alimentos desenvolve processo de reinvenção

Negócio / Reinvenção da Trio Alimentos

A Trio Alimentos iniciou a mais robusta mudança de sua história, através de uma reinvenção 360 com especialistas de várias disciplinas para fazer intervenção em todas as áreas. Os primeiros dias de trabalho do comitê gestor já apresentou os primeiros resultados positivos, tais como aumento da capacidade produtiva, incremento de vendas, renegociação de passivos, aumento do capital de giro e evolução na rentabilidade.

A empresa agora prepara um consistente formato de plano de negócios cooperados com seus clientes para assumir seu lugar de liderança de mercado.

Fundada por André Parodi, a Trio decidiu promover mudanças agressivas em seu modelo de gestão e para isso, contratou a Tauá Partners, especializada em reestruturações, liderada por Marco Aurélio Barreto, ex-RK Partners e Ivix, para desenvolver um modelo integrado para recuperação.

Para viabilizar o novo modelo de gestão o sócio fundador assume a presidência do conselho de administração e Marcelo de Luca (ex-Siemens), assume como CEO da operação. Além disso, Sandro Infantini e Nathalia Barra, da Arquitetura Humana, assumem as áreas de Produção, Processos e Pessoas. As áreas de Marketing, Produto, Vendas e Trade Marketing serão lideradas por Márcio Flores e Lucas Bueno, do Grupo Manga.

A Trio Alimentos, pioneira do segmento de barras de cereais, que iniciou suas operações em 1990, tem em suas fortalezas a força da marca e qualidade de seus produtos acredita que a atuação integrada possibilitará a empresa retomar o lugar de destaque na categoria. Além disso, o formato de trabalho proposto pela Tauá Partners traz para o mercado de reestruturações uma nova metodologia e formato inovador de atuação.

Website: http://www.trio.net.br