AGU se posiciona contra descriminalização irrestrita da maconha para fim medicinal

Em ação, PPS alega que plantar e adquirir cannabis para tratamento terapêutico é uma forma legítima de exercício do direito à saúde

Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

16 Agosto 2017 | 20h41

BRASÍLIA – Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia-Geral da União (AGU) se posicionou contra uma ação ajuizada pelo PPS que pede a descriminalização irrestrita do uso da maconha para fins medicinais e bem-estar terapêutico.

Na ação, o PPS alega que o direito à saúde assegura o “acesso dos indivíduos aos meios que lhes possam trazer, senão a cura da doença, pelo menos uma sensível melhora na qualidade de vida” e que “plantar, cultivar, colher, guardar, transportar, prescrever, ministrar e adquirir cannabis para realização de tratamento com o fim de bem-estar terapêutico é uma forma legítima de exercício do direito à saúde”.

A ministra Rosa Weber, relatora do caso, dispensou a análise do pedido liminar do PPS e decidiu levar a ação diretamente para o plenário da Corte. Ainda não há previsão de quando será o julgamento.

No parecer, a AGU esclarece que o Poder Público “não se mostra insensível ao drama daqueles que necessitam do uso medicinal da cannabis, uma vez que por expressa determinação legal, é permitido o seu plantio, cultura e colheita, desde que respeitados determinados critérios técnicos”.

A AGU também destacou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já incluiu derivados da canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil com receita tipo A.

“Não merece prosperar o pedido autoral, uma vez que o direito à saúde daqueles que necessitam do uso medicinal da cannabis está perfeitamente garantido pela lei e demais atos normativos. O que não se pode permitir, entretanto, é a total ausência de controle estatal, como requer o autor da presente ação”, conclui a AGU, em manifestação assinada pela advogada da União Raquel Barbosa de Albuquerque.

Teste rápido da bioMérieux é aprovado pela Anvisa e pelo FDA para uso racional de antibióticos em infecções

Hospitais / Sistema VIDAS® BRAHMS PCT detecta infecções em 20 minutos, como sepse e pneumonia, apoia a decisão médica e reduz uso de antibióticos

A bioMérieux, líder mundial em diagnóstico in vitro, recebeu aprovação dos órgãos competentes – ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no Brasil, e FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos –, para ampliação do uso do VIDAS® BRAHMS PCT, um teste automatizado que permite a detecção da Procalcitonina (PCT) para auxiliar os médicos no uso racional de antibióticos nas infecções do trato respiratório inferior (ITRI) e sepse.

Com estas duas novas extensões de uso, o VIDAS® BRAHMS PCT torna-se o primeiro e único teste de procalcitonina aprovado pelo FDA e ANVISA capaz de auxiliar os médicos no gerenciamento de antibióticos em pacientes com ITRI (suspeita ou confirmada) ou sepse.

No caso de pacientes com ITRI, o VIDAS® BRAHMS PCT irá auxiliar os médicos a reduzir de forma segura o uso geral de antibióticos. Para os pacientes com sepse, o teste irá auxiliar na suspensão dos antibióticos com segurança. O uso do teste nestas situações clínicas frequentes e importantes ajuda a reduzir o uso inadequado e desnecessário de antibióticos, o que pode evitar os efeitos colaterais associados ao seu uso e ao mesmo tempo diminuir ou evitar o surgimento de bactérias resistentes.

A PCT â foi lançada originalmente para auxiliar a evolução de risco de sepse e choque séptico desde o primeiro dia após a admissão na unidade de terapia intensiva (UTI). Em Junho de 2016 este teste recebeu uma autorização adicional do FDA para auxiliar na avaliação do risco de mortalidade para pacientes com sepse grave, monitorando os níveis de PCT em série ao longo de 96 horas.

A sepse é uma infecção grave e a resposta imunológica humana conduz a uma disfunção orgânica potencialmente mortal. Aproximadamente 27 milhões de pessoas no mundo são afetados pela sepse por ano. Em sua forma mais severa – o choque séptico –, a mortalidade é aproximadamente de 30%.

Realizar o diagnóstico rápido, definir e administrar a antibioticoterapia mais apropriada e suspender o tratamento com antibióticos sempre que possível representam as principais necessidades não solucionadas para esta condição clínica. O cumprimento destas necessidades irá melhorar de forma segura os resultados dos pacientes e provavelmente conduzirá a uma menor resistência aos antimicrobianos.

