Mercado de bebidas alcoólicas deve voltar a crescer no Brasil em 2018

Após dois anos de retração, a indústria brasileira projeta retomada da demanda interna diante das perspectivas de melhora da renda das famílias e da elevação das temperaturas médias no País

São Paulo – A queda da inflação, em meio à elevação das temperaturas médias no País, já estimula um aumento da demanda por bebidas alcoólicas. Com a expectativa de manutenção deste quadro, a indústria deverá retomar seu crescimento a partir de 2018.

"O mercado de cerveja depende basicamente do clima e da renda. E tudo indica que esses dois fatores estão contribuindo positivamente para o setor nesse segundo semestre", afirma o consultor de varejo e bebidas da Concept, Adalberto Viviani.

Segundo ele, a percepção entre os consumidores é de que o pior da crise já passou, contribuindo para a perspectiva, mesmo que não seja de volta do crescimento, mas ao menos de redução das perdas de volumes vendidos.

A Euromonitor projeta que o brasileiro consuma 13,891 bilhões de litros de bebidas alcóolicas neste ano que, além de cerveja, inclui vinho, sidra e outros destilados, representando uma queda de 0,36% ante 2016 – quando a retração no consumo ante 2015 foi de 3,18%.

Para o ano que vem, o consumo deverá voltar a crescer, avançando 1,07% em comparação a 2017, para 14,04 bilhões de litros, segundo estimativa da Euromonitor.

O vice-presidente financeiro da Ambev, Ricardo Rittes, ressaltou que a companhia continua "cautelosamente otimista" em relação ao mercado de bebidas. No entanto, ele destacou que o setor começa a apresentar uma "linha de tendência positiva" de recuperação. "Temos cautela porque o mercado ainda está caindo, mas estamos otimistas porque está na direção correta", diz.

Segundo ele, um dos fatores que contribuem para as melhores perspectivas refere-se à queda da inflação. Mesmo sem dar projeções, ele destacou seu efeito positivo: "Como somos focados no consumo, isso acaba sendo muito bom para a companhia, já que a inflação [em alta] compromete o poder de compra dos consumidores".

Rittes comentou ainda que a companhia já aplicou um novo aumento nos preços dos produtos desta categoria, conforme anunciado durante a divulgação dos resultados da empresa no último mês de julho, mas não acrescentou detalhes sobre o reajuste.

Refrigerantes

O executivo da Ambev reforçou que o quadro está um pouco mais distinto quando se avalia o mercado de bebidas não alcoólicas, em que há "uma maior volatilidade" no volume comercializado, diante das oscilações da atividade econômica. "O refrigerante acaba sendo até um luxo para uma parte da população. Sendo assim, se substitui por água da torneira, suco em pó ou outras bebida", explica Rittes.

Viviani, da Concept, acrescenta que o refrigerante foi o símbolo da ascensão ao consumo da classe média no início desta década, porém acabou tornando-se o primeiro item a ser retirado da cesta de compras durante a crise econômica e política. "A migração do refrigerante para outras bebidas foi muito grande, seja pela substituição por refresco em pó, suco pronto, chá ou água mineral", complementa.

Investimento

Na sexta-feira (15), a Ambev informou que nos últimos três anos investiu mais de R$ 45 milhões em seu programa de consumo inteligente de bebidas. O foco foi alertar os profissionais dos pontos de venda sobre os riscos do consumo indevido de bebidas por menores de 18 anos e do uso do carro após o consumo de álcool. Além disso, a empresa destacou que pretende ampliar para 20% a fatia de produtos não alcoólicos ou com baixo teor sobre as vendas até 2025.

Rodrigo Petry

Mercado de cerveja caiu no 1º semestre, mas desacelerou queda, diz Ambev

Estadão Conteúdo
15.09.17 – 12h36

O vice-presidente Financeiro da Ambev, Ricardo Rittes, afirmou que a companhia continua “cautelosamente otimista” em relação ao mercado de bebidas. Ele destacou que no primeiro semestre o mercado encolheu, mas o ritmo de retração desacelerou em relação a 2016.

“Acreditamos no crescimento do Brasil e investimos”, diz Rittes. Ele evitou fazer projeções, mas considerou que a queda da inflação é positiva para o consumo. A Ambev já implementou, no entanto, aumento de preço previsto para este terceiro trimestre.

O executivo comentou ainda sobre o mercado de bebidas não-alcoolicas, segmento em que os refrigerantes são o principal produto.

De acordo com ele, esse mercado tem sofrido mais em razão da deterioração do consumo no Brasil, porque o consumo de refrigerantes é mais volátil que o de cerveja. “Ainda é visto quase como um produto de luxo. Na crise, o consumidor troca esse bem por água ou suco em pó”, concluiu.

Consumo consciente

A Ambev anunciou que investiu entre 2015 e 2017 um valor de R$ 45 milhões em programas dedicados ao consumo consciente de bebidas. Em ação pelo chamado Dia de Responsa, de visitação a bares, a companhia destacou metas como a de investimento de cerca de 3% da verba de marketing global em temas de responsabilidade de consumo.

De acordo com Rittes, os investimentos nessa área têm crescido. Ele não quis dar projeções, porém, para os aportes nos próximos anos.

A companhia visita mensalmente um milhão de pontos de venda. Durante um dia no ano, as visitas envolvem ações para colar cartazes e tratar com donos dos bares sobre temas como proibição de venda de bebidas a menores e campanhas contra combinação de bebida e direção.

Pedro Mariano, vice-presidente Jurídico e de Relações Corporativas, destacou ainda um programa iniciado em 2015 de apoio da Ambev a ações de segurança viária em municípios do Estado de São Paulo. De acordo com ele, esse programa levou a uma redução de 17% na mortalidade dos acidentes.

Protótipos de cerveja e iogurte para diabéticos dão prêmios a pesquisadores

Pesquisa é desenvolvida pela Unicentro, com orientação do biomédico Carlos Ricardo Malfatti

Da Redação

Guarapuava – Ideias inovadoras que vem sendo colocadas em prática por acadêmicos, mestrandos e doutorandos da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), na área de iniciação científica vem conquistando prêmios. O primeiro deles foi num internacional do Profnit, evento oficial do mestrado profissional de propriedade intelectual e transferência de tecnologia em rede nacional, realizado em Salvador (BA). O segundo, na Feira de Ideias, em Guarapuava.

Orientado pelo biomédico Carlos Ricardo Maneck Malfatti, o grupo composto por 15 pessoas, há mais de sete anos, iniciou a pesquisa que resultou em dois produtos: cerveja artesanal, a Camponesa, com propriedade antidiabética e iogurte, ainda sem nome.

Mas o que chama a atenção nos dois produtos, cuja patente tramita no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), é a matéria-prima utilizada: o alecrim do campo.

A pesquisa inicial, entretanto, em 2012, segundo o orientador, visava tratar a obesidade por meio de um produto natural, mas acabou mudando de rumo. “ Foi um acidente científico”, diz Malfatti. Segundo ele, ideias geniais vão sendo exploradas e quase sempre acabam chegando a outra.

“Quando começamos a pesquisa com o alecrim do campo chegamos a uma substância de redução de gordura com efeito hipoglicemiante e despertou a curiosidade”. De acordo com Malfatti, o passo seguinte foi estudar o efeito do alecrim do campo em ratinhos diabéticos e chegou-se a uma fórmula de como extrair bio-ativos, que são substâncias presentes na planta, para observar a concentração ideal desses extratos em estudos pré-clínicos in vitro (células isoladas), histopatologia, toxicologia e, por fim, a aplicação em humanos saudáveis. Essa etapa foi anterior ao diabéticos.

“Atualmente estamos com a fórmula para extrair o princípio ativo, a concentração certa e a apresentação disso com dois produtos: a cerveja artesanal que ajuda na prevenção contra o diabetes e o iogurte com atividades biológicas que também beneficiam os diabéticos”.

De acordo com o biomédico e orientador, como a Unicentro não pode abrir cervejaria e não possui recursos para a produção de iorgurte em larga escala, a ideia é pegar o protótipo e transferir para a iniciativa privada. “Já temos empresário interessado”, antecipa.

PESQUISADORES

Participam do projetos o doutorando em Farmácia Ricardo Pereira, a engenheira de alimentos e bolsista de iniciação científica Isabela Palhando, a mestranda em Farmácia NIlane Françoise Patel, além de Daniel Zanardini Fernandes, Felipe Natanael Coelho Vaz, Nicollas Eduardo Oliveira. Todos com orientação do biomédico Carlos Roberto Malfatti.



Nestlé fecha venda de Serenata de Amor e outras marcas, diz colunista

Vendas são exigências do Cade para, enfim, selar a fusão com a fábrica capixaba de chocolates Garoto, encrenca que se arrasta há quinze anos

A Nestlé deve anunciar em outubro a venda das dez marcas que o Cade exigiu que deixassem o portfólio para que a compra da Garoto seja, enfim, aprovada. A informação é de Lauro Jardim, do Globo. Ainda de acordo com o colunista, entre as marcas que devem mudar de dono estão "Serenata de Amor", "Lollo", "Chokito" e "Sensação".

Romance de verdade deu nome à marca de sucesso da Garoto

Em abril deste ano, o Valor Econômico já havia divulgado que a gigante contratou a Credit Suisse, em Londres, para arranjar compradores para as dez marcas que teria de vender para atender às exigências do Cade e, enfim, selar a fusão com a fábrica capixaba de chocolates Garoto, encrenca que se arrasta há quinze anos. Na ocasião a Nestlé foi acionada, mas não quis comentar o assunto.

A reportagem entrou em contato com as assessorias da Garoto e da Nestlé, que informaram que as empresas não irão se posicionar sobre o assunto.

HÁ UM ANO, DIRETOR NEGOU VENDA DO SERENATA DE AMOR

Em setembro de 2016, o diretor da Garoto, Liberato Milo, disse em entrevista exclusiva ao jornal A Gazeta que "a venda do Serenata de Amor é fofoca". E completou: "Eu diria que é fofoca profissional. O processo é comandado pelo Cade, não por nós. Nós não temos nenhum acordo com relação a isso. Qualquer acordo que formos fazer é pensando no longo prazo".

LONGA BRIGA

2002

A Nestlé adquire a Garoto após leilão. Em fevereiro de 2004, porém, o Cade veta a operação. Logo a Nestlé e a Garoto apresentaram pedido de reapreciação, mas o Cade negou.

2007

A Justiça Federal de Brasília se manifestou a favor da operação. O Cade apelou da decisão. Em 2010, após a 5ª Turma do TRF anular o veto à compra, foram interpostos embargos.

Maio de 2016

O Cade anunciou a reabertura do caso. O conselheiro relator, Alexandre Cordeiro, emitiu despacho estabelecendo diretrizes a serem cumpridas para efetivar a “proposta de solução” oferecida no chamado “ato de concentração” da Nestlé/Garoto. Os conselheiros do Cade validaram as propostas acertadas pelo relator, que permanecem sigilosas.

Próximos passos

Agora, a Nestlé terá que cumprir o que prometeu ao Cade dentro de prazo sigiloso – não há tempo mínimo ou máximo nos regramentos do Conselho. Assim que executar as medidas que ofereceu, o caso volta a ser analisado pelo Cade mais à frente. Ainda não há solução final.

Nestlé compra concorrente da Starbucks por US$ 500 milhões

A suíça Nestlé anunciou a compra de participação majoritária na Blue Bottle Coffee, companhia de café gourmet com sede em Oakland, na Califórnia. A multinacional não detalhou valores envolvidos na operação mas, segundo informações do The Financial Times, a Nestlé pagou US$ 500 milhões para ter dois terços da empresa que vale cerca de US$ 700 milhões.

“Esse movimento reforça o foco da Nestlé em investir em categorias de alto padrão e atuar de acordo com as tendências de consumo”, afirmou o diretor executivo da companhia, Mark Schneider, durante o anúncio. Isso porque os consumidores já pagam prêmio extra por grãos produzidos em lugares específicos ou com especificidades no processo de fabricação.

A Blue Bottle continuará a atuar como uma empresa independente, mantendo o diretor executivo, Brian Meehan, e o diretor de Produto, James Freeman, em suas posições. Fundada em 2002, a rede tinha 29 lojas até o fim do ano passado. Após a negociação, a expectativa é encerrar 2017 com 55 unidades, tipicamente em bairros modernos. Também serão realizadas vendas do grão no varejo e pela internet.

A compra da Nestlé ocorre em meio à consolidação no chamado setor de café de terceira onda nos Estados Unidos.

Este mercado atende principalmente a clientes jovens e urbanos que cresceram no Starbucks, mas progrediram para bebidas mais exóticas influenciados pelas máquinas de café expresso ou não tradicionais de baristas especializados.

Itambé triplicará resultado com food service em 2017

Na primeira metade do ano, o faturamento da Itambé no segmento dobrou e a perspectiva é fechar 2017 com receita três vezes maior

O Estado de S.Paulo

18 Setembro 2017 | 05h00

A indústria de lácteos Itambé investe para aumentar sua participação no segmento de food service. “Este mercado vem crescendo a taxas maiores do que as do varejo de alimentos”, afirma à coluna Ricardo Cotta, diretor de Novos Negócios e Relações Institucionais. Na primeira metade do ano, o faturamento da Itambé no segmento dobrou e a perspectiva é fechar 2017 com receita três vezes maior. Nesta toada, Cotta acredita que em três anos o food service representará 15% do faturamento da Itambé. No ano passado, a receita bruta da empresa foi de R$ 3,1 bilhões. Especialmente para o segmento, a Itambé inaugurou, no segundo semestre de 2016, uma fábrica de R$ 10 milhões em Guanhães (MG) e investiu R$ 5 milhões em desenvolvimento de produtos e para treinar pessoal.

Portfólio. Em 2017, a Itambé lançou 12 produtos específicos para o food service e deve apresentar mais dois até dezembro, como requeijão em embalagens de 1,6 quilo e creme de leite gourmet de 1 quilo, com 25% de gordura. Já em 2018 serão 10 a 15 novidades, promete Cotta, o que deve ampliar em 30% o portfólio da Itambé.

Incógnita. Cotta diz que seguirá com o projeto, “independentemente do que ocorrer”. A mexicana Lala comprou a Vigor, que detém 50% das ações da Itambé. A situação do quadro executivo da Itambé, cujos outros 50% pertencem à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de MG, dependerá da organização estatutária e da governança com os novos sócios.

Saiu por quê? Nos últimos dias a JBS suspendeu a compra de gado, o que provocou especulações. Para alguns, está clara a relação com a prisão, na semana passada, do presidente da empresa, Wesley Batista, que comandava diariamente as operações com pecuaristas. Para outros, a estratégia é uma forma de tentar segurar novas altas do preço do boi gordo em um momento de fraco consumo doméstico e amplos estoques de carne bovina.

Mangia! Após conquistar mercado com a versão nacional do queijo italiano grana padano, a RAR/Rasip, empresa de alimentos e vinhos do empresário Raul Randon, quer se consolidar no segmento de queijo parmesão premium. O produto foi lançado em julho e há expectativa de encerrar o ano com venda de 300 toneladas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em São Paulo, diz Sérgio Barbosa (foto), diretor superintendente da companhia. Em 2018, deve chegar a 600 t.

Bons ventos. A produção recorde de grãos e o bom desempenho do setor sucroalcooleiro na safra 2016/2017 devem levar a um aumento de 6% a 7% das vendas de máquinas agrícolas este ano, diz o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Pedro Bastos de Oliveira. Em relação à armazenagem, a expectativa é de crescimento de 10% na receita. Juros mais baixos na linha de crédito oficial para silos, colheita abundante e déficit de armazéns puxam a alta.

Indústria pronta. Apesar do otimismo no campo, Oliveira avisa que não se deve esperar investimentos em ampliação de fábricas ou novas plantas. Como as vendas foram muito fracas em 2015 e 2016, as empresas estão usando cerca de 75% de sua capacidade instalada. “Ainda dá para aumentar a produção sem investir em novas unidades industriais”, diz.

Biodiesel. A indústria de alimentos Caramuru concluiu as obras da terceira unidade de produção de biodiesel de soja em Sorriso (MT), que deve começar a operar em 15 de outubro. A capacidade anual da unidade será de 95,7 mil metros cúbicos, o que aumenta o potencial de produção da Caramuru para 545,7 mil m³. “Nessa fase de vacas magras agricultores da região devem usar o biodiesel para reduzir o custo de produção”, diz à coluna o vice-presidente do Conselho de Administração, César Borges.

Cogeração. A unidade de MT também vai produzir 61.200 MWh de energia via cogeração, utilizando sobras de madeira de terceiros. A Caramuru obteve autorização para transferir 30.873 MWh ao sistema elétrico nacional.

Respiro. As exportações de suco de laranja se recuperaram após a oferta da fruta aumentar 50% em 2017/2018 no Brasil. As vendas globais da bebida nos dois primeiros meses da safra, julho e agosto, cresceram 8% em volume e 24% em receita ante igual período de 2016. Só a União Europeia comprou 6% mais, com receita adicional de 21% para o Brasil, líder de produção da bebida. Os dados são da CitrusBR, associação de empresas do setor.

Mistura. Os Estados Unidos importaram 32% mais suco brasileiro no primeiro bimestre da safra 2017/2018. Por seu gosto e cor, o suco nacional é enviado ao mercado dos EUA para ser misturado à bebida consumida lá, ou mesmo para ser reexportado.

Cachaça Trade Fair

set 15th, 2017 Luis Orsolon Feiras e Eventos

Nos dias 20 e 21 de setembro, São Paulo (SP) irá sediar a Cachaça Trade Fair, evento dedicado exclusivamente aos negócios da segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, país onde é produzida há mais de cinco séculos. A feira vai reunir produtores e distribuidores nacionais em um espaço que pretende incentivar o desenvolvimento do setor de forma representativa, democrática e transparente.

No Brasil, o mercado de cachaças movimenta R$ 1 bi com a comercialização de 1,3 bilhão de litros, anualmente. Com consumo interno 5 vezes maior que o do whisky (348 milhões de litros) e da vodca (270 milhões de litros), o País concentra mais de 40 mil produtores da bebida, sendo que 99% deste total é representado pelas microempresas.

Com números surpreendentes no mercado nacional, o segmento também demonstra alto potencial de crescimento para as exportações de um de seus mais representativos produtos, mas ainda depende de ações que ajudem a organizar o setor e posicionar a cachaça entre os mais importantes mercados mundiais.

Organizada em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), representante formal de empresas que detêm 80% da produção de cachaças vendidas no Brasil, a Cachaça Trade Fair contará com uma intensa programação de degustações guiadas, palestras e workshops voltados à formação dos profissionais que buscam estratégias mercadológicas inovadoras e eficientes para potencializar o segmento.

Além da plataforma de aprendizado desenvolvida pelo IBRAC, proprietários de restaurantes e bares, compradores de supermercados e empórios, gerentes de redes hoteleiras e outros importantes players do segmento vão ter à disposição os meeting points, espaços onde terão a oportunidade de realizar reuniões para impulsionar vendas e negociações com foco na abertura de novas oportunidades nos mercados nacional e internacional.

“Teremos participantes de diversos estados brasileiros, todos comprometidos com a proposta de expandir as possibilidades de negócios em uma iniciativa que reunirá um painel atualizado e amplo do setor de cachaças no Brasil. Nosso principal objetivo é criar, por meio de um conteúdo de qualidade e credibilidade, a oportunidade de aprendizado e comunicação entre empresários, produtores e compradores, formadores de opinião, imprensa especializada, entidades associadas e toda a cadeia produtiva de um dos setores mais rentáveis e promissores do nosso país”, comenta Zoraida Lobato, diretora da feira.

Entre os expositores da Cachaça Trade Fair estão importantes marcas do segmento, como a Weber Haus, do Rio Grande do Sul; Cachaça da Quinta, do Rio de Janeiro; Princesa Isabel, do Espírito Santo; Alambique Brasil, do Paraná; Capim Cheiroso, de Minas Gerais; e Diageo, de São Paulo.

A Cachaça Trade Fair é exclusiva para profissionais do setor portadores de CNPJ (proprietários de bares, restaurantes, gestores de alimentos e bebidas de supermercados, hotéis, lojas de bebidas, grandes atacadistas, importadores internacionais, jornalistas especializados e demais categorias relacionadas ao segmento).

Serviço:

Data: 20 e 21 de setembro

Horário: 14 às 22 horas

Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi  

Site: www.cachaçatradefair.com.br

Mercados começam a tirar do ‘armário’ carne da marca Friboi

Nas últimas semanas, a rede Extra destacou peças de contrafilé e alcatra Friboi em seu encarte com anúncios de promoções

sábado, 16 de setembro 2017

Depois de passar meses em uma espécie de ostracismo, a marca Friboi, principal nome da linha de produtos da JBS, voltou a aparecer nos folhetos de ofertas que supermercados e atacarejos distribuem a seus clientes.

Nas últimas semanas, a rede Extra destacou peças de contrafilé e alcatra Friboi em seu encarte com anúncios de promoções. A rede Guanabara, do Rio, também voltou a expor a marca -a mais recente foi na quinta-feira (14), já após a prisão de Wesley Batista, presidente da JBS.

Roldão, Makro e Dia também são alguns dos mercados que expuseram recentemente em seus tabloides de ofertas as carnes da Friboi, marca que vinha sendo evitada desde que a delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista revelou os atos de corrupção praticados pela cúpula da JBS, em maio.

“Essas veiculações tiveram grande redução em junho e julho. A partir de agosto voltaram a ser mais frequentes”, diz Marília Taboada, administradora do site Ofertas de Supermercados, que fez levantamento da presença da marca Friboi nos tabloides.

A notícia de que a empresa admitia ter pago propina a políticos desencadeou reações por parte de consumidores e entidades de defesa nas redes sociais, com manifestações de repúdio e ameaças de boicote aos produtos da JBS -especialmente Friboi.

Em resposta, varejistas e a própria fabricante passaram a tratar com discrição o nome Friboi, que a JBS até então exibia ostensivamente nas propagandas de TV com celebridades de cachês milionários como Tony Ramos.
Menos associadas à imagem dos Batista, outras marcas da JBS, como Seara e Doriana, não tiveram seus anúncios descontinuados.

A confecção dos tabloides é realizada pelos varejistas, que consultam os fabricantes sobre o interesse em anunciar promoções a cada edição, cobrando por isso.

As negociações comerciais entre varejo e indústria costumam ser fechadas em pacotes que abrangem todos o material de comunicação para promoções de produtos, incluindo anúncios em TV, rádio, impressos e internet.
Quando começaram os ataques de consumidores à Friboi, a JBS recuou a exposição da marca. Em substituição, ela passou a exibir mais outros nomes do portfolio, como Maturatta e Do Chef.

Nas últimas semanas, a empresa voltou a solicitar a inserção dos itens Friboi nos encartes dos distribuidores, segundo a reportagem apurou.
A reportagem entrou em contato com todos os varejistas, mas nenhum respondeu. O Tenda afirma que se trata apenas de uma coincidência.

Procurada, a JBS diz que “o marketing de ponto de venda é utilizado pela Friboi de modo recorrente há anos, não havendo nenhuma iniciativa extraordinária ou inédita em andamento”.
Para Marco Quintarelli, especialista em varejo da consultoria Azo, é precipitado voltar a explorar já a marca Friboi. “Com o tempo, as pessoas esquecem, mas ainda é cedo para voltar a trabalhar a marca com ênfase pois o caso JBS ainda está em evidência.”

atualizado por Daniel Negreiros
negreiros@oestadoce.com.br
Fonte: Folhapress

Indústria omite presença de transgênicos em carnes e derivados

Publicado em: setembro 15, 2017

Por Cida de Oliveira
Da Rede Brasil Atual

Metade das carnes e derivados contém em sua composição ingredientes transgênicos e o consumidor nem desconfia. É o que sugere uma pesquisa do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgada durante o Agroecologia 2017 – 6º Congresso Latino-Americano de Agroecologia, 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e 5º Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno.

Dos 496 produtos analisados, 49,2% continham pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho. A maior concentração foi encontrada nos subgrupos de peito de peru e patês. A proteína de soja, detectado em 217 alimentos do grupo (43,7%), foi o ingrediente mais usado. (43,7%), seguido do amido de milho, que estava em 27 itens (5,4%).

Do total, 209 alimentos continham ingredientes derivados de soja, 18 deles continham derivados de milho e outros 21, derivados de ambos.

Os ingredientes derivados de milho e soja identificados na tabela dos rótulos destes alimentos são a proteína de soja, o amido de milho, lecitina de soja, óleo de milho, farinha de soja, farinha de milho, óleo de soja, xarope de milho, molho de soja e dextrose de milho.

As lavouras brasileiras de soja e milho são, em sua maioria, geneticamente modificadas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), os organismos geneticamente modificados (OGM) estão cada vez mais presentes na alimentação da população mundial, seja como alimento ou como ingrediente de alimentos industrializados.

O Brasil é o segundo país que mais planta transgênicos no mundo e desde 2003 têm aprovado para cultivo e consumo soja, milho, algodão e, mais recentemente, um feijão transgênico, que ainda não está disponível para consumo. Atualmente, 94% da soja, 85% do milho e 73% do algodão cultivados no Brasil são transgênicos.

“Tais cultivos dão origem a subprodutos que são utilizados pela indústria alimentícia como constituintes de muitos alimentos. Considerando a crescente produção de alimentos transgênicos no Brasil, presume-se uma grande possibilidade de que os ingredientes derivados de milho e soja, presentes nesses produtos, também sejam transgênicos”, afirmou a professora da UFSC e líder da pesquisa, Suzi Barletto Cavalli.
Mais agrotóxicos

Essa notícia é ruim porque plantas transgênicas recebem muito mais agrotóxicos durante seu cultivo. Sem contar outros riscos à saúde e ao meio ambiente que sequer foram dimensionados.

No Brasil, o Decreto no 4.680/2003 estabelece que todos os alimentos e ingredientes alimentares que contenham ou sejam produzidos a partir de transgênicos, com presença acima de 1% do produto, devem ser rotulados.

Contudo, estudos brasileiros revelaram a presença destes ingredientes em alimentos com quantidade superior a 1% sem, no entanto, informar a presença destes componentes no rótulo, apesar da legislação de rotulagem.

Para chegar a essas conclusões, as pesquisadoras Rayza Dal Molin Cortese, Suellen Secchi Martinelli, Rafaela Karen Fabri e Rossana Pacheco Proença, do Núcleo de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE/UFSC), analisaram os rótulos das embalagens de carnes e preparações à base de carnes comercializados em um grande supermercado do Brasil pertencente a uma das dez maiores redes brasileiras, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Foram registradas informações como denominação, nome comercial, marca, fabricante e país de origem. Todos os rótulos foram fotografados para posterior identificação, transcrição e análise da lista de ingredientes e a presença do símbolo “T” referente à identificação de transgênicos na rotulagem. As carnes foram classificadas em subgrupos e analisadas por meio de um software específico.
Mais agrotóxicos

Essa notícia é ruim porque plantas transgênicas recebem muito mais agrotóxicos durante seu cultivo. Sem contar outros riscos à saúde e ao meio ambiente que sequer foram dimensionados.

No Brasil, o Decreto no 4.680/2003 estabelece que todos os alimentos e ingredientes alimentares que contenham ou sejam produzidos a partir de transgênicos, com presença acima de 1% do produto, devem ser rotulados.

Contudo, estudos brasileiros revelaram a presença destes ingredientes em alimentos com quantidade superior a 1% sem, no entanto, informar a presença destes componentes no rótulo, apesar da legislação de rotulagem.

Para chegar a essas conclusões, as pesquisadoras Rayza Dal Molin Cortese, Suellen Secchi Martinelli, Rafaela Karen Fabri e Rossana Pacheco Proença, do Núcleo de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE/UFSC), analisaram os rótulos das embalagens de carnes e preparações à base de carnes comercializados em um grande supermercado do Brasil pertencente a uma das dez maiores redes brasileiras, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Foram registradas informações como denominação, nome comercial, marca, fabricante e país de origem. Todos os rótulos foram fotografados para posterior identificação, transcrição e análise da lista de ingredientes e a presença do símbolo “T” referente à identificação de transgênicos na rotulagem. As carnes foram classificadas em subgrupos e analisadas por meio de um software específico.
Origem

Foram considerados subprodutos de soja e milho aqueles ingredientes que continham a determinação da origem, como óleo de milho, proteína de soja. Ingredientes como óleo vegetal ou amido não foram considerados, se não contivessem essa especificação. Também foi analisada a frequência dos ingredientes, com o intuito de verificar quais ingredientes derivados de soja e/ou milho estavam entre os mais frequentes nos alimentos analisados.

Do total de carnes e preparações à base de carnes analisadas, 49,2% traziam em sua composição pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, sendo que a maioria dos subgrupos apresentava mais da metade dos alimentos com esses componentes.

Em apenas dois subgrupos (caviar e charque) não havia nenhum alimento contendo ingredientes derivados de soja e/ou milho. Os subgrupos que continham mais alimentos com ingredientes passíveis de serem transgênicos foram os subgrupos 13 – peito de peru; 14 – patês; 11 – preparações de carnes com farinhas ou empanadas e 1 – almôndegas a base de carnes.

Os achados são semelhantes aos de estudos internacionais e nacionais, que demonstraram a utilização de proteína de soja pela indústria alimentícia como um ingrediente em produtos processados à base de carne.

Estudos apontaram a presença de soja transgênica em carnes como presunto, mortadela de frango e steak de frango; outra, em 12 de 50 amostras de alimentos derivados de mortadela, salsichas, salame, patê, linguiça, frios e rocambole de carne, e em 11 de 30 amostras de salsichas contendo soja.

No caso de carnes e preparações à base de carnes, as proteínas de soja são amplamente utilizadas por suas propriedades de ligação de água, ligação de gordura, textura e capacidade emulsionante, além das características organolépticas como aparência, firmeza e corte.

No estudo catarinense, nenhum dos alimentos analisados continha identificação da presença de transgênicos no rótulo. Contudo, estudos brasileiros identificaram a presença de soja e milho em diversos alimentos, incluindo carne processada e produtos à base de soja em quantidade superior a 1% sem, no entanto, declarar a presença de transgênicos no rótulo, conforme a legislação de rotulagem.

“Assim, considerando que 94% da soja e 85% do milho cultivados no país são transgênicos, é provável que os ingredientes derivados de soja e milho identificados no presente estudo também o sejam”, disse Suzi Cavalli.

Segundo ela, esses resultados são preocupantes porque, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, 24,5% da quantidade per capita média diária de consumo da população brasileira são provenientes de produtos de origem animal, incluindo carnes, leite e derivados e ovos.

Além da grande quantidade de ingredientes possivelmente transgênicos adicionados pela indústria alimentícia em carnes e preparações a base de carnes, animais alimentados com ração produzida com milho e/ou soja transgênicas também podem constituir fonte de transgênicos na alimentação humana.

Empresa brasileira faz sucesso exportando macarrão de arroz para a China

"Made In Brasil": aos 54 anos, a brasileira Bifum decidiu exportar seu macarrão noodle

15/09/2017 – 16h29 – Atualizada às 16h29 – POR NAYARA FRAGA

Uns dos maiores consumidores de massa do mundo, há um mês os chineses começaram a se deparar nos supermercados com um macarrão cuja embalagem exibe um vistoso “made in Brasil” (com S mesmo). Vistoso e intrigante. Que brasileiro se daria ao trabalho de vender macarrão do tipo noodle num mercado em que a oferta desse produto já é abundante (7,2 milhões de toneladas consumidas em 2016, segundo a Euromonitor)? Que brasileiro, aliás, diria que é autoridade no assunto justamente na terra que inventou o macarrão (foi em Lajia, na China, que foram encontrados os fios cilíndricos de massa mais antigos do mundo, de 4 mil anos)?

Helio Chiang, de 41 anos, é o corajoso em questão. À frente da Bifum, companhia fundada por seus avós taiwaneses em Suzano, São Paulo, em 1963, ele está convencido de que seu produto tem chances na China. Vinte e cinco mil pacotes começaram a ser vendidos recentemente (depois de uma viagem de 50 dias de navio e quatro meses de espera na alfândega chinesa), em cem pontos de venda de Guangzhou, uma das maiores cidades chinesas, com 13 milhões de habitantes.

Diferentemente da massa tradicional de trigo, o macarrão da Bifum é feito de arroz. Não que esse tipo de massa seja inédito lá. O macarrão de arroz, chamado de “bifun” em Taiwan, já é usado em pratos quentes no Oriente há mais de um século. Mas Chiang acredita ter diferenciais “naturais” para competir.

Na sua empresa, o processo de fabricação envolve secagem de 12 horas e, depois disso, os fios descansam por mais 12 horas – realidade bem distante dos processos industriais ultrarrápidos, inclusive na China, que lançam mão de conservantes.

Esta é a primeira vez que a Bifum exporta seu produto. A internacionalização resulta de um processo de profissionalização da empresa que ocorre desde 2013. Chiang, agora, quer iniciar uma fase de novos mercados. O próximo passo, depois de vender padre-nosso ao vigário chinês, é prospectar a terra do churrasco, a Argentina.