Comissão Europeia faz estudos sobre legalização da maconha para fins medicinais

19/02/2018 16h49 Da Agência EFE

A Comissão Europeia (CE) segue estudando, através de relatórios de especialistas, se deve ou não legalizar a maconha para fins medicinais no bloco europeu, explicou nesta segunda-feira (19) uma representante do organismo em um debate sobre esta questão na Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu. A informação é da EFE.

"Surgem muitos pontos de vista e opções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições estão há anos trabalhando nisso. Alguns relatórios dizem que é conveniente e outros que é o contrário. Por isso, é preciso se aprofundar nas pesquisas", explicou a especialista da CE sobre delitos ambientais, Paola Mazzarini.

A representante da Comissão Europeia se pronunciou assim em resposta a uma pergunta elaborada pela eurodeputada Estefanía Torres, do partido político espanhol de esquerda “Podemos”, que defendeu a regularização medicinal da cannabis porque "acabaria com os impedimentos à pesquisa médica e melhoraria a qualidade de vida de muitos doentes", apontou.

No mesmo debate, a eurodeputada do Partido Popular espanhol, Pilar Ayuso, opinou que dado os diferentes resultados dos relatórios elaborados pelas distintas organizações internacionais, é preciso iniciar "uma pesquisa de verdade, que nos demonstre o verdadeiro valor terapêutico" da planta.

O uso medicinal de cannabis já está regularizado dentro da União Europeia em países como Bélgica, Áustria, Itália, República Tcheca, Polônia, Macedônia, Croácia e Alemanha.

* É proibida a reprodução total ou parcial desse material. Direitos Reservados.
Edição: –

Medicamentos inéditos para o câncer no Brasil

Publicada em: 19/02/2018 – 08:15

Aprovado o uso de lenalidomida, durvalumabe, olaratumabe e netupitanto associado com palonosetrona

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou quatro novos medicamentos para o câncer no Brasil. A lenalidomida, o durvalumabe, o olaratumabe e o netupitanto associado com a palonosetrona são medicamentos inéditos no país e ampliam as variedades para o tratamento de diferentes tipos de câncer. Os produtos chegarão ao mercado de acordo com a programação de cada fabricante. Esses medicamentos trazem muitos benefícios para os pacientes oncológicos. Um dos produtos, o netupitanto em associação com a palonosetrona, por exemplo, está aprovado para prevenção de náuseas e vômitos, um dos efeitos colaterais mais temidos pelos pacientes. “Todos esses medicamentos com suas indicações específicas trarão muitos benefícios aos pacientes em tratamento. Um medicamento novo para controle de um efeito colateral como náuseas traz significativos resultados na resposta ao tratamento”, destaca a farmacêutica do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Michelli Schaefer.

Durvalumabe
Foi aprovado para o tratamento em segunda linha do carcinoma urotelial para doença localmente avançada ou metastática com progressão durante ou após o tratamento com platina. É um anticorpo monoclonal contra o receptor PD-L1. A inibição do PD-L1 no tumor e estroma tumoral aumenta a eficácia do ataque imunológico dos linfócitos T contra as células neoplásicas. “Essa aprovação pela Anvisa amplia as opções em tratamento deste tipo de câncer em segunda linha e naqueles pacientes que não toleram a quimioterapias”, observa a farmacêutica do CTCAN.

Olaratumabe
Em associação com a doxorrubicina, o olaratumabe tem indicação para tratamento de sarcoma de partes moles. É um anticorpo monoclonal que reconhece e liga-se especificamente à proteína PDGFR-a (receptor-a do fator de crescimento derivado das plaquetas). Essa proteína estimula o crescimento e divisão celular. A inibição do PDGFR-a pelo olaratumabe resultou em aumento da sobrevida global quando comparado à doxorrubicina em monoterapia. “É uma boa opção de tratamento para pacientes que não podem fazer radioterapia ou realizar procedimento cirúrgico”, destaca Michelli.

Lenalidomida
Em combinação com dexametasona, a lenalidomida é indicada para paciente com mieloma múltiplo refratário ou recidivado que já tenham recebido pelo menos um tratamento anterior. Também tem indicação para pacientes com anemia dependente de transfusões decorrentes de síndrome mielodisplasica. “A Anvisa definiu algumas regras para o controle especial do medicamento, pois pode causar malformação congênita grave. O tratamento foi regulamentado como produto controlado”, pontua a farmacêutica.

Netupitanto
O netupitanto, associado com a palonosetrona, foi aprovado para prevenção de náuseas e vômitos agudos ou tardios em pacientes que estão em tratamento quimioterápico de alto e moderado potencial emetogênico. De acordo com a farmacêutica do CTCAN, é uma novidade que beneficiará os pacientes que estão em tratamento, pois é o segundo efeito colateral mais temido entre os pacientes oncológicos, impactando significativamente na qualidade de vida. “Em estudos de fase 3 já pode-se perceber sua eficácia e boa tolerabilidade, com atividade por vários dias no organismo. As sociedades Americana e Europeia já fazem essa recomendação, e agora está disponível no Brasil, podendo beneficiar mais pacientes, tornando o tratamento oncológico mais confortável”, enfatiza Michelli.

Exeltis anuncia aquisição da marca Gynotran® da Bayer, indicada para infecções vaginais, no Brasil e América Latina

Exeltis, laboratório europeu focado na Saúde da Mulher e parte da multinacional farmacêutica Insud Pharma, anuncia a aquisição da marca Gynotran® da empresa Bayer para o tratamento de infecções vaginais.

Esta aquisição faz parte da estratégia da Exeltis de expandir sua presença no mercado brasileiro e de tornar-se uma das empresas líderes no segmento de Saúde da Mulher nos próximos anos.

A partir desta data, a Exeltis assume no Brasil a distribuição, comercialização e promoção de Gynotran® à classe médica, mantendo os mesmos preceitos éticos e de qualidade garantidos pela Bayer até então.

Segundo o Diretor Global da Exeltis, Yann Brun, “a Exeltis tem como objetivo ser uma referência para o cuidado da saúde da mulher em todas as suas etapas, e por isso estamos muito satisfeitos com esse acordo que, com o suporte da empresa Bayer, vai nos permitir ter uma resposta para um dos principais motivos da visita que a mulher faz ao ginecologista. No Brasil, anualmente cerca de 1,5 milhão de mulheres serão

acometidas por episódios agudos de candidíase vaginal”.

Sobre Exeltis: Rethinking Healthcare

Fundada em 2013, a Exeltis é o resultado da evolução natural e do crescimento sustentado do negócio farmacêutico do Grupo Insud Pharma, um grupo integrado de ciências da saúde com Sede Principal em Madri, Espanha e com 40 anos no mundo.

A Exeltis combina seu espírito inovador com a experiência e o conhecimento do Grupo, transformando-se em uma organização global com capacidade de descobrir, desenvolver, produzir e comercializar produtos farmacêuticos e dispositivos médicos que possam auxiliar na melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. A Exeltis conta com uma sólida posição na área de Saúde da Mulher e

também em outras áreas como Sistema Nervoso Central, Respiratórios, Dermatologia e Oftalmologia.

Conta ainda com o suporte de 15 plantas industriais em Europa, Ásia e América; mais de 6 mil profissionais distribuídos em suas 40 subsidiárias ao redor do mundo e 10 centros de pesquisa e desenvolvimento dedicados a encontrar soluções inovadoras e novos tratamentos que atendam às necessidades de pacientes e profissionais da saúde.

No Brasil, a Exeltis iniciou suas atividades em 2015 com o objetivo de cuidar da saúde de mães e crianças brasileiras, trazendo soluções diferentes e inovadoras nos cuidados com a saúde. A sede administrativa da empresa está na Vila Olímpia, Cidade de São Paulo, e o Laboratório de Qualidade e Centro de Distribuição estão na cidade de Goiânia, GO. A empresa conta hoje com uma equipe de 87 Propagandistas altamente

capacitados, distribuídos em todo o território brasileiro.

Sobre a Bayer : Science For A Better Life

A Bayer é uma organização global com competências centrais nas áreas de saúde e agricultura. Os produtos e serviços da Bayer são projetados para beneficiar a população e melhorar sua qualidade de vida. Ao mesmo tempo, o Grupo tem como objetivo criar valor através da inovação e crescimento.

A Bayer se adere aos princípios da sustentabilidade e como bom cidadão corporativo, atua de maneira social e eticamente responsável. No exercício de 2016, o Grupo, com aproximadamente 99.600 funcionários, obteve o faturamento de 34.900 milhões de euros, realizou investimentos em capital de 2.200 milhões de euros e destinou 4.400 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento.

Mais informações em www.bayer.com

Esclarecimento

A área Empresas em Foco publica notícias elaboradas e enviadas pelas empresas filiadas ao Sindusfarma; seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade das empresas e não reflete anuência nem posições ou opiniões da entidade.

Novo medicamento elimina herpes ocular

19/02/2018 Saúde

A estimativa do OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que 67% da população global está infectada com HSV-1 (vírus simplex do herpes – tipo 1) que causa o herpes ocular e o labial.

A boa notícia é que o HSV-1 pode ser eliminado da córnea, lente externa do olho responsável pela refração da luz. É o que mostra um estudo inédito realizado na Universidade de Illinois (Chicago), recentemente divulgado pela renomada revista Science Translational Medicine. O medicamento tem como princípio ativo o BX79, substância que bloqueia a síntese proteica do vírus. A pesquisa também revela que o BX79 não causa toxidade que poderia levar as células da córnea à morte e é um antiviral de amplo espectro capaz de combater inclusive uma cepa do HSV-1 resistente ao antiviral aciclovir, largamente utilizado para tratar este tipo da infecção,.

Risco da recorrência

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier a descoberta do novo medicamento é, sem dúvida, de grande importância. Isso porque atualmente o tratamento é feito com antivirais e corticosteroides que não curam a doença e o novo medicamento elimina o vírus. O tratamento hoje permite a recorrência da crise herpética que afina a córnea, torna o vírus resistente, predispõe ao glaucoma nos casos de uso prolongado de corticosteroide e pode até provocar uma perfuração do olho afetado.

Este foi o caso de Nélida Lorenzo que chegou ao consultório com o humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular, vasando em um lenço. Queiroz Neto conta a levou imediatamente ao centro cirúrgico, onde selou a perfuração com cola de cianoacrilato. O oftalmologista explica que a perfuração poderia levar à perda do globo ocular caso o humor aquoso continuasse vazando por mais tempo. A cola permitiu manter a marca da perfuração que prioriza o transplante de córnea, além de ter ação bactericida e evitar a necrose. Por isso, em cinco dias ela já tinha passado pelo transplante e retomado as atividades.

Como o HSV-1 é contraído

Queiroz Neto afirma que a maioria das pessoas carregam o HSV-1 pela vida toda sem jamais ter uma infecção ocular. Por isso, o vírus pode ser contraído pelo beijo de uma pessoa que nem desconfia estar contaminada. A saliva, secreção nasal e das vesículas que se formam ao redor das pálpebras ou dos lábios nas crises herpéticas são os veículos de transmissão elencados pelo especialista. “O herpes só se manifesta nos olhos quando o HSV-1 se instala na raiz do nervo oftálmico”, explica. Apesar de ser uma doença contagiosa, ressalta, geralmente só afeta um olho e tem sintomas bastante parecidos com a conjuntivite: dor no olho, vermelhidão. lacrimejamento, sensibilidade à luz e redução da acuidade visual.

Prevenção

O oftalmologista afirma que este novo medicamento pode demorar alguns anos para chegar ao mercado. Ele destaca que os principais gatilhos das recidivas de crises herpéticas são: queda da imunidade, outras viroses, exposição excessiva ao sol, stress físico ou emocional e distúrbios odontológicos. Por isso, recomenda noites regulares de sono e alimentação balanceada para prevenir recidivas. Outra dica do oftalmologista é incluir na dieta queijos, ovos, peixes, leite e seus derivados. Isso porque, contêm lisina. um aminoácido que estimula a hibernação do vírus, diminui a replicação e o tempo de recuperação. A absorção desta substância naturalmente varia de uma pessoa para outra, mas o consenso é de que o ideal é consumir de 1 a 3 gramas de lisina/dia, conclui.

Três Lagoas-MS: Laboratórios suspendem fabricação de medicamento para gestantes e Saúde procura alternativas

19 de Fevereiro de 2018 Ray Santos

Trata-se do medicamento Clexane (enoxaparina sódica), da lista dos não pactuados e em falta no mercado, desde o ano passado

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, por meio do Departamento de Medicamentos e Laboratório, informa à população que, desde o ano passado, vem procurando alternativas para a solução da falta do medicamento prescrito às gestantes.

Trata-se do medicamento Clexane (enoxaparina sódica), da lista dos não pactuados, prescrito às gestantes com riscos de trombofilia (distúrbios de coagulação), mas que vem se tornando raro no mercado farmacêutico.

Apesar das dificuldades, a SMS de Três Lagoas vinha adquirindo normalmente esse medicamento até meados de 2017, comprando o remédio “via auto-custo”, que é a compra de medicamentos especiais, mediante prescrição médica, como explicou a diretora do Departamento de Medicamentos e Laboratório, farmacêutica Andrea da Silva Nakamura.

“Em 2017 realizamos duas licitações para compra desse medicamento e as duas foram desertas, ou seja, ninguém se interessou”, informou Andrea.

Mesmo assim, em atenção às gestantes com problemas de trombofilia, a SMS chegou a adquirir esse medicamento na rede particular de farmácias de Três Lagoas, “mas o estoque chegou ao fim, porque os laboratórios interromperam a fabricação desse medicamento”, observou.

LABORATÓRIOS

“Entramos em contado com os laboratórios Eurofarma, Sanofi, Mylan Brasil e Medcomerce Distribuidora. Eles nos informaram que o medicamento em questão foi descontinuado desde junho de 2017”, explicou a diretora de Saúde.

O Laboratório Sanofi protocolou um comunicado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informando também da descontinuação da fabricação desse medicamento.

Por sua vez, o Laboratório Eurofarma esclareceu que, “ainda está em fase de produção, devido o medicamento em questão se tratar de um medicamento biológico do qual deverá seguir os requisitos mínimos previstos”, comentou Andrea.

Ela informou também que, enquanto não for solucionada a falta desse medicamento específico, vem sugerindo aos médicos da Rede Pública de Saúde que “verifiquem a possibilidade de substituição por algum dos medicamentos disponibilizados pelo SUS para essa finalidade”.

Bristol-Myers paga a maior taxa na história da biotecnologia

Por Fernanda Fortuna• 15 de fevereiro de 2018

O mercado de biotech está cada vez mais quente. A Bristol-Myers pagará US$ 1,85 bilhões por uma promissora droga contra o câncer. A desenvolvedora, Nektar Therapeutics é uma pequena empresa de biotecnologia de São Francisco e vendeu a participação de exploração da droga experimental NKTR-214.

Como parte do acordo firmado nesta quarta-feira, a Nektar receberá US$ 1 bilhão em dinheiro antecipadamente e a Bristol-Myers comprará o equivalente a uma participação acionária de pouco menos de 5% da empresa. A Nektar terá direito a 65% dos lucros globais sobre a droga, quando chegar ao mercado, e a Bristol obterá os outros 35%. Além disso, a Nektar também ficará elegível para receber outros US$ 1,78 bilhões em pagamentos de marcos de desenvolvimento e regulatórios, e marcos em vendas, ou seja, US$ 3,6 bilhões no total. Essa é uma enorme quantia, considerando que a Bristol-Myers terá uma participação minoritária no produto. Uma das maiores ofertas de colaboração de drogas unitárias da história.

Além da Bristol receber uma parte da receita na comercialização, ela terá direito exclusivo de combinar a NKTR-214 com seus medicamentos, Opdivo e Yervoy, para 20 usos diferentes em 9 diferentes tipos de câncer, incluindo mama e rim. Bristol-Myers reterá 100% das receitas para seus próprios medicamentos.