Apoio à decisão médica – As infecções no trato respiratório inferior (ITRI) são comuns em todas as faixas etárias. Em 2013, aproximadamente 150 milhões de ITRI foram reportados. Estes casos resultaram em 2,7 milhões de mortes, 4,8% em relação ao número total de mortes em 2013.

As ITRI representam uma das principais causas de visitas a clínicas e admissões nos hospitais após entrada no Departamento de Emergência. Neste quadro está incluído a Síndrome de Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica (EDPOC) e bronquite aguda. Estas infecções são comumente tratadas com antibióticos, mesmo que em muitos casos não seja necessário a administração dos mesmos.

Com a extensão do uso em pacientes com ITRI, o VIDAS® BRAHMS PCT irá auxiliar os médicos na tomada de decisão para reduzir com segurança o uso geral de antibióticos, que pode evitar os efeitos secundários associados ou prevenir ou retardar a resistência bacteriana nas indicações do uso ampliado:

•VIDAS® BRAHMS PCT é um teste automatizado para uso nos equipamentos VIDAS® para a determinação da Procalcitonina humana em soro ou plasma humano (heparina de litio) usando a técnica ELFA (Enzyme Linked Fluorescent Assay). O teste auxilia na evolução do risco de pacientes criticamente enfermos e no prognóstico do choque séptico.

•VIDAS® BRAHMS PCT também é utilizado para a tomada de decisão sobre a terapia com antibióticos em pacientes com infecções no trato respiratório inferior (ITRI), incluindo pneumonia adquirida na comunidade, exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica e bronquite aguda) frequentes em consultas médicas, incluindo Departamento de Emergências.

O teste para detectar a Procalcitonina no Sistema VIDAS® é realizado em apenas 20 minutos, sendo possível obter os primeiros resultados que são decisivos para que o paciente com sepse receba o tratamento adequado nesse curto período de tempo.

Sobre a bioMérieux
Há mais de 50 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.

Fundada na França em 1963, a bioMérieux tem cerca de 5.800 colaboradores e está presente em mais de 150 países, por meio de 41 filiais e uma ampla rede de distribuidores. No Brasil, a bioMérieux possui o laboratório P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) situado no Rio de Janeiro, que foi inaugurado em 2009, e até 2014 a equipe teve como missão dar suporte à produção local da linha de Imunologia e desenvolver produtos de interesse para o grupo bioMérieux. No final de 2014, a visão do setor P&D da bioMérieux Brasil mudou para focar nas infecções tropicais e servir à estratégia local e global, a fim de responder às necessidades dos mercados emergentes e negligenciados.
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Mais informações:
Veropress Comunicação Corporativa – Assessoria de imprensa da bioMérieux
Thais Abrahão (thais@veropress.com.br) – (11) 9900-8402 / (11) 3061-2263 e Rosana Monteiro – (Rosana1@veropress.com.br) – (11) 3062-0843

Website: http://www.biomerieux.com.br

Fiocruz cria diagnóstico personalizado para o câncer

Redação do Diário da Saúde

Diagnóstico personalizado

Pacientes com câncer a partir de agora poderão se beneficiar de uma melhor escolha de medicamentos relevantes para seu caso pessoal, minimizando os efeitos colaterais dos medicamentos e facilitando o tratamento personalizado da doença.

Essa possibilidade está surgindo graças a uma nova metodologia, inédita no mundo, desenvolvida por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A metodologia permite traçar o perfil molecular do tumor e do tecido saudável de cada indivíduo, ajustando medicamentos e doses a cada caso.

"A proposta da Fiocruz permite a indicação de uma terapia mais precisa, o que significa, em termos de benefícios diretos, mais chance de cura, menos efeitos colaterais e melhor sobrevida para os pacientes," disse o pesquisador Nicolas Carels.

A novidade é especialmente relevante dada a agressividade das terapias atuais, como quimioterapia e radioterapia. "Além disso, a economia representada pela escolha adequada do medicamento pode ser revertida para ampliar o acesso da população ao tratamento," acrescentou Carels.

Análise genética do câncer

O método foi desenvolvido para ser aplicado a pacientes com qualquer tipo de câncer e já foi testado em linhagens celulares tumorais e não tumorais.

Ao identificar, através de análises genéticas, o perfil molecular do tumor e do tecido saudável de cada indivíduo, é possível indicar o coquetