Indústria apresenta proposta para reduzir açúcar de refrigerantes

Ministério afirma que proposição não afeta discussão sobre aumento de impostos para o setor

Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo

20 Setembro 2017 | 21h50

BRASÍLIA – Produtores de bebidas apresentaram nesta quarta-feira, 20, ao Ministério da Saúde uma proposta para redução voluntária do açúcar de refrigerantes, néctares e refrescos em um prazo de quatro anos. A sugestão é de que cada 100 gramas de bebida tenham um limite máximo de 10,6 gramas de açúcar. Atualmente, a proporção média é de 16 gramas. Caso o acordo seja formalizado, pelo menos metade dos produtos terá de alterar sua composição para se adequar às novas exigências.

Formulada pela Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) e pela Associação Brasileira de Indústrias da Alimentação (Abia), a proposta surge no momento em que o Ministério da Saúde prepara um projeto para elevar a taxação de bebidas açucaradas.

Como revelou o Estado, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, pediu à sua equipe um projeto sobre aumento de impostos para esses produtos. Assim que for concluído, ele será levado para discussão com demais integrantes do governo.

O objetivo do Ministério da Saúde é elevar os preços e, com isso, reduzir o consumo de bebidas, em uma estratégia para prevenir e combater a obesidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que países adotem táticas como essa para tentar frear o avanço da obesidade no mundo.

A proposta feita pela Abir e Abia foi considerada bem-vinda pelo Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, a sugestão será analisada e discutida e deverá integrar uma ampla agenda com a indústria de alimentos, a ser divulgada em outubro. Mas o ministério avisou que a proposta de acordo voluntário em nada vai alterar os planos que estão em análise de aumento de impostos para refrigerantes e bebidas açucaradas.

A Abia e Abir têm entre seus associados produtores que respondem por cerca de 90% do mercado de refrigerantes, sucos e néctares. Pela proposta apresentada nesta quarta, 111 refrigerantes teriam uma redução dos teores de açúcar de 16 para 10,6 gramas a cada 100 gramas do produto. No caso dos néctares, a cada 100 gramas de produto o teor máximo de açúcar passaria a ser de 10,7 gramas. Atualmente, o valor é de 12,5. A medida afetaria 48 produtos. Já no caso dos refrescos, a redução seria de 15 para 10,7 gramas de açúcar, também a cada 100 gramas do produto. Isso afetaria também 48 produtos.

O debate sobre aumento de impostos para bebidas açucaradas ganhou força em junho, com uma campanha iniciada por organizações não-governamentais e o Conselho Nacional de Saúde. As associações argumentam que, embora o Brasil seja signatário de planos que recomendam a elevação dos tributos de bebidas açucaradas como forma de conter o avanço da doença, as iniciativas registradas até agora são muito tímidas. Entidades argumentam que, no caso do IPI, ocorreu justamente o inverso. As alíquotas teriam sido reduzidas desde 2012.

A Abir, por sua vez, critica a proposta de elevar a taxação de bebidas açucaradas. De acordo com a associação, o México adotou o artifício e não houve redução de consumo nem queda nas taxas de obesidade. “Houve impacto, isso sim, nos investimentos e nas taxas de emprego na indústria local de bebidas não-alcoólicas”, reagiu a associação em uma nota divulgada semana passada. No comunicado, a entidade argumentou ainda que a Dinamarca suspendeu medida semelhante, pouco tempo depois de ser instituída, por considerá-la ineficaz.

Jundiá lança picolé Grego Cookies

em FOODS & DRINKS / por Marcus Frediani /

Sabor e a maciez do iogurte com pedacinhos crocantes de cookies.

Seguindo o enorme sucesso da Família Grego, agora a Sorvetes Jundiá lança com exclusividade no mercado brasileiro, o picolé Grego Cookies – com pedacinhos crocantes do biscoito tipo cookies.

O sorvete é feito com a mesma base láctea usada no iogurte grego tradicional e também conta com textura e cremosidade similar ao iogurte, reforçando os cuidados da Jundiá com a produção de sorvetes saborosos, com ingredientes selecionados.

A Família Grego ainda é composta pelos sabores: Grego (tradicional), Grego Frutas Amarelas e Grego Frutas Silvestres. O Grego Cookies já está disponível na loja conceito da Sorvetes Jundiá e começará a chegar em outros pontos de venda do Brasil a partir de outubro.  Preço: R$ 4,50

Os 15 anos de vaivém entre Cade, Garoto e Nestlé

Quando a Nestlé comprou a Garoto, FHC ainda era presidente. O imbróglio entre as duas empresas e o Cade levou até a uma mudança na legislação
Por Gian Kojikovski
20 set 2017, 18h49

Quando o grupo suíço Nestlé anunciou a compra da fabricante brasileira de chocolates Garoto, em fevereiro de 2002, Fernando Henrique Cardoso era presidente, a seleção brasileira ainda era só tetracampeã do mundo, e Jorge Vercilo estava entre os artistas mais tocados do país. Foi no dia 28 daquele mês que o grupo suíço pagou 250 milhões de dólares para levar a combalida companhia com sede em Vila Velha, no Espírito Santo.

Na época, a Garoto era dona de 24% do mercado brasileiro de chocolates, e a Nestlé, era líder com 31%. Analistas já previam dificuldades de aprovação no Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Mas nem os mais pessimistas imaginavam o que estava por vir. Nesta quarta-feira 20 de setembro de 2017, o negócio continua nas manchetes dos veículos de negócios.

Segundo foi revelado, as duas companhias fecharam ano passado um acordo para, enfim, sacramentar a união. A Nestlé tem até outubro deste ano para se desfazer de uma série de marcas, como os chocolates Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação. O detalhamento de todos os ativos que a empresa terá de vender é mantido sob sigilo.

Mesmo assim, o Cade deve controlar para quem será realizada a venda. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o acordo entre a Nestlé e o Cade, assinado em 2016, veta que as marcas sejam repassadas para outra empresa de grande porte para evitar uma nova concentração no mercado.

“Para efeitos concorrenciais, o mero desinvestimento pode não resolver. É preciso que o comprador use daquele ativo para impor um padrão de competição maior ao mercado”, diz a advogada especialista em direito concorrencial e ex-conselheira do Cade, Ana Frazão. Por isso, a Mondelez (antiga Kraft), dona da marca Lacta, deve ficar de fora da operação. A tendência é que os ativos fiquem com companhias menores, como Arcor e Hersheys.
A complicada história da Garoto/Nestlé

A união das duas companhias começou a se complicar em 2004, quando, em uma decisão inédita, o Cade anulou a compra. Foi a primeira vez que a autarquia reprovou uma operação desde que fora criada, em 1962. E aí a confusão estava formada. A Nestlé já havia investido 250 milhões de dólares na aquisição e começado a organizar a sinergia entre as operações. Poucos anos antes, em 2000, o mesmo conselho havia aprovado a fusão das cervejarias Brahma e Antarctica para criar a Ambev, que nasceu com 70% de um mercado de 12,5 bilhões de reais ao ano , aproximadamente dez vezes maior que o de chocolates.

Após a derrota inesperada, a Nestlé foi para a justiça e o caso se arrastou. A multinacional suíça obteve diversas vitórias pontuais, mas a operação nunca chegou a ser completamente concretizada, e as duas empresas continuaram independente.

“Aos poucos, o judiciário foi, de certa forma, revertendo vários pontos da decisão do Cade. Eles preocuparam-se mais em manter a gestão separada do que de fato as operações”, diz José Del Chiaro, advogado que defendeu a Kraft, uma parte interessada que trabalhava pela impugnação do negócio, durante o processo na autarquia. Assim, Garoto e Nestlé puderam passar a fazer compras em conjunto, bem como a distribuição de alguns produtos.

Mesmo assim, a Nestlé nunca pode unir totalmente as operações, as fábricas e a administração das duas empresas – embora tenha investido e tornado a Garoto, uma empresa familiar envolta em brigas, em uma companhia lucrativa.

O processo é tão surreal que foi emblemático para mudanças no próprio Cade. Com a mudança feita em 2011 na lei da concorrência, o Cade passou, a partir de 2012, a analisar o impacto concorrencial de fusões e aquisições antes de elas de fato acontecerem. Isso porque, até então, as empresas podiam informar a autarquia da operação somente depois das operações serem consumadas.

“O Brasil era um dos únicos países que fazia esse tipo de controle a posteriori e a mudança na legislação aconteceu para adequar o país à realidade do Direito internacional. Então, esse caso não foi fundamental para isso, mas é o maior exemplo da dificuldade de desfazer uma operação diante de um ato que já tinha efeitos práticos”, diz Ana Frazão.

Antes da nova lei, para evitar situações como essa, foi criado o Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação, para que os danos de uma reversão fossem mitigados. Na prática, no entanto, isso de fato não ocorria. Depois da mudança, o Cade tem prazo máximo de 240 dias para analisar as fusões, prorrogável por mais 90 dias em caso de operações complexas.

A mudança na lei das concorrências foi fundamental para que a autarquia pudesse ter uma postura mais dura em relação à concentração de mercado, como tem acontecido nos últimos tempos. Recentemente, por exemplo, vetou a compra da universidade Estácio pelo grupo de ensino Kroton e da rede combustíveis Ale pela Ipiranga.

“As operações que foram vetadas recentemente eram realmente complexas e não se encontrou uma solução de desinvestimento adequada. Em partes porque, com o tempo, o mercado vai se tornando gradativamente mais concentrado. Mas, antes da nova lei, sem dúvida era muito mais difícil de se vetar uma operação”, diz Del Chiaro.

Advogados afirmam que a postura mais rígida do Cade nos últimos casos tem levado até mesmo empresas a recuarem de processos de compra de ativos que veem como muito difíceis de serem aprovados pelo órgão. Melhor desembarcar antes, do que esperar por 15 anos.

Kibon lança novos sabores para o verão 2018

Novidades nas linhas de picolés e potes chegam às geladeiras da marca no próximo dia (23), quando é celebrado o Dia do Sorvete

quarta-feira, 20/setembro/2017

Kibon, a marca do coração, está pronta para a chegada do verão 2018! Há cinco inovações criadas para esta estação, tão esperada pelos brasileiros. As novidades são nas linhas Magnum, Clássicos, Fruttare e Potes. “A cada estação revisitamos nossas receitas para garantir que estamos oferecendo sabores e formatos que agradem a todos e possam fazer parte de diferentes momentos, mas sempre com muita felicidade!”, conta Roberto Antunes, Diretor de Marketing de Kibon. Conheça as novidades:

A Linha Magnum celebra a chegada do verão com o Magnum Red Velvet. Inspirado no bolo Red Velvet que se tornou a maior tendência das confeitarias, é um sorvete de morango misturado com sorvete de chantilly envoltos pelo famoso e delicioso chocolate branco belga da marca. A novidade está disponível em todo o Brasil pelo preço sugerido de R$8,50.

Na Linha Clássicos, a novidade é Eskibon Caramelo. Marca ícone de Kibon, com o único sorvete em barra do mercado, atualmente com duas versões, o Classico Eskibon, e Eskibon Chocobar, apresenta a novidade deste verão, o sorvete em barra recheado, Eskibon Caramelo. Um sorvete sabor caramelo, recheio de doce de leite e cobertura de chocolate. Sabores adorados pelos brasileiros em perfeita combinação! O picolé pode ser encontrado em todo o País pelo preço sugerido R$5,50

Já Fruttare é sinônimo de fruta de verdade, por isso a marca apresenta sua nova linha Fruttare Muita Fruta. Os novos picolés são feitos com poucos ingredientes e muita fruta, como o Fruttare Morango feito com seis morangos e Fruttare Manga, elaborado com meia manga.

As novidades utilizam somente frutas de cultivo sustentável e introduzem o novo formato 75ml, maior que a linha regular de 60ml. Disponíveis em todo

o Brasil ao preço sugerido de R$5,00.
Na linha de Potes, o lançamento é Cremosíssimo 4 em 1, que reúne os quatro sabores mais presentes na mesa do brasileiro:

creme, morango, chocolate e flocos. Feito com base de leite oferece uma cremosidade sem igual! Disponível em todo o País na versão 2L.

Outra novidade é que toda linha Cremosíssimo está de cara nova. Além das novas embalagens que reforçam o sabor e a cremosidade reconhecidos e valorizados por seus consumidores, a Kibon atendeu aos pedidos de milhares de fãs e deixou seu pote translúcido para facilitar a identificação do sabor do sorvete ou de outros alimentos que possam ser armazenados quando reutilizadas as embalagens. “Sabemos que o hábito de reutilização dos potes de sorvete é muito comum no Brasil e queremos incentivá-lo pois esta é uma atitude sustentável.” explica Roberto.

Sobre a Kibon
A Kibon completa neste ano 75 anos de atuação no mercado de sorvetes, sendo a primeira indústria brasileira do segmento. Os primeiros sorvetes da marca foram o Eskibon e o Chicabon, em 1942. Atualmente, possui unidades fabris no interior de São Paulo (Valinhos) e em Recife. A preferência dos consumidores pelos produtos Kibon reflete a liderança significativa da marca, que é a mais lembrada pelos consumidores no prêmio Top of Mind há mais de 25 anos.

TRF3 MANTEM MARCA DE REFRIGERANTE H2OH NO MERCADO

Para magistrados, consumidores não confundem o produto com água, conforme alegava a União

Em respeito aos princípios da boa-fé objetiva e da segurança jurídica, a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) contrariou recurso da União e decidiu manter a marca H2OH! no mercado, por entender se tratar de um refrigerante já conhecido e que não leva os consumidores à confusão.

A União pleiteava o banimento da marca motivada por nota técnica do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, segundo a qual a semelhança com a fórmula química da água poderia "induzir o consumidor a adquirir esses produtos, como se água fosse, confundindo-o e retirando sua liberdade de escolha".

A Pepsico lançou a bebida no mercado brasileiro em 2006, tendo protocolado o pedido de registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2005 e a análise e registro de rótulo junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2006, ambos deferidos. A empresa alega que, desde o início, o produto foi apresentado ao mercado como refrigerante de baixa caloria e sempre foi exposto ao consumidor entre os refrigerantes.

Contou também que, em 2008, celebrou Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) perante a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Estado de São Paulo, de abrangência nacional, pelo qual tornou mais ostensiva a informação ao consumidor sobre a natureza de refrigerante do produto. Porém, mesmo assim, recebeu uma intimação do MAPA exigindo, em curto prazo, a completa alteração da rotulagem e da própria marca H2OH!.

No TRF3, o desembargador federal Nery Júnior destacou a fragilidade dos argumentos da nota técnica apresentada pela União: “Ora, o cidadão com instrução suficiente para conhecer a fórmula química da água é capaz também de ler no rótulo a indicação de que se trata de refrigerante, bem como de identificar, pela coloração, aroma e sabor, que não se trata de água mineral. Tanto é assim que cerca de 10 (dez) anos se passaram desde o registro da marca, e não há notícias relevantes de quid pro quo nesse sentido”.

Ele também observou que a Pepsico recebeu autorização do MAPA para comercialização do produto em 2006, sob o enquadramento de "refrigerante de baixa caloria", sem qualquer oposição quanto ao nome H2OH! e sua rotulagem. “Causa estranheza que, depois de autorizar uso da marca, o MAPA tenha mudado de posição sem que houvesse qualquer fato novo a lhe motivar. Pelo contrário, o tempo tratou de consolidar a marca no mercado como um refrigerante, não como água mineral”, destacou.

O desembargador também ressaltou que o TAC firmado não compreende a admissão de que tudo o que foi feito antes estava errado. Significa apenas que alguns ajustes foram feitos de comum acordo entre as partes, resultando em diversas medidas para tornar mais ostensiva a informação ao consumidor, tanto no rótulo como em campanhas publicitárias, medidas reconhecidas como suficientes, inclusive, pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Como consequência, Nery Júnior confirmou a decisão de Primeiro Grau que impediu qualquer medida restritiva em relação à marca H2OH!, “tanto em razão da desconexão da motivação do ato administrativo com a realidade fática (a consolidação da marca nos mercados brasileiro e mundial como um refrigerante, sem qualquer confusão com água mineral, com evidente distinção na cor, aroma, sabor e preço), como em respeito aos princípios da boa-fé objetiva e da segurança jurídica”, declarou.

Apelação/Remessa Necessária 0024631-41.2008.4.03.6100/SP

Assessoria de Comunicação Social do TRF3

Setor de alimentos rotulará melhor produtos para reduzir desperdício

Por: AFP
20/09/2017 – 20h24min

Muitos dos maiores varejistas e companhias de alimentos do mundo anunciaram nesta quarta-feira que acordaram uma melhor rotulagem de seus produtos até 2020, em uma tentativa de reduzir radicalmente o descarte de alimentos.

Grandes empresas como Wal-Mart, Tesco, Kellogg, Nestlé, Carrefour e Unilever apoiaram um "chamado à ação" patrocinado pelo Fórum dos Bens de Consumo e apresentado paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas.

A iniciativa pretende eliminar várias etiquetas dos alimentos, como a de data de fabricação, que podem confundir os compradores e levar a desperdícios.

"Como consumidores, estamos um pouco confusos. Como a comida não é necessariamente cara, em caso de dúvida, as pessoas jogam fora", disse Ignacio Gavilan, diretor de sustentabilidade do Fórum de Bens de Consumo. "Portanto, precisamos de clareza absoluta", acrescentou.

Sob esta iniciativa, produtos perecíveis como o salmão defumado teriam uma etiqueta com a informação "consumir até" tal data, enquanto os rótulos dos produtos que duram mais, como o macarrão e o açúcar, teriam indicado "melhor consumir antes de" determinada data, explicou Gavilan.

Outras informações, como datas de fabricação e números de lote, poderiam ser inseridas em um código de barras que não seria legível para os consumidores.

“Rei do açúcar” argentino e fornecedor da Coca-Cola avalia IPO

A Emilio Luque Supermercados y Mayoristas está buscando levantar pelo menos US$ 80 milhões para financiar despesas de capital nos próximos dois anos
Por Pablo Gonzalez, da Bloomberg
20 set 2017, 15h19

O empresário argentino Emilio Luque, cujo grupo se tornou o maior produtor de açúcar do país, está tentando descobrir como financiar seus negócios à medida que crescem.

Em uma entrevista, o ex-motorista de caminhão disse que seu grupo, Emilio Luque Supermercados y Mayoristas, está estudando vender títulos pela primeira vez em 2018 e talvez realizar uma abertura de capital em 2019.

A empresa de supermercados e atacadista de alimentos está buscando levantar pelo menos US$ 80 milhões para financiar despesas de capital nos próximos dois anos.

A companhia concordou com comprar duas usinas de açúcar nos últimos 12 meses, aumentando sua participação no mercado local para cerca de 20 por cento. A segunda transação foi uma surpresa até para ele mesmo, disse Luque.

“Eu não queria comprar”, disse Luque em Bariloche, Argentina, em 17 de setembro. Ele disse que tomou a decisão depois que funcionários da unidade argentina da Embotelladora Andina o visitaram duas vezes para convencê-lo a fechar o acordo.

A engarrafadora da Coca-Cola propôs financiar metade da aquisição mediante o acordo de um contrato de compra de açúcar a longo prazo, disse ele.

Os termos da aquisição não foram divulgados, mas a imprensa local estimou o preço em cerca de US$ 150 milhões, valor que, segundo Luque, estava dentro da faixa do que foi pago.
Conversas com assessores

A companhia de Luque entrou com cerca de 44 por cento do preço da compra e 6 por cento vieram dos bancos argentinos Comafi e Banco Supervielle, disse ele.

Agora esses bancos estão assessorando a empresa, mas o grupo também está aberto a conversar com outros assessores, disse ele.

Representantes dos bancos e da empresa de bebidas não deram retorno imediato a telefonemas e e-mails com pedidos de comentários.

Luque, 66, começou seu império após deixar o emprego como chofer de caminhão e ao se tornar distribuidor da PepsiCo na década de 1970. Seu grupo tem sede na província argentina de Tucumán, no noroeste do país.
Medidas

A expansão no negócio do açúcar faz sentido desde que o governo do presidente Mauricio Macri aumentou a quantidade mínima de bioetanol na gasolina de 10 por cento para 12 por cento.

O governo prometeu aumentar para 21 por cento, disse Luque. Ele também planeja queimar subprodutos de cana-de-açúcar para alimentar a geração de eletricidade, disse.

“Não há prazo para chegar a uma percentagem determinada no mix”, disse Alejandro Bianchi, porta-voz do Ministério da Energia.

A empresa, que tem 3.500 funcionários e provavelmente termine 2017 com vendas anuais de cerca de US$ 351 milhões, planeja dividir suas operações em três unidades em novembro, para tornar o funcionamento do negócio mais claro para futuros investidores, disse Luque.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Bloomberg.

Irmãos farmacêuticos criam cerveja artesanal ‘Seringueira’ em homenagem ao Acre e dão cursos

Próxima turma deve iniciar curso no dia 15 de outubro. Investimento é de R$ 350 em dinheiro e R$ 390 parcelado no cartão.

Por G1 AC, Rio Branco

20/09/2017 11h20

A paixão por química e expansão do mercado de cervejas artesanais motivou os irmãos Dayan e Ricardo Marques a produzirem e ministrarem cursos de produção de cerveja artesanal, um dos únicos do Acre. A marca criada pelos irmão leva o nome de um símbolo tipicamente amazônico, Seringueira Beer.

Ricardo conta que a ideia era homenagear o estado acreano. A marca foi criada no final de 2016, quando também tiveram a ideia de ofertar os cursos.

O processo de produção é 100% artesanal, segundo os irmãos, utilizando equipamentos e insumos acessíveis à população. A fabricação, chamada de brassagem, dura em média 8 horas e o processo de fermentação, maturação e carbonatação dura em média 45 dias.

“Atualmente estamos produzindo 30 litros por curso. No dia do curso é ensinado, primeiramente, toda a parte teórica de fabricação de cerveja aos entusiastas participantes e, logo em seguida, vem a parte prática, onde todos colocam a mão na massa fabricando a sua própria cerveja”, diz Ricardo Marques.

Ricardo é farmacêutico, professor universitário, mestre e doutor em química e com pós-doutorado em biotecnologia e síntese orgânica. Dayan, além de farmacêutico, é bioquímico industrial, empresário, professor universitário e mestre em química inorgânica.

Cada turma tem no máximo oito pessoas. Ricardo diz que o produto ainda não é comercializado devido à baixa produção, mas pensa nessa ampliação futuramente.

“Nós dois somos farmacêuticos e professores universitários e utilizamos do nosso conhecimento em química onde podemos realizar nossas experiências principalmente para modificar o PH da água. Sempre buscando retirar o melhor proveito de nossas criações”, explica Ricardo.

Os dois mantém um site onde é possível obter todas as informações sobre o curso e produções. Além disso, o site também tira dúvidas sobre o valor do investimento, que pode chegar a R$ 390 no cartão e também o local onde ocorrem as produções.

“Além de realizar a inscrição do curso, você pode encontrar outras informações, como o que é oferecido no dia, sobre os mestres cervejeiros e formas de pagamento para participação. Lembrando que não é necessário saber nada para participar do curso. Lá é um local voltado para a troca de experiências e aprendizado”, destaca Dayan.