“O que você está vendo com este acordo é um casamento forte entre uma ciência excepcionalmente robusta para uma empresa que é líder no espaço de imunomatologia”, diz Saurabh Saha, diretor de medicina translacional global de Bristol.

Apesar dos primeiros resultados que combinaram Opdivo e NKTR-214 se mostrarem promissores, com redução e até desaparecimento de tumores, não houve grupo de controle de pacientes que receberam Opdivo sozinho. Com isso, não é possível determinar ao certo a eficácia dos resultados.

Em sua defesa, Fouad Namouni, chefe de oncologia da Bristol disse que a porcentagem de pacientes cujos tumores encolheram é claramente maior do que seria com o Opdivo sozinho. “Não é apenas como se pegarmos qualquer agente que tivéssemos e misturado com qualquer outro agente”, diz Steve Doberstein, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Nektar. “Realmente não há outras [combinações] que tenham o mesmo tipo de lógica por trás delas”.

Para se comparar a precedência do negócio, quando a Johnson & Johnson fez parceria com Pharmacyclics, um fármaco de câncer de US$ 2,6 bilhões, recebeu 50% das vendas por US$ 150 milhões pagos.

“Nós mantemos uma colaboração clínica com a Nektar desde 2016. Esta parceria foi um próximo passo natural”, disse Paul Biondi, chefe de desenvolvimento de negócios para Bristol-Myers. A transação deve ser concluída no segundo trimestre de 2018, e ambas as empresas são livres para desenvolver a NKTR-214 com outras drogas para usos não estabelecidos no negócio.

Priorização de análise de medicamentos: norma entra em vigor dia 26

Pedidos de priorização de análise de medicamentos deverão seguir os critérios estabelecidos pela nova normativa.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 15/02/2018 14:34
Última Modificação: 15/02/2018 16:30

No dia 26 de fevereiro deste ano, entrará em vigor a RDC 204/2017, a nova norma que dispõe sobre priorização de análise de registro, pós-registro e anuência prévia em pesquisa clínica de medicamentos. Com isso, os pedidos de priorização de análise de medicamentos deverão seguir os critérios estabelecidos pela nova normativa.

A forma de solicitar uma priorização de análise também sofrerá mudança. A partir do dia 26, estará disponível para peticionamento eletrônico o assunto 11317 – Aditamento Priorização de Análise. A norma prevê que o pedido de priorização seja feito no momento do protocolo da petição, conforme artigo 10 da Resolução. A Anvisa está aprimorando o Sistema de Peticionamento para que, em breve, isso seja possível.

Portanto, neste momento, a empresa que desejar solicitar priorização de análise para alguma petição, primária ou secundária, deverá fazê-lo por meio desse Aditamento (11317), em até cinco dias úteis após protocolo da petição a ser priorizada, anexando justificativa que aponte qual petição é objeto do pedido de priorização e em qual critério da RDC 204/2017 está enquadrado o pedido.

Para os registros de medicamento novo sintético, quando a empresa desejar solicitar priorização de análise, o peticionamento da petição primária deverá ser feito somente pelo Datavisa, pelo código 11306, e, logo em seguida, o peticionamento do respectivo Aditamento (11317).

A justificativa de enquadramento deverá ser embasada nos critérios dispostos na RDC 204/2017, para que a área técnica tenha subsídios suficientes para avaliar o pedido. É importante destacar que se o enquadramento na categoria prioritária não for confirmado a petição objeto do pedido de priorização será indeferida, conforme dispõe o artigo 11 da RDC 204/2017.

Assim, a partir de 26 de fevereiro deste ano, não serão mais aceitos os pedidos de priorização de análise excepcional peticionados na forma de carta.

Governo estabelece diretrizes para Análise de Impacto Regulatório

Nova ferramenta vai orientar e subsidiar a tomada de decisão de todas as agências reguladoras do país.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 15/02/2018 16:04
Última Modificação: 15/02/2018 18:32

A Casa Civil divulgou, na última sexta-feira (9/2), o resultado final da consulta pública sobre orientações e diretrizes para a implementação da Análise de Impacto Regulatório (AIR), um instrumento que auxilia a construção de propostas regulatórias mais qualificadas e eficientes pelas agências reguladoras do país. Para a Anvisa, que participou ativamente das discussões de elaboração dos documentos sobre a AIR (Diretrizes Gerais AIR e Guia AIR), as recomendações trarão para o setor regulado e para a sociedade mais previsibilidade, mais transparência aos processos e mais segurança para a tomada de decisão da Diretoria Colegiada do órgão.

De acordo com a Casa Civil, a AIR “é o processo sistemático de análise baseado em evidências que busca avaliar, a partir da definição de um problema regulatório, os possíveis impactos das alternativas de ação disponíveis para o alcance dos objetivos pretendidos, tendo como finalidade orientar e subsidiar a tomada de decisão”.

Apesar de não vinculante, as Diretrizes têm como foco a construção de padrões gerais mínimos para a efetiva implementação de AIR de maneira uniforme, transparente e participativa, ao passo que o Guia se destina a orientar e auxiliar os servidores responsáveis pela elaboração da AIR.

“A Análise de Impacto Regulatório é um instrumento que tem o objetivo de qualificar a atuação das agências, agregando dados e informações absolutamente necessários ao processo de construção de uma norma, além de dar mais transparência e aprimorar o diálogo entre governo, setor regulado e a sociedade em geral. Uma AIR bem executada traz precisão à regulação, de modo que as decisões da agência se tornam mais vinculadas às necessidades da população e ao desenvolvimento do país. Portanto, esse é o caminho correto para a melhoria do bem-estar social. O Estado deve ter limites, especialmente nas intervenções no mercado, e uma AIR deve demonstrar exatamente a medida da necessidade dessa intervenção”, afirma o diretor de Regulação Sanitária da Agência, Renato Porto.

AIR na Anvisa

A realização de AIR já é prática na Anvisa desde de 2008. Contudo, apesar dos evidentes avanços obtidos na melhoria na gestão da regulação na Agência nos últimos anos, muitos desafios ainda são apresentados para a efetiva incorporação das etapas da AIR no processo de regulamentação, e para o aprimoramento das ferramentas de AIR e qualificação da sua utilização.

Nesse sentido, alinhada às diretrizes e orientações publicadas pela Casa Civil, a Anvisa tem trabalhado na elaboração da proposta de um novo modelo para o processo de regulamentação que fortalecerá a realização da AIR na Agência. O objetivo é possibilitar a construção de propostas regulatórias alicerçadas em um processo com maior participação e robustez.
Consulta Pública

De acordo com a Casa Civil, foram recebidas 538 contribuições durante o processo de Consulta de Pública, sendo 304 relacionadas às Diretrizes Gerais da AIR e 234 sobre o Guia elaborado para orientar as agências reguladoras. Após a análise, foram acatadas 105 sugestões, total ou parcialmente, o que equivale a 20% do que foi recebido. Esses números sinalizam o grande interesse pelo tema e o efetivo aprimoramento dos documentos como resultado do processo de consulta à sociedade.
Grupo técnico

As Diretrizes Gerais e o Guia AIR resultaram das discussões de um grupo técnico (Grupo AIR) coordenado pela SAG e composto por representantes das Agências Reguladoras Federais, dos Ministérios da Fazenda, do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Inmetro. No âmbito da Anvisa, a discussão do tema é conduzida pela Gerência-Geral de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias (GGREG/Direg).

*Com informações da Anvisa e Casa Civil/Presidência da República.

Tratamento personalizado para síndrome nefrótica na infância

16 de fevereiro de 2018

Noêmia Lopes  |  Agência FAPESP – Um estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) reúne esforços de pesquisa clínica e básica em síndrome nefrótica na infância com foco em pacientes submetidos a transplante renal. O objetivo é identificar o perfil de mutações genéticas relacionadas à doença e, a partir daí, antecipar diagnósticos, fornecer bases para decisões médicas mais precisas e aprimorar o aconselhamento familiar.

