Feijão é encontrado a R$ 3,55 em mercados
Pesquisa do Correio em cinco supermercados do DF mostra que além da leguminosa, houve quedas expressivas também no preço dos ovos, carne de frango e água sanitária. Comprar em quantidade produtos mais baratos pode ser uma opção para manter o orçamento
» Andressa Paulino*
Publicação: 15/07/2017 04:00
Raimunda comemora a redução no preço, já que, para manter o produto na mesa, em alguns momentos, teve que tirar outros itens do carrinho
O preço do feijão despencou na última semana, caiu até 38% nos mercados pesquisados pelo Correio. O produto, que antes era encontrado por até R$ 5,99 o quilo, está sendo vendido a R$ 3,55. Bom para os brasilienses que pesquisam e conseguem aproveitar promoções para levar mais mercadorias para casa.
Hábito dos brasileiros, a leguminosa há não muito tempo foi o vilão do orçamento familiar. “O feijão esteve com preços muito altos. Eu já tive que deixar alguns itens de lado para poder manter a comida na mesa”, contou a esteticista Raimunda Cavalcante, 43 anos. Para manter o hábito do arroz com feijão em casa, ela percorre mercados à procura do quilo mais barato. Quando encontra, compra grande quantidade. “Para não deixar de consumi-lo, tenho que pesquisar bastante, aproveitar as promoções e fazer estoque” disse.
Para quem tem o hábito de fazer compras semanais, outros produtos também diminuíram de preço. A dúzia de ovos, por exemplo, teve redução em três mercados pesquisados e o produto pode ser encontrado até 30% mais barato. Já o peito de frango está até 40% mais barato. Enquanto o quilo da ave podia ser encontrado por valores que variavam entre R$ 6,69 e R$ 11,79,agora, caiu para até R$ 4,99. Outro produto que registrou queda foi a água sanitária. O litro do alvejante ficou até 40% mais barato durante a semana, mas a variação de preços ainda é grande. É possível encontrar o item de R$ 1,96 a R$ 4,49 o litro.
Ainda com o poder de compra restrito, com a alta do desemprego e dos índices de endividamento, o consumidor se vê obrigado a procurar por promoções para manter o orçamento. Apesar da queda da inflação do segmento alimentação nos últimos meses, os brasileiros ainda não sentiram o alívio efetivo no bolso.
Pelo contrário, as reclamações sobre o encarecimento dos itens são constantes. “Eu costumava gastar em torno de R$ 60 e hoje gasto R$ 80, comprando os mesmos itens no mercado. Isso porque sou uma pessoa de hábitos simples, compro coisas do dia a dia” contou o publicitário Iraci Machado, 59. De acordo com ele, os valores precisam diminuir. “Os produtos ainda não estão de acordo com o bolso do brasileiro, eu acho que deveriam conter mais esses preços” finalizou.
Para alguns, mesmo com o estado crítico em que o país se encontra, é preciso otimismo. Nivaldo Antonino, 68, admite que os preços já estiveram mais altos e é importante atentar para os benefícios do barateamento de certos produtos. “As pessoas dizem que os itens estão aumentando, mas eu acho que os preços estão bem melhores agora. Antes, eu comprava arroz de R$ 13 ou R$ 14; hoje, eu acho por R$ 10.
Uma boa dica para fazer o dinheiro render, segundo alguns especialistas, é fazer uma lista de compras e pesquisar bastante. Além disso, prestar atenção em coisas como localização das mercadorias nos supermercados pode ajudar a economizar. “Muitas pessoas não sabem, mas os itens mais caros costumam ficar na altura da mão. Já os mais baratos, normalmente, se encontram em lugares mais altos ou mais baixos. Vale a pena fugir do alcance prático para fazer o dinheiro render”, alertou o educador financeiro e professor da Fundatec, Adriano Severo.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira