J&F negocia venda da Vigor e metade da Itambé para grupo mexicano Lala

A transação está na dependência da aprovação do conselho de administração do Grupo Lala, que deve discutir o assunto na quinta-feira.

Por Karina Trevizan, G1

01/08/2017 20h37

A J&F informou nesta terça-feira (1) que "está em um processo avançado de negociações" para vender toda sua participação na Vigor ao Grupo Lala a Vigor Alimentos, do México, incluindo também sua participação de 50% da Itambé Alimentos. Em nota, o Grupo Lala informou que que "concluiu o processo de negociação destinado a completar a aquisição".

Segundo as empresas, a celebração dos acordos relacionados à transação está sujeita à aprovação do conselho de administração do Grupo Lala, que irá discutir o assunto na quinta-feira (3). O Grupo Lala informou que a operação depende ainda de "autorizações governamentais, acordos de acionistas e outras condições contratuais".

A Vigor, tem 7,6 mil funcionários, 11 centros de coleta de leite e 14 plantas de produção. Os produtos são comercializados sob marcas como Vigor, Danubio, Faixa Azul, Leco entre outros. A participação da J&F na composição da Vigor representa 19% de suas ações. Os outros acionistas da Vigor são a FB Participações (72%) e Arla Foods (8%).

Já a Itambé é composta por 50% das ações pertencentes à Vigor (que estão em processo de negociação de venda ao Grupo Lala) e outros 50% que correspondem à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR).

O Grupo Lala, que tem ações negociadas na bolsa de valores mexicana, é o maior grupo industrial de lácteos do México, segundo a J&F, fundado há mais de 60 anos e com atuação nos mercados do México, EUA e América Central.

Venda de ativos

Esta é a segunda venda de ativos da J&F após a eclosão do escândalo de corrupção envolvendo o nome do grupo, controlador da JBS. Em junho, foi fechado acordo pela venda da Alpargatas à Cambuhy.

"A alienação da Vigor elevará a liquidez financeira da J&F e fortalecerá sua estrutura de capital", disse a J&F em nota nesta terça, sem divulgar o valor das negociações.

As vendas ocorrem após a J&F fechar acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF). A empresa se comprometeu a pagar multa de R$ 10,3 bilhões em 25 anos. A negociação bilionária assegurará o fim das investigações da Polícia Federal (PF) e do MPF contra as empresas do grupo J&F nas operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.

No entanto, o acordo de leniência não tem relação direta com a delação premiada fechada pelos executivos da J&F, entre os quais os empresários Joesley e Wesley Batista.

Vigilância Sanitária interditou fábricas de azeite.

Cinco fábricas foram interditadas pela Secretaria de Estado da Saúde por induzirem o consumidor ao erro. Localizadas na Grande São Paulo e no litoral sul paulista

29 de julho, 2017

Cinco fábricas foram interditadas pela Secretaria de Estado da Saúde por induzirem o consumidor ao erro. Localizadas na Grande São Paulo e no litoral sul paulista, elas comercializavam óleo de soja ou óleo misto como se fosse azeite de oliva virgem ou extra virgem.

Além do óleo, foram interditados outros produtos das fábricas para o consumo em razão de irregularidades na linha de produção verificadas pela Vigilância Sanitária Estadual. Os produtos comercializados pelas empresas incluem palmitos em conserva, azeitonas, champignon molhos, geleias, frutas em calda e condimentos, entre outros.

A fraude foi descoberta após denúncias feita à Vigilância Sanitária Estadual em relação às marcas de azeite fabricadas pela Olivenza Indústria de Alimentos, localizada em Mongaguá, no litoral sul paulista. A fábrica é responsável pelos produtos Torre de Quintela, Malaguenza, Olivenza, Oliveira D’ouro, Estrela da Beira e Coliseu.

O Instituto Adolfo Lutz, instituição vinculada à Secretaria da Saúde, analisou os produtos da Olivenza e comprovou que os azeites eram, na verdade, óleo de soja. A Vigilância Sanitária interditou o estabelecimento ao constatar que a empresa não cumpria os requisitos mínimos de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos.

O caso culminou em mais inspeções no mercado de azeites. A vigilância estadual foi analisar outras cinco fábricas na Grande São Paulo: Natural Óleos Vegetais e Alimentos, em Cajamar; Olima Indústria de Alimentos, em Itaquaquecetuba; Paladar Importação Comércio e Representação de Produtos Alimentícios e La Famiglia Alimentos; ambas de Santana do Parnaíba; e Super Via Distribuidora de Alimentos e Transportes, de Guarulhos.

Várias irregularidades foram flagradas durante as inspeções e todas as empresas foram totalmente interditadas, bem como os produtos por elas fabricados e comercializados.

Foi constatado que os produtos eram fabricados sem as mínimas condições de Boas Práticas de Fabricação, não havia nenhum procedimento que garantisse a rastreabilidade e qualidade das matérias-primas e sequer havia equipamentos adequados para assegurar que a quantidade de mistura entre óleo e azeite era, indicada nos rótulos.

Além das irregularidades apontadas, os estabelecimentos ainda importavam azeite de oliva virgem do tipo lampante, que é impróprio para consumo, e não havia nenhuma evidência de que providenciassem o refino antes da utilização, como manda a lei. Também se constataram casos em que o refino era feito em indústrias não licenciadas pela vigilância sanitária.

Após se adequarem às Boas Práticas de Fabricação de Alimentos, três fábricas foram desinterditadas (Olivenza, Natural e Olima), mas os lotes dos produtos por elas fabricados antes das adaptações exigidas pela vigilância sanitária não podem voltar a ser comercializados. As três se comprometeram a não usar mais a palavra “azeite” nos rótulos e sim “óleo composto”.

Outros nove estabelecimentos produtores de azeite no Estado de São Paulo ainda seriam vistoriados pela vigilância.

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

Indústria diversifica produtos para impulsionar crescimento

Um total de 260 pessoas trabalham na fábrica da Adel Coco

29.07.2017

A despeito de dificuldades climáticas e econômicas, as indústrias do coco e derivados com atuação no Ceará projetam crescimentos da ordem de até 10% para este ano e de até 15% para 2018. O setor aposta no consumidor sedento por produtos saudáveis para alavancar o avanço nos próximos anos, com lançamentos como chips e leite de coco pronto para beber, mas investindo também nos produtos tradicionais, sobretudo a água de coco, que continua conquistando o brasileiro e o estrangeiro.

A Adel Coco, com fábrica e uma das fazendas em Trairi, a 124,5 km da Capital cearense, vem mantendo o mesmo faturamento anual desde 2014, mas espera retomar o crescimento em 2018. A expectativa da empresa é avançar 15% em comparação a 2017.

Parte do otimismo da empresa, fundada por Adelino Terra, atual sócio majoritário, é explicado pela retomada das chuvas no Ceará para o patamar da média histórica neste ano. "Neste ano de 2017, nossas novas fazendas começaram a produzir mais, resultado de investimentos em 2012 e 2013. As nossas novas fazendas são todas irrigadas, mas a chuva ajuda bastante", destaca o diretor operacional da Adel Coco, Mariano Omar.

No avanço da empresa, diz Omar, terão papel fundamental os produtos da linha natural, como óleo virgem e extra virgem, chips e água, todos provenientes do coco. O segmento de itens, que hoje representa cerca de 5% do faturamento da Adel Coco, no período de um ano terão peso de 20% e 25%, projeta o diretor.

Os chips de coco, pedaços crocantes da fruta, são produzidos para terceiros desde 2011, mas começaram a ser fabricados com marca própria da empresa neste ano. E Mariano Omar adianta qual deve ser o próximo lançamento: "Estamos desenvolvendo leite de coco em pó". Atualmente, a Adel Coco produz apenas a versão líquida do produto, para uso culinário.

Como consequência da seca, um dos principais entrave que vem sendo enfrentado pelo setor no Ceará, segundo Omar, é no fornecimento do coco seco, sobretudo no período de entressafra, que já se aproxima do fim. "Tivemos que importar muita matéria-prima para nos mantermos. Se houvesse água suficiente, haveria um panorama bem diferente", diz.

A Adel Coco tem hoje "40 colaboradores na fazenda e 260 na fábrica. Esse número com certeza daqui a 60 dias será em torno de 300, 320 colaboradores devido ao período de safra (do coco seco)", destaca o diretor.