Os primeiros resultados da investigação, que integra um Projeto Temático apoiado pela FAPESP, foram publicados na revista Transplantation. O trabalho foi comentado na mesma edição, com os editores destacando características do estudo, entre as quais a opção por trabalhar exclusivamente com casos em que a síndrome evoluiu para doença renal crônica terminal e houve necessidade de transplante.

Segunda causa mais frequente de doença renal crônica em crianças, a síndrome nefrótica costuma ser tratada com corticoides, mas 15% dos pacientes infantis não respondem a esse tipo de medicamento. Esses casos podem evoluir para doença renal crônica terminal, exigindo procedimentos de diálise ou transplante.

“Se a porcentagem não parece alta, as consequências podem ser devastadoras. Em 40% das crianças transplantadas, há chance de perda do enxerto renal por recidiva da doença. No retransplante, a recidiva é praticamente certa, o que as torna dependentes de diálise para sobreviver”, disse Luciana Feltran, nefropediatra da Unifesp e primeira autora do artigo, à Agência FAPESP.

Sabe-se que uma parcela dos casos córtico-resistentes tem origem genética, o que torna primordial a identificação de mutações para melhor atender e tratar cada caso.

Feltran e grupos de pesquisa da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Unifesp, liderados por Paulo Koch e João Bosco Pesquero – este último, coordenador do Temático apoiado pela FAPESP –, sequenciaram 24 genes relacionados à síndrome nefrótica, utilizando sequenciamento de nova geração. As amostras foram coletadas de 95 pacientes que passaram por transplante de rim antes dos 19 anos, excluídos os casos congênitos (em que os sintomas aparecem antes dos três meses de idade).

Foram identificadas 149 variantes em 22 dos genes sequenciados: 5 patogênicas, 20 possivelmente patogênicas, 80 possivelmente benignas e 44 benignas. Os genes PDSS2 e LMX1B não apresentaram variantes. O NPHS2, por sua vez, foi o gene com maior coeficiente de mutação.

“Verificamos que a síndrome nefrótica teve origem genética [hereditária ou por mutação] para oito pacientes [8,4%] e origem provavelmente genética para outros cinco [5,2%]. Os números estão de acordo com os dados mundiais para locais onde a consanguinidade entre pais não é grande, como Europa e Estados Unidos”, explicou Feltran.

O gene APOL1 foi analisado à parte dos demais, uma vez que não é tradicionalmente vinculado ao aparecimento da síndrome nefrótica, mas tem importância significativa na progressão da doença para o estágio terminal. Considerando as mutações de APOL1, mais oito casos (8,4%) seriam classificados como de origem provavelmente genética.

De acordo com Feltran, quanto mais se entender o que cada mutação causa ao paciente (a correlação entre genótipo e fenótipo), melhor. “Por exemplo, se determinada variante provoca síndrome nefrótica precoce que evolui lentamente para doença renal crônica – sendo que na literatura científica nenhum paciente com tal mutação respondeu ao tratamento com corticoides, não há registro de recidiva após transplante e a transmissão é recessiva –, nesse caso podemos evitar o uso de medicamentos com inúmeros efeitos colaterais e planejar um transplante de provável sucesso, inclusive considerando os pais como eventuais doadores renais.”

A pesquisadora conta que, hoje em dia, sem esse apoio da genética, todo o tratamento e o preparo do transplante é feito “às cegas”. Sabe-se apenas que, de um lado, há a possibilidade de não haver resposta à terapia com medicamentos e, de outro, chances de recidiva após o transplante, incertezas que afligem famílias e equipes médicas.

Grupo singular de pacientes

Os 95 casos que integraram o estudo foram acompanhados por no mínimo seis meses no Hospital Samaritano de São Paulo ou no Hospital do Rim da Unifesp. Os arquivos médicos forneceram aos pesquisadores informações demográficas e clínicas, posteriormente checadas em entrevistas realizadas com as famílias.

Entre os dados coletados estão idade do surgimento da síndrome nefrótica, momento em que a doença atingiu a fase crônica terminal, ocorrência de anormalidades extra-renais associadas, histórico familiar, biópsia renal (se realizada), data do transplante, tipo de doador (vivo ou falecido), recorrência da doença e perda do enxerto.

