Indústrias brasileiras de pães, biscoitos e massas buscam espaço no mercado da Arábia Saudita
Ana Cristina Dib Abimapi, Apex-Brasil, Arábia Saudita, biscoitos, doces, exportações, importações, indústria de pães 11/09/2017 09:33
São Paulo – A Arábia Saudita é um dos doze mercados-alvo para o próximo período do projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, uma parceria entre a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), renovada recentemente. Para o período de 2017 a 2019 o investimento soma R$ 4,1 milhões, um crescimento de 34% sobre o aporte do último contrato, firmado em 2015.
Ao todo, serão promovidas 20 ações de promoção, capacitação e competitividade para exportação para os oito países prioritários e os quatro secundários. As associações realizarão também estudos de mercado focados nestes destinos – um deles será a Arábia Saudita, segundo Rodrigo Iglesias, diretor internacional da Abimapi.
“Vamos participar da Yummex, em Dubai [nos Emirados Árabes Unidos], já de olho em toda a região”, disse o executivo. A Yummex Middle East é uma das principais feiras do setor de biscoitos e petiscos do Oriente Médio e será realizada de 18 a 20 de setembro. Segundo o executivo, quatro associadas da Abimapi têm presença confirmada: Livre & Leve, Frutos da Amazônia, M. Dias Branco e Cory.
A presença na feira de Dubai será em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Baladas e Derivados (Abicab), também interessada na Yummex e na região.
Iglesias afirmou que o projeto prevê também a presença de empresas brasileiras na próxima edição da Yummex, em 2018. Neste caso, a expectativa é fazer algo maior: organizar uma missão empresarial para Riad e Jeddah, que seria a primeira do setor para o país. “Queremos fazer um seminário, visitar alguns pontos de vendas e realizar rodadas de negócios com compradores locais. Temos de oito a dez empresas muito interessadas em explorar o mercado da Arábia Saudita”, explicou.
Antes disso, de 5 a 7 de abril, compradores sauditas serão convidados a participar de uma rodada de negócios na 16ª edição do Congresso Internacional das Indústrias de Biscoito, Massas, Pães & Bolos Industrializados, que em 2018 será realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná. “Não virão apenas sauditas, queremos trazer também outros da região”, projetou o executivo, que disse contar com a colaboração da Câmara de Comércio Árabe Brasileira para identificar alguns compradores.
As associadas da ABIMAPI também usarão a Gulfood, que ocorre em fevereiro em Dubai, para buscar e encaminhar negociações com empresários da Arábia Saudita. “Já faz tempo que nossos associados têm interesse em alcançar este mercado. A impressão que se tem é que a Arábia Saudita é fechada, mas é justamente o contrário, grandes marcas do mundo estão presentes nas gôndolas dos supermercados do país”, contou Iglesias.
O executivo destacou também alguns desafios que as empresas brasileiras precisam superar. O principal, segundo ele, é a distância: “Nossos principais concorrentes europeus estão mais próximos, assim como Turquia e Índia, dois países que concorrem diretamente com a indústria brasileira. De toda forma, são desafios que podem ser superados e as possibilidades de desenvolver este mercado são grandes”, explicou.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara Árabe, as exportações totais das associadas da ABIMAPI para os países árabes cresceram 16,5% de janeiro a julho, comparado a igual período de 2016, somando US$ 3,5 milhões. Para a Arábia Saudita, isoladamente, a indústria exportou US$ 1,65 milhão, elevando em 170% o valor do período – o país é o principal mercado entre os árabes.
O projeto setorial
Renovado recentemente, o Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes promoverá vinte ações na Arábia Saudita, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, México e Portugal, que fazem parte do grupo dos prioritários, e África do Sul, Austrália, China e Irã, os secundários.
(*) Com informações da ANBA