Bristol-Myers paga a maior taxa na história da biotecnologia

Por Fernanda Fortuna• 15 de fevereiro de 2018

O mercado de biotech está cada vez mais quente. A Bristol-Myers pagará US$ 1,85 bilhões por uma promissora droga contra o câncer. A desenvolvedora, Nektar Therapeutics é uma pequena empresa de biotecnologia de São Francisco e vendeu a participação de exploração da droga experimental NKTR-214.

Como parte do acordo firmado nesta quarta-feira, a Nektar receberá US$ 1 bilhão em dinheiro antecipadamente e a Bristol-Myers comprará o equivalente a uma participação acionária de pouco menos de 5% da empresa. A Nektar terá direito a 65% dos lucros globais sobre a droga, quando chegar ao mercado, e a Bristol obterá os outros 35%. Além disso, a Nektar também ficará elegível para receber outros US$ 1,78 bilhões em pagamentos de marcos de desenvolvimento e regulatórios, e marcos em vendas, ou seja, US$ 3,6 bilhões no total. Essa é uma enorme quantia, considerando que a Bristol-Myers terá uma participação minoritária no produto. Uma das maiores ofertas de colaboração de drogas unitárias da história.

Além da Bristol receber uma parte da receita na comercialização, ela terá direito exclusivo de combinar a NKTR-214 com seus medicamentos, Opdivo e Yervoy, para 20 usos diferentes em 9 diferentes tipos de câncer, incluindo mama e rim. Bristol-Myers reterá 100% das receitas para seus próprios medicamentos.

“O que você está vendo com este acordo é um casamento forte entre uma ciência excepcionalmente robusta para uma empresa que é líder no espaço de imunomatologia”, diz Saurabh Saha, diretor de medicina translacional global de Bristol.

Apesar dos primeiros resultados que combinaram Opdivo e NKTR-214 se mostrarem promissores, com redução e até desaparecimento de tumores, não houve grupo de controle de pacientes que receberam Opdivo sozinho. Com isso, não é possível determinar ao certo a eficácia dos resultados.

Em sua defesa, Fouad Namouni, chefe de oncologia da Bristol disse que a porcentagem de pacientes cujos tumores encolheram é claramente maior do que seria com o Opdivo sozinho. “Não é apenas como se pegarmos qualquer agente que tivéssemos e misturado com qualquer outro agente”, diz Steve Doberstein, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Nektar. “Realmente não há outras [combinações] que tenham o mesmo tipo de lógica por trás delas”.

Para se comparar a precedência do negócio, quando a Johnson & Johnson fez parceria com Pharmacyclics, um fármaco de câncer de US$ 2,6 bilhões, recebeu 50% das vendas por US$ 150 milhões pagos.

“Nós mantemos uma colaboração clínica com a Nektar desde 2016. Esta parceria foi um próximo passo natural”, disse Paul Biondi, chefe de desenvolvimento de negócios para Bristol-Myers. A transação deve ser concluída no segundo trimestre de 2018, e ambas as empresas são livres para desenvolver a NKTR-214 com outras drogas para usos não estabelecidos no negócio.

Priorização de análise de medicamentos: norma entra em vigor dia 26

Pedidos de priorização de análise de medicamentos deverão seguir os critérios estabelecidos pela nova normativa.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 15/02/2018 14:34
Última Modificação: 15/02/2018 16:30

No dia 26 de fevereiro deste ano, entrará em vigor a RDC 204/2017, a nova norma que dispõe sobre priorização de análise de registro, pós-registro e anuência prévia em pesquisa clínica de medicamentos. Com isso, os pedidos de priorização de análise de medicamentos deverão seguir os critérios estabelecidos pela nova normativa.

A forma de solicitar uma priorização de análise também sofrerá mudança. A partir do dia 26, estará disponível para peticionamento eletrônico o assunto 11317 – Aditamento Priorização de Análise. A norma prevê que o pedido de priorização seja feito no momento do protocolo da petição, conforme artigo 10 da Resolução. A Anvisa está aprimorando o Sistema de Peticionamento para que, em breve, isso seja possível.

Portanto, neste momento, a empresa que desejar solicitar priorização de análise para alguma petição, primária ou secundária, deverá fazê-lo por meio desse Aditamento (11317), em até cinco dias úteis após protocolo da petição a ser priorizada, anexando justificativa que aponte qual petição é objeto do pedido de priorização e em qual critério da RDC 204/2017 está enquadrado o pedido.

Para os registros de medicamento novo sintético, quando a empresa desejar solicitar priorização de análise, o peticionamento da petição primária deverá ser feito somente pelo Datavisa, pelo código 11306, e, logo em seguida, o peticionamento do respectivo Aditamento (11317).

A justificativa de enquadramento deverá ser embasada nos critérios dispostos na RDC 204/2017, para que a área técnica tenha subsídios suficientes para avaliar o pedido. É importante destacar que se o enquadramento na categoria prioritária não for confirmado a petição objeto do pedido de priorização será indeferida, conforme dispõe o artigo 11 da RDC 204/2017.

Assim, a partir de 26 de fevereiro deste ano, não serão mais aceitos os pedidos de priorização de análise excepcional peticionados na forma de carta.

Governo estabelece diretrizes para Análise de Impacto Regulatório

Nova ferramenta vai orientar e subsidiar a tomada de decisão de todas as agências reguladoras do país.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 15/02/2018 16:04
Última Modificação: 15/02/2018 18:32

A Casa Civil divulgou, na última sexta-feira (9/2), o resultado final da consulta pública sobre orientações e diretrizes para a implementação da Análise de Impacto Regulatório (AIR), um instrumento que auxilia a construção de propostas regulatórias mais qualificadas e eficientes pelas agências reguladoras do país. Para a Anvisa, que participou ativamente das discussões de elaboração dos documentos sobre a AIR (Diretrizes Gerais AIR e Guia AIR), as recomendações trarão para o setor regulado e para a sociedade mais previsibilidade, mais transparência aos processos e mais segurança para a tomada de decisão da Diretoria Colegiada do órgão.

De acordo com a Casa Civil, a AIR “é o processo sistemático de análise baseado em evidências que busca avaliar, a partir da definição de um problema regulatório, os possíveis impactos das alternativas de ação disponíveis para o alcance dos objetivos pretendidos, tendo como finalidade orientar e subsidiar a tomada de decisão”.

Apesar de não vinculante, as Diretrizes têm como foco a construção de padrões gerais mínimos para a efetiva implementação de AIR de maneira uniforme, transparente e participativa, ao passo que o Guia se destina a orientar e auxiliar os servidores responsáveis pela elaboração da AIR.

“A Análise de Impacto Regulatório é um instrumento que tem o objetivo de qualificar a atuação das agências, agregando dados e informações absolutamente necessários ao processo de construção de uma norma, além de dar mais transparência e aprimorar o diálogo entre governo, setor regulado e a sociedade em geral. Uma AIR bem executada traz precisão à regulação, de modo que as decisões da agência se tornam mais vinculadas às necessidades da população e ao desenvolvimento do país. Portanto, esse é o caminho correto para a melhoria do bem-estar social. O Estado deve ter limites, especialmente nas intervenções no mercado, e uma AIR deve demonstrar exatamente a medida da necessidade dessa intervenção”, afirma o diretor de Regulação Sanitária da Agência, Renato Porto.

AIR na Anvisa

A realização de AIR já é prática na Anvisa desde de 2008. Contudo, apesar dos evidentes avanços obtidos na melhoria na gestão da regulação na Agência nos últimos anos, muitos desafios ainda são apresentados para a efetiva incorporação das etapas da AIR no processo de regulamentação, e para o aprimoramento das ferramentas de AIR e qualificação da sua utilização.

Nesse sentido, alinhada às diretrizes e orientações publicadas pela Casa Civil, a Anvisa tem trabalhado na elaboração da proposta de um novo modelo para o processo de regulamentação que fortalecerá a realização da AIR na Agência. O objetivo é possibilitar a construção de propostas regulatórias alicerçadas em um processo com maior participação e robustez.
Consulta Pública

De acordo com a Casa Civil, foram recebidas 538 contribuições durante o processo de Consulta de Pública, sendo 304 relacionadas às Diretrizes Gerais da AIR e 234 sobre o Guia elaborado para orientar as agências reguladoras. Após a análise, foram acatadas 105 sugestões, total ou parcialmente, o que equivale a 20% do que foi recebido. Esses números sinalizam o grande interesse pelo tema e o efetivo aprimoramento dos documentos como resultado do processo de consulta à sociedade.
Grupo técnico

As Diretrizes Gerais e o Guia AIR resultaram das discussões de um grupo técnico (Grupo AIR) coordenado pela SAG e composto por representantes das Agências Reguladoras Federais, dos Ministérios da Fazenda, do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Inmetro. No âmbito da Anvisa, a discussão do tema é conduzida pela Gerência-Geral de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias (GGREG/Direg).

*Com informações da Anvisa e Casa Civil/Presidência da República.

Tratamento personalizado para síndrome nefrótica na infância

16 de fevereiro de 2018

Noêmia Lopes  |  Agência FAPESP – Um estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) reúne esforços de pesquisa clínica e básica em síndrome nefrótica na infância com foco em pacientes submetidos a transplante renal. O objetivo é identificar o perfil de mutações genéticas relacionadas à doença e, a partir daí, antecipar diagnósticos, fornecer bases para decisões médicas mais precisas e aprimorar o aconselhamento familiar.

Os primeiros resultados da investigação, que integra um Projeto Temático apoiado pela FAPESP, foram publicados na revista Transplantation. O trabalho foi comentado na mesma edição, com os editores destacando características do estudo, entre as quais a opção por trabalhar exclusivamente com casos em que a síndrome evoluiu para doença renal crônica terminal e houve necessidade de transplante.

Segunda causa mais frequente de doença renal crônica em crianças, a síndrome nefrótica costuma ser tratada com corticoides, mas 15% dos pacientes infantis não respondem a esse tipo de medicamento. Esses casos podem evoluir para doença renal crônica terminal, exigindo procedimentos de diálise ou transplante.

“Se a porcentagem não parece alta, as consequências podem ser devastadoras. Em 40% das crianças transplantadas, há chance de perda do enxerto renal por recidiva da doença. No retransplante, a recidiva é praticamente certa, o que as torna dependentes de diálise para sobreviver”, disse Luciana Feltran, nefropediatra da Unifesp e primeira autora do artigo, à Agência FAPESP.

Sabe-se que uma parcela dos casos córtico-resistentes tem origem genética, o que torna primordial a identificação de mutações para melhor atender e tratar cada caso.

Feltran e grupos de pesquisa da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Unifesp, liderados por Paulo Koch e João Bosco Pesquero – este último, coordenador do Temático apoiado pela FAPESP –, sequenciaram 24 genes relacionados à síndrome nefrótica, utilizando sequenciamento de nova geração. As amostras foram coletadas de 95 pacientes que passaram por transplante de rim antes dos 19 anos, excluídos os casos congênitos (em que os sintomas aparecem antes dos três meses de idade).

Foram identificadas 149 variantes em 22 dos genes sequenciados: 5 patogênicas, 20 possivelmente patogênicas, 80 possivelmente benignas e 44 benignas. Os genes PDSS2 e LMX1B não apresentaram variantes. O NPHS2, por sua vez, foi o gene com maior coeficiente de mutação.

“Verificamos que a síndrome nefrótica teve origem genética [hereditária ou por mutação] para oito pacientes [8,4%] e origem provavelmente genética para outros cinco [5,2%]. Os números estão de acordo com os dados mundiais para locais onde a consanguinidade entre pais não é grande, como Europa e Estados Unidos”, explicou Feltran.

O gene APOL1 foi analisado à parte dos demais, uma vez que não é tradicionalmente vinculado ao aparecimento da síndrome nefrótica, mas tem importância significativa na progressão da doença para o estágio terminal. Considerando as mutações de APOL1, mais oito casos (8,4%) seriam classificados como de origem provavelmente genética.

De acordo com Feltran, quanto mais se entender o que cada mutação causa ao paciente (a correlação entre genótipo e fenótipo), melhor. “Por exemplo, se determinada variante provoca síndrome nefrótica precoce que evolui lentamente para doença renal crônica – sendo que na literatura científica nenhum paciente com tal mutação respondeu ao tratamento com corticoides, não há registro de recidiva após transplante e a transmissão é recessiva –, nesse caso podemos evitar o uso de medicamentos com inúmeros efeitos colaterais e planejar um transplante de provável sucesso, inclusive considerando os pais como eventuais doadores renais.”

A pesquisadora conta que, hoje em dia, sem esse apoio da genética, todo o tratamento e o preparo do transplante é feito “às cegas”. Sabe-se apenas que, de um lado, há a possibilidade de não haver resposta à terapia com medicamentos e, de outro, chances de recidiva após o transplante, incertezas que afligem famílias e equipes médicas.

Grupo singular de pacientes

Os 95 casos que integraram o estudo foram acompanhados por no mínimo seis meses no Hospital Samaritano de São Paulo ou no Hospital do Rim da Unifesp. Os arquivos médicos forneceram aos pesquisadores informações demográficas e clínicas, posteriormente checadas em entrevistas realizadas com as famílias.

Entre os dados coletados estão idade do surgimento da síndrome nefrótica, momento em que a doença atingiu a fase crônica terminal, ocorrência de anormalidades extra-renais associadas, histórico familiar, biópsia renal (se realizada), data do transplante, tipo de doador (vivo ou falecido), recorrência da doença e perda do enxerto.

O passo seguinte foi coletar amostras de sangue dos pacientes, para a realização de sequenciamento genético, análises de bioinformática, validação e análises estatísticas.

“O grupo reuniu casos em que a doença foi mais grave, com perda de função renal, e sobre os quais se tem o histórico da síndrome. Foi um grupo ideal para a correlação genótipo-fenótipo”, disse Feltran.

De acordo com a pesquisadora, tal correlação foi o que permitiu que se conhecesse e estudasse muitas das proteínas envolvidas na barreira de filtração glomerular – estrutura agredida nos casos de síndrome nefrótica, tenha ela origem genética ou não –, fator que, no futuro, deve auxiliar na busca por tratamentos mais eficazes para a doença.

Outra singularidade do grupo estudado foi o fato de reunir um grande número de crianças transplantadas. “Isso porque São Paulo recebe pacientes de vários estados do Brasil para a realização do procedimento. Com apenas dois hospitais de referência, conseguimos uma quantidade de casos superior à de muitos trabalhos multicêntricos internacionais”, disse Feltran.

Rede nacional

Os resultados obtidos no estudo com crianças submetidas a transplantes em breve integrarão uma rede nacional voltada ao diagnóstico da síndrome nefrótica na infância.

“A ideia é que o Projeto Temático dê origem a um centro capaz de criar pontes como essa, entre pesquisa clínica e básica, notadamente em biologia molecular e genética”, disse Pesquero.

O lançamento da Rede Brasileira de Síndrome Nefrótica na Infância (ReBraSNI) está previsto para o próximo Congresso Brasileiro de Nefrologia Pediátrica, que será realizado em Curitiba, em abril.

“Queremos atrair outros pesquisadores brasileiros da área de nefropediatria e compor uma facility não apenas em termos de estrutura e serviços, mas principalmente para colaboração em pesquisa”, disse Pesquero.

O artigo Targeted Next-Generation Sequencing in Brazilian Children With Nephrotic Syndrome Submitted to Renal Transplant (doi: 10.1097/TP.0000000000001846), de Luciana Feltran, Patricia Varela, Elton Dias Silva, Camila Lopes Veronez, Maria Carmo Franco, Alvaro Pacheco Filho, Maria Fernanda Camargo, Paulo Cesar Koch Nogueira e João Bosco Pesquero, pode ser lido por assinantes da revista Transplantation em journals.lww.com/transplantjournal/Abstract/2017/12000/
Targeted_Next_Generation_Sequencing_in_Brazilian.17.aspx.

Medicamentos terão um dos menores reajustes de preços dos últimos 13 anos

Conjuntura / 06 Fevereiro 2018

Diante da expectativa de continuidade da inflação baixa, o reajuste anual de preços de medicamentos estimado para 2018 deve ser um dos menores dos últimos 13 anos. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado em 2017 foi de 2,94%. Se não houver nenhuma variação expressiva até março, data em que o índice compõe as fórmulas de reajuste dos medicamentos, as correções de preço também serão baixas.

Desde 2005, o menor índice médio foi de 1,49%, em 2007, seguido por 2,18% em 2012; o IPCA dessas datas foi de 3,02% e 5,85% respectivamente.

– A menos que haja alguma mudança inesperada e expressiva na economia, este ano teremos uma correção de preços de medicamentos muito pequena – afirma o ex-deputado federal (PMDB-RS) e ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Segundo levantamento da entidade, existe uma defasagem na correção do preço dos medicamentos superior a 25 pontos percentuais nos últimos 13 anos. Isso porque o reajuste médio autorizado esteve sempre abaixo da inflação oficial; exceto em 2016, por conta da alta expressiva da energia elétrica e das oscilações da moeda norte-americana.

Os planos de saúde, em contrapartida, registraram aumento médio de 177% nesses anos – índice acima da inflação e bem acima do índice concedido ao setor farmacêutico.

O reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) diz respeito ao preço máximo que pode ser praticado para determinado medicamento, mas a concorrência de mercado acaba resultando na prática de descontos, que chegam a 60% do valor de lista. Como acontece na maioria dos anos, serão divulgados três níveis de reajustes em 2018. Eles são definidos pela concentração de mercado do medicamento. Quanto menor a concentração, situação em que há mais concorrência e descontos, maior o reajuste. É o caso dos genéricos e similares. Já os medicamentos novos, que concentram mais mercado, têm o menor nível de reajuste.

Para calcular os índices, além do IPCA de março, são necessários três fatores – X, Z e Y. O primeiro já foi divulgado e diz respeito à produtividade da indústria. O segundo aponta a concentração de mercado das classes terapêuticas e, portanto, define o enquadramento dos medicamentos nos diferentes níveis de reajuste.

Falta apenas o terceiro fator, o Y, a ser divulgado cerca de 30 dias antes das fórmulas finais. Ele aponta as oscilações do câmbio e a influências no setor de fatores como a energia elétrica. Os valores finais do reajuste devem ser divulgados pela CMED no fim de março.

Genéricos conquistaram maior espaço em 2017

A venda de remédios genéricos cresceu em 2017 acima do setor farmacêutico. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base nos indicadores do IQVIA, a indústria de genéricos fechou 2017 com crescimento de 11,78% no volume de unidades vendidas, na comparação com 2016.

No ano, foram comercializadas 1,2 bilhão de unidades contra 1,1 bilhão no ano anterior. Os genéricos encerraram o ano com 32,46% de participação de mercado em unidades contra 30,70% verificados em 2016.

– São diversos pontos a serem considerados para esse aumento, além do preço mais baixo, a confiança do consumidor foi fator determinante, para afirmar isso temos como base pesquisas realizadas pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (Ifepec), que apresentam que as pessoas já observam os genéricos como uma ótima alternativa – explica Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar).

Com o resultado, se observa que genéricos tiveram uma elevação de seis pontos percentuais acima do mercado farmacêutico total, que registrou expansão de 5,73% no ano passado.

Os dados da pesquisa "Análise do perfil de compra dos consumidores de medicamentos" já projetavam esses resultados por mostrar que a possibilidade de economia sem riscos, proporcionado pelos medicamentos genéricos, está fazendo com que grande parcela da população já considere essa opção na hora da compra.

Segundo a pesquisa o número de brasileiros que consideram essa opção é bastante expressivo, sendo que 37% dos consumidores apontara que adquiriram medicamentos dessa modalidade, outros 32% compraram os de marcas e 31% compraram uma mescla dos dois tipos.

– Os genéricos já venceram uma desconfiança inicial e natural que enfrentaram no mercado e hoje já fazem parte das opções de escolhas dos consumidores, eles possuem um grande potencial competitivo por causa da economia que ele proporciona, sendo que os preços são fundamentais na escolha – analisa Edison Tamascia, que se refere ao fato de que a pesquisa também aponta a prioridade que o consumidor está dando ao preço em relação à marca na hora de adquirir medicamentos.

Segundo a pesquisa, 45% dos consumidores, acabaram comprando produtos diferentes do objetivo inicial e a quase totalidade desses clientes buscavam economia.

– É importante reforçar, porém, que o cliente não está indo contra a indicação médica, mas sim buscando uma alternativa real, sendo que o genérico possui a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem que o medicamento original – complementa Tamascia.

A pesquisa teve como objetivo apurar as características de compras de medicamento dos brasileiros, bem como o tipo de medicamento adquirido, o índice de troca de medicamento e os motivos que levaram a essa troca.

De acordo com o levantamento, dos entrevistados que foram às farmácias 72% adquiriram os medicamentos, contudo, apenas 24% compraram exatamente o que foram comprar, 31% modificou parte da compra e 45% trocaram os medicamentos por vontade própria ou por indicação dos farmacêuticos.

– Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum nos brasileiros que é não ser fiel ao produto que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que o brasileiro se encontra mais preocupado com o bolso.

A pesquisa constatou que 97% dos entrevistados que trocaram de medicamentos compraram uma opção de menor preço.

Foram entrevistados 4 mil consumidores de todos o Brasil que quando esses saíam das farmácias em que estiveram para efetuar a compra.

Libbs lança curso online sobre medicamentos biossimilares

Capacitação será gratuita, online e dividida em módulos
Última atualização 6 Fevereiro, 2018

Com objetivo de capacitar médicos oncologistas e profissionais de saúde envolvidos no tratamento do câncer, a Libbs, em parceria com o Manual de Oncologia Clínica do Brasil (MOC), desenvolveu um curso básico de especialização sobre biossimilares. Coordenado pelo oncologista Antônio Carlos Buzaid, as vídeo-aulas são online e gratuitas.

Abordando temas como os aspectos farmacoeconômicos e pesquisa clínica dos biossimilares, as aulas serão ministradas por grandes especialistas da área, como a Dra. Maely Retto, presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh), Dr. Everardo Saad, diretor da DENDRIX, Dr. Carlos Barrios, M.D., do Hospital do Câncer Mãe de Deus. Além disso, o curso apresenta uma entrevista exclusiva da Dra. Ana Moro, diretora do laboratório de biofármaco do Instituto Butantan, falando sobre os aspectos regulatórios dos biossimilares e guidelines do FDAEMA e ANVISA.

De acordo com o coordenador do curso, Dr. Antônio C. Buzaid, a iniciativa tem como missão orientar os profissionais envolvidos no tratamento do câncer sobre o que são os biossimilares, quais as vantagens desses medicamentos, como são desenvolvidos e apresentar estudos clínicos para demonstração de comparabilidade, não inferioridade ou superioridade, bem como aspectos regulatórios.

Os medicamentos biossimilares estão se consolidando cada vez mais como uma alternativa efetiva para garantir ampliação do acesso ao tratamento do câncer e doenças autoimunes no Brasil. Para Eduardo Vicentim, gerente de planejamento de marketing da Libbs,  essa iniciativa reforça a preocupação da companhia com a capacitação de profissionais da saúde, para que estejam sempre em linha com o que há de novidade no mercado.

Segundo Dr. Buzaid, embora o biossimilar seja extremamente moderno e eficaz, ainda há falta de informação sobre esse medicamento e quando utilizar. “Esse curso é uma ótima oportunidade de atualização para os especialistas que tratam de doenças como câncer, por exemplo. Essa especialidade necessita de constante atualização de conhecimentos nos tratamentos disponíveis”, finaliza o médico.

Sobre a Libbs Farmacêutica

A Libbs é uma indústria farmacêutica brasileira 100% nacional, que está no mercado há 59 anos e conta com cerca de 2.500 colaboradores. Atualmente, ocupa o 8º lugar no ranking de laboratórios do varejo farmacêutico nacional. A companhia investe 10% de seu faturamento entre P&D e inovação e comercializa cerca de 90 marcas em mais de 200 apresentações de medicamentos, distribuídos nas seguintes especialidades: cardiovascular, ginecologia, oncologia, dermatologia, respiratória, transplantes e sistema nervoso central.

Foi a primeira indústria farmacêutica a implantar o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (rastreabilidade). Recentemente, inaugurou sua unidade de Biotecnologia, responsável pela produção de medicamentos biológicos indicados para tratar câncer e doenças autoimunes, com tecnologia single-use (produção que utiliza biorreatores com bolsas descartáveis). Por entender que tratar da vida vai além de fabricar medicamentos, a empresa também realiza um trabalho de responsabilidade social corporativa com o apoio a projetos educacionais, culturais e esportivos com foco em saúde, educação e qualidade de vida, sempre vinculados à superação de limitações. O seu propósito é contribuir para que as pessoas alcancem uma vida plena e sua aspiração é ser a farmacêutica brasileira mais admirada do mundo.