Bauducco inaugura loja virtual

O e-commerce nasce sazonal para atender os clientes em duas datas: Natal e Páscoa

Fernando Murad
18 de setembro de 2017 – 8h30

A Bauducco coloca no ar nesta segunda-feira, 18, sua loja virtual. O e-commerce nasce sazonal para atender os clientes em duas datas: Natal e Páscoa. No site serão comercializados diversos panetones e chocotones, cestas de Natal, Pandoro, biscoito amanteigado com a lata em formato de coração, pão de mel e cookies.

Além deles, haverá dois produtos exclusivos que só estarão à venda no site: o Kit Chandon (Panettone e Chandon) e o Panettone 80 g (Panettone frutas e Chocottone). A loja virtual estará em operação até 15 de dezembro e retornará ao ar em 2018 no período anterior à Páscoa. A Bauducco fez o primeiro teste com loja online no Natal do ano passado.

Alho brasileiro sofre com concorrência desleal, mas tem melhor qualidade

Produto nacional sofre com a concorrência dos importados da China, mas tem sabor mais picante, aroma forte, textura macia e apresenta rendimento muito superior

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 18/09/2017 09:51

O alho é um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros. É, também, um dos produtos mais democráticos da agricultura nacional, sendo cultivado em quase todos os estados. As plantações nacionais ocupam 12 mil hectares, o que equivale a 12 mil campos de futebol. A produção deve chegar a 140 mil toneladas este ano, segundo estimativa da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).

O setor, que contribui para a subsistência de quatro mil famílias da agricultura familiar e cerca de mil produtores, sendo responsável por 150 mil empregos diretos no país, trava uma batalha com o alho chinês, que entra no Brasil com valor bem abaixo do praticado no país. “Aí, só estocando o nosso alho agora para que ele possa ser vendido lá para o fim do ano, por um preço melhor”, desabafa Luciano Martarello, um dos maiores produtores de alho do Distrito Federal.

O alho nacional, no entanto, tem mais qualidade do que o chinês. O produto brasileiro tem sabor mais picante, aroma forte, textura macia e apresenta rendimento superior. É aquele com a casca de cor roxa, um diferencial que já pode ser visto a olho nu quando confrontado com o produto chinês, de casca branca. O alho produzido no Brasil é vendido acondicionado em sacos plásticos, enquanto o “made in China” é esparramado pelas bancas de supermercados ou feiras, a um preço muito inferior. Os produtores brasileiros brincam que é o alho-isopor — opaco e sem cheiro. “Não é puxando a sardinha para o nosso lado, mas o alho nacional fica dourado e crocante. É totalmente diferente”, compara Luciano Martarello.

O produtor já chegou a plantar até 100 hectares de alho na fazenda que leva o sobrenome da família, localizada em área rural de Planaltina. Este ano, no entanto, optou em cultivar 30 hectares de terra, garantindo, assim, a colheita de 360 toneladas do alho roxo, produto nobre, de maior qualidade. O produto tem mercado certo — além de abastecer o DF, é vendido em estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Cálculos feitos na ponta do lápis pelo agricultor, no entanto, indicam que não é o momento de comercialização do produto. Contabilizado o custo de produção em torno de R$ 80 mil por hectare, a caixa com 10 quilos sairia do produtor entre R$ 10 e R$ 15, em média.

“Enfrentamos uma concorrência desleal com o alho chinês, que acaba entrando no Brasil a preços mínimos. O governo deveria estimular o consumo do alho nacional, que tem melhor qualidade. Assim poderíamos empregar mais gente por aqui e ajudar a aumentar a renda das pessoas”, desabafa Martarello. O drama do produtor do DF reflete o que acontece em escala nacional. O preço do alho brasileiro caiu mais de 50%. Em pleno auge da safra brasileira, o alho chinês está chegando ao Brasil a R$ 70 a caixa de 10 quilos, valor abaixo do custo de produção nacional, estimado em R$ 75.

Recorde

O Brasil importa 55% do alho consumido no país. As importações bateram recorde no mês de agosto, com a entrada de dois milhões de caixas de alho, vindas, principalmente, da China, da Espanha e da Argentina. Mas é o país asiático, com uma série de práticas que contrariam normas do comércio mundial, que está dando dor de cabeça aos produtores brasileiros. A China pratica o dumping, ou seja, vende o produto abaixo do custo internacional. “Essa prática é nociva e predatória. Para corrigir essa concorrência desleal, o governo aplicou a tarifa antidumping, que hoje está com o valor de US$ 7,80, a caixa de 10 quilos. Todo alho importado da China tem de pagar essa tarifa”, explica Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).

Além da taxa, a China paga a Lista de Exceção à Tarifa Externa Comum (Letec), atualmente calculada em 35% do preço FOB, sigla de free on board, que designa um tipo de frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria a partir do momento em que ela é colocada a bordo do navio. Esta tarifa também vale para os demais países que importam alho para o Brasil, exceto para o bloco do Mercosul.

Mesmo assim, as importações da China continuam a crescer. Mas nem todo alho que entra no país paga as taxas devidas. “Ocorre muito subfaturamento, fraudes, e, recentemente, alguns importadores que trazem alho chinês estavam alegando que a taxa antidumping não valia para certos tipos de classificação de alho”, disse Corsino.

O crime de descaminho também entrou na “rota do alho”, de acordo com Rafael Corsino. Ele explica que a Receita Federal tem identificado a prática desse tipo de crime de ordem tributária, com fraude na importação do alho chinês. “Esse alho entra no Brasil direcionado como se fosse para o Uruguai, Chile ou outro país do Mercosul, não paga o dumping e sai do Brasil como se fosse um produto local, o que também prejudica os produtores nacionais”, analisa Corsino.

Um dos métodos utilizados por importadores para facilitar a entrada do alho chinês no Brasil é questionar, judicialmente, o direito de inspetores alfandegários cobrarem a tarifa antidumping. Como os juízes estavam concedendo liminares autorizando o não pagamento da tarifa, a Anapa entrou com um pedido de avaliação de escopo da medida antidumping e a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reconheceu que a taxa vale para todo e qualquer alho importado da China.

Medidas protetivas

Sem mecanismos de defesa comercial, a situação dos produtores nacionais de alho fica muito difícil, explica o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino. Ele argumenta que, hoje, o custo de produção de alho no Brasil gira em torno de R$ 75, a caixa de 10 quilos. “Sem tarifa antidumping e com a TEC (Tarifa Externa Comum) de 10%, o alho chinês chega ao Brasil custando pouco mais de R$ 50,00. Com esse custo, fica inviável produzir alho no Brasil”, explicou Corsino.

Quando as medidas protetivas são burladas, ou mesmo descumpridas, ocorre um desequilíbrio no mercado nacional, com os produtores brasileiros tendo que adequar o preço do produto de modo a não sofrerem maiores perdas na venda da safra.

Jurisprudência sobre o tema normatiza a questão. “Não há violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência”, manifesta a autoridade judiciária. “O artigo 237 da Constituição da República autoriza o Ministro da Fazenda a fiscalizar e a realizar controle relativo ao comércio exterior. Objetiva-se proteger a economia nacional, diante do ingresso de produto importado ofertado a preço artificialmente depreciado”, informa o texto.

Antidumping

No próximo ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) deverá fazer uma revisão da tarifa antidumping para a importação do alho chinês. A Anapa deverá formalizar o seu interesse na renovação da tarifa, mas, para isso, tem que provar que o produto chinês continua causando danos ao mercado doméstico.

O alho importado da China paga a tarifa antidumping desde 1996. Até 2009, o recolhimento da tarifa ficava em torno de 20%, o que obrigou a Anapa a formalizar a solicitação para a aplicação correta da tarifa. A partir daí, a arrecadação chegou até 100%, mas com a judicialização da questão e a concessão de liminares para importadores, houve diminuição da arrecadação, levando a entidade a pedir a revisão de escopo da medida antidumping.

A cada cinco anos, o governo analisa a necessidade de manter a cobrança da tarifa. “O dano continua a existir, sendo vital para a produção nacional de alho a renovação por mais cinco anos”, enfatiza o presidente da Anapa.