Centro de capacitação entregue hoje prepara fábrica de acelerador linear no país

20/11/2017 19h11 Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil

Entrou em operação hoje (20) o primeiro centro de treinamento de radioterapia do Brasil, em Jundiaí, município localizado na região de Campinas, próximo à capital paulista, onde serão produzidos aceleradores lineares, equipamentos considerados os mais modernos no tratamento do câncer, o que vai permitir ampliar a infraestrutura para tratamento da doença no país. A unidade de capacitação faz parte do Acordo de Compensação Tecnológica (ACT) assinado entre a empresa Varian Medical e o Ministério da Saúde, que inclui ainda a instalação de uma fábrica no mesmo local, com previsão de operar no primeiro semestre do próximo ano.

Ao participar da inauguração, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou que, para viabilizar o empreendimento, o governo fez a maior compra pública de aceleradores lineares do mundo, em um total de 100 equipamentos. Ele esclareceu que alguns desses equipamentos serão fabricados nessa unidade, além de possibilitar a capacitação dos profissionais que lidam com a radioterapia. “Esse centro de treinamento é fundamental neste início, para que as pessoas se qualifiquem para operar os equipamentos que já começaram a ser entregues este ano no país”, disse Barros.

De acordo com o Ministério da Saúde, o centro terá capacidade para treinar 1,5 mil pessoas por ano e servirá de auxílio na expansão da radioterapia no país, o que vai permitir a redução dos gastos públicos, com a vantagem ainda de tornar o país menos dependente do mercado externo. A expectativa da empresa é a de oferecer, regularmente, 13 cursos, formando uma rede de treinamento em parceria com universidades.

Pelo acordo com o Ministério da Saúde, serão investidos R$ 500 milhões para a compra de 80 aceleradores lineares e realização de projetos e obras. Estima-se que a pasta vai diminuir cerca de R$ 25 milhões no custo, em relação ao que era gasto por meio de convênios.

A Varian investiu US$ 20 milhões para ter um centro regional estratégico no mundo e o primeiro da América Latina. A fábrica – que já tem a linha de montagem instalada, mas depende de ajustes e vistorias – e o centro de treinamento ocupam um espaço de 4,7 mil metros quadrados. De acordo com o Ministério da Saúde, a compra de aceleradores lineares faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia, que tem como objetivo ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos do SUS.

Em todo o país, já foram entregues, cinco aceleradores lineares para as seguintes localidades: Maceió (AL), Campina Grande (PB), Feira de Santana (BA), Curitiba (PR) e Distrito Federal, onde foi beneficiado o Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Dados ainda da pasta indicam que, em seis anos, houve um crescimento de 25,9% nos procedimentos de radioterapia no país, passando de 8,3 milhões (em 2010) para 10,45 milhões (em 2016). Já os recursos destinados aos tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e quimioterapias) aumentaram 46%, passando de R$ 2,27 bilhões, em 2010, para R$ 3,33 bilhões, em 2016. Ao longo deste ano, já foram investidos R$ 672,8 milhões.
Edição: Davi Oliveira

Tecnologia brasileira reduz efeitos colaterais da quimioterapia

O objetivo da tecnologia é usar uma nanopartícula que irá ajudar a chegada do medicamento aplicado na veia do paciente

Do Metro Jornal – 20/11/2017 – 08:53

O Instituto de Química da Universidade de Campinas (Unicamp) desenvolveu uma tecnologia que pretende reduzir os efeitos colaterais causados por quimioterapias. Ainda em estado laboratorial, se o estudo passar por testes, pacientes com câncer poderão ter efeitos do tratamento bem amenizados, segundo o pesquisador e doutorando em Química Leandro Carneiro Fonseca.

O objetivo da tecnologia desenvolvida pela universidade é usar uma “nanopartícula” que irá ajudar a chegada do medicamento aplicado na veia do paciente às células cancerígenas de forma mais rápida. A tecnologia foi chamada de “nanopartícula de sílica peliguida”.

Como o medicamento é hidrofóbico e o sangue humano contém grande quantidade de água, as nanopartículas são feitas com o objetivo de precisar cada vez menos de fármaco nos tratamentos, de modo a diminuir efeitos colaterais.

“A viabilidade disso depende de algumas etapas de testes e da aprovação posterior da Anvisa”, explica Fonseca. “Mas nosso desejo é de que em 10 anos pacientes de quimioterapia tenham efeitos ruins bastante amenizados”, completa.

A autônoma Cristina Sartori é mãe da jovem Yasmin Araújo, 15 anos, que passa por tratamento contra um osteossarcoma (tipo de tumor ósseo maligno) desde o ano passado. “Ela já teve desde efeitos colaterais comuns, como queda de cabelo e náuseas, até coisas mais sérias, como emagrecer excessivamente”, explica Cristina.

Yasmin teve drástica queda de apetite, mucosite (inflamação dolorosa da parte interna da boca e da garganta que pode levar a úlceras dolorosas e feridas) além de quebra de ossos, que ficaram sensíveis. “Algo que amenizasse esses efeitos seria a realização de um sonho para qualquer paciente e mãe”, desabafa Cristina.

A menina até iniciou uma campanha nas redes sociais. Abriu uma conta no Facebook, onde pede contribuição de alimentos riscos em proteína para que possa ganhar 10kg e retirar a sonda. Os contatos podem ser feitos pela #Todospela Yasmin ou na página no Instagram.

A advogada Cecília Bousquet, que enfrenta efeitos colaterais de um câncer de ovário e está em seu terceiro tratamento quimioterápico – já tendo se tratado por câncer de mama – diz que a queda de cabelos é a parte menos pior. “Mas as náuseas chegam a ser insuportáveis”, explica. “Qualquer redução seria bem-vinda.”

Cientistas da UFMG desenvolvem vacina contra a cocaína

Imunizante seria aliado no tratamento de dependentes químicos

Saúde Do R7* 20/11/2017 – 19h42 (Atualizado em 20/11/2017 – 19h47)

Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) estão desenvolvendo uma vacina contra a cocaína, que pode ser uma aliada no tratamento de dependentes químicos. Caso os testes sejam bem-sucedidos, o imunizante poderá ser comercializado em três anos. Dados da Fife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), revelam que o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína no mundo.

Segundo os pesquisadores, o objetivo do projeto é obter substâncias com propriedade imunogênica que possam ser usadas no tratamento de dependentes químicos de cocaína. O professor Ângelo de Fátima, do Departamento de Química, explica que propriedade imunogênica é a capacidade que uma substância tem de induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos. Esse sistema é a base para a criação de qualquer vacina.

— Uma plataforma proteica é conectada a uma determinada substância na qual se pretende produzir o anticorpo. Depois de introduzida no organismo, a vacina ativa o sistema imunológico do paciente, e ele produz o anticorpo contra o agente que deve ser combatido.

O projeto é desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Química, da Escola de Farmácia e da Faculdade de Medicina. A patente da vacina já foi depositada pela CTIT (Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica) da UFMG.

Na fase de testes realizados com roedores, os pesquisadores perceberam que quantidades menores da droga chegaram ao cérebro dos animais vacinados, diz de Fátima.

— A indução de anticorpos provocada pela vacina reteve uma quantidade maior da droga no sangue do roedor, não chegando ao cérebro do animal, que é o alvo biológico da cocaína. Conseguimos diminuir os efeitos da droga no animal, alterando o perfil farmacocinético da substância.

Os testes com os roedores já foram finalizados, e o conselho de ética da UFMG está avaliando o início dos experimentos com macacos, etapa que deve começar nos próximos meses. O grupo vai avaliar a toxicidade e a segurança da vacina, observando possíveis efeitos colaterais da substância. Depois, será iniciado o protocolo de testes em humanos, última etapa para que a vacina possa ser comercializada.

De acordo com o professor Frederico Garcia, da Faculdade de Medicina da UFMG, caso os testes clínicos sejam bem-sucedidos, a vacina estará disponível no mercado em, no máximo, três anos. Ela também pode servir de base para estudos com outras substâncias.

— O modelo dessa pesquisa não vale para o caso do álcool, que é uma substância quimicamente muito simples, mas pode ser aplicado a outras substâncias que causam dependência, como a heroína ou a nicotina.

Impacto social

Garcia destaca a vertente social de uma vacina que possa ser usada para tratar a dependência química, problema que hoje afeta mais de 18 milhões de pessoas no mundo todo.

— Essa pesquisa pode trazer muito impacto para a saúde pública, uma vez que é grande o número de pessoas que sofrem transtorno por uso da substância e que poderiam ser beneficiadas pelo produto. O impacto social também ocorre porque, para cada dependente químico, existem, em média, outras três pessoas que também sofrem as consequências dessa dependência.

Apesar dos potenciais benefícios, Garcia ressalta que uma vacina anticocaína não deve ser vista como solução única para o complexo problema das drogas.

— Em um campo em que ainda não existem medicamentos para tratar as pessoas, ela aparece como recurso que poderá ser associado ao tratamento psicológico e outras medidas.

A vacina poderá ter efeito especialmente positivo para alguns grupos, como as mulheres grávidas que nem sempre conseguem interromper o uso da droga durante a gestação. “Nelas, a vacina funcionaria como um escudo, impedindo que a substância chegasse ao feto”, explica o professor de Fátima.

Vacina nos EUA

De Fátima explica que existe uma vacina anticocaína em desenvolvimento nos Estados Unidos, porém, a substância em teste nos laboratórios da UFMG apresenta uma diferença estrutural importante que facilita a sua produção.

— As vacinas convencionais, como a anticocaína dos Estados Unidos, originam-se de plataforma proteica, que pode ser uma proteína de vírus ou de bactéria. A nossa vacina vale-se de uma plataforma não proteica feita 100% em laboratório.

Segundo o professor, a plataforma não proteica torna a vacina mais estável, fácil de ser manipulada e mais durável.

— Como não usamos plataforma proteica, nossa vacina pode ser manuseada à temperatura ambiente e não precisa de refrigeração para a sua estocagem. Isso tudo torna a vacina mais barata e fácil de ser produzida.

* texto de Dinalva Fernandes, do R7

Soro contra picada de animais ganha regra específica

Nova regulamentação da Anvisa define regras específicas para soros hiperimunes, utilizados para tratar mordidas e picadas de animais e insetos.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 16/11/2017 10:55
Última Modificação: 16/11/2017 17:45

Produtos como o soro utilizado no tratamento de picadas de cobra e de escorpião ganharam regras específicas para sua fabricação e registro. A norma publicada pela Anvisa é a primeira que trata de forma específica este tipo de produto.

Conhecido como soros hiperimunes, estes medicamentos são fabricados de forma bem específica, com o uso do plasma (sangue) de outros animais. Entre os soros hiperimunes mais conhecidos estão os soros antiofídico, contra veneno de cobra, antirrábico, que protege contra a raiva e o antiescorpiano, contra picada de escorpião.

O antídoto para um veneno de cobra, por exemplo, é fabricado com a injeção do veneno de cobra em um animal como o cavalo. A partir daí o sangue do cavalo é coletado, separado e processado dando origem ao soro que será utilizado em pessoas vítimas de picada de cobra.

Por ter este tipo de produção tão diferente, a Anvisa decidiu editar uma norma específica para estes soros. Até então os soros hiperimunes seguiam as regras gerais para fabricação de medicamentos biológicos.

Uma das diferenças é a dificuldade de se elaborar estudos clínicos para estes produtos já que não existem comparadores no mercado. A nova norma traz critérios mais flexíveis para a comprovação de eficácia e segurança que levam em consideração as suas características de produção e uso.
Garantia de soro para o SUS

Em geral, soros deste tipo não despertam o interesse de grandes laboratórios, mas são fundamentais para garantir o tratamento às vítimas de animais e insetos peçonhentos.

Hoje existem 31 soros registrados no Brasil, todos de laboratórios público: Funed (MG), Instituto Butantan (SP), Instituto Vital Brasil (RJ) e o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI-PR).

A consulta pública que baseou a norma recebeu 123 contribuições, das quais 97 foram aceitas e consideradas na redação final. A nova resolução RDC 187/2017 não afeta os produtos que já estão no mercado.

Confira RDC 187/2017 que define regras para soros hiperimunes

Confira os principais pontos e justificativas da norma sobre soros hiperimunes.

Testes indicam ação anticancerígena de quatro novos compostos

Primeira etapa de pesquisa de longo prazo, testes mostraram eficácia de compostos contra a proliferação de células tumorais

Por Redação – Editorias: Ciências Biológicas

Quatro compostos de interesse farmacêutico apresentaram desempenhos promissores em testes in vitro realizados com células de mamas humanas contendo tumor. Segundo os pesquisadores Javier Ellena, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, e Alzir Batista, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ/UFSCar), que estão envolvidos na pesquisa, a performance dessas estruturas se mostrou superior à dos componentes do cisplatina, fármaco usado atualmente no tratamento de pacientes com câncer de mama e que, conforme os pesquisadores informam, mantêm cerca de 95% de sua composição no organismo após o efeito farmacológico. Embora os testes já tenham despertado o interesse da indústria, o trabalho deve ser prolongado. De acordo com estimativas dos cientistas, as pesquisas podem durar até quinze ou vinte anos.

Os compostos criados e estudados contêm fosfina, cloro e dimina, substâncias que, respectivamente, auxiliam na entrada dos fármacos nas células, os mantêm estáveis e os ajudam a se ligar ao DNA, interrompendo a proliferação das células tumorais. Essas substâncias são levadas até o DNA por intermédio de um elemento conhecido como rutênio. Alguns testes foram realizados com outros elementos, como platina e paládio, mas a preferência pelo rutênio, segundo Batista, se deve à semelhança de sua química com a do ferro, um elemento que está presente no organismo humano.

O objetivo desse trabalho, que também envolve cientistas da Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal Fluminense, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Universitat de Barcelona (Espanha), é o desenvolvimento de um insumo farmacêutico que tenha atividade mais efetiva e que cause menos efeitos colaterais que os atuais fármacos usados no tratamento de câncer de mama, o tipo de câncer mais comum em mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). De acordo com Batista, hoje, todos os fármacos indicados para o tratamento de câncer causam “sérios efeitos colaterais”.

Javier comenta que, agora, ele e seus colegas estão estudando novas propriedades, no sentido de aprimorar a ação desses fármacos, porque, quanto mais conhecimento eles tiverem acerca de como esses complexos farmacêuticos interagem com os alvos, mais possibilidades eles terão para aprimorá-los.

“Essa pesquisa é muito longa. É uma pesquisa para quinze, vinte anos”, avalia Batista, que também desenvolve estudos com foco em outros tipos de câncer, como o de próstata e pulmão, e que, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp – Araraquara/SP) e Fiocruz Bahia, tem estudado, respectivamente, complexos farmacêuticos com rutênio para o tratamento da tuberculose e doenças negligenciadas (doença de Chagas e leishmaniose).

Desenvolver um fármaco que seja estável fora e dentro de um organismo – para que cumpra sua função, atingindo o alvo correto (no caso da pesquisa citada acima, o núcleo celular) diante de tantas substâncias – demanda uma dedicação prolongada para que, no final de todo o processo, possa haver um produto eficaz disponível para a sociedade. Para avançar, Batista defende que, para além da captação de recursos, é necessária uma série de parcerias com hospitais que lidam com tratamentos em oncologia. Mais do que isso, segundo esses cientistas, as empresas também devem se relacionar com a academia para que o conhecimento produzido nela alcance a população.

Ambos os pesquisadores dizem que a divulgação desta pesquisa na revista da SBQ é um passo importante na valorização da ciência nacional, porque, apesar de as publicações internacionais serem uma excelente vitrine para trabalhos científicos, a ciência produzida no Brasil só será reconhecida e valorizada internacionalmente quando as publicações científicas nacionais se tornarem populares no exterior, até porque existe no Brasil mão de obra altamente qualificada e interessada em converter os estudos de grande interesse social em produtos acessíveis à sociedade.

A pesquisa desenvolvida com os quatro novos fármacos ilustra a capa do Journal of the Brazilian Chemical Society (volume 28, número 10, 2017), uma publicação da Sociedade Brasileira de Química (SBQ).

Rui Sintra e Thierry Santos / Assessoria de Comunicação do IFSC

Merck e Federação Internacional de Diabetes fazem parceria para ajudar a enfrentar a epidemia global de diabetes tipo 2

Ciência & Saúde / A Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia e com 60 anos de experiência clínica em diabetes, oficializou sua parceria com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) para implementar atividades de educação e comunicação enfatizando a importância de prevenir o diabetes tipo 2.

A IDF reconhece o diabetes como uma das maiores emergências mundiais de saúde do século 211 e o diabete tipo 2, especificamente, como a forma mais comum de diabetes, representando até 90% dos casos globais1. No entanto, muitos casos de diabetes tipo 2 podem ser adiados ou evitados1.

"A Merck compartilha a visão da Federação Internacional de Diabetes de promover o cuidado e prevenção do diabetes em todo o mundo e estamos empenhados em ajudar a melhorar a vida das pessoas que vivem com ou estão em risco de diabetes tipo 2", disse Belén Garijo, MD, membro do Conselho Executivo e CEO Healthcare da Merck. "As consolidadas plataformas da IDF, como a Escola de Diabetes on-line e o Dia Mundial do Diabetes, representam um aliado poderoso para nossas iniciativas conjuntas de educação e conscientização para alcançar e capacitar as pessoas com o conhecimento que precisam na luta contra a diabetes".

A primeira atividade da parceria, disponível agora no site do School of Diabetes da IDF, é um curso para profissionais de saúde credenciado pela CME, para prevenção de diabetes tipo 2, desenvolvido com uma bolsa educacional da Merck, que permite acesso ilimitado a profissionais em todo o mundo. A escola on-line da IDF, www.idfdiabeteschool.org, é um portal único que dá acesso a informações atualizadas e baseadas em evidências sobre todos os aspectos do cuidado, gerenciamento e prevenção do diabetes e é desenvolvido e revisado pelos principais especialistas das organizações mundiais2.

Dr. Shaukat Sadikot, presidente da IDF, comenta: "O mundo está enfrentando uma crescente prevalência e incidência de diabetes tipo 2, devido a conhecimentos limitados sobre prevenção e gestão da doença. Os profissionais de saúde têm um papel importante a desempenhar para enfrentar esse problema. Nosso curso on-line se adequa ao ritmo do profissional e visa aprimorar seus conhecimentos e fornecer estratégias baseadas em evidências para a prevenção de diabetes tipo 2".

A parceria da Merck com a IDF se estende ao Dia Mundial ao Diabetes 2017 (14 de novembro), cujo tema é "Mulheres e diabetes". E tem como objetivo incentivar estilos de vida mais saudáveis para as mulheres que correm risco ou vivem com diabetes em todo o mundo. O IDF estima que existem, atualmente, mais de 199 milhões de mulheres que vivem com diabetes em todo o mundo e este número deverá aumentar para 313 milhões até 20401.

A Merck está empenhada e envolvida na conscientização sobre a saúde das mulheres com o programa Mulheres Saudáveis, Economias Saudáveis. A colaboração da Merck com a IDF é outro compromisso para melhorar a vida das pessoas que vivem com diabetes. Para saber mais sobre o compromisso da Merck com a diabetes, visite www.merckgroup.com.

No Brasil, a Merck apoia as iniciativas da Sociedade Brasileira de Diabetes e como uma das iniciativas para aumentar a conscientização da população, a Merck realizará na tarde de hoje (14 de novembro às 18h) uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook com o Dr. Marcio Krakauer, médico Endocrinologista, coordenador do Dia Mundial do Diabetes da SBD desde 2010, integrante do Departamento de Novas Terapias da SBD e Presidente da ADIABC (Associação de Diabetes do ABC).

Referências

1. IDF Diabetes Atlas. 7th edition. 2015. Available at: http://www.diabetesatlas.org/ Last accessed September 2017

2. IDF School of Diabetes website. Available at: https://www.idfdiabeteschool.org/CertificateCourse
Last accessed September 2017

3. Mathers CD, Loncar D. PLoS Med, P

O potencial farmacológico dos produtos naturais

17 de novembro de 2017

José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP – Quase meio a meio: assim se dividem os medicamentos em relação às fontes de seus princípios ativos. Do total disponível no mercado, 49,6% são compostos sintéticos, geralmente fabricados a partir do petróleo, enquanto 50,4% originam-se de produtos naturais ou derivados. A expressão “produtos naturais ou derivados”, utilizada aqui em sentido lato, denomina moléculas produzidas por plantas, fungos, bactérias e outros organismos; ou moléculas artificialmente modificadas a partir dessas precursoras.

A informação foi dada por Alessandra Estáquio, professora da University of Illinois at Chicago (UIC), durante o 2º Workshop Recent Advances in the Chemistry of Natural Products, evento do programa BIOTA-FAPESP realizado no auditório da Fundação no dia 9 de novembro de 2017.

“É importante, para o desenvolvimento de medicamentos, recorrer às duas opções, ao sintético e ao natural. Os dois caminhos apresentam vantagens e desvantagens. A vantagem dos produtos naturais é que a atividade biológica que eles manifestam resulta de uma evolução de milhões de anos. Outra vantagem é que sua produção constitui um processo mais sustentável”, disse Eustáquio à Agência FAPESP. 

Como lembrou em sua apresentação outra participante do workshop, a professora Sarah O’Connor, do John Innes Centre, de Norwich, Reino Unido, o uso medicinal de plantas remonta ao Período Paleolítico. A possibilidade de modificar a estrutura química das moléculas, de modo a potencializar suas propriedades farmacodinâmicas, faz com que a pesquisa de produtos naturais ou derivados seja agora um campo altamente promissor.

Morfina (analgésica), eritromicina (antibiótica), ciclosporina (imunossupressora), artemisinina (antimalárica) são algumas substâncias com uso consolidado em medicina.

“Em alguns casos, a estrutura encontrada na natureza é utilizada diretamente como medicamento. Exemplo disso é o paclitaxel, um fármaco extraído da casca do teixo (Taxus brevifolia), empregado no tratamento do câncer. Mas a maioria dos compostos naturais necessita de alguma modificação para poder funcionar como medicamento. Alguns precisam ser estabilizados, porque se degradam muito rapidamente. Outros precisam de alterações que favoreçam sua absorção e distribuição no organismo humano. Outros ainda precisam que seu efeito seja potencializado. E assim por diante”, disse Eustáquio.

Mesmo no caso do paclitaxel, para se obter 1 quilo do produto são necessárias, em média, três mil árvores. Daí a necessidade de se recorrer à semissíntese ou à cultura de células vegetais para que o medicamento possa ser disponibilizado em escala comercial.

“Há várias formas de intervenção possíveis. Uma delas é a semissíntese, que consiste em isolar a molécula de interesse e modificá-la parcialmente por meio de processos químicos. Outra forma é reproduzir a estrutura completa por meio de síntese. Uma terceira maneira, mais recente, consiste em modificar os produtores dos compostos por meio de engenharia genética. Em alguns casos, a engenharia genética envolve transferir os genes responsáveis pelo composto de um organismo para outro – por exemplo, de uma planta para uma bactéria ou levedura. A vantagem, no caso, é que as bactérias ou leveduras são mais fáceis de cultivar e crescem mais rapidamente do que as plantas. Por exemplo, um grupo nos Estados Unidos, liderado por Jay Keasling, da University of California, Berkeley, conseguiu transferir os genes precursores da artemisinina para leveduras”, disse Eustáquio.

O grupo liderado pela pesquisadora na UIC trabalha com bactérias, tendo por horizonte o desenvolvimento de compostos antibióticos ou anticancerígenos.

“Nosso objetivo principal é entender como as bactérias sintetizam moléculas que podem ser usadas como antibióticos, quais são os genes envolvidos no processo. Com esse conhecimento, é possível fazer com que as bactérias produzam os compostos em maior quantidade, ou modificar as moléculas para que se tornem fármacos mais eficazes. É uma pesquisa básica, porém com a aplicação em mente”, disse a pesquisadora.

“Com o boom de sequenciamentos de genomas microbianos, ficou claro que o potencial biossintético dos microrganismos é muito maior do que se supunha. Uma bactéria típica, à qual são atribuídos alguns poucos compostos, pode produzir mais de 30, a partir de sua estrutura genômica. Ocorre que a maioria dos genes responsáveis pela biossíntese é silenciada ou não é bem expressa em condições laboratoriais de crescimento. Sabendo que genes são esses e qual é o seu potencial, torna-se possível ativar esses genes e obter os compostos correspondentes”, disse Eustáquio.

Segundo a pesquisadora, a capacidade de prever o potencial biossintético de microrganismos a partir dos sequenciamentos de seus genomas (“de genes a moléculas”) e de quais genes devem codificar para a biossíntese de um produto natural específico (“de moléculas a genes”) tem o potencial de promover grande inovação na fabricação de fármacos.

Falando sobre o workshop à Agência FAPESP, Roberto Berlinck, professor titular do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), destacou que o evento trouxe pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido.

“São pesquisadores envolvidos em estudos na fronteira do conhecimento sobre o metabolismo de plantas e microrganismos, com o objetivo de entender como as moléculas de interesse são formadas e como se pode fazer uso delas para melhorar a qualidade de vida, já que esses compostos são utilizados para desenvolver medicamentos, tanto para humanos quanto para animais, e também em controle biológico na agricultura, substituindo herbicidas, pesticidas e outros”, disse.

Possível evolução do vírus zika movimenta atenção do mercado farmacêutico

16 de novembro de 201716 de novembro de 2017 Ray Santos

Virologista alerta para novos sorotipos da doença que impactariam possíveis diagnósticos

No ano de 2015, o Brasil registrou seu primeiro caso do vírus da zika, uma doença até então desconhecida e que gerou intensa preocupação nos brasileiros, mais especificamente na região Nordeste, onde os primeiros diagnósticos foram realizados. Dois anos depois, a ciência nacional e internacional ainda luta para a criação de uma vacina que possa proteger definitivamente a população. Apesar de ainda não concluída, as pesquisas na área continuam avançando e apresentando novos cenários.

Um deles, projetado pelo professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Edison Luiz Durigon, é de que podem surgir, em um futuro próximo, sorotipos diferentes do vírus zika, pois o patógeno em pacientes brasileiros está se modificando rapidamente. Segundo os pesquisadores, atualmente só existe um tipo de zika e, se infectada, a pessoa se torna imune. Porém, caso a mutação persista, podem surgir o zika 2,3,4 e assim por diante. Isso pode dificultar a obtenção de uma nova vacina e ainda comprometer a eficácia dos testes de diagnósticos já desenvolvidos.

Atualmente, os pesquisadores já conseguiram desenvolver um teste molecular para diagnóstico e a comprovação de que o vírus é o responsável por causar uma síndrome congênita, que pode causar, em alguns casos, a microcefalia. Também já foi possível desenvolver vacinas experimentais e validar um teste sorológico que consegue detectar anticorpos contra o vírus no sangue, mesmo passada a infecção.

“Finalmente, depois de dois anos, podemos dizer com orgulho que nós conseguimos um teste sorológico realmente eficaz para detectar o zika. Já validamos em mais de mil amostras da população de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e em 800 amostras de pacientes de Salvador (BA), entre eles mulheres que tiveram filhos com e sem microcefalia, pacientes que já tiveram febre amarela e dengue”, afirmou Luiz Durigon, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em entrevista ao portal da Agência Fapesp.

A zika, assim como a dengue, é um assunto sempre em pauta no cenário de pesquisa na área da saúde e impacta de diversas maneiras a comunidade farmacêutica que é acionada para buscar soluções que auxiliem a população. Na opinião da Sindusfarma, a indústria farmacêutica tem como foco pesquisar e descobrir novos produtos que reduzam ou eliminem doenças causadas pelo desenvolvimento natural das grandes metrópoles.

“No caso do vírus transmitido pelo mosquito aedes aegypti temos algumas empresas que estão pesquisando vacinas e tratamentos para combater essas doenças. O laboratório Sanofi Pasteur lançou no ano passado uma vacina que se mostrou promissora. Já o Butantan, laboratório público do Estado de São Paulo, está em fase adiantada de pesquisas”, comentou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.

Durigon afirma que o próximo passo é coletar amostras no estado de São Paulo, que possam mostrar o real número de infectados até o momento. “Como até 80% dos casos podem ser assintomáticos, sem o teste sorológico torna-se impossível saber o real tamanho da epidemia e a porcentagem da população que ainda é suscetível ao vírus”, pontua.

Como está a indústria?
Para se conseguir avanços nos resultados de pesquisa, é fundamental contar com soluções tecnológicas que complementem o que já foi encontrado na área acadêmica. Uma das empresas que está pronta para absorver essa demanda, quando houver, é a Steq, que possui em seu portfólio um variado número de soluções alinhadas às demandas farmacêuticas.

A empresa conta que alguns dos aparelhos utilizados em pesquisas são racks ventilados, gaiolas e micro isoladores, para alojamento especial de animais, utilizados nas fases iniciais e finais no desenvolvimento de novas vacinas.  Isoladores que protegem os animais infectados com algum tipo de microorganismo; freezers para conservação de amostras, além de geradores de vapor de peróxido de hidrogênio para sanitização de diferentes áreas, auxiliando no controle ambiental e autoclaves com métodos de desativação, assegurando a descontaminação de todo o material utilizado em laboratórios antes do descarte.

Na opinião de Priscila Mellone, gerente de marketing e vendas da Steq, “o mercado farmacêutico é beneficiado quando existe expressiva demanda global por medicamentos, mas só é efetivamente impactado quando o governo apoia a intensificação das ações de prevenção e combate às doenças”, conclui.

Todas estas tendências do mercado e da indústria farmacêutica serão apresentadas na FCE Pharma, que acontece entre os dias 22 e 24 de maio de 2018, no São Paulo Expo. Credencie-se para evento e tenha acesso a conteúdos exclusivos e de relevância para o setor.

Site | www.fcepharma.com.br

Fn | Comunicação FCE Pharma

Inscrições para programa de desenvolvimento científico da Novartis

Por Regina Ielpo-Conteúdo Comunicação

16 de novembro de 2017

Até o dia 30 de novembro, estudantes de mestrado e doutorado podem se inscrever para participar do programa Next Generation Scientists, uma parceria entre a Novartis e a Universidade da Basileia (Suíça) que oferece a oportunidade de um estágio de três meses para que jovens cientistas de países emergentes desenvolvam suas habilidades científicas e profissionais. As inscrições estão disponíveis no site  pelo qual o candidato deve enviar todos os documentos solicitados em um único arquivo PDF (de até 3MB) usando o Job ID 226212BR. Confira abaixo os documentos necessários para que o estudante se candidate a uma das vagas do programa:
CurrículoCarta de recomendação/suporte de um membro da faculdadeCarta de motivação e benefício ao participar do programaQuestão de pesquisa de interesse do candidatoResumo do projeto atual de mestrado ou doutoradoHistórico escolar

As oportunidades de estágio podem ser nas áreas de oncologia, neurociências, doenças cardiovasculares, imunologia e dermatologia, respiratória e oftalmologia. Os estudantes selecionados para o programa de três meses de estágio no site de pesquisa da Novartis permanecerão na Basileia entre 1º de junho a 31 de agosto de 2018. Lá, estarão em contato com mentores da Novartis e trabalharão em um projeto de pesquisa científica ou clínica conjuntamente acordado, além de participarem de um programa de desenvolvimento de liderança destinado a aprimorar suas habilidades de tomada de decisão e comunicação. O programa oferece a infraestrutura necessária para o desenvolvimento do projeto, viagem, acomodação, solicitação de visto de estudante às autoridades suíças em nome dos participantes selecionados, seguro de saúde e um salário mensal para cobrir despesas básicas.

“Esses jovens cientistas serão expostos a uma gama de metodologias de última geração e têm a oportunidade de desenvolver um projeto em um ambiente ideal, ao lado de especialistas que são líderes em suas áreas de atuação”, explica Caroline Demacq, gerente médica de pesquisa clínica da Novartis no Brasil. “Fomentar um programa como o Next Generation Scientists, ajudando a desenvolver jovens cientistas brasileiros que têm o potencial de aplicar o conhecimento adquirido nas universidades do país e para as necessidades locais, é algo que vai ao encontro da nossa missão que é descobrir novas formas de melhorar e ampliar a vida das pessoas. ”, lembra a executiva.

ONU lança publicação sobre uso racional de medicamentos em congresso farmacêutico no Paraná

Publicado em 16/11/2017 Atualizado em 16/11/2017

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou nesta quarta-feira (15) a versão completa da publicação “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”, durante o I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, que ocorre até sábado (18) em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Entre os tópicos da publicação estão tratamento da dor lombar, novas opções terapêuticas para artrite reumatoide, tratamento da doença do refluxo gastrintestinal em crianças, uso de insulina para tratar diabetes melito, prevenção primária de cardiopatia isquêmica, utilização de medidas medicamentosas no caso de depressão em idosos, utilização do misoprostol em hemorragias pós-parto e opções de contracepção na adolescência.

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou nesta quarta-feira (15) a versão completa da publicação “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”, durante o I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, que ocorre até sábado (18) em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Os fascículos do livro, que foram divulgados ao longo dos últimos dois anos pela OPAS/OMS, buscam fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

Entre os tópicos estão tratamento da dor lombar, novas opções terapêuticas para artrite reumatoide, tratamento da doença do refluxo gastrintestinal em crianças, uso de insulina para tratar diabetes melito, prevenção primária de cardiopatia isquêmica, utilização de medidas medicamentosas no caso de depressão em idosos, utilização do misoprostol em hemorragias pós-parto e opções de contracepção na adolescência.

A publicação, fruto de parceria com a pesquisadora Lenita Wannmacher, também aborda os principais aspectos relativos ao uso racional de medicamentos nos macroprocessos da assistência farmacêutica, como formas adequadas de armazenamento, o que levar em conta na hora da prescrição, análise crítica para incorporação de tecnologias e monitoramento farmacoterapêutico, entre outros.

A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causas de morte apontadas pela OMS.

A publicação está disponível para download gratuito na página da representação da OPAS/OMS no Brasil e exemplares impressos serão distribuídos durante o I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, no estande do organismo internacional.

A OPAS/OMS coordenou uma oficina sobre o que é necessário para que o trabalho em rede na área de ciências farmacêuticas seja efetivo e eficiente. Durante o evento, foram apresentadas experiências bem-sucedidas na América Latina e instrumentos internacionais para subsidiar a tomada de decisões e garantir a segurança e o uso racional de medicamentos.