Mais informações para a imprensa

Hugo Ribeiro
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Fonte: Imagem Corporativa

Torrent do Brasil divulga informações sobre a vacina da febre amarela para pacientes diabéticos

Fonte: Torrent

A Torrent do Brasil está divulgando, por meio de seus canais digitais e redes sociais, informações sobre a vacina da febre amarela para pacientes diabéticos. O objetivo da campanha é colaborar para elucidar o assunto com informações relevantes, principalmente para moradores de áreas afetadas. Segundo a empresa não há motivo para pacientes diabéticos terem medo da vacinação, desde que consultem um médico antes e respeitem as contraindicações gerais.

Com as postagens no Facebook, por exemplo, a Torrent espera atingir pessoas de várias faixas etárias, já que o diabetes atinge crianças, jovens, adultos e idosos. Também serão veiculadas informações para o público interno da empresa e para médicos, por meio do portal científico Torrent Online.

Entre as dicas constam avaliar o risco/benefício da vacina e considerar que não há registro de maior número ou gravidade de eventos adversos em pacientes com diabetes.

Esclarecimento

A área Empresas em Foco publica notícias elaboradas e enviadas pelas empresas filiadas ao Sindusfarma; seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade das empresas e não reflete anuência nem posições ou opiniões da entidade.

Anvisa aprova medicamento para hipertensão arterial pulmonar

6 de Fevereiro de 2018 Ray Santos

Pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP) passarão a contar com medicamento inovador para o tratamento da doença, considerada grave e que afeta cerca de 10 mil brasileiros[i]. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso a longo prazo de selexipague.

Diferente das terapias tradicionais, o medicamento de uso oral age seletivamente, mantendo sua eficácia por mais tempo (diminuição de 40% no risco de morbi-mortalidade associada à doença[ii]) e reduzindo a chance de eventos adversos.

Sobre a hipertensão arterial pulmonar

A HAP é caracterizada pela elevação anormal da pressão nas artérias entre o coração e os pulmões, podendo levar à insuficiência cardíaca e à morte. A doença está relacionada a um desequilíbrio de diferentes vias metabólicas e seu tratamento consiste em atuar nessas vias com o objetivo de alterar o curso fatal da doença.

Falta de ar, cansaço extremo e fadiga são alguns sintomas da hipertensão arterial pulmonar. Seu diagnóstico é difícil de ser reconhecido, pois os sinais são comuns a outras enfermidades como asma, bronquite ou insuficiência cardíaca. Embora seja mais comum em adultos jovens e em mulheres, a HAP atinge pessoas de todas as idades.

Sobre selexipague

É um medicamento que atua diretamente como um agonista do recepctor IP de prostaciclina induzindo à vasodilatação e inibindo a proliferação de células musculares lisas vasculares. O medicamento dilata as artérias pulmonares, facilitando a função do coração de bombear sangue e, consequentemente, melhorando os sintomas da HAP.

Adicionalmente, a sua apresentação para uso oral facilita a adesão ao paciente, uma vez que a maioria dos fármacos que atuam nessa via (prostanóides e análogos da prostaciclina) está disponível em formulações inalatórias e venosas, até então dificultando a utilização dessa classe de medicamentos.

Sobre a Janssen

Na Janssen, trabalhamos para criar um mundo sem doenças. Transformar vidas buscando maneiras novas e melhores de prevenir, interceptar, tratar e curar doenças nos inspira. Nós reunimos as melhores mentes e buscamos as mais promissoras inovações científicas. Somos a Janssen. Colaboramos com o mundo para a saúde de todos. Para saber mais acesse: www.janssen.com. Siga a Janssen no Facebook e LinkedIn, e a J&J Carreiras no Facebook.

Fn | Ketchum Estratégica

Técnica inovadora pode viabilizar desenvolvimento de fármacos

Fiocruz Paraná

Considerada uma das revistas científicas mais importantes, com fator de impacto 13.254, a Nature Protocols traz, em sua edição de fevereiro de 2018, um artigo assinado por pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná). O trabalho registra uma técnica inovadora que auxilia na caracterização de estruturas de proteínas homodiméricas – macromoléculas compostas por duas subunidades idênticas, que podem viabilizar o desenvolvimento de novos fármacos, além de possibilitar o maior entendimento de diversos agravos. O resultado terá impacto imediato na pesquisa de vários grupos nacionais e internacionais.