Leite de coco para beber

Enquanto a Adel Coco aposta nos chips e no leite de coco em pó, a Ducoco, tem como último lançamento o leite de coco pronto para beber. Diferentemente do líquido tradicional, que costuma ser utilizado em receitas, o produto da Ducoco busca ser uma alternativa ao leite de vaca para os que tem alergia ao alimento ou intolerância à lactose.

"É um lançamento pioneiro no mercado. É uma bebida naturalmente zero lactose, e que promete ser mais um driver de crescimento da companhia", destaca Gilberto Sampaio, diretor de marketing da Ducoco. "Certamente as inovações não irão parar o por aí, em breve, queremos sim ampliar nossa atuação no mercado de saudáveis", acrescenta o diretor.

Com fábricas em Itapipoca, a 147,3 km de Fortaleza, e em Linhares (Espírito Santo), sete fazendas próprias no Ceará, três centros de distribuição (Itapipoca, Linhares e Barueri, em São Paulo), e um escritório em São Paulo, a Ducoco emprega cerca de 1.500 funcionários. Sem detalhar números, Gilberto Sampaio afirma que a companhia "vem apresentando números expressivos de crescimento, apesar do cenário econômico do País".

Assim como no mercado nacional, as exportações "seguem em franco crescimento", garante o diretor . "Somos os maiores produtores de água de coco do mundo, produzindo inclusive a Vita Coco, marca líder do mercado americano, e outras marcas de terceiros", afirma.

Avanço contínuo

A Dicoco, com fábricas em Paraipaba, no Litoral Oeste do Ceará, e Petrolândia (Pernambuco) também comemora avanços obtidos nos últimos seis anos. "Temos tido crescimento anual superior a 10%. Firmamos parceria com outros clientes e planejamos continuar esse nível de crescimento que temos tido ano a ano", destaca o CEO da empresa, Raimundo Dias.

Hoje, a Dicoco emprega 200 pessoas nas duas unidades e produz coco ralado, além de óleo e água derivados do fruto. "Eu vejo potencial de crescimento nos três setores, principalmente pelo benefício que esses produtos oferecem para vida das pessoas", salienta Dias.

Com rescisão, abre rede que produz 500 mil salgados/dia e fatura R$ 3,5 mi

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O gerente comercial Luis Belentani perdeu o emprego em uma grande empresa do segmento de saúde, em 2014. Com o dinheiro da rescisão e da venda de uma moto, ele conseguiu juntar R$ 35 mil e abriu o seu próprio negócio em São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo): a Tia Sô Minidelícias.
A empresa vende quatro produtos diferentes: coxinha, quibe, bolinha de queijo e churros. Atualmente, são produzidos até 500 mil unidades por dia. Segundo o empresário, as receitas são de sua mulher, Solange Ferrari Belentani, 58, que também é sócia do negócio. O filho Luis Matheus, 30, integra a diretoria da empresa e cuida da expansão das lojas.

A empresa virou franquia desde 2015 e está presente nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Atualmente, a rede tem 41 lojas, sendo quatro próprias (em São José do Rio Preto, Bauru, Campinas e Americana), além de uma fábrica e dois centros de distribuição (em São José do Rio Preto e Campinas).

O negócio, que começou com pai, mãe e filho, hoje tem 186 funcionários (36 nas lojas próprias, fábrica e centro de distribuição, e 150 nas lojas franqueadas). No ano passado, a rede faturou R$ 3,5 milhões. O lucro não foi revelado.
Copo com 15 unidades custa a partir de R$ 3
Os produtos são vendidos em copos com 15 unidades (de R$ 3 a R$ 3,50) ou 40 unidades (de R$ 7 a R$ 8), ou em caixas com 90 (de R$ 14 a R$ 16) ou 300 unidades (de R$ 42 a R$ 48). Os preços variam conforme a região e o Estado. Os minissalgados e churros são produzidos na fábrica em São José do Rio Preto e distribuídos para as lojas da rede.
A coxinha tem recheio de frango, carne, calabresa, pizza, palmito ou legumes (neste caso, a massa é integral). O minichurro pode ser recheado com chocolate, doce de leite, goiabada, morango, maracujá ou abóbora com coco.
Franquia custa a partir de R$ 60 mil
A empresa virou franquia em janeiro de 2015. Confira os dados, fornecidos pela rede, para abrir uma unidade:
Investimento inicial: a partir de R$ 60 mil (o valor inclui capital de giro, taxa de franquia e custo de instalação) Faturamento médio mensal: a partir de R$ 20 mil Lucro médio mensal: a partir de R$ 5.000 (25% do valor do faturamento) Retorno do investimento: em até 12 meses Mesmo com crise, setor de alimentação está em alta
Henrique Romão, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio as Micros e Pequenas Empresas) afirma que, mesmo em períodos de crise, o setor de alimentação sempre oferece oportunidade para se abrir um negócio. "Geralmente, acaba sendo uma das primeiras opções que as pessoas avaliam quando perdem o emprego ou querem mudar de área."
Ele afirma que o setor de minissalgados tem bastante opção de maquinário disponível para começar a produção e baixo custo. "Também permite fazer produtos acessíveis para a realização de eventos, por exemplo."
Romão diz, no entanto, que a concorrência é grande. "A empresa precisa investir em marketing e na construção da sua imagem porque vai concorrer com grandes empresas
Uol

Queijo artesanal da Serra da Mantiqueira

Pesquisa contribui para caracterização do produto

A Embrapa Gado de Leite (MG), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), estruturou projeto de pesquisa para levantar dados que fundamentem a regulamentação do queijo de Alagoa (MG), município das terras altas da Serra da Mantiqueira. O Brasil produz um milhão de toneladas de queijo por ano, e um quinto desse total é feito artesanalmente, com leite cru – que não passou pelo processo de pasteurização. Boa parte do queijo artesanal brasileiro é vendido informalmente, pois falta ao produto o registro nos serviços de inspeção sanitária, seja municipal, estadual ou federal. É o caso do queijo artesanal produzido em Alagoa, principal fonte de renda da cidade e uma iguaria apreciada por consumidores de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.

Com a regulamentação, o produto estará apto a receber o selo de inspeção estadual emitido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Segundo a pesquisadora Maria de Fátima Ávila Pires, coordenadora do projeto, que envolveu 25 profissionais, o primeiro passo foi caracterizar o sistema de produção. Os pesquisadores da Embrapa selecionaram 30 produtores, identificando-os do ponto de vista econômico e social. “Traçamos o perfil do produtor alagoense e resgatamos os aspectos históricos e culturais da produção do queijo no município”, conta.

Entre as contribuições do trabalho está a de estabelecer um protocolo de maturação para o queijo, que ainda não conta com um prazo definido para essa etapa de produção. Os pesquisadores também fizeram diversos estudos que envolveram o solo e a água da região (aspectos físicos, químicos e microbiológicos), a alimentação das vacas e as análises do leite e do queijo.

Esses estudos incluíram o levantamento de informações sobre o processo de produção do leite e a fabricação do queijo, caracterizando o “saber fazer” da comunidade, ou seja, como os alagoenses construíram as tradições que resultaram no modo próprio de fazer seu queijo artesanal. “Reunir essas informações em um documento é uma das exigências do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para a regulamentação do queijo artesanal”, explica a laticinista da Emater-MG Marciana de Souza Lima. O trabalho da Embrapa e da Emater já está sendo útil para que a prefeitura de Alagoa conceda aos produtores o Selo de Inspeção Municipal (SIM), mas essa certificação permitirá a venda do produto apenas no município.

O escritório da Emater-MG na cidade trabalha para que as queijarias de Alagoa sejam regularizadas no IMA para que possam obter, posteriormente, o registro de Indicação de Geográfica (IG), como já ocorre com os queijos do Serro, Canastra, Salitre e Campos das Vertentes. No entanto, a legislação mineira sobre o assunto ainda necessita ser regulamentada. A lei estadual de 2002 (Lei 14.185), que tratava do Queijo Minas Artesanal, foi revogada em 2012 por outra lei (Lei 20.549), que aguarda regulamentação. Os técnicos afirmam que a nova lei possui pontos questionáveis e carece de modificações.

Do tipo parmesão – Município de 2.700 habitantes, a 447 quilômetros da capital mineira, Alagoa é conhecida como a “terra do queijo parmesão.” Tal designação, no entanto, é incorreta. “Parmesão” é um tipo de queijo italiano, com Denominação de Origem Protegida (DOP). Para ser considerado parmesão, o queijo tem que ser produzido nas regiões de Parma, Régia Emília, Módena, Bolonha ou Mântua. Por possuir algumas similaridades com o queijo italiano, o de Alagoa pode ser considerado como “do tipo parmesão”. Ambos são produtos artesanais, feitos com leite cru e a massa passa por um processo semelhante de aquecimento na produção. Mas as semelhanças param por aí. No parmesão, o período de maturação, também chamado de “cura”, por exemplo, precisa durar no mínimo 12 meses (alguns ultrapassam dois anos). Já o queijo alagoense não possui um padrão de maturação, alguns são vendidos após apenas cinco dias de cura, o que interfere na qualidade do sabor. “Essa é uma prática que tem que ser mudada. É preciso estabelecer um padrão de maturação”, afirma o técnico da Emater-MG Júlio César Seabra. Esse é, também, um dos focos da pesquisa.

Estabelecer padrões é como a tradição, leva tempo. O queijo parmesão precisou de 800 anos para conquistar a fama que tem hoje em todo mundo, mas o produto alagoense caminha para isso e está perto de completar 100 anos. A fabricação de queijos surgiu em Alagoa nos anos 20 do século passado, quando um italiano de nome Paschoal Poppa chegou à cidade e abriu o primeiro laticínio. Popa viu no queijo curado, característico da região de Parma, o produto ideal para aquela cidade no alto das montanhas, cujo clima lembrava o da Itália. Por ser um tipo de queijo menos perecível, ele se adequava aos períodos em que a cidade ficava isolada. O produto era transportado no lombo de burros, em formas de bambu, e na época das chuvas era praticamente impossível descer pelas precárias estradas da região para levar a produção até os mercados urbanos.

Apesar das diversidades, o negócio foi prosperando. Poppa trouxe um queijeiro de fora do estado para trabalhar no laticínio. Esse queijeiro acabou se casando com a filha de um coronel da região, Porfírio Mendes Filho, que, por influência do genro, investiu na abertura de cinco laticínios. Os agricultores da região migraram para a pecuária de leite, atendendo à demanda das queijarias. Passado algum tempo, os grandes laticínios fecharam, mas os pecuaristas já haviam assimilado a cultura das queijarias e passaram a produzir, eles mesmos, o próprio queijo. É nessa época que o fermento, o que dá o sabor diferenciado do queijo da região, segundo os alagoenses, foi compartilhado entre os produtores.

Produção familiar – A pesquisa da Embrapa contabilizou 130 queijeiros produzindo o “parmesão alagoense.” Os produtores são de base familiar, com a produção variando de cinco a 50 quilos de queijo por dia. As fazendas são pequenas, com cerca de 18 hectares, e o relevo acidentado da Serra da Mantiqueira limita o uso de pastagem. Capim verde picado, cana-de-açúcar, silagem de milho e concentrado representam boa parte da alimentação das vacas. O rebanho é predominantemente mestiço (Holandês/Gir Leiteiro), com ordenha média de 15 litros por vaca/dia. A produção média de leite em Alagoa é de 150 litros/dia/propriedade.

Em um dos pontos mais altos da cidade (1.700 metros de altitude), fazendo divisa com o Parque Estadual Serra do Papagaio, está o Sítio do Garrafão. O proprietário, Darci Lopes de Menezes, é um dos queijeiros mais antigos da região. Menezes guarda na memória boa parte da história do município e é uma referência para qualquer pesquisa sobre a evolução do queijo alagoense. Com problemas de saúde, Menezes transferiu a produção para o filho Marcos Rodrigues. São 15 vacas no rebanho, responsáveis por uma produção média de dez quilos de queijo por dia. Marcos e a mulher, Rita de Cássia, cuidam de todas as tarefas da propriedade e ainda sobra um tempo para construir a casa do casal, que já está quase pronta. Ele diz que, assim que terminar a construção, sobrará um pouco de dinheiro para investir mais na queijaria.

Com produção maior (40 quilos de queijo/dia), o Sítio Mato Dentro fica no lado oposto ao Garrafão. São 27 vacas, responsáveis por 400 litros/dia. O espaço pertence a Francisco Antônio de Barros, tataraneto do coronel Porfírio, o pioneiro do “parmesão alagoense”. Barros toca o sítio com a mulher, Priscila Almeida Mendes de Barros, e os três filhos do casal, de 18, 14 e 12 anos. A produção diária de 40 quilos de queijo é toda vendida para mercados e empórios do Sul de Minas e São Paulo. Como os demais queijeiros da região, Barros nunca fez cursos de laticínio. Todo o conhecimento foi herdado dos pais e avós.

Aos poucos, o “parmesão alagoense” vai se enriquecendo com a tradição. A pesquisa agropecuária incorpora os conhecimentos científicos, fundamentando os legisladores, que constroem as bases legais para tirar o produto da clandestinidade. Mas a lei costuma demorar, assim como a formação de uma tradição, e os consumidores não esperam. O “parmesão alagoense” é vendido pelo produtor a um preço que varia de R$ 15 a R$ 30 o quilo. Já o parmesão de verdade, feito na Itália, chega a custar mais de R$ 100. A legalização pode melhorar o preço pago ao produtor e será um passo importante para que o queijo das terras altas da Mantiqueira conquiste um dia a Indicação Geográfica, como já ocorre com o legítimo parmesão italiano.

Alimento Seguro, Jul/17. Com Embrapa Gado de Leite – cnpgl.imprensa@embrapa.br

Vulcano Energy Drink lança embalagens do filme Liga da Justiça

Bebida energética lança em agosto parceria com Warner e DC

Por Guilherme Dearo

28 jul 2017, 12h23

São Paulo – O filme “Liga da Justiça” só chega em novembro por aqui, mas os fãs brasileiros já podem, a partir de agosto, promover um “esquenta”.

A marca Vulcano Energy Drink lança, no mês que vem, coleção de latas e garrafas colecionáveis com a temática do filme da DC Entertainment.

Desenhos e temas dos personagens Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Aquaman e Cyborg virão em latas de 250mL, 473mL e em garrafas pet de 250mL e 500mL. Há versões normais e sem açúcar.

A fabricante Sol Bebidas espera aumentar as vendas em 20% com a parceria com a Warner Bross Consumer Products.

Lucro da Heineken sobe 49% no 1º semestre e cerveja vende mais que o esperado

Estadão Conteúdo
31.07.17 – 05h06

A Heineken, segunda maior cervejaria do mundo em vendas, divulgou hoje que teve lucro líquido de 871 milhões de euros (US$ 1,02 bilhão) no primeiro semestre do ano, 49% maior que o ganho apurado em igual período de 2016. Na mesma comparação, a receita orgânica subiu 5,7%, a 10,48 bilhões de euros.

Já o volume vendido de cervejas teve expansão orgânica de 2,6%, superando a expectativa de analistas, que previam acréscimo de 1,7%.

“A Europa teve um bom desempenho, o ritmo permaneceu forte nas Américas e na Ásia e Pacífico, e os resultados melhoraram na África, Oriente Médio e Leste Europeu, apesar da continuidade de difíceis condições de mercado”, comentou o executivo-chefe da Heineken, Jean-François van Boxmeer, em comunicado.

No começo de junho, a Heineken concluiu a aquisição da Brasil Kirin, fabricante das marcas Schin, Baden Baden e Eisenbahn. Fonte: Dow Jones Newswires.

Grupo Agronelli investe R$ 3 milhões na produção de água mineral em Uberaba

Uberaba terá indústria de produção de água mineral, que entrará em funcionamento até o mês de novembro. O anúncio foi feito na sexta-feira (28) pelo empresário Marco Túlio Paolinelli ao prefeito Paulo Piau, no gabinete do Centro Administrativo da Prefeitura de Uberaba. Também participaram do encontro o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Renato Gomes; o secretário de Desenvolvimento do Agronegócio, Luiz Carlos Saad, e o secretário de Meio Ambiente, Carlos Messias.

O investimento total da nova indústria chega a R$3 milhões, com geração de 30 empregos diretos e 150 indiretos. O prefeito Paulo Piau comemorou a chegada de mais um empreendimento em Uberaba e parabenizou os investidores pela iniciativa. “Um grupo genuinamente uberabense que aposta na nossa economia, que vem se estabelecendo e crescendo em todo o Brasil”, ressaltou.

