AB InBev demite funcionários de departamento de cervejas artesanais

por Eduardo Zobaran
07/09/2017 20:58

Nesta quinta-feira, 7 de setembro, a Anheuser-Busch InBev (AB InBev) demitiu nos Estados Unidos cerca de 400 empregados, a maior parte deles que trabalhavam com vendas na The High End. O setor reúne as marcas de cervejas artesanais, inclusive das dez microcervejarias adquiridas desde 2011, como Goose Island, Blue Point e Wicked Weed. O departamento é presidido pelo brasileiro Felipe Szpigel. A informação foi divulgada em primeira mão pelo Beer Street Journal.

Ao veículo americano, a empresa anunciou que não informaria o número preciso de funcionários demitidos, mas que "menos de 2% dos 18 mil funcionários que trabalham nos Estados Unidos foram impactados". O número corresponde a 360 trabalhadores. Segundo outro side especializado no setor, Good Beer Hunting, o High End emprega cerca de 3 mil empregados e as demissões poderiam representar cerca de 12% da mão de obra. De acordo com a Forbes, 90% do time de vendas do departamento foi dispensado.

Maior cervejaria do mundo, a AB InBev foi formada com a fusão de uma série de grandes cervejarias, entre elas a brasileira Ambev, dona das maiores marcas do Brasil, Brahma, Antarctica e Skol. O CEO da empresa é o brasileiro Carlos Brito. No país, a Ambev tem adotado uma política semelhante de aquisição de microcervejarias, como a Colorado, de Ribeirão Preto, e a Wäls, de Belo Horizonte.

Nos Estados Unidos, a aquisição de marcas levou a Brewers Association, entidade que é mantida por 3.800 das mais de 5 mil cervejarias do país, a criar um selo que atesta a independência das companhias. O AQUI SE BEBE escreveu sobre a iniciativa neste post.

Calor ressuscita vendas de sorvetes em pleno inverno curitibano

Sorveterias de Curitiba registram lucro no período em que normalmente têm prejuízo por causa do frio

Felipe Raicoski Especial para a Gazeta do Povo [07/09/2017]

O calor fora do comum deste inverno em Curitiba ajudou a impulsionar um comércio que normalmente tem queda de vendas no frio: o das sorveterias. Só na última semana do mês de agosto, as temperaturas chegaram à casa dos 30º C. Assim, as suas sorveterias mais tradicionais da cidade, a Formiga, no Água Verde, e a Sorvetes Gaúcho, no São Francisco, puderam comemorar as vendas.

Atendente de balcão na Formiga, Rosa Batista Teixeira, que trabalha há 41 anos no estabelecimento, chegou a se surpreender com o movimento dos últimos dias, quando até filas chegaram a se formar. “Teve tanta fila que a gente teve correr aqui para atender. Veio muita gente nesse último final de semana, que não cabia na calçada”, relata. Domingo (3), por exemplo, a temperatura chegou a 26º C, de acordo com o Simepar, e o sol brilhou durante todo o dia.

Quem também foi pego de surpresa foi Airton Serur dos Santos, um dos donos da Sorvetes Gaúcho, na praça conhecida pelo mesmo nome ao lado do Cemitério Municipal de Curitiba. O empresário conta que a temperatura e o tempo aberto ajudaram a trazer a clientela e que o movimento fez com que ele tivesse que recorrer a familiares para ajudar no atendimento no balcão. Isso fora a correria para abastecer o estoque consumido rapidamente.“A gente teve que sair correndo atrás de açúcar, frutas, porque não estava preparado para vender tanto sorvete. Fomos até atrás dos parentes: tia, primo, para ajudar a atender”, afirma.
Caixa

A procura por sorvetes tem reflexo não só no movimento, mas também no caixa da Gaúcho. Santos revela que, ao contrário de anos anteriores, não precisou recorrer a empréstimos em bancos para manter as contas em dia no inverno. “Nessa época, a gente vivia atrás do gerente do banco, para acertar tudo. Esse ano as finanças estão bem equilibradas”, festeja.

O impulso foi sentido também na Formiga. Rosa afirma que em anos anteriores chegou até mesmo a ter dois meses de férias, já que a loja fecha em temporadas de clima mais frio. Este ano, o descanso foi mais curto, graças ao calor no inverno. “Esse ano reabrimos antes para aproveitar mais o calor. Nos últimos anos teve geada, muito frio, aí não adianta ficar aberto”, explica.

A expectativa de Rosa agora é que o tempo siga assim, atípico, com calor sol até o fim do inverno, no dia 22 de setembro. ”Esperamos mais calor ainda. E tomara que o feriado seja inteiro de sol, que aí mais pessoas vêm”, espera, em referência ao feriado de 7 de Setembro, que em Curitiba é estendido, já que dia 8 de setembro é dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

E se depender da previsão do Instituto Simepar, as sorveterias terão movimento até o último dia do feriadão, domingo (10). A previsão é de que as temperaturas cheguem próximas à casa dos 30º C e sem nebulosidade.

Cervejaria Imperial investe em segunda fábrica

O aporte será em torno de R$ 244 milhões

A Cervejaria Cidade Imperial Petrópolis, que produz cervejas artesanais e especiais sob a marca Cidade Imperial, vai investir R$ 244 milhões na instalação de sua segunda fábrica, em Petrópolis (RJ). O advogado da cervejaria, Antonio Glaucius de Morais, sócio do escritório Meira Morais Advogados, informou que a unidade já está em fase pré-operacional e deve começar a produzir ainda neste ano.

A unidade, instalada em uma área de 14 mil metros quadrados, terá capacidade para produzir 450 mil hectolitros de cerveja por ano. Quando entrar em operação, segundo o advogado, a unidade vai gerar 400 empregos diretos.

A empresa foi incluída no Programa de Atração de Investimentos Estruturantes do Rio de Janeiro (RioInvest), que permite usar recursos do Fundes (Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar projetos industriais. A companhia terá direito a um crédito de até R$ 166,3 milhões. A empresa se financiará com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que ela mesma gerar.

Pelas regras do Fundes, não há desembolso de recursos pelo Estado. No caso da Cervejaria Cidade Imperial, as parcelas liberadas mensalmente corresponderão a até 9% do seu faturamento bruto, limitado a 75% do ICMS a ser pago. A cervejaria terá ainda isenção de ICMS para compra de insumos e equipamentos.

A Cidade Imperial foi fundada em 1997 por D. Francisco de Orleans e Bragança – tetraneto de D. Pedro II. Em 2015, a empresa foi vendida para a CF Administração e Participações, empresa controlada por Cléber Faria, sobrinho de Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis (que produz a Itaipava). Cléber Faria chegou a ser diretor comercial e sócio do Grupo Petrópolis, mas deixou a companhia em 2011, após romper relações com o tio.

De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, Walter Faria e Cléber Faria se desentenderam após o dono do Grupo Petrópolis reclamar de patrocínios autorizados por Cléber Faria a campeonatos e equipes de automobilismo. Cléber competia no campeonato nacional de Gran Turismo (GT). O Grupo Petrópolis patrocinou, entre 2009 e 2011, a organização do GT3 Brasil. À época, o Grupo Petrópolis informou que optou por promover ações de marketing na Fórmula 1, com a equipe Ferrari, porque dava mais visibilidade à TNT. Walter Faria demitiu Cléber e seu irmão Vanuê Faria e também excluiu os sobrinhos da sociedade no Grupo Petrópolis. O advogado de Cléber Faria disse que ele não mantém relações com Walter Faria.

Fonte: Valor Econômico

Preço dos alimentos completa quatro meses de queda e segura a inflação

por Marcelo Loureiro
06/09/2017 10:10

O IPCA de agosto ficou em 0,19%, bem abaixo da estimativa, que girava em torno de 0,35%. A boa notícia foi garantida pela deflação dos alimentos, grupo que registra taxas negativas há quatro meses. No acumulado em um ano, a inflação caiu de novo e agora marca 2,46%, mais distante do piso da meta de 3%. Esse desempenho pode influenciar o tom do comunicado que o BC divulgará nesta quarta-feira, ao anunciar o esperado corte de um ponto percentual na Selic.

A taxa do grupo Alimentação e Bebidas ficou em -1,07%. A queda anulou completamente a alta dos combustíveis. O recuo nos preços é notado principalmente na alimentação dentro de casa. Como os gastos com comida são parte relevante das despesas das famílias, o efeito na atividade é direto. Sobra mais dinheiro no bolso do consumidor, que gasta mais em outros tipos de produtos. Inflação baixa ajuda no crescimento da economia.

A previsão é que o IPCA de setembro ficará em torno de 0,10%, conta o professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio. O preço da gasolina continua subindo neste mês, mas os alimentos devem ajudar de novo. Pela cotação no atacado, a tendência é de novo resultado surpreendente.

Confirmada a expectativa, o acumulado em um ano continuaria na casa dos 2,40%. Isso pode influenciar o comportamento do Banco Central. Se o IPCA terminar 2017 abaixo do piso, o BC terá que se justificar ao ministro da Fazenda e explicar o que será feito para cumprir a meta. Por isso as projeções para os juros ao final do ano continuam caindo. Já há investidores estimando a Selic abaixo de 7%; a taxa atualmente está em 9,25%.

Casal fatura vendendo alimentos funcionais congelados no RS

A ProLight surgiu após a reeducação alimentar de um dos fundadores e faz entregas em toda a região metropolitana de Porto Alegre

08.09.2017|Por Agência Sebrae de Notícias

Muitos empreendedores surgem por necessidades próprias de consumo e deficiência do mercado. Esse foi o caso do casal de gaúchos Nelmo Ricalde Filho e Carla Bazotti.
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A correria do dia a dia, em Porto Alegre (RS), fez com que buscassem alimentos prontos congelados que atendessem uma dieta funcional.

Como não encontraram, buscaram informações e começaram a produzir as próprias refeições, com rigor em relação à quantidade e qualidade dos alimentos. Daí para a criação da empresa foi um passo.

Tudo começou com uma reeducação alimentar de Nelmo para ganhar massa muscular, que contou com o acompanhamento de endocrinologista, nutricionista e preparador físico. “Era uma dieta funcional muito diferente do que consumíamos em casa, rica em proteínas e carboidratos de baixo índice glicêmico. Ao mesmo tempo em que nos especializamos na produção, notamos que muitas pessoas ao nosso redor buscavam a facilidade”, explica Carla. E assim nasceu na capital gaúcha, em 2014, a ProLight Alimentos Funcionais Congelados.

A primeira atitude foi buscar o Sebrae para saber como constituiriam a empresa. Fecharam uma consultoria do Sebraetec, programa de inovação do Sebrae, para o desenvolvimento do cardápio e a implementação de boas práticas. “Isso resultou na certificação de qualidade do Conselho Regional de Nutrição, o CRN2, o certificado do Programa de Alimento Seguro e o reconhecimento no mercado por seguir todas as normas em relação à segurança dos alimentos”, afirma Carla, destacando também ao aumento do faturamento da empresa.

Com o sucesso do negócio, a empresária comemora a marca dos 5 mil produtos comercializados por mês, com preços que variam de R$ 8,90 a R$ 30,80. No cardápio, desde salgados hiperprotêicos até refeições completas, utilizando biomassa de banana verde, peixes e castanhas.

A empresa, que começou com o casal, já emprega oito funcionários para dar conta de todos os pedidos. “Temos ainda maquinário de ponta para garantir a qualidade do nosso produto, com forno combinado elétrico, vapor e seco, e montamos as embalagens a vácuo”, diz Carla.

De olho no mercado, a empresa tem uma loja para atendimento direto ao público, um site para fazer e-commerce e ainda distribui os alimentos em toda a região metropolitana de Porto Alegre, no município de Caxias do Sul e região metropolitana de Florianópolis (SC).

Também revende para grandes lojas da região, como o Mundo Verde e supermercados, além de estar em todas as lojas de produtos naturais de Porto Alegre.

Atualmente, contrataram outra consultoria de inovação e tecnologia do Sebrae, por meio dos Agentes Locais de Inovação (ALI), para mapeamento das melhorias de gestão e produção. “Queremos ter uma nova linha de produtos, melhorar a nossa gestão e programar a expansão da empresa. Quando pensamos em aprimorar alguma coisa na empresa, pensamos logo em procurar o Sebrae”, destaca a empresária.

Rio ganha associação de microcervejarias com promessa de grande evento e diálogo com o poder público

por Eduardo Zobaran

05/09/2017 17:12

Cinquenta pequenos produtores de cerveja criaram nesta segunda-feira, 4 de setembro, a Associação de Microcervejarias Artesanais do Rio de Janeiro (Amacerva-RJ). A entidade nasce para representar no Estado do Rio o setor, que cresceu 39,6% no país em 2016. Nomeado presidente da Amacerva, Vinicius Kfuri cita como desafios a desburocratização da atividade, que enfrenta barreiras para a autorização de instalação em diversas cidades, e a conquista de benefícios fiscais já são oferecidas no estado às gigantes do setor – na mesma segunda-feira, a Cidade Imperial, de Petrópolis, recebeu um crédito tributário de R$ 166 milhões.

– Há dois anos que discutimos a necessidade de termos uma voz forte para lutar pelo setor. As primeiras conversas nasceram após problemas que vivemos em eventos e com logística de distribuição, mas existem outras preocupações em comum – explicou Kfuri, que é sócio da Hocus Pocus, ao AQUI SE BEBE. – Hoje, nossa prioridade é a busca de um diálogo com o poder público na espera municipal, estadual e federal.

A Amacerva-RJ vai criar um selo da entidade que ficará estampado em rótulos dos membros. A marca também poderá ser utilizada por bares que sejam aprovados em critérios técnicos, como armazenamento de forma adequada de garrafas, latas e barris e a limpeza correta de chopeiras. Em junho, a associação de cervejarias dos Estados Unidos, Brewers Association, criou um selo já adotado por mais de 2 mil cervejarias do país.

No Estado do Rio, a estimativa é que existam mais de 170 produtores, entre fábricas e cervejarias ciganas – como são chamadas as marcas que produzem em plantas cervejeiras de terceiros. Uma das primeiras missões da entidade será revelar com precisão o tamanho deste mercado e conhecer detalhes da categoria, como o número de empregos diretos e indiretos gerados, o volume financeiro movimentado e a quantidade total de produção. Com os dados, a entidade espera ter maior receptividade em negociações tanto com o setor público quanto com a iniciativa privada.

– Podemos aproveitar nossa união para conseguir melhores condições em negociações com fornecedores, como para aquisição de barris ou de ingredientes, como malte, em que sozinhos cada um de nós tem pouco poder de barganha – acrescentou Kfuri.

Para dar visibilidade à nova organização, o grupo pretende organizar um evento para 20 mil pessoas no ano que vem, ainda sem data e local definidos. Para fazer parte da Amacerva-RJ é necessário cumprir alguns critérios, como estar adequado às regras estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como não vender receitas caseiras. Além do presidente Vinicius Kfuri, da Hocus Pocus, a Amacerva terá como diretores Leonardo Rangel, da Hija de Punta, Rodrigo Addor, da Marmota, Afonso Dolabella, da RockBird, Mariana Boynard, da Esplêndido, e Léo Gil, da Three Monkeys.

Bullying contra a indústria brasileira de refrigerantes e bebidas não alcoólicas

por Congresso em Foco | 05/09/2017 07:31

Alexandre Jobim *

A Zona Franca de Manaus, criada em 1967 e referendada pela Constituição de 1988, significa a opção feita pelo Brasil por um modelo de desenvolvimento regional capaz de dinamizar a economia da região Norte, estimular arranjos sustentáveis e consolidar a indústria na Amazônia. Hoje, há ali 600 empresas instaladas, gerando cerca de 500 mil empregos. Estima-se que a Zona Franca contribua com 70% do esforço brasileiro para a redução do desmatamento.

A indústria brasileira de refrigerantes e bebidas não alcoólicas gera na Zona Franca de Manaus 14 mil empregos diretos e indiretos a partir das 31 indústrias de concentrados de refrigerantes ali instaladas. Apenas quatro dessas unidades industriais fornecem para grandes fabricantes. As demais 27 fábricas de concentrados são fornecedoras de pequenos e médios fabricantes brasileiros. Todas, rigorosamente todas, utilizam os incentivos fiscais que compõem o diferencial competitivo sob o qual está assentado o sistema da ZFM. Em consequência, todos os fabricantes brasileiros de refrigerantes – sejam grandes, médios ou pequenos – também se beneficiam das compensações geradas a partir dos créditos tributários originados pelas normas que regem o uso dos incentivos ficais.

Empreender e investir na região Norte é um desafio. Afinal, a maior parcela do mercado consumidor está em outras regiões. A Zona Franca é um projeto federal, mas também é um modelo de redução de desigualdades adotado pela sociedade brasileira, por meio de seus legisladores, assentado em incentivos fiscais. Sendo assim, tem por objetivo compensar ou reduzir as desvantagens locais da região promovendo o desenvolvimento e a sua integração socioeconômica às demais regiões do país. Os incentivos estão disponíveis a todas as empresas que tenham interesse em se instalar ali. A indústria de concentrados é a única que, por determinação legal, precisa elaborar seus produtos com matéria-prima agrícola de produção regional. Em razão disso, mais de 10 mil famílias de pequenos produtores sobrevivem da venda de suas produções para fábricas de concentrados localizadas no Amazonas.

É uma falácia mistificadora alegar que as regras da Zona Franca de Manaus para fabricantes de concentrados de refrigerantes beneficiam exclusivamente as grandes indústrias. Não há uma briga entre grandes e pequenos. Em audiência pública ocorrida na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados no último dia 31 de agosto, o coordenador-geral de Contribuição da Receita Federal, Fernando Mombelli, fez questão de ressaltar que a política de incentivos da região se destina equanimemente a pequenos, médios e grandes fabricantes. Além disso, em ofício encaminhado à presidência da comissão, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, deixaram claro: “Não é possível afirmar que apenas os grandes fabricantes se beneficiem desse crédito”.

Os representantes da área econômica do governo referem-se ao mito, disseminado pelos detratores da política de incentivos fiscais destinada a desenvolver e a preservar a Amazônia, segundo o qual os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) provocam um desequilíbrio entre os competidores pelo mercado de bebidas não alcoólicas. Claro que não é assim. O incentivo fiscal com base no IPI faz parte da racionalidade do programa federal que criou a Zona Franca. Ele está disponível a qualquer um que compre o concentrado de indústrias instaladas em Manaus. Além desse sistema de incentivos, as pequenas empresas contam ainda com os benefícios das reduções tributárias do Simples Nacional.

A Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), integrada por 59 empresas que respondem por 85% desse mercado no país e que detêm 144 fábricas em todo o território nacional, defende o benefício concedido na Zona Franca de Manaus. Suas associadas – pequenas, médias e grandes – geram 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos, recolhem R$ 10,7 bilhões anuais em tributos e encerrarão o ano de 2017 investindo R$ 7 bilhões no Brasil. Ainda assim, enfrentamos há dez anos uma acirrada investida contra o sistema de funcionamento da Zona Franca. Tudo começou em 2007, quando a Afrebras viu a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça arquivar uma representação em que pedia a apuração de “violações” ao Direito Concorrencial ao alegar, já naquele momento exatamente o que segue alegando (por meio de outros expedientes) em sua guerrilha legislativa contra a Zona Franca de Manaus.

A partir de 2008 o “bullying legislativo” se concentrou em tentativa de aprovar artigos contrários à Zona Franca em medidas provisórias que versavam sobre outros temas, numa prática que o próprio Congresso reconhece como abusiva e à qual deu a alcunha jocosa de “jabutis”. Esse abuso, sempre derrotado em votações dos parlamentares, se deu nas medidas provisórias 436, 449 e 413 de 2008; nas MPs 636, 641 e 651 de 2014; na MP 668 e no Projeto de Lei 863 de 2015; na MP 757 de 2016; e nas MPs 766, 774, 780 e 783 deste ano de 2017.

Como se vê, há uma fixação por bombardear a segurança jurídica de quem investe e produz na Zona Franca de Manaus. A indústria brasileira de refrigerantes e bebidas não alcoólicas não se furtará, jamais, a debater o tema e defender o modelo equânime por meio do qual se assegura o desenvolvimento da região Norte e se ajuda a preservar a floresta amazônica. Mas é necessário deixar claro que tamanho assédio, abusando da boa vontade dos legisladores, não beneficia nem o Brasil, nem os fabricantes de refrigerantes – sejam eles pequenos, médios ou grandes.

* Alexandre Jobim é advogado e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir).

A ‘guerra’ das cervejas no mês Farroupilha

Ambev e Schin batalham para cair no gosto dos gaúchos durante a celebração farroupilha

As cervejarias Schin e Ambev (Polar) disputam palmo a palmo a memória Farroupilha neste mês de setembro, que celebra a data magna dos gaúchos. Patrocinadora do Acampamento Farroupilha há 10 anos, a Schin novamente coloca no mercado latinhas de cerveja temáticas que retratam regiões do Rio Grande do Sul, hábitos e cotidiano do homem do campo. No total, são 10 imagens do fotógrafo Eduardo Rocha.

Desafiada em seu território, a Polar, cerveja ícone dos gaúchos por carregar uma marca popular nascida no Estado (na cidade de Estrela, em 1929), não deixa por menos. Há algum tempo, a Ambev vem adotando a mesma estratégia para dar visibilidade à marca e não permitir que a concorrente surfe sozinha na onda Farroupilha. Neste mês, quem der preferência à Polar, encontrará uma coleção de latas customizadas com "memes baguais", que remetem ao churrasco, ao mate, ao bairrismo típico do gaúcho e ao orgulho e amor pelo Rio Grande do Sul. São oito desenhos do ilustrador Yuji Schimitd.

"A ideia é compartilhar o orgulho no mês de setembro, uma vez que a Polar é uma marca genuinamente gaúcha", defende o gerente de marketing Regional Sul da Ambev, João Lucas Lima.

No Acampamento Farroupilha, que, até o dia 20 de setembro, deve receber mais de 1 milhão de pessoas, a patrocinadora Schin terá um espaço inspirado na casa de Giuseppe Garibaldi, com diversas atrações para o público que visitar o evento.

O acampamento começa, oficialmente, na quinta-feira, feriado de 7 de Setembro, mas, na prática, muitas atividades já estão acontecendo no Parque da Harmonia, em Porto Alegre.

Nesta terça-feira, praticamente todos os piquetes já estavam montados, com muita gente circulando e aproveitando para saborear um churrasco, ouvir música e, claro, saborear uma boa cerveja. A programação de atividades já começa nesta segunda-feira, com a participação de 351 piquetes.

Chineses lançam chocolate rosa, mais leve e com sabor refrescante

De acordo com Barry Callebaut, o chocolate é feito a partir do cacau rubi e não tem adição de corantes nem de sabores artificiais

Da redação

É hora de os chocolates amargo, ao leite e branco abrir espaço para um novo sabor. Os cientistas acabam de inventar um novo chocolate chamado “rubi”, anunciou nesta terça-feira (5), em Xangai, na China, o gigante suíço de cacau, Barry Callebaut.

O chocolate rubi, como foi anunciado, apresenta uma tonalidade rosa-avermelhada e possui um sabor característico da fruta tradicional. De acordo com Barry Callebaut, o chocolate é feito a partir do cacau rubi e não tem adição de corantes nem de sabores artificiais.

O novo chocolate chega 80 anos depois que o chocolate branco foi introduzido no mercado. Ele também chega em meio a uma crise na indústria do chocolate. No início deste ano, a Nestlé reportou o crescimento mais lento das vendas globais em mais de duas décadas, enquanto Hershey anunciou a intenção de cortar empregos.

O CEO da Barry Callebaut, Antoine de Saint-Affrique, disse a Bloomberg que o chocolate rubi chega depois de uma década de desenvolvimento. “É natural, é colorido, é hedonista, há um aspecto de indulgência, mas mantém a autenticidade do chocolate”, afirmou. “Ele tem um bom equilíbrio que fala muito para os jovens que nasceram após a internet”.

Especialista em chocolate e editor da bíblia industrial “Kennedy’s Confection” Angus Kennedy disse: “O chocolate rubi é algo muito diferente e inteligente. É refrescante e tem uma textura leve e cremosa. Você realmente não percebe que está ingerindo um chocolate. Por isso os consumidores poderão comer mais do que outros tipos de chocolate tradicional. Se isso é bom ou ruim depende do seu ponto de vista”.

Terceiro mês de queda no preço do leite ao produtor

Apesar do clima seco em algumas regiões produtoras, o milho e o farelo de soja mais baratos comparativamente com 2016 e o fornecimento de silagem mantêm a produção de leite em alta no país

Este quadro somado a demanda fraca na ponta final da cadeia e aos estoques maiores no mercado interno, por exemplo, de leite em pó e queijos, pressionam para baixo as cotações em todos os elos da cadeia.

No varejo, as promoções de leite longa vida e de outros produtos lácteos ajudam, em parte, a escoar a produção e diminuir os estoques, mas reduzem a margem dos supermercados que, por sua vez, pressionam as cotações no atacado, e este repassa as quedas para o produtor de leite.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento de agosto, referente ao leite entregue em julho, houve queda de 2,5% em relação ao pagamento anterior.

Foi o maior recuo registrado desde junho deste ano, quando os preços do leite ao produtor começaram a cair.

A média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$1,127 por litro, 8,6% menos na comparação com igual período do ano passado.Veja a figura 1.

Figura 1.

Preço do leite ao produtor (média nacional ponderada) – em R$/litro, valores nominais. Setembro

Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Com relação a produção, em julho o incremento no volume captado pelos laticínios (média nacional) foi de 3,1% em relação a junho deste ano.

Para o pagamento a ser realizado em meados de setembro (produção de agosto), 64,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em queda no preço do leite ao produtor, 33,0% falam em manutenção e os 3,0% restantes acreditam em alta nos preços do leite.

As quedas previstas variam de R$0,02 a R$0,06 por litro, segundo as empresas pesquisadas.

Para o pagamento a ser realizado em meados de setembro (produção de agosto), 64,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em queda no preço do leite ao produtor, 33,0% falam em manutenção e os 3,0% restantes acreditam em alta nos preços do leite.