Droga para tratar diabetes pode ajudar a reverter perda de memória causada por Alzheimer

Por: Leo Escudeiro
2 de Janeiro de 2018 às 14:02

O desenvolvimento de remédios às vezes traz boas surpresas. O Viagra, por exemplo, foi descoberto após uma tentativa de desenvolvimento de uma droga para cardíacos. Agora, uma nova droga feita para tratar o diabetes tipo 2 pode ajudar também a reverter a perda de memória de pacientes com Alzheimer.

O estudo, feito por universidades do Reino Unido e da China e publicado na Brain Research, é o primeiro a observar uma nova droga de diabetes combinada, com três diferentes substâncias agindo em caminhos biológicos que poderiam impactar também o tratamento da enfermidade. Essa droga combinada poderia ser usada em pacientes com Alzheimer e outras doenças degenerativas.

Christian Holscher, da Universidade de Lancaster, é o autor principal da pesquisa e afirma que, consistentemente, “drogas de multiação feitas para diabetes 2 têm mostrado efeitos neurológicos de proteção”. Holscher já relatou anteriormente descobertas interessantes de uma droga para diabetes anterior, e testes estão sendo realizados em humanos atualmente.

Nessa pesquisa mais recente, o tratamento combina GLP-1, GIP e glucagon, que protegem contra a deterioração neurológica. O estudo, feito em ratos com mutações genéticas causadas pelo Alzheimer, consistiu em dois meses de injeções diárias da droga combinada. Os ratos que receberam o tratamento começaram a mostrar melhoria significativa em desafios em labirintos projetados especialmente para testar a memória.

Os ratos ainda mostraram níveis menores de um tipo de proteína que se acumula, formando plaquetas no cérebro de pessoas com Alzheimer, e responsável pela inibição da capacidade das células nervosas de se comunicar, levando-as à morte.

Os ratos ainda perderam células nervosas em velocidade menor, além de apresentarem menores níveis de inflamação dos nervos.

O diabetes tipo 2 é notoriamente um fator de risco para a doença de Alzheimer, e a produção debilitada de insulina está ligada à degeneração cerebral. Essa última descoberta, em particular, abriu caminho para pesquisas como a de Holscher, além de mostrar que mudanças no estilo de vida que previnem contra o diabetes tipo 2 podem ser usadas também para diminuir as chances de desenvolver Alzheimer.

[The Independent]

Inclusão de palivizumabe no rol de procedimentos da ANS está em Consulta Pública, como defende a SBP

Quinta, 28 Dezembro 2017 13:14 Escrito por Sociedade Brasileira de Pediatria
Já está em vigor a Consulta Pública 61, submetida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que trata da atualização do rol de procedimentos e eventos custeados pelas operadoras de planos de saúde. Dentre os itens que estarão sendo avaliados está a inclusão do palivizumabe, anticorpo monoclonal indicado para a prevenção de formas graves das infecções causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VRS), com indicação de uso para prematuros e bebês com doença pulmonar crônica e cardiopatias congênitas. A decisão atende a uma reivindicação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Por intermédio dos Departamentos Científicos de Imunizações e Infectologia, conseguiu-se convencer a ANS da pertinência do pleito. “Foi uma intensa discussão, onde os argumentos científicos se sobrepuseram aos interesses comerciais muitas vezes restritivos. Estamos muito felizes e satisfeitos com a decisão”, ressaltou dr Renato Kfouri, presidente do DC de Imunizações.

A Consulta Pública 61 está disponível para receber contribuições até o dia 26 de julho (quarta-feira). As conclusões servirão para construir a referência básica para cobertura mínima obrigatória pelos planos de saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999 e naqueles adaptados conforme a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.

As sugestões à Consulta Pública serão analisadas quanto à sua pertinência e conformidade com o regramento legal. O primeiro Rol de Procedimentos foi definido pela Resolução do Conselho de Saúde Suplementar (Consu 10/98).

A cobertura obrigatória é revisada a cada dois anos por meio da publicação de uma Resolução Normativa pela Diretoria Colegiada da ANS. “Estamos confiantes de que a partir de 2018, o palivizumabe esteja incorporado às tabelas dos convênios, graças a essa inciativa da SBP”, destacou dr Marco Sáfadi, presidente do DC de Infectologia da entidade.

“Convidamos todos os pediatras a participarem dessa Consulta Pública, enviando suas contribuições. Assim, estaremos oferecendo uma vitória para a população. Ganham todos, mas especialmente nossas crianças de alto risco, que contarão também na saúde suplementar com esse importante recurso preventivo”, destacou a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues da Silva.

Oito anos após lei, como Anvisa e farmacêuticas querem diminuir falsificações e roubos de remédios

Programa que vem sendo gestado há quase nove anos prevê sistema de rastreamento da fábrica ao paciente e começará a ser aplicado em 2018.

BBC BRASIL.com

29 dez 2017
06h41

Medicamentos falsificados, irregulares, oriundos de contrabando ou roubo poderão ser interceptados mais rapidamente a partir do próximo ano. No primeiro trimestre de 2018, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e um grupo de seis empresas farmacêuticas começam um projeto-piloto para rastrear remédios desde a produção à venda no Brasil.

A medida pode ajudar a diminuir a circulação de produtos falsificados ou de qualidade duvidosa, estimados em 10% do total de remédios vendido em países de baixa e média renda, como o Brasil, segundo relatório recente da OMS (Organização Mundial da Saúde). O total gasto com esses medicamentos pode chegar a US$ 30 bilhões globalmente, estima a organização.

O programa de rastreabilidade brasileiro, cujo nome oficial é Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, vinha sendo gestado desde janeiro de 2009, quando a lei Lei 11.903 previa a criação de um sistema de rastreamento desde a fábrica até o paciente. Após intenso debate entre indústria e governo e uma nova lei em 2016, o programa foi regulamentado. Em 2018, começa a primeira fase.

O rastreio será possibilitado por um número individual, exclusivo de cada medicamento. Esse código, que funciona como um número de identidade único, estará na embalagem de cada produto e permitirá que governo e farmacêuticas rastreiem os remédios em toda a cadeia comercial.

O processo tem início com o fabricante ou importador do remédio, que informa à Anvisa quando o produto sai do laboratório e é enviado para uma revendedora. Por sua vez, quando as revendedoras recebem e quando revendem o medicamento, elas detalham à agência as informações sobre quais drogarias ou hospitais receberam o produto.

"Os códigos de cada caixinha vão nos ajudar a monitorar se o produto transita na cadeia conforme ele vai sendo informado [pelas empresas]. Com isso, evitamos o uso de produtos sem registros, roubados ou extraviados", explica Pedro Ivo Sebba Ramalho, diretor-adjunto da Anvisa.

A agência também espera que o sistema ajude as ações de recolhimento – quando um remédio apresenta problemas de qualidade e precisa ser retirado rapidamente de circulação. "Saberemos onde estarão todas as unidades de lote com problemas", afirma Ramalho.

Produtos de alto valor

Entre os produtos a serem monitorados na primeira fase do programa, estão remédios caros, geralmente visados por criminosos. "Se um falsificador de moeda estiver operando, ele não irá falsificar notas de 2 reais, mas irá querer falsificar notas altas, para compensar a fraude. Então um dos critérios são os produtos de maior valor agregado", diz Ramalho.

Outro critério são produtos usados com frequência e, portanto, de alto volume – outro campo de interesse dos falsificadores. Os medicamentos que começam a ser rastreados no ano que vem são Tandrilax (analgésico e relaxante muscular), Climene (para terapia de reposição hormonal feminina), Micardis (para hipertensão), Levaquin (antibiótico) e Faulblastina (utilizado no tratamento de vários tipos de câncer).

Os produtos são das farmacêuticas Aché, Bayer, Boehringer Ingelheim, Janssen-Cilag e Libbs, que participam da fase piloto da iniciativa. Futuramente, Eurofarma e Roche também devem ser inseridas, segundo o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo).

"Quando estiver totalmente implementado, será possível monitorar o percurso dos produtos originais em todas as etapas do processo de produção, distribuição, venda aos consumidores e utilização em clínicas, hospitais e residências", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma.

Antibióticos estão entre os mais falsificados

Algumas das classes de medicamentos a serem rastreadas pela Anvisa – antibióticos, analgésicos e remédios para câncer – estão entre as principais falsificadas globalmente, segundo a OMS. Antibióticos, por exemplo, representaram um quinto dos casos denunciados à organização entre 2013 e 2017, seguidos por anestésicos e analgésicos, com 8,5% dos casos.

De acordo com a OMS, citando dados da organização policial Interpol, organizações criminosas antes especializadas no mercado de drogas estão migrando para o segmento de remédios porque "os lucros são altos, os riscos de serem detectados e julgados são pequenos e as penalidades, se o processo é de fato bem sucedido, praticamente insignificantes quando comparado com aqueles aplicados no tráfico de drogas de larga escala".

De acordo com Joseane Ames, autora do estudo Falsificação de medicamentos no Brasil , que analisou dados da Polícia Federal sobre apreensões de medicamentos falsos no país entre 2007 e 2010, criminosos estão interessados em produtos ou que custem caro ou que sejam de difícil acesso à população.

"Mesmo em pequena quantidade, até medicamentos contra câncer foram encontrados entre as apreensões, tanto pelo valor de mercado quanto pela dificuldade algumas vezes de encontrar para a venda", diz a pesquisadora. "Infelizmente falsificações ainda são muito comuns em medicamentos de custo elevado ou proibidos pela Anvisa", afirma.

No período pesquisado por Ames, um total de 610 medicamentos, incluindo antidepressivos, esteróides anabolizantes, produtos para disfunção erétil masculina e produtos para emagrecer, foram declarados falsos após análises por peritos criminais. Questionada pela BBC Brasil sobre apreensões a partir de 2011, a Polícia Federal não respondeu.

Já a Anvisa disse não ter estimativas sobre o montante de remédios falsificados ou de qualidade ruim em circulação. Em 2016, a Anvisa afirma que seis lotes de medicamentos falsificados foram apreendidos. A entidade não precisou o volume de unidades envolvidas nos seis lotes interceptados.

Apesar da falta de estatísticas oficiais, o problema é considerado grave pela agência. Para o próximo ano, Anvisa trabalha em um plano nacional de combate a medicamentos falsificados, parte de uma estratégia internacional da OMS para levar diferentes países a desenvolver programas nacionais para tratar do problema.

O Brasil é um importante aliado nesse tema. O país foi o responsável por coordenar um guia, lançado pela OMS em outubro, para outras nações desenvolverem programas capazes de frear a produção e venda de medicamentos falsificados ou de qualidade ruim.

Controle difícil

Um dos principais desafios de reguladores é a internet, que abriu um vasto campo de atuação para criminosos que lucram com o comércio de medicamentos falsificados, sem registro ou de qualidade ruim. Reguladores nem sempre são capazes de frear a máquina propagandista utilizada por criminosos online e em redes sociais para promover e vender esses produtos.

Um caso recente envolve os produtos Control PRO- Premium e Natural-D – Tratamento Avançado, ambos divulgados em sites em português prometendo resultados milagrosos no controle do diabetes tipo 2. Em meados de dezembro de 2017, a Anvisa baniu os dois produtos, mas, duas semanas após o veto, os itens continuavam sendo amplamente ofertados, inclusive nos sites nomeadamente proibidos de divulgá-los.

Os riscos trazidos pelos produtos, de fabricante desconhecido, vão desde envenenamento pela presença de substâncias desconhecidas a falhas fatais no tratamento, uma vez que produtos irregulares podem não trazer as substâncias de fato terapêuticas e nas quantidades certas, necessárias para os pacientes que precisam fazer o controle da doença.

Ramalho, da Anvisa, reconhece a dificuldade de processar e prender criminosos que atuam na venda online de produtos irregulares. "A internet é um dos que apresentam grau de desafio maior, inclusive porque muitos dos sites que vendem os produtos são sediados fora do Brasil, o que impede o alcance da autoridade sanitária para penalizar esses provedores."

No caso do produto Control-Pro, o site onde o produto é vendido deturpou comunicados reais da Anvisa para divulgar os produtos. Os autores da notícia falsa mencionam a liberação, em julho de 2017, de um novo medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2, mas afirmam que a agência aprovou as substâncias contidas no produto irregular – o que não é verdade.

Os autores trazem ainda depoimentos de supostos pacientes que dizem ter voltado a consumir alimentos que antes não podiam por causa da doença após usar o produto por 30 dias.

Para Mussolini, do Sindusfarma, o acompanhamento de anúncios de produtos farmacêuticos na internet ainda é falho. "A Anvisa terá de reforçar sua estrutura de monitoramento e controle para enfrentar esse novo desafio", diz.
Consciência sanitária

Além de auxiliar com denúncias à Anvisa, pacientes e consumidores podem auxiliar o órgão regulatório ao buscar apenas fornecedores autorizados e evitar a compra de medicamentos em feiras, camelôs e postos de beira de estrada, além de evitar o consumo de produtos duvidosos.

Atenção a mecanismos de segurança simples presentes nos remédios de fato autorizados no país podem ajudar nessa pesquisa. Medicamentos com registro sanitário, por exemplo, têm na embalagem uma tinta reativa que, ao ser raspada, traz a palavra "Qualidade", além da logomarca da empresa fabricante. Produtos aprovados também são lacrados ou trazem selo de segurança, os quais indicam a inviolabilidade do produto.

"É importante a questão da consciência sanitária das pessoas, além de buscar informação para ter acesso a produtos regularizados, para que o paciente possa ter um consumo seguro", aponta Ramalho.

Campanha da Pfizer sobre envelhecimento conquista dois prêmios da A BMN

Em seu terceiro ano, a iniciativa “Envelhecer Sem Vergonha” é reconhecida por promover um debate bem-humorado sobre o tema.

Com a campanha institucional “Envelhecer sem Vergonha”, que convida a sociedade para um debate franco e bem-humorado sobre o envelhecimento, a Pfizer acaba de conquistar dois prêmios “Marketing Contemporâneo”, concedidos pela Associação Brasileira de Marketing e Negócio (ABMN). Uma das três empresas ganhadoras na categoria de Marketing Institucional, a companhia venceu também na categoria Originals, que destacou os cinco cases mais inovadores desta edição. A cerimônia foi realizada na noite da última segunda-feira, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

Lançada em 2015, a campanha “Envelhecer sem Vergonha” chega ao seu terceiro ano com foco nas diferenças no modo como as várias gerações encaram experiências marcantes pela vez. Esse é o mote da websérie “Viver não tem idade”, composta por três episódios. Cada um deles pode ser acessado na página da campanha no Facebook, por meio do seguinte link: www.facebook.com/envelhecersemvergonha.

Um dos episódios retrata a emoção de pessoas de diferentes idades ao conhecerem o mar, enquanto outro acompanha a primeira vez de uma dupla em um salto de paraquedas. Uma terceira peça, que foi ao ar nesta semana, capta as diferentes reações diante do nascimento de um bebê.

Ao mostrar que não há limites cronológicos para experimentar novas situações e sensações, a campanha estimula a reflexão sobre alguns estereótipos associados à maturidade. “Os vídeos incentivam as pessoas a reavaliarem a ideia de que um idoso é, necessariamente, mais resistente a experimentar novidades do que um jovem”, afirma o diretor de Assuntos Corporativos da Pfizer, Ciro Mortella.

Trabalhando juntos para um mundo mais saudável — A Pfizer investe fortemente no desenvolvimento de terapias que ajudem a prolongar e a melhorar a vida das pessoas. Os esforços se concentram na manutenção de um elevado padrão de qualidade e segurança durante os processos de pesquisa, desenvolvimento e manufatura de uma variada gama de produtos para o cuidado com a saúde. Seu portfolio global inclui medicamentos e vacinas, além de alguns dos produtos isentos de prescrição mais conhecidos no mundo. A cada dia, seus profissionais trabalham em prol do bem-estar, da prevenção, dos tratamentos e da cura para muitas das mais importantes doenças da atualidade. Como uma das principais companhias biofarmacêuticas e inovadoras do mundo, por mais de 150 anos a Pfizer vem colaborando com os profissionais de saúde, governos e comunidades locais para apoiar e expandir a atenção e o acesso à saúde, trabalhando para fazer a diferença na vida das pessoas. | www.pfizer.com.br e as redes sociais da companhia: Twitter, Facebook e YouTube.

Mudanças no processo de registro reduzem fila

O ano ainda nem começou mas já temos uma grande notícia sobre 2018: fila zero na área de medicamentos.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 28/12/2017 09:48
Última Modificação: 28/12/2017 10:09

O ano de 2017 começou com um grande desafio para a Anvisa: cumprir os prazos da Lei 13.411/2016, publicada em 28 de dezembro do ano passado. Há um ano, a nova lei definiu prazos de 120 dias para o registro de medicamentos prioritários e 365 para processos ordinários, sendo que naquele momento o prazo de similares e genéricos ultrapassava facilmente esses tempos.

Se 2017, foi desafio, 2018 será a hora da recompensa com a perspectiva de zerar a fila e adequar todos os processos aos novos prazos da lei. A expectativa é de que, em alguns meses, todas as petições de medicamentos genéricos e similares estejam dentro do prazo.

A nova regra provocou uma reflexão sobre como as atividades na área de medicamentos eram realizadas e o impacto disso para a sociedade e a economia do país. Apesar dos avanços promovidos em anos anteriores no processo de avaliação de medicamentos, a Lei 13.411/2016 exigiu da equipe da Gerência-Geral de Medicamentos (GGMED) uma transformação mais radical e impactante.

Tratar o passivo da Anvisa em 365 dias foi uma tarefa ousada. Os processos existentes foram separados em quatro grupos. Da divisão realizada em julho de 2017 em grupos de análise de genéricos e similares, por similaridades, atualmente temos 13 processos no grupo I, 60 processos no grupo II, oito processos no grupo III e 363 processos no grupo IV, totalizando 444 processos na fila para análise.

Essa ação faz parte do P1 do Planejamento Estratégico da Anvisa e deve ser expandida para outras áreas de registro de produtos em 2018.

Todos os colaboradores da Anvisa, especialmente a equipe da GGMED, continuam empenhados para que a estratégia traçada seja cumprida. Em 2018 haverá ainda mais trabalho.

Veja a apresentação, que resume o momento atual em relação a essa nova dinâmica de gestão e à estratégia da Anvisa.

Upadacitinibe da AbbVie demonstra resultados positivos em monoterapia para tratamento de pacientes com artrite reumatoide, em estudo de fase 3

29 dez 2017
04h00

– Respostas segundo os critérios ACR20/50/70 foram obtidas por 68/42/23 por cento dos pacientes que receberam 15 mg de upadacitinibe e 71/52/33 por cento dos pacientes que receberam 30 mg de upadacitinibe. ACR20/50/70 é um índice definido segundo critérios da Associação Americana de Reumatologia ("ACR"), que mede a atividade da doença e a melhora do inchaço e rigidez nas juntas (e em quantas juntas), avaliação de dor e atividade geral da doença.
– Upadacitinibe, um agente oral desenvolvido pela AbbVie para seletivamente inibir JAK1, está sendo estudado como terapia de dose única diária para artrite reumatoide no programa SELECT e para outras doenças autoimunes. A proteína JAK1 desempenha papel importante no processo inflamatório da artrite reumatoide.

A AbbVie, companhia biofarmacêutica global dedicada à pesquisa e desenvolvimento, anunciou resultados positivos do estudo de Fase 3 SELECT-MONOTHERAPY, que avaliou o inibidor oral de JAK1, ainda em fase de desenvolvimento, upadacitinibe (ABT-494), como monoterapia para pacientes com artrite reumatoide (AR) de moderada a grave, que não responderam adequadamente a tratamento anterior com metotrexato. Depois de 14 semanas de tratamento, os grupos tratados com 15 mg e 30 mg em doses únicas diárias de upadacitinibe, atingiram as metas principais do estudo com índice ACR20 e baixa atividade da doença ("LDA") versus a terapia anterior com metotrexato.

Upadacitinibe não está aprovado pelas autoridades regulatórias (incluindo Brasil) e seu perfil de segurança e eficácia ainda não está estabelecido.

"Os resultados positivos do estudo SELECT-MONOTHERAPY são encorajadores, já que são a primeira evidência a corroborar o potencial de upadacitinibe como uma terapia sem a necessidade de associação do metotrexato", afirmou o médico Michael Severino, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento da AbbVie. "Estes achados se somam ao conjunto de dados que mostram o potencial de upadacitinibe como uma opção de tratamento para pacientes que sofrem de artrite reumatoide. Esperamos compartilhar dados adicionais do programa de Fase 3 para artrite reumatoide com upadacitinibe com a comunidade científica em 2018".

Artrite reumatoide, que afeta uma população estimada em 23,7 milhões de pessoas em todo mundo, é um doença crônica e debilitante. Metotrexato é comumente usado como terapia de primeira linha em artrite reumatoide, mas muitos pacientes não respondem a este tratamento, o que os coloca em risco de progressão da doença.

"Este estudo mostra o impacto clínico da troca de metotrexato para upadacitinibe como monoterapia em pacientes com resposta inadequada ao metotrexato. Os resultados sugerem que ambas doses de upadacitinibe podem oferecer uma resposta clínica significativa", afirmou o médico Josef S. Smolen, do Departamento de Medicina, da Divisão de Reumatologia da Universidade de Medicina de Viena, Áustria, e um dos pesquisadores do estudo. "Estes achados corroboram o potencial de monoterapia com upadacinitibe como uma opção de tratamento para pacientes com artrite reumatoide".

Neste estudo, o perfil de segurança de upadacinitibe foi consistente com os dados relatados anteriormente nos estudos clínicos de Fase 3 e Fase 2. A AbbVie avalia o potencial de upadacinitibe em várias condições autoimunes. Estudos de Fase 3 em artrite psoriásica estão em andamento assim como para doença de Crohn, retocolite ulcerativa, espondilite anquilosante e dermatite atópica.

Sobre SELECT-MONOTHERAPY
SELECT-MONOTHERAPY é um estudo de Fase 3, multicêntrico, duplo-cego, com avaliação de grupos paralelos, desenhado para avaliar a eficácia e segurança de upadacitinibe como monoterapia em pacientes adultos, com artrite reumatoide de moderada a grave e com resposta inadequada a uma dose estável de metotrexato. Os pacientes foram randomizados para a troca de metotrexato para upadacinitibe em monoterapia (15 mg ou 30 mg em dose única diária) ou a continuar com sua dose estável de metotrexato. Os pesquisadores ou pacientes não sabiam o que estavam usando (ou seja, estudo duplo-cego). Mais informações sobre este estudo podem ser encontradas em www.clinicaltrials.gov (NCT02706951).

Sobre o Programa de Estudos SELECT
O robusto programa de estudos de fase 3 em Artrite Reumatoide denominado SELECT avalia mais de 4.000 pacientes com artrite reumatoide de moderada a grave, em seis estudos. Os estudos incluem avaliação de eficácia, segurança e tolerabilidade em múltiplas populações de pacientes com AR. As medidas principais de eficácia avaliadas incluem respostas pelo índice ACR, índice de Atividade da Doença, (DAS28-CRP) e inibição da progressão radiográfica. Mais informações sobre estes estudos em www.clinicaltrials.gov (NCT02706847, NCT03086343, NCT02629159, NCT02706873, NCT02706951, NCT02675426).

Sobre Upadacitinibe
Descoberto e desenvolvido pela AbbVie, upadacitinibe é um agente oral, em fase de pesquisas, construído para seletivamente inibir a JAK1, que desempenha um papel importante na patofisiologia da artrite reumatoide e outras doenças inflamatórias com componentes imunológicos. Upadacitinibe não está aprovado por autoridades regulatórias e seu perfil de eficácia e segurança não está estabelecido.

Sobre a AbbVie
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global, que tem o compromisso de desenvolver terapias inovadoras avançadas, para algumas das mais complexas e críticas condições de saúde. A missão da companhia é usar seu conhecimento, equipe dedicada e foco em inovação para aprimorar, de forma notável, tratamentos em quatro áreas terapêuticas principais: imunologia, oncologia, virologia e neurociência. Em mais de 75 países, os funcionários da AbbVie trabalham todos os dias para desenvolver soluções em saúde para pessoas ao redor do mundo. Para mais informações, acesse www.abbvie.com. Siga @abbvie no Twitter, Facebook ou LinkedIn.

No Brasil, a AbbVie começou a operar no início de 2014. Suas unidades de negócios locais incluem imunologia, neonatologia, virologia e oncologia e, entre suas diferentes áreas de atuação, conduz mais de 20 estudos clínicos, envolvendo mais de 1900 pacientes, em 120 centros de pesquisa. Para mais informação, acesse www.abbvie.com.br

Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra

Fiocruz integra consórcio para estudos contra esquistossomose

Alexandre Mattos (Farmanguinhos/Fiocruz)

O consórcio internacional Praziquantel Pediátrico obtém um importante financiamento de 5,21 milhões de euros para os estudos clínicos de Fase III. Os recursos serão co-financiados pela EDCTP (sigla em Inglês para Parceria de Ensaios Clínicos de Países Europeus e Países em Desenvolvimento) e o Fundo de Tecnologia Inovadora de Saúde Global (GHIT, na sigla em Inglês). O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) será o parceiro responsável pela produção deste medicamento contra esquistossomose.

Este estudo tem como objetivo fornecer dados clínicos e suporte para o registro de uma nova formulação de comprimidos do Praziquantel para tratar a esquistossomose em crianças da África subsaariana com idade pré-escolar. O valor total das próximas fases do projeto está orçado em 12,10 milhões de euros.

Atualmente, está sendo realizado estudo cínico de Fase II, que se divide em duas partes. A primeira, prevista para ser concluída em janeiro próximo, refere-se aos testes em crianças da Costa do Marfim para definir a dose e o produto a ser utilizado na segunda parte e nos estudos de Fase III. A previsão é de que o medicamento esteja disponível até o final de 2021.

Parceiros

O Consórcio Praziquantel Pediátrico foi estabelecido em julho de 2012 como a primeira parceria público-privada internacional sem fins lucrativos relacionada à luta contra a esquistossomose. O objetivo é elaborar uma formulação mais adequada para as crianças menores de seis anos de idade. A iniciativa é apoiada por líderes especializados mundialmente em doenças infecciosas parasitárias tropicais. Ao todo, o grupo é integrado por sete instituições:

Merck: A empresa lidera o programa e fornece competência e apoio relacionado ao PZQ, incluindo recursos internos de diferentes áreas necessárias para o desenvolvimento clínico – fabricação do fármaco, pré-clínico, clínico e regulatório. É também responsável pelo desenvolvimento e fabricação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) L-PZQ;

Astellas Pharma Inc.: A empresa farmacêutica desenvolveu as novas formulações pediátricas de PZQ e fornece aconselhamento especializado no desenvolvimento clínico para crianças e modelamento farmacocinético;

Swiss Tropical & Public Health Institute: O instituto sem fins lucrativos é internacionalmente reconhecido por suas pesquisas, serviços, ensinamentos e treinamentos em saúde global. Contribui com vasta experiência em pesquisa biológica e farmacológica, epidemiologia e pesquisa clínica relacionada a helmintos em regiões endêmicas;

Lygature: É uma fundação holandesa sem fins lucrativos, atua como um coordenador independente do Consórcio, fornecendo a gestão nos termos de progresso, finanças e colaboração. Desde 2006, a Lygature apoiou quase cem parcerias público-privadas no campo da ciência e saúde, incluindo doenças relacionadas à pobreza;

SimCYP: Baseada no Reino Unido, a empresa de pesquisa fornece capacidades e competência para o modelamento farmacocinético;

Schistosomiasis Control Initiative: A Iniciativa de Controle da Esquistossomose, do Imperial College London, tem como objetivo fornecer tratamento à população rural carente da África subsaariana e do Iêmen contra a esquistossomose e três outros helmintos transmitidos pelo solo. A SCI facilitará a preparação e a implementação do plano de Acesso e Distribuição;

Farmanguinhos: O Instituto é um laboratório farmacêutico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculado ao Ministério da Saúde do Brasil. A unidade fornece competência única para abordar a produção e distribuição das novas formulações pediátricas em países endêmicos.

Na AFN

Instituto Eurofarma lança novos cursos gratuitos em 2018

Quinta, 28 Dezembro 2017 15:45 Escrito por Juliana Guerra
Com inscrições abertas até 31/1/18, os novos cursos voltados para adultos incluem formação de Cuidadores de Idosos e Resíduos em Utilidades

O Instituto Eurofarma, braço social da Eurofarma que visa a inclusão por meio da educação transformadora, está com as inscrições abertas para novos cursos em sua unidade de São Paulo. Agora, além da oferta de cursos de educação complementar e formação profissional para jovens, o Instituto oferece dois novos cursos profissionalizantes para adultos entre 18 e 45 anos e um curso ocupacional para pessoas a partir dos 60 anos. As inscrições estão abertas no site da Eurofarma e vão até o dia 31 de janeiro de 2018.

Jovens e adultos entre 18 e 45 anos podem se inscrever para o curso de Cuidador de Idosos. Em abril, será a vez do curso de Auxiliar de Eletricista. Para ambos, além da faixa etária, é necessário ter sido aluno de escola pública. O curso de formação de Cuidadores será ministrado em parceria com o Senac SP e o Sebrae, e tem duração de 45 dias.

Já o público a partir de 60 anos tem a oportunidade de se inscrever para o curso de Resíduos em Utilidades. A ideia é propor oficinas onde alunos transformam resíduos em peças úteis, como reaproveitamento de garrafas pet para a confecção de sacolas, caixas ou porta-retratos. Serão 4 encontros, sempre no período da manhã.

Mais informações sobre como se inscrever às vagas e detalhes sobre os cursos estão disponíveis no site da Eurofarma – www.institutoeurofarma.com.br. Durante o mês de fevereiro, os inscritos serão contatados via e-mail ou telefone, para agendamento do processo seletivo. As primeiras turmas começam em março.

Instituto Eurofarma
Em 2016, o Instituto Eurofarma completou 10 anos de fundação, ultrapassando o simbólico número de 10 mil crianças e jovens atendidos em um único ano. Durante sua primeira década de existência, foram mais de 53 mil pessoas beneficiadas diretamente pelos programas educacionais. Fundado para aprimorar a gestão dos investimentos sociais da companhia, o Instituto tem programas distribuídos em três segmentos de atuação, sendo eles Educação Complementar, Formação de Jovens e Educação Ambiental.

Em 2018, o Instituto também incluirá adultos entre o público beneficiado: “Ouvimos pais de alunos e identificamos a necessidade de oferecer cursos profissionalizantes que, de alguma forma, possam colaborar para a geração de renda na família. Os novos cursos são mais um passo na promoção de inclusão social e desenvolvimento sustentável, pilares que norteiam a história do Instituto”, afirma Maria Del Pilar Muñoz, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma.

A educação como modelo de transformação
O Instituto Eurofarma busca aprimorar os resultados dos investimentos sociais da Eurofarma em três principais áreas: Formação de Jovens, Educação Complementar e Educação Ambiental. As iniciativas desenvolvidas sempre visam à inclusão socioeconômica e ao desenvolvimento sustentável, por meio da educação de qualidade. Os projetos estão sob gestão própria e aqueles que recebem apoio têm por objetivo a autonomia e protagonismo de seus participantes.

Serviço
Processo Seletivo para Cursos de Formação Gratuitos – 2018

Curso Cuidador de Idosos (60 vagas)
Auxiliar de Eletricista* (Inscrições abertas somente em abril)
Público Adultos entre 18 e 45 anos moradores da Zona Sul de São Paulo, com fácil acesso ao Instituto Eurofarma – Unidade Interlagos

Curso Resíduos em Utilidades (30 vagas)
Público Adultos acima de 60 anos, com fácil acesso ao Instituto Eurofarma – Unidade Educacional em Interlagos

Local Instituto Eurofarma – Unidade Educacional Interlagos:
Av. Nações Unidas, 22.215 (Interlagos / Zona Sul)
Estação Jurubatuba da CPTM (em frente ao shopping SP Market)

Inscrições: www.eurofarma.com.br/course-type/cursos-sao-paulo/

Sobre o Grupo Eurofarma

Primeira multinacional farmacêutica de capital 100% brasileiro, a Eurofarma tem 45 anos de existência, 6.500 colaboradores e está presente com operações próprias em 20 países da América Latina.
Com 12 plantas fabris na região, a empresa conta com mais de 280 produtos em seu portfólio. Em 2016, produziu mais de 290 milhões de unidades e atingiu receita de R$ 3,3 bilhões, valor 15,7% superior ao ano anterior. O grupo investe aproximadamente 5,5% de suas vendas líquidas em Pesquisa & Desenvolvimento e mantém em seu pipeline mais de 175 projetos.

Sobre a Eurofarma Brasil

Considerada uma das melhores empresas para se trabalhar segundo o Great Place to Work, é também considerada a farmacêutica mais sustentável do país pelo Guia Exame de Sustentabilidade. Com atuação nos principais segmentos farmacêuticos: Prescrição Médica, Genéricos, Hospitalar, Oncologia, Veterinária, Licitações e Serviços a Terceiros, a Eurofarma detém a maior força de propaganda médica do Brasil. Ao todo, são mais de 2 mil representantes que fazem cerca de 450 mil contatos médicos/mês. Está entre as quatro maiores farmacêuticas do país e é a 2ª mais prescrita pelos médicos.

Para mais informações, acesse www.eurofarma.com.br

Piauí autoriza a produção de canabidiol

O uso dos canabinóides, substância derivada da Cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha, é um avanço da ciência que promove inúmeros feitos na medicina; no Piauí, o Ceir e as universidades Federal e Estadual, estão à frente das pesquisas, e com a produção, o medicamento poderá ser melhor estudado; de acordo com o presidente da Associação Reabilitar, Benjamim Pessoa, explica que o uso do canabidiol é liberado para pessoas com crise convulsiva refratária e que a produção vai ajudar a mostrar para a população os seus efeitos. “A produção dessa substância é um avanço para o Estado e para a medicina, iremos ter mais material de estudo para analisarmos os benefícios e todos os seus efeitos colaterais” 

28 de Dezembro de 2017 às 12:42

Por Celianne Sampaio

O uso dos canabinóides, substância derivada da Cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha, é um avanço da ciência que promove inúmeros feitos na medicina. No Piauí, o Ceir e as universidades Federal e Estadual, estão à frente das pesquisas, e com a produção, o medicamento poderá ser melhor estudado.