“Criamos uma técnica nova que supre uma dificuldade das técnicas atuais. Geralmente, as estruturas de proteínas homodiméricas são determinadas por ressonância magnética nuclear / difração de raios-x, entretanto; muitas vezes os complexos não são passíveis de análise por estas técnicas por não cristalizarem, gerar cristais que difratam mal, devido ao tamanho do complexo, ou por requerem grande quantidade (mg) de proteína com alto grau de pureza”, explica o pesquisador do ICC, Paulo Costa Carvalho.

Segundo o cientista, a união das expertises dos diferentes grupos que fazem parte desse trabalho permitiu uma solução para este gargalo. O resultado é fruto de colaboração interdisciplinar e internacional. A pesquisa contou com a experiência do grupo da Fiocruz Paraná em desenvolvimento de métodos computacionais voltados a espectrometria de massas e com a atuação da pesquisadora Tatiana Brasil em biologia estrutural; aliada ao conhecimento em metodologias para síntese de homodímeros marcadas com isótopos do grupo do pesquisador americano Sean Davidson, da University of Cincinnati. Sobretudo, o trabalho contempla como primeiro autor, o egresso do Programa de Pós-graduação em Biociências e Biotecnologia da Fiocruz Paraná, Diogo Borges, que hoje integra o quadro de cientistas do Instituto Pasteur, em Paris.

“O grupo liderado pelo Sean Davidson desenvolveu uma técnica capaz de sintetizar homodímeros com aminoácidos de uma subunidade contendo apenas átomos de N14, e a outra subunidade, apenas com N15.  Esta diferença de massa entre os nitrogênios, que fazem parte da composição atômica dos aminoácidos, permitiu criar uma metodologia de XL, seguida de analise por espectrometria de massas e acoplado a um método computacional, capaz de discernir entre as ligações intra e intermoleculares. O nosso grupo foi responsável pelo desenvolvimento da metodologia computacional para viabilizar esta análise”, reforça Paulo. Este projeto só foi possível porque reunimos especialistas em espectrometria de massas, estrutura de proteínas e computação. Não existe nada similar a esta solução no meio cientifico”, finaliza o pesquisador.

Os resultados são os primeiros frutos de uma nova linha de pesquisa na Fiocruz Paraná liderada pelos pesquisadores Paulo Costa Carvalho e Tatiana Brasil, onde pretende-se, através da biologia estrutural e espectrometria de massas computacional, elucidar as bases mecanísticas de processos celulares com relevância médica.

Acesse a integra do artigo aqui. 

Na AFN

Produção de insulina de parceira da Bahiafarma é certificada pela Anvisa

Escrito por: Secom – Ciência e Saúde -06 de Fevereiro de 2018

O Diário Oficial da União de segunda-feira (05) traz a publicação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) da Indar, parceira ucraniana da Bahiafarma no projeto de produção de Insulinas em território nacional para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A certificação, solicitada pela própria Bahiafarma à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), marca mais uma etapa no desenvolvimento da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre as empresas, para transferência de tecnologia da produção de insulinas para o Brasil.

O diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, destaca a importância do documento. “Além de eliminar qualquer dúvida que houvesse sobre a qualidade e a seriedade do trabalho da Indar, o CBPF corrobora os acertos tanto do Ministério da Saúde, ao promover novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) no Brasil para a produção local de insulina, como forma de estabilizar o fornecimento e os preços do medicamento no País, quanto do Governo da Bahia e da Bahiafarma, ao tornar real o projeto de transferência de tecnologia entre a parceira ucraniana e o laboratório baiano”, afirma.

O acordo tem a perspectiva de beneficiar diretamente milhões de brasileiros que dependem de Insulina para combater o Diabetes, além de promover uma revolução tecnológica e produtiva no Norte-Nordeste brasileiro, ao trazer para a Região a produção do medicamento, que requer uma tecnologia que poucos países no mundo detêm.

A parceria entre Bahiafarma e Indar prevê a instalação da fábrica de insulinas na Bahia. “Uma fábrica de insulinas é uma unidade de alta tecnologia e estamos dando todos os passos para atingir a excelência na instalação desta unidade”, afirma Ronaldo Dias. “A Indar tem todo o know-how para nos auxiliar neste processo, que vai resultar na mudança de patamar da indústria farmacêutica no Norte-Nordeste brasileiro, com atração e formação de mão-de-obra altamente qualificada.”