Polo cervejeiro cria oportunidades de negócio em JF

Crescimento da produção de cerveja especial traz demanda por atividades e profissionais em toda a cadeia produtiva

Por Gracielle Nocelli

12/08/2017 às 06:00hs – Atualizada 11/08/2017 às 18:52hs

A produção de cerveja especial tem aumentado de forma exponencial em Juiz de Fora. Atualmente, são fabricados 350 mil litros por mês, a mesma quantidade que foi produzida ao longo de todo o ano de 2013, quando o setor começou a ganhar destaque. De lá para cá, além da profissionalização dos cervejeiros, que passaram da produção feita em casa à realizada em fábricas – o que trouxe a diferença entre as nomenclaturas “artesanal” e “especial”-, houve também o surgimento de demandas específicas para atender uma nova cadeia produtiva que vem se fortalecendo. As necessidades variam desde o trabalho gráfico para a impressão de rótulos e estamparia de copos até a presença de profissionais qualificados que atuem no controle de qualidade do produto. Com a vocação cervejeira reconhecida, já que o setor é o primeiro a constituir um Arranjo Produtivo Local (APL) em Minas Gerais, a expectativa é de continuidade de crescimento da produção e das vendas.

De acordo com o presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM) e sócio gestor do Bar São Bartolomeu, Alexandre Vicente Vaz, apenas parte das demandas é atendida na cidade. “Há oportunidades de negócio que ainda são inexistentes ou pouco exploradas, como é o caso da estamparia de copos de vidro que ninguém aqui faz, e nós precisamos buscar em outro estado. Seria interessante incentivar o mercado local atender o que for possível destas demandas.”

Além de produtos, há possibilidades para o segmento de serviços. “Precisamos de cursos de capacitação para sommelier, análise sensorial, treinamentos de garçom. Como polo cervejeiro, além de absorver os profissionais qualificados, podemos vender conhecimento.” Segundo ele, também seria importante o fomento à produção de eventos. “É outro segmento que está ligado ao nosso e podemos crescer juntos.”

Na avaliação do proprietário da Timboo, Mário Ângelo, o atendimento das demandas pelo mercado local pode contribuir para aumentar a produção das cervejas. “Compro garrafa e faço os rótulos em Belo Horizonte, estampo copos em São Paulo ou no Rio Grande do Sul, as caixas de papelão para embalagem de seis cervejas também são feitas fora. Tudo isso encarece o produto, e torna mais difícil expandir”, exemplifica. “Seria muito bom que as empresas da cidade se interessassem em atender o nosso setor, de forma a não só a suprir essas demandas já existentes, como também, oferecer inovações.” Ele também acredita que a área de conhecimento é promissora. “As faculdades poderiam inserir disciplinas relacionadas a cerveja para que os profissionais sejam capacitados nesta área”, opina. “As cervejarias precisam de pessoas que atuem no controle de processos e de qualidade do produto. A cidade carece de laboratórios de qualidade e profissionais que atuem nesta área.”

Cervejaria cria laboratório de qualidade

Aos 26 anos, Luana Gerhein pode se tornar precursora neste tipo de demanda verificada pelo setor. Estudante do décimo período da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ela faz estágio na cervejaria Antuérpia, onde tem ajudado na implantação de um laboratório de qualidade. “A graduação é direcionada para as áreas de medicamentos, análises clínicas e alimentos. Atuei com controle de qualidade dos alimentos e, posteriormente, como consumidora de cerveja especial, interessei em direcionar os meus estudos para este produto”, relata.

Luana explica que o objetivo do laboratório é garantir a padronização da bebida e a manutenção dos processos. “É um trabalho de qualidade que abrange matéria-prima, processos, embalagens até chegar na estabilidade do produto. Nem todas as cervejarias têm recursos para abrir um laboratório. É preciso uma estrutura e um porte específico, pois há a necessidade de produção de 15 mil barris por ano para justificar a análise de um controle básico de qualidade.”

Na avaliação de estudante, o setor cervejeiro pode oferecer oportunidades para profissionais que estudam áreas de biologia, microbiologia, físico-química, farmácia, bioquímica e afins. “Existe uma carência por profissionais especializados neste setor, que exige conhecimento técnico e científico. A cerveja especial requer qualidade e, para isso, é preciso manter um padrão.”
Primeira cervejaria escola abre as portas

Inaugurada no dia 15 de julho desse ano, a Cervejaria Escola Mirante é a primeira em Juiz de Fora a unir a comercialização de cerveja especial à capacitação de pessoas interessadas em ingressar ou se especializar no mercado. “Oferecemos cursos que atendem desde a pessoas leigas até quem já possui conhecimento e trabalha na produção artesanal”, conta o sócio-proprietário do local e presidente da Associação de Cervejeiros da Zona da Mata (ACZ), Fabrício Costa.

O espaço é dividido em diferentes ambientes que ilustram a cadeia produtiva da cerveja especial: área de produção, laboratório, bar e restaurante, salas de estudo para capacitação dos profissionais. “Nossa ideia é construir, ainda, uma área externa para vendermos insumos em pequena quantidade, destinada aos cervejeiros caseiros, e um outro espaço para vender brindes, como camisetas e chaveiros, para quem vem ao bar.”
Fabrício concorda que há muitas oportunidades de negócio que podem ser exploradas pela cidade. “Podemos fortalecer a parte gráfica e criar fornecedores de brindes, por exemplo. Parte da nossa demanda é atendida, mas com o mercado cervejeiro em ascensão sempre há mais espaço.” Ele também ressalta as chances no setor de serviços. “Delivery, beer truck, eventos e cursos para o setor são algumas possibilidades.”
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Capacitação

Segundo ele, a procura por capacitação tem sido grande. A primeira turma para qualificação de beer sommelier começou há um mês com 20 alunos. “Já temos outros 20 numa lista de espera para iniciar a segunda turma.” O curso tem duração de seis meses, é ministrado por professores de Belo Horizonte e tem chancela da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). “O aluno sai pronto para ingressar no mercado de trabalho.”

Outras qualificações também são oferecidas. “A nossa ideia é fazer uma espécie de incubadora. Levar conhecimento para quem quer ingressar no setor ou quem já atua como cervejeiro caseiro e direcioná-lo ao mercado. O suporte é em todos os aspectos, inclusive tributário e de gestão. Também queremos dar a oportunidade de comercialização, transformando o nosso bar em um ponto de vendas multimarcas.”

Além dos cursos, a Cervejaria Escola Mirante abre as portas para cervejeiros ciganos que queiram utilizar o maquinário para a fabricação da própria receita. “Temos oito ciganos com a gente. No mercado de cerveja especial não há concorrência, estamos todos crescendo juntos. Nós temos ganhado espaço na comparação com as cervejas mainstream, que também não se importam com nosso crescimento, pois detêm uma fatia muito grande do mercado.”

JF mira mercado internacional

A continuidade da expansão do setor cervejeiro é dada como certa. De acordo com a Associação de Cervejeiros da Zona da Mata (ACZ), três novas fábricas devem ser construídas ainda este ano na cidade, totalizando 14 cervejarias. “O consumidor está conhecendo e valorizando o produto, o que tem ampliado o nosso mercado”, relata o presidente da ACZ, Fabrício Costa. Até o momento, a bebida produzida em Juiz de Fora é comercializada na região da Zona da Mata, em Belo Horizonte e municípios dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. O próximo passo é ganhar o mercado internacional ainda em 2017.

Segundo o diretor comercial da Antuérpia, Saulo Oliveira, a marca tem estudado planos de exportação. “Estamos em negociação para exportar para Nova Jersey, nos Estados Unidos, até o final do ano”, adianta. “Também queremos entrar no mercado de São Paulo capital, já que, por enquanto, atendemos apenas algumas cidades do interior paulista.” Segundo ele, a evolução e a maturação da produção contribuíram para a expansão e o fortalecimento vividos até agora. “O setor está muito aquecido. A aceitação do público tem sido grande, o que contribuiu para o aumento das vendas e a busca por novos mercados.”

O presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM), Alexandre Vicente Vaz, diz que a exportação é vista como uma possibilidade futura para as marcas juiz-foranas. “O produto brasileiro desperta a curiosidade no público estrangeiro, acredito que teremos abertura para esse mercado, mas é um processo longo, árduo e que exige muita preparação.”

Dona da Sadia e da Perdigão, BRF vai lançar nova marca

Fabricante de alimentos ainda não revelou nome de nova marca, mas afirmou que não haverá 'canibalização' entre elas

Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo

11 Agosto 2017 | 10h51

Com o fim das restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) às marcas da Perdigão, a BRF, que também é dona da Sadia, vai lançar uma terceira marca no mercado. A novidade foi divulgada hoje pelos executivos da empresa, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre. No período, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 167 milhões, principalmente devido ao efeito da Operação Carne Fraca.

"Com o fim das restrições do Cade, aprovamos no conselho uma nova marca que vai atuar no segmento de entrada com preços atrativos", afirmou o CEO da BRF, Pedro Faria.

O nome desta nova marca ainda não foi divulgado. No entanto, os executivos revelaram que ela deve atuar em um segmento em que a BRF não está presente atualmente e que compõe mais de 30% do mercado brasileiro de alimentos processados. A BRF espera iniciar a atuação no primeiro trimestre de 2018. "A nova linha vai ajudar a otimizar a cadeia, melhorando o uso das matérias-primas", disse Faria.

Os executivos negaram que vá haver canibalismo entre as marcas da empresa e que esta terceira contará com uma rede de distribuição independente, sem entrar no mesmo esquema dos atuais 176 mil pontos de venda de Perdigão e Sadia

"A introdução de uma terceira marca não tira nosso foco de Sadia e Perdigão nos pontos em que elas atuam hoje", afirmou o vice-presidente de negócios da companhia no Brasil, Alexandre de Almeida. "Na questão de distribuição, é importante não ter canibalização e, por isso, vamos apostar em uma distribuição independente", afirmou.

"A nova marca foi amplamente estudada, estou muito confiante que vamos acrescentar market share. Vamos ocupar espaços existentes onde não estávamos", disse o presidente do conselho da empresa, Abílio Diniz. "Além de ocupar matéria-prima que sobra, vai ocupar capacidade instalada que não estava sendo usada".

Liderança. Dona das marcas líderes de mercado no segmento de alimentos, a BRF já foi Perdigão. Em 2009, após perdas milionárias da Sadia com derivativos de câmbio, comprou a marca e mudou de nome para se tornar a quarta maior empresa de alimentos do mundo.

A compra foi aprovada pelo Cade em 2011, mas o uso das marcas Perdigão e Batavo foi proibido para alguns produtos que eram concorrentes diretos da Sadia, chamados de combate.

O fim da restrição veio em 2015, em um momento em que a JBS, já a maior concorrente da BRF, apostava forte na marca Seara, contratando até a apresentadora Fátima Bernardes como garota-propaganda.

Nestlé ingressa no mercado de torrado e moído com Nestlé® Professional®

O lançamento NESCAFÉ® Espresso chega para ser o café em grãos da maior empresa de alimentos e bebidas do mundo

Nestlé® Professional®, divisão de produtos para uso profissional da Nestlé, apresenta NESCAFÉ® Espresso, novo blend de torrado para ser moído no momento do preparo. Com isso, a empresa passa a atuar no segmento em grãos, reforçando ainda mais a sua expertise proveniente da sua significativa participação na cadeia cafeeira, sendo a Nestlé a maior compradora de café no Brasil.

O lançamento – firmado pela maior marca de café do mundo e mais valiosa da Nestlé, líder no mercado brasileiro de solúvel, NESCAFÉ® — é voltado ao mercado de estabelecimentos comerciais e apresenta uma solução para os negócios a partir da máquina multibebidas NESCAFÉ® Alegria capaz de preparar diferentes tipos de espressos, capuccinos e bebidas cremosas com a moagem instantânea do NESCAFÉ® Espresso, conferindo um aroma autêntico e marcante, além do paladar diferenciado.

Sua intensidade de torra média evidencia características como crema diferenciada e corpo equilibrado, reconhecidos e aprovados em testes de degustação como perfeitos para o gosto do brasileiro.

Os grãos de NESCAFÉ® Espresso, cultivados em premiada região nas serras do sul de Minas Gerais, são de blend 100% arábica, o mais apreciado do mundo. NESCAFÉ® Espresso será produzido na fábrica de Araras (SP), a primeira da Nestlé no Brasil. Com 96 anos, a unidade é considerada um centro de expertise em café e de lá NESCAFÉ® Solúvel é exportado para cerca de 40 países.

O lançamento NESCAFÉ® Espresso representa para a Nestlé a conquista de um segmento no qual a companhia não atuava no Brasil, de grãos torrados. Com fortes marcas e produtos presentes nas demais categorias de café solúvel e bebidas cremosas, além de cápsulas e máquinas, agora a Nestlé consolida-se na produção e comercialização do café em seus diversos formatos, fomentando ainda mais o desenvolvimento dos produtores, por meio de seu Programa NESCAFÉ® Plan.

Mau acondicionamento leva à perda de muita comida no Brasil

Agência Brasil
13.08.17 – 14h46

Em Palmas, capital do Tocantins, uma escola criou um projeto para diminuir o desperdício de comida nas refeições. Antes, as crianças jogavam em média 14 quilos de comida no lixo todos os dias.  Atualmente, a comida descartada está em torno de 1,5 por dia. É o projeto Desperdício Zero

Enquanto não é aprovada uma política nacional de combate ao desperdício de alimentos e de aproveitamento das sobras do processo de produção, alguns estados buscam regulamentar a questão. No Distrito Federal, por exemplo, foi sancionada no ano passado lei distrital que obriga os supermercados de Brasília a doar alimentos que estejam prestes a perder a validade. O descumprimento da medida pode resultar em multa de R$ 10 mil ao estabelecimento.

Alguns projetos do Congresso Nacional também previam a possibilidade de punição para o produtor ou distribuidor de alimentos que não adotasse medidas de combate ao desperdício. Tais propostas, no entanto, não avançaram ou foram modificadas sob pressão de parlamentares representantes do setor produtivo e agrícola.

Para os especialistas, o problema do desperdício não será resolvido com aumento da produção de alimentos, nem com políticas punitivas. Eles defendem mais campanhas educativas e debate sobre mudanças culturais e de comportamento.

“Hoje, o desafio maior do que aumentar produção de alimentos é criar mecanismos para evitar o desperdício, que é muito genérico, tem várias faces. Tem, por exemplo, comida em excesso. Outro ponto, muito comum no Brasil, é o desperdício de alimentos que estragam por estar mal-acondicionados, ou mal-armazenados, ou por se perder no transporte, ou na hora de serem processados. É o que eu chamo de cultura do desperdício, é um conjunto de situações em que se exigiriam até mudanças de hábitos alimentares”, afirma o professor Sérgio Sauer, da Universidade de Brasília (UnB).

Para o pesquisador da Embrapa Alimentos Murillo Freire, a punição não é a melhor forma de combater o problema. Freire diz também que as propostas em tramitação no Congresso precisam ser revistas em alguns pontos técnicos, como as que não inlcuem critérios para garantir a segurança química e biológica do produto doado. Ele questiona ainda as iniciativas que pretendem garantir benefícios fiscais para empresas que possam criar máquinas processadoras de alimentos, ou propostas que tratam da isenção de até 5% parte da alíquota do Imposto de Renda sobre o lucro das empresas como uma forma de incentivo à doação.

“Algumas empresas e supermercados posicionaram-se dizendo que isso não resolve. Se o supermercado doar o alimento, está tendo prejuízo, porque aquilo não entra no lucro líquido, não é descontado no imposto. Existem detalhes que os deputados não estão vendo. Os projetos de lei ainda são falhos e não abordam aspectos importantes. Com isso, a coisa não anda, vai e volta. Continuamos jogando comida fora. Hoje em dia já tem doação de alimentos e não tem lei, é tudo à margem da lei”, critica Freire.

De acordo com os pesquisadores, também faltam sugestões mais concretas para reaproveitamento de alimentos que não são comercializados por estarem fora dos padrões estéticos, como vegetais defeituosos, mas que ainda têm condições nutricionais seguras para consumo. A consultoria legislativa do Senado já elabora uma proposta específica para este ponto a pedido de um senador.

Todo esse conjunto de projetos legislativos está sendo analisado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), composta por representantes do governo federal e do Congresso e por especialistas da área de produção de alimentos. São atribuições da Caisan elaborar e indicar diretrizes para executar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que tem como uma de suas metas “estabelecer marco legal para a redução das perdas e desperdício de alimentos abrangendo os bancos de alimentos”.

Na próxima reunião da Caisan, marcada para o dia 24 deste mês, o levantamento das propostas legislativas deve ser consolidado em um relatório que apontará o papel de cada ator na construção da política nacional de combate ao desperdício.

“É um processo que tem de ser constante de educação, capacitação, conscientização das pessoas a respeito da importância do combate ao desperdício. Ainda assim, para evitar o desperdício em algumas situações, é preciso acionar os últimos elos do processo, que são aqueles que levam a doação de alimentos para populações mais carentes. Então, é um grande gargalo jurídico esse da doação de alimentos”, diz consultor legislativo do Senado Marcus Peixoto.

Bancos de Alimentos

Uma das principais estratégias é o fortalecimento da atuação dos bancos de alimentos como intermediadores entre os doadores e receptores dos produtos que sobram. Levantamento da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos mostra que o país tinha 218 bancos de alimentos em funcionamento até o ano passado. As unidades arrecadaram no último ano quase 60 mil toneladas de alimentos, das quais 59.610 foram distribuídas para mais de 17 mil entidades sociais. O processo beneficiou em torno de 6 milhões pessoas em situação de insegurança alimentar.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o governo disponibilizou R$ 5 milhões para apoiar os municípios que pretendem modernizar seus bancos de alimentos. A seleção das cidades aptas está sendo feita por edital público, do qual estão participando bancos em funcionamento há mais de dois anos, em municípios com mais de 150 mil habitantes.

Os recursos poderão ser usados para ampliação das unidades, compra de veículos de transporte dos alimentos, aquisição de geladeiras, computadores e material de escritório. O dinheiro, no entanto, não poderá ser destinado ao pagamento de funcionários e de contas de luz e aluguel.

A meta da rede é contar com a adesão dos 218 bancos em funcionamento para promover a qualificação da gestão dessas unidades. O Ministério do Desenvolvimento Social também deve começar ainda neste semestre a desenvolver manuais educativos para orientar as equipes técnicas.

Murillo Freire alerta, no entanto, que o incentivo ao aperfeiçoamento dos bancos de alimentos não deve ofuscar iniciativas que combatam o desperdício desde o início do processo. “Quando se fomenta banco de alimentos, que vive de doação, é porque a cadeia produtiva atrás não está bem. Algum problema tem. Então, não é também uma saída ficar incentivando o banco de alimentos. É melhor construir toda a infraestrutura da cadeia desde a época do plantio, conscientizar o consumidor na sua casa a planejar a compra para não jogar fora, arrumar a geladeira, além de campanhas de comunicação. É consertar a causa, e não a consequência, pondera Freire.

Direito à alimentação

Os especialistas ressaltam que o último marco na política de segurança alimentar foi a promulgação pelo Congresso Nacional da emenda à Constituição que introduziu a alimentação entre os direitos fundamentais, em 2010. O marco anterior, de 2006, foi a criação do Sistema Integrado de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que envolve ministérios da área social e programas do governo.

“Do ponto de vista formal, institucional, [a PEC e o Sisan] foram avanços importantes, pelo menos no sentido de reconhecer que, no Brasil, o direito à alimentação é um direito humano, antes não tinha nem isso”, destaca o professor Sauer, que foi relator do direito humano à terra e alimentação da DhESCA Brasil – Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais.

Depois da promulgação, o Brasil intensificou as políticas de combate à pobreza, o que resultou na saída do país do Mapa da Fome, em 2014. Ainda em 2002, o Brasil já tinha atingido a meta de reduzir a fome, conforme os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Para o país, o desafio agora é erradicar a fome até 2030, uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, também estabelecidos pela ONU.

No entanto, o direito à alimentação previsto na Constituição é mais amplo do que simplesmente comer. O direito só é efetivo se a pessoa estiver livre da fome e da desnutrição e tiver acesso a uma alimentação adequada e saudável. No Brasil, cerca de 8 milhões de pessoas ainda passam fome, diz a ONU. E, com a crise econômica atual, os especialistas temem que o problema se agrave e possa levar o país de volta ao Mapa da Fome.

“É importante aquele mapa, mas o fato de o Brasil ter saído dele significa que não temos mais problemas? Não, nós saímos do Mapa da Fome mas ainda tinha muito a ser feito. Por exemplo, o auxílio do Bolsa Família deu um alento, mas não solucionou o problema. Agora, com o limite para os gastos públicos e essa combinação entre recessão e desemprego, que gera pobreza e gera fome, infelizmente, há um risco bastante real de o Brasil, se não voltar para o Mapa da Fome, ter uma quantidade maior de famílias em vulnerabilidade social e alimentar”, afirma Sauer.

A redução pela metade do índice de desperdício de alimentos per capita mundial e as perdas ao longo do processo produtivo até a chegada do alimento ao consumidor também está entre as metas da ONU para 2030. Segundo a FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o mundo perde ou desperdiça entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente. O volume equivale a cerca de 1,3 bilhões toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40% e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.

A FAO estima que o total desperdiçado seria suficiente para alimentar 2 milhões de pessoas.

O Brasil não tem estimativa real sobre desperdício de alimentos, o que pode dificultar ainda o cumprimento da meta da ONU de redução das perdas ao longo do processo produtivo. Murillo Freire lembra que é preciso conhecer os  números de hoje para reduzir metade daqui a 10, 20 anos.

“Não existe uma meta quando não se tem os dados iniciais. Ainda não temos uma metodologia padrão para avaliar perdas e desperdícios. Qualquer perda e desperdício que se tenha, deve-se considerar várias coisas para incluir nesse resultado. Em que ano se fez essa pesquisa de produção? Que produto foi? É cultivado, melhorado? É resistência à praga e doença? Em qual ano se plantou? Foi na chuva ou na seca, no verão ou no inverno? Qual o nível tecnológico usado, adubação, fertilização? Tem treinamento de mão de obra? Não tem? Tudo isso ocasiona perdas adiante ou produto de má qualidade”, questiona o pesquisador.

Amazon mira nova tecnologia alimentar para entregas em domicílio

Companhia busca novas alternativas para penetrar no mercado de supermercados nos EUA, avaliado em 700 bilhões de dólares
Por Jeffrey Dastin, da Reuters
11 ago 2017, 12h20

São Francisco – A Amazon.com está explorando uma tecnologia desenvolvida pela primeira vez para o Exército dos Estados Unidos para produzir refeições prontas que não precisam de refrigeração, em busca de novas alternativas para penetrar no mercado de supermercados nos EUA, avaliado em 700 bilhões de dólares.

A maior varejista online do mundo discutiu a venda de pratos prontos para comer, como o cozido de carne bovina e uma frittata de vegetais, já no próximo ano, disseram à Reuters funcionários da empresa que está vendendo a tecnologia.

Os pratos seriam fáceis de armazenar e enviar porque não requerem refrigeração e podem ser oferecidos de forma bastante barata em comparação com os pratos prontos para a viagem de um restaurante.

A técnica pioneira de preparação de alimentos, conhecida como esterilização térmica assistida por micro-ondas, ou Mats, na sigla em inglês, foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Estado de Washington e está sendo trazida ao mercado por uma startup chamada 915 Labs, sediada em Denver.

O método envolve colocar pacotes selados de alimentos em água pressurizada e aquecê-los com micro-ondas por vários minutos, de acordo com 915 Labs.

Ao contrário dos métodos de processamento tradicionais, em que os pacotes ficam em panelas de pressão por até uma hora até que as bactérias e os nutrientes desapareçam, os pratos mantêm seu sabor e textura naturais, disse a empresa. Também podem ficar em uma prateleira por um ano, o que os tornará adequados ao modelo de negócios de armazenamento e entrega da Amazon.

Se a tecnologia alimentar de ponta se concretizar, e a Amazon a implementá-la em larga escala, seria um grande passo em frente para a empresa, que procura aproveitar mais clientes de supermercados que optam por opções de refeições rápidas e fáceis em casa.

A entrega de refeições baseia-se no serviço AmazonFresh da empresa, que vem entregando mantimentos nas casas dos clientes por uma década.

Também poderia complementar a planejada comprada Whole Foods Market por 13,7 bilhões de dólares e a loja de conveniência sem parada para pagamento da Amazon, que está na fase de teste.

A Amazon não quis comentar.

Fábrica na Capital produzirá 200 mil litros de cerveja por mês

Ricardo Campos Jr. e Mayara Bueno

Com a pedra fundamental lançada nesta quarta-feira (9) como parte dos eventos em comemoração ao aniversário de Campo Grande, a cervejaria terá capacidade de produzir 200 mil litros da bebida por mês. Na construção da fábrica serão investidos R$ 14,7 milhões e quando ficar pronta deve empregar 60 pessoas.

O empresário Bruno Navarro, dono do futuro empreendimento, diz ter escolhido a Capital com base em pesquisa que coloca Mato Grosso do Sul como o terceiro maior consumidor de cerveja do Brasil. Cada habitante, segundo ele, consome em média 72 litros por ano.

Segundo ele, o produto genuinamente campo-grandense se chamará “Promesa”. Ainda não há prazo para começar e concluir a obra, já que apesar do evento, o processo de doação da área pública ainda está tramitando na Câmara Municipal.

“Não sou daqui, mas moro na cidade há dez anos e trabalho com engenharia. A cervejaria vai ser a primeira empresa desse ramo”, afirma Navarro.

Como incentivo para receber os investimentos e empregos, a prefeitura concedeu desconto no ISS (Imposto Sobre Serviços) e IPTU.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência, Tecnologia e Agronegócio de Campo Grande, Luiz Fernando Buainain, estima que o trâmite para liberação do terreno, e o consequente início das obras, deve ser concluído em até 45 dias.

Buainaim calcula que a renúncia fiscal concedida à cervejaria corresponda a um desconto de 50% nos valores dos impostos que seriam recolhidos da empresa nos próximos cinco anos. “Em troca, nós temos investimento e geração de empregos”, afirma.

Programação – A agenda em comemoração ao aniversário da cidade continua à tarde com Curso de Capacitação Profissional oferecido pela Subsecretaria da Juventude, às 13h30. Em seguida, no Teatro Glauce Rocha acontece a etapa final da 1ª Edição do Prêmio Helena Meirelles.

Às 14h30 a prefeitura lança o aplicativo “Fala Campo Grande” , uma plataforma para que a população envie sugestões ou reclamações à administração.

Por fim, às 15h30, alunos da Escola Municipal Nazira Anache recebem o Clube do Setinha: Pedestre e a trilha segura na Cidade Morena.

Água de coco de caixinha é 100% natural como dizem? Veja teste com 6 marcas

Foram avaliadas as marcas Do Bem, KeroCoco, Obrigado, Coco do Vale, Sococo e Ducoco em diversos quesitos
Por Weruska Goeking 09 ago, 2017 11h46

SÃO PAULO – A bebida refrescante, que antigamente era popular apenas nas cidades litorâneas, conquistou os centros urbanos depois que passou a ser comercializada em caixinhas. No Brasil, o consumo de água de coco chega a alcançar 64 milhões de litros por ano, ultrapassando, por exemplo, o volume de bebidas energéticas vendidas no país. Por isso, a Proteste avaliou, pela primeira vez, seis marcas de água de coco vendidas em território nacional.

Foram avaliadas as marcas Do Bem, KeroCoco, Obrigado, Coco do Vale, Sococo e Ducoco em diversos quesitos, como rotulagem, acidez, presença de açúcar e micro-organismos e análise sensorial. Todas as marcas atenderam aos padrões de higiene e pH previstos na legislação, além de apresentarem baixos teores de açúcar 

No entanto, o teste identificou que, algumas afirmações presentes no rótulo, como "100% coco praiano", "sem conservadores" e "sem adição de açúcar”, podem induzir o consumidor a uma interpretação errada, segundo a entidade de defesa do consumidor.

É o caso da Sococo, vendida como um produto natural, mas que traz entre os seus ingredientes sacarose e metabissulfito de sódio, substância que pode desencadear crises de asma em pessoas que sofrem da doença.

A marca Ducoco traz a mensagem "0% gordura e colesterol", fazendo marketing para uma característica que toda água de coco possui naturalmente, alerta a Proteste. O próprio produto informa, em letras bem pequenas, que é um benefício natural do produto. Em contrapartida, como exemplo positivo nesse quesito, a Proteste cita a marca Obrigado, que cumpre as alegações "sem adição de açúcar" e "sem adição de conservadores" à risca.

Em relação ao modo de conservação, as marcas Obrigado e Do Bem deixaram a desejar, já que não só omitem orientações sobre o armazenamento do produto como também não alertam sobre o perigo à saúde quando essas indicações não são seguidas, como prevê a lei.

O teste constatou, ainda, que das seis marcas testadas, quatro (Coco do Vale, DuCoco, KeroCoco e Obrigado) não apresentam a data de fabricação na embalagem. Por lei a informação não é obrigatória, mas permite que o consumidor opte por bebidas que tenham sido produzidas a menos tempo.

Na análise da veracidade das informações, algumas marcas apresentaram variação na rotulagem superior aos 20% permitidos. A Coco do Valle e DuCoco mostraram diferenças de mais de 30% para sódio e potássio e a Sococo chega a ter 64% menos de sódio do que o informado na rotulagem.

Veja as notas de cada marca em todos os quesitos e a avaliação final:

Nos últimos testes realizados pela Proteste foi constatado a falta de veracidade nas informações dos rótulos. "Esse tipo de conduta configura oferta enganosa e de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a oferta e apresentação de produtos deve assegurar informações corretas sobre suas características, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde dos consumidores", afirma a associação.

Por isso, a Proteste enviou os resultados do teste para a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), pedindo fiscalização, e ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), pedindo que sejam determinadas as adequações das embalagens.

Em nota enviada ao InfoMoney, a marca Do Bem afirma que a embalagem do produto já traze informações sobre como armazenar o produto. "A do bem esclarece que o único quesito apontado pela Proteste – sobre a informação no rótulo sobre possíveis riscos do armazenamento inadequado – já está em processo de ajuste. A mensagem será complementada nos próximos lotes da água de coco", explica a empresa.

Ao declarar que a água de coco é um produto 0% gordura e colesterol temos a intenção de informar ao consumidor os benefícios desta bebida. Como manda a legislação, inclusive com o tamanho de fonte recomendado,  afirmamos na embalagem que esta é uma característica inerente ao produto.

A Ducoco afirmou que seu produto é "natural, não existe manipulação, ou seja: não adicionamos e nem retiramos sódio ou potássio. Apesar das variações do fruto, trabalhamos sempre de acordo com a legislação".

A empresa afirma ainda que seus produtos são aprovados pelo FDA (Food and Drugs Administration), possuem as certificações ISO 14001, ISO 9001, ISO 22.000, FSSC 22.000 e selo Kosher, além da certificação Rainforest Alliance, que visa a promoção e o incentivo do manejo florestal e agrícola ambientalmente corretos e economicamente viáveis.

A PepsiCo, responsável pela marca Kero Coco, diz que "segue todas as diretrizes e regulamentações exigidas pelos órgãos de fiscalização no Brasil, bem como assegura a qualidade dos processos adotados na produção". 

A água de coco Obrigado informou ao InfoMoney que "segue a legislação e todas as regras de segurança na fabricação de seus produtos". Quanto aos dados apontados pela Proteste, a marca afirma que a informação sobre a data de fabricação, apesar de não ser legalmente necessária, já está em análise para que seja
implementada em seus produtos.

"Sobre as instruções do modo de conservação, a marca deixa claro no rótulo que após aberto, o produto deve ser consumido em até três dias, e deve ser conservado na temperatura de 1°C a 8°C, observando o prazo de validade impresso na embalagem. A informação será complementada com os possíveis riscos à saúde nos próximos lotes da água de coco", acrescenta a empresa, em nota.

A Coco do Vale informou ao InfoMoney apenas que já enviou uma nota ao Proteste e a marca Obrigada não respondeu o contato até o momento.

Indústria de bebidas tenta barrar no STF aumento de imposto no Amazonas

CNI afirma que medida fere livre concorrência

Poder360

09.ago.2017 (quarta-feira) – 15h16

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o aumento de 2 pontos percentuais no ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre insumos para refrigerantes produzidos no Amazonas.

O dinheiro arrecadado com a mudança seria usado pelo governo do Estado no Fecop (Fundo Estadual de Combate à Pobreza). Além dos insumos para refrigerantes, outras 12 categorias de produtos tiveram a alíquota reajustada.

A Zona Franca de Manaus é grande produtora de concentrados de refrigerantes, usados na fabricação da bebida em outras regiões.

De acordo com a CNI, a cobrança adicional no mesmo exercício financeiro da criação da lei que determina o aumento na alíquota viola a Constituição.

A entidade também afirma que a atitude contraria a livre concorrência. Escolher apenas os insumos para refrigerantes concederia vantagens a outras bebidas não-alcóolicas do mercado, como chás.

A ação é a adi 5733. Corre no STF (Supremo Tribunal Federal) desde 22 de junho. Está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, pediu explicações ao governado e à Assembleia Legislativa do Estado em 18 de julho.

Em 19 de julho, a Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcóolicas) se tornou amicus curiae na ação –ou seja, passou a fornecer informações ao Tribunal. A entidade representa as maiores fabricantes do setor.

Em geral, produtoras regionais de refrigerantes não usam concentrado da Zona Franca.

A Afebras (Associação de Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), que representa as empresa do ramo de menor porte, protesta frequentemente contra as vantagens concedidas às fabricantes de bebidas em Manaus. Afirma que as gigantes têm R$ 9,2 bilhões anuais em benefícios.

Paviloche lança quatro novos sabores entre picolés e sorvetes

hamilton 10 agosto, 2017

Alguns doces são tão marcantes que merecem ganhar versões em outros tipos de produtos e essa é a proposta da fabricante de sorvetes Paviloche para os lançamentos da marca. Pelas mãos do Engenheiro Químico, Michel Tramontin, paçoca e petit gateau ganharam versões em picolé. “Esses dois novos sabores são novidades para o Inverno, mas permanecem no nosso catálogo nas outras estações também. Notamos que, mesmo com os dias mais frios, as pessoas não deixam de consumir totalmente as delícias geladas. Por isso, sempre procuramos lançar produtos que combinem com o clima”, explica o diretor comercial da Paviloche, Diógenes Pavinato.

Outra novidade é a linha “Os Preferidos”, composta por dois novos sabores de sorvete em potes de 1 litro: Pavê de Chocolate (sorvete sabor nata, mesclado com chocolate trufado e biscoitos de massa flora) e Trufa Dois Amores (sorvete sabor baunilha, mesclado com chocolate trufado e cereais cobertos com chocolate branco e ao leite). De acordo com o diretor comercial da marca catarinense, esses produtos já foram sucesso em vendas no passado, como edição limitada, e agora retornam com nova embalagem. “Optamos por um novo visual, com potes redondos e transparentes que proporcionam ao público a experiência de ver o produto antes da compra”, complementa. Os lançamentos já começaram a chegar nos três mil pontos de venda de Santa Catarina e do Paraná.

Informações para imprensa – Oficina das Palavras:
Letícia Oberger – jornalismo4@grupoodp.com.br – (47) 3322-0545 / (47) 99994-1534

Paviloche
Rua Landmann, 259, Costa e Silva – Joinville (SC)

Nestlé apoia produção de leite orgânico em SP

Empresa pretende ampliar a participação no segmento por meio de parcerias com pecuaristas que incluem pagamento de bônus, apoio na aquisição de insumos e na certificação de fazendas

São Paulo – A Nestlé pretende adquirir de 20 mil a 30 mil litros de leite orgânico por dia até 2019. A empresa capta hoje 1,7 bilhão de litros por ano, ou 4,8 milhões litros por dia, dos quais apenas 16 mil são orgânicos.

O volume ainda não é suficiente para que a empresa tenha um produto elaborado apenas com leite orgânico, mas denota o interesse da empresa no segmento.

De acordo com a gerente de Desenvolvimento de Qualidade e Fornecedores da Nestlé Brasil, Taissara Martins, a meta será atingida por meio de parcerias já firmadas com 18 produtores do interior de São Paulo e com outras 30 propriedades interessadas em mudar a forma de produção.

"Deste total, apenas uma propriedade fez a transição completa para a produção orgânica e as demais estão em processo de conversão de pasto e dos animais", afirma.

É considerado orgânico o leite produzido por animais que não recebem insumos químicos, como medicamentos, por exemplo, e que se alimentam de pastagem ou grãos que não recebem agroquímicos, entre outras exigências.

A busca de parceiros para o fornecimento do produto começou este ano e tem no pagamento de um bônus um dos principais atrativos. O preço médio pago pelo litro de leite, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), foi de R$ 1,2343 por litro em julho. Além disso, a companhia firma contratos de 36 meses com os produtores e paga o preço do leite orgânico desde o começo do processo de conversão como forma de estímulo.

A empresa também auxilia na aquisição de ração orgânica e arca com os custos da certificação orgânica e subsídio parcial para assistência técnica.

A companhia justifica o interesse no segmento por se tratar de um mercado que, como um todo, cresce 30%, conforme dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). "Acreditamos que o consumidor brasileiro está mais atento a informado sobre as novas tendências de consumo, como é o caso dos produtos orgânicos", observa Taissara Martins,.

Ajustes

Na fazenda Recanto SS, de Claudinei Saldanha Júnior, em Itirapina (SP) o processo de conversão para a produção orgânica teve início em 2013. Ele é o único dos parceiros da Nestlé a concluir todas as etapas e mantém um rebanho de 42 vacas, das quais 37 em lactação, e produz 620 litros por dia.

"Atingimos hoje a mesma média que tínhamos antes de a produção de se tornar orgânica", comenta. "Mas tivemos quedas ao longo do processo até nos acostumarmos com as mudanças", reconhece ele.

O primeiro passo foi deixar de usar produtos químicos no solo, como herbicidas e fertilizantes, na produção de milho e de cana-de-açúcar, cultivados para a produção de silagem, e na pastagem.

Essa primeira etapa leva um ano e é seguida pela substituição dos medicamentos aplicados no rebanho por produtos de homeopatia, que leva seis meses. "Os carrapatos, por exemplo, sempre foram um problema para nós", afirma o produtor. "No processo de transição para o novo sistema chegamos a perder 10% do rebanho para os carrapatos. Mas acredito que o sistema orgânico é muito mais eficaz nesse sentido." Concluídas essas fases, foi feita a certificação da propriedade.

Júnior planeja ampliar a área de pastagem especialmente devido à remuneração maior obtida por litro. "Recebemos 50% em cima do valor do Cepea", conta. Ele pretende adquirir outros cinco hectares nos quais manterá o mesmo sistema de produção. Ele mantém sete hectares de pastagem irrigada e em sistema de rotação. "Estamos segurando nosso estoque de novilhas para produzir 1,1 mil litros por dia nos próximos dois anos", estima o produtor.

Marcela Caetano