José Renato afirma que o Grupo Agronelli valoriza e investe na sua cidade de origem. Segundo o secretário, a criação de um novo produto no mercado mostra a preocupação do empresário com a economia local e a geração de emprego e renda. “Eles já atuam na produção de móveis, tem uma indústria forte na fabricação de leite, gesso agrícola e agora irão produzir água mineral de qualidade com sustentabilidade, é uma empresa de grande importância para o município”, justificou.

A nova indústria será instalada numa área da Fazenda Agronelli, localizada às margens da BR-050, a 31 quilômetros de Uberaba. As obras no local já começaram e, segundo Marco Túlio, a fábrica estará em operação no início de novembro. O grupo Agronelli já possui autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral para a captação de nove mil litros de água/hora, 16 horas por dia, o que corresponde a 144 mil litros/dia.

Para garantir uma produção sustentável, todo o sistema de captação da água será feito com o uso da energia solar e o produto comercializado em embalagens pets, que podem ser destinadas a reciclagem. “O mesmo trabalho que nós fizemos com o leite tipo A, que todos já conhecem, nós faremos com a água mineral. O consumidor pode ter a certeza que encontrará no mercado um produto de alta qualidade”, concluiu Paolinelli.

Cerveja fica mais próxima de retornar aos estádios em São Paulo

Flávio Florido/UOL

A cerveja está cada vez mais próxima de retornar aos estádios de São Paulo. Na última sexta-feira (28), uma reunião encaminhou o assunto para que o Governo do Estado aprove a proposta e encaminhe para a análise da Assembleia Legislativa.

O encontro contou com a presença do presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos, do deputado estadual e presidente do TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportiva), Delegado Olim (PP), e do vice-governador do Estado, Márcio França.

A promessa feita no encontro é a de que o governador do Estado, Geraldo Alckimin, vai analisar o caso para que a proposta seja encaminhada para os deputados. Essa é a expectativa de Bastos e seus companheiros de federação. Eles deixaram o encontro otimistas com o avanço das propostas.

A FPF afirma que a liberação será importante para atrair torcedores para os estádios e destaca o aspecto econômico do término ao veto. A indústria da cerveja e os times conseguiriam lucrar com o retorno da bebida aos bares das arenas.

Recentemente, a FPF e o Ministério Público se encontraram para discutir o retorno de instrumentos musicais e bandeirões aos estádios. O tema cerveja não foi debatido por entender que é necessária a liberação da lei antes de qualquer conversa.

Durante a Copa do Mundo, o Estado de São Paulo teve a cerveja liberada nos seus estádios com base em uma lei que funcionou apenas durante o Mundial. Logo após a última partida, o veto voltou.

Enquanto isso, outros Estados liberam a venda normalmente, como é o caso do Rio de Janeiro, por exemplo.

Nestlé volta às origens

Para compensar a queda da Nespresso no mercado de cápsulas, a empresa investe em café em grãos, em uma estratégia semelhante à adotada 80 anos atrás

De grão em grão: a inovação é uma das armas da Nestlé, do CEO Juan Carlos Marroquín, para superar a crise brasileira (Crédito: Gabriel Reis)

Moacir Drska
28.07.17 – 19h00

Em 1921, a inauguração da fábrica da Nestlé em Araras, interior de São Paulo, simbolizou a chegada do grupo ao mercado brasileiro. Desde então, o País passou a ser um personagem importante na trajetória da gigante suíça. Um dos marcos dessa relação quase centenária aconteceu no decorrer da década de 1930. A pedido do governo local, a companhia começou a desenvolver uma solução para escoar o volume excedente de café estocado, por conta da quebra de Wall Street e do consequente colapso nos preços do produto, que tinha no Brasil o seu maior exportador mundial. O principal fruto desse trabalho veio à tona em 1938, com o lançamento de um café solúvel, batizado de Nescafé, marca que, nas décadas seguintes, se consolidou como um dos destaques do portfólio global da empresa.

Passados quase oitenta anos, o Brasil e a Nescafé estão, mais uma vez, no centro de uma nova frente de negócios da Nestlé. E, assim como o cenário de dificuldades daquela época, o contexto de crise é uma das razões por trás desse movimento. “Em um momento como este, precisamos trabalhar quatro vezes mais para chegar ao mesmo resultado que tínhamos antes”, diz à DINHEIRO Juan Carlos Marroquín, presidente da Nestlé no País, a quarta operação global do grupo, com um faturamnto de cerca de R$ 13 bilhões, em 2016. “Temos que nos reinventar a cada momento e, ao mesmo tempo, focar em nossas categorias vencedoras.”

Na terça-feira 25, a Nestlé deu uma mostra dessa abordagem, com o lançamento de um blend de café torrado, 100% arábico, para ser moído no momento do preparo, sob a marca Nescafé Espresso. Cultivado no Sul de Minas Gerais, o grão está sendo produzido na fábrica de Araras, a primeira da companhia no Brasil e responsável pela exportação do Nescafé solúvel para mais de 40 países. Voltada a estabelecimentos como bares, cafeterias, restaurantes, padarias, confeitarias e lojas de conveniência, a solução concentrou um investimento inicial de R$ 10 milhões e inclui ainda uma máquina multibebidas, desenvolvida na Itália, com quatro tipos de café, além de cappuccino e outras sete bebidas cremosas.

O Brasil é a ponta de lança da iniciativa que marca a entrada da Nestlé no segmento de cafés em grão. Até então, no setor de food services, a companhia trabalhava apenas com equipamentos de café solúvel, com uma base instalada de quinze mil máquinas. Desenvolvido em menos de um ano, o projeto também sinaliza um ritmo mais dinâmico das inovações da companhia. “Queremos dar respostas mais rápidas e contundentes ao mercado”, diz Marcelo Citrângulo, diretor da Nestlé Professional, divisão responsável pelos produtos e negócios fora do lar do grupo suíço.
Expansão: segundo Marcelo Citrângulo, diretor da Nestlé, a meta é chegar a 10 mil máquinas instaladas em trés anos (Crédito:Gabriel Reis)

Para analistas consultados pela DINHEIRO, uma das razões por trás do movimento é a necessidade da Nestlé abrir outras fontes de receita em cafés. A entrada em grãos seria uma reação à concorrência mais acirrada no mercado de cápsulas, lançado e popularizado pela empresa, por meio da marca Nespresso e do modelo de vendas diretas. Nos últimos anos, esse espaço assistiu à chegada de rivais tradicionais, como a 3 Corações, além de uma centena de fabricantes de cápsulas genéricas, distribuídas em redes do varejo e compatíveis com as máquinas da Nespresso.

O segmento saltou de uma receita de R$ 567,1 milhões, em 2013, para R$ 2,4 bilhões, em 2016, no Brasil. Nesse período, porém, a participação da Nespresso caiu de 47% para 40,1%. Uma primeira tentativa da Nestlé para fazer frente a esse avanço no País envolveu a marca Dolce Gusto, com ofertas mais acessíveis que a Nespresso e encontradas nas redes varejistas. Em 2015, com um aporte de R$ 220 milhões, as cápsulas dessa bandeira passaram a ser produzidas em Montes Claros (MG), tornando a primeira unidade desse porte da Dolce Gusto fora da Europa.

Agora, a nova investida é vista como uma estratégia com ótimas perspectivas, em linha com o crescimento do consumo “gourmet” do tradicional cafezinho. “Os grãos são uma grande tendência nesse contexto”, diz Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores. “E a Nestlé está entrando nesse filão, no ‘B2B’, antes de todo mundo.” Diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Nathan Herszkowicz destaca que, apesar de o Brasil já consumir grandes volumes de café, ainda há muito a ser explorado no setor. “O segmento ainda admite muitas inovações e esse lançamento da Nestlé é uma prova disso”, afirma.

A projeção inicial do grupo é de que a nova solução responda pelo consumo de 400 milhões de xícaras de café nos próximos três anos. Nesse intervalo, a meta é chegar a uma base de 10 mil máquinas. Para alcançar esse número, a Nestlé desenhou uma série de estratégias. Entre outras iniciativas, o plano envolve uma parceria com a Sodiê Doces, para a instalação em mais de cem lojas da Sodiê Salgados, nova bandeira da rede de franquias. Outra via de expansão são as cafeterias que estão sendo montadas nos supermercados da rede Coop. A abertura de uma loja da Nescafé Espresso no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, também integra esse escopo. “Até o fim do ano, nosso foco será o estado de São Paulo”, diz Citrângulo. “A partir de 2018, iremos para as demais regiões do Brasil.”