O passo seguinte foi coletar amostras de sangue dos pacientes, para a realização de sequenciamento genético, análises de bioinformática, validação e análises estatísticas.

“O grupo reuniu casos em que a doença foi mais grave, com perda de função renal, e sobre os quais se tem o histórico da síndrome. Foi um grupo ideal para a correlação genótipo-fenótipo”, disse Feltran.

De acordo com a pesquisadora, tal correlação foi o que permitiu que se conhecesse e estudasse muitas das proteínas envolvidas na barreira de filtração glomerular – estrutura agredida nos casos de síndrome nefrótica, tenha ela origem genética ou não –, fator que, no futuro, deve auxiliar na busca por tratamentos mais eficazes para a doença.

Outra singularidade do grupo estudado foi o fato de reunir um grande número de crianças transplantadas. “Isso porque São Paulo recebe pacientes de vários estados do Brasil para a realização do procedimento. Com apenas dois hospitais de referência, conseguimos uma quantidade de casos superior à de muitos trabalhos multicêntricos internacionais”, disse Feltran.

Rede nacional

Os resultados obtidos no estudo com crianças submetidas a transplantes em breve integrarão uma rede nacional voltada ao diagnóstico da síndrome nefrótica na infância.

“A ideia é que o Projeto Temático dê origem a um centro capaz de criar pontes como essa, entre pesquisa clínica e básica, notadamente em biologia molecular e genética”, disse Pesquero.

O lançamento da Rede Brasileira de Síndrome Nefrótica na Infância (ReBraSNI) está previsto para o próximo Congresso Brasileiro de Nefrologia Pediátrica, que será realizado em Curitiba, em abril.

“Queremos atrair outros pesquisadores brasileiros da área de nefropediatria e compor uma facility não apenas em termos de estrutura e serviços, mas principalmente para colaboração em pesquisa”, disse Pesquero.

O artigo Targeted Next-Generation Sequencing in Brazilian Children With Nephrotic Syndrome Submitted to Renal Transplant (doi: 10.1097/TP.0000000000001846), de Luciana Feltran, Patricia Varela, Elton Dias Silva, Camila Lopes Veronez, Maria Carmo Franco, Alvaro Pacheco Filho, Maria Fernanda Camargo, Paulo Cesar Koch Nogueira e João Bosco Pesquero, pode ser lido por assinantes da revista Transplantation em journals.lww.com/transplantjournal/Abstract/2017/12000/
Targeted_Next_Generation_Sequencing_in_Brazilian.17.aspx.

Plano de reestruturação da Teva gera demissões globais

Última atualização 15 Fevereiro, 2018

A Teva Pharmaceutical apresentou à Comissão de Valores Mobiliários norte-americana, no dia 30 de janeiro, um plano de oferta de dívida no valor de US$ 5 bilhões. A divulgação do documento ocorre cerca de seis semanas depois do anúncio de uma reestruturação que exigirá a eliminação de 14 mil empregos em todo o mundo – mais de 25% de sua força de trabalho total – nos próximos dois anos.

A farmacêutica israelense, maior fabricante mundial de medicamentos genéricos, informou que espera vender os títulos de dívidas por meio de um ou mais subscritores, negociantes ou agentes, ou diretamente aos compradores. A Teva acumula US$ 35 bilhões em dívidas desde que adquiriu a divisão de genéricos da Allergan em 2016. O plano, agora, é economizar US$ 3 bilhões até o fim de 2019.

Outro problema foi a perda da patente do Copaxone, remédio para tratamento de esclerose múltipla, que correspondia a cerca de 50% dos lucros. A patente expirou em 2015 nos Estados Unidos e o laboratório nunca conseguiu um substituto à altura. Há duas semanas, a redação do Panorama Farmacêutico contata a Teva Brasil para saber como a reestruturação irá afetar as operações no país, mas não teve nenhum retorno da empresa até o fechamento desta edição.

Fonte: Panorama Farmacêutico