O presidente da Associação Reabilitar, Benjamim Pessoa, explica que o uso do canabidiol é liberado para pessoas com crise convulsiva refratária e que a produção vai ajudar a mostrar para a população os seus efeitos. “A produção dessa substância é um avanço para o Estado e para a medicina, iremos ter mais material de estudo para analisarmos os benefícios e todos os seus efeitos colaterais” afirma.

A pesquisa, que foi iniciada no primeiro semestre de 2017, é um investimento do Estado que visa uma melhora na qualidade de vida da pessoas que sofrem com convulsões e epilepsias, como afirma o governador Wellington Dias. “Adotamos na rede de saúde do Piauí, pacientes que fazem uso do medicamento, de forma gratuita. Antes importávamos o canabidiol da Califórnia e do Israel, o que gerava um custo muito elevado, e a partir da autorização da produção, o Piauí passa a produzir seu próprio produto, com um investimento de cerca de 1 milhão de reais”, pontua.

As Universidades, começarão a produzir o medicamento no início do ano de 2018, juntamente com a fundação de pesquisas da secretaria de Saúde e o Ceir. Em 2018, o estado contará com uma câmara setorial de biotecnologia para apoiar a produção.

Pesquisadores da Uepa testam novo remédio contra o câncer

23/12/2017 10:50h

Uma pesquisa realizada na Universidade do Estado do Pará (Uepa) poderá beneficiar quem luta contra o câncer. Os testes estão sendo realizados em camundongos, no biotério do Centro de Ciências Biológicas, resultado da parceria entre a Uepa e a Universidade Federal do Pará (UFPA). A substância, desenvolvida a partir de um medicamento já utilizado no combate ao câncer, está sendo patenteada.

Segundo a pesquisadora Simone Haru, que está à frente da pesquisa do antitumorígeno, a substância funcionará como medicamento principal ou auxiliar nas terapias. Ela informa que a motivação para o desenvolvimento da nova droga foi a observação de que os medicamentos em uso nos tratamentos contra o câncer causam muitas reações adversas. “Estamos desenvolvendo um fármaco que diminui esses efeitos”, afirma a pesquisadora.

Devido ao processo de busca da patente, os detalhes do novo medicamento não podem ser revelados, mas a pesquisadora adianta que é derivado de um medicamento já existente no mercado. “Os beneficiados serão os pacientes que lutam contra o câncer e sofrem com reações adversas aos medicamentos utilizados em seus tratamentos”, reitera Simone Haru.

Para um medicamento ser liberado para uso por seres humanos deve passar por várias fases. A primeira é a fase não clínica, em que os cientistas testam as substâncias em laboratório e em animais de experimentação, sempre obedecendo à normas de proteção aos animais. O objetivo principal desta fase é verificar como a substância se comporta em um organismo.

“Primeiramente, nós temos a fase in vitro, onde o medicamento é testado em células com câncer, para somente depois ser aplicado aos camundongos. Tudo isso para diminuir os óbitos entre os animais. Após os camundongos, os testes serão realizados com animais maiores, até chegar aos testes com seres humanos voluntários”, informa a pesquisadora. Todo esse processo leva aproximadamente 15 anos.

O biotério da Uepa foi inaugurado em maio deste ano, em uma área de 285 metros quadrados, para abrigar animais em condições adequadas à utilização em experimentos científicos ou produção de vacinas e soros. O biotério visa atender às demandas de pesquisadores da Uepa, mas também colabora com outras instituições.

Biotérios são instalações para produzir e manter animais destinados a pesquisas em diferentes áreas da ciência. Independentemente da espécie ou linhagem dos animais, o manejo e a manutenção devem atender aos princípios éticos na experimentação animal.

Ampliação – “Hoje, o biotério da Uepa segue toda a legislação para o bem-estar dos animais e para o desenvolvimento da pesquisa científica”, ressalta o veterinário Mário Leal, responsável pelo biotério. Atualmente, o biotério mantém cerca de 80 animais, mas em 2018 esse número deverá chegar a 900, para atender à demanda de novas pesquisas.

Mesmo sendo um prédio novo, que atende às exigências da legislação, algumas adaptações foram necessárias para receber os animais. Hoje, o biotério conta com alojamentos específicos para cada espécie de animal, com temperatura e luminosidade controladas, e acesso restrito, para facilitar a limpeza e o manuseio dos animais, e garantir que fiquem livres de contaminação. “O biotério da Uepa se encaixa em todos estes pré-requisitos”, informa o veterinário.

De acordo com a Rede Nacional de Biotérios de Produção de Animais para Fins Científicos, Didáticos e Tecnológicos (Rebioterio), mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), as instituições de pesquisa devem investir na construção e manutenção de biotérios de criação e experimentação, com o objetivo de promover o desenvolvimento da ciência e tecnologia, com reflexos diretos na saúde pública.

Por Márcio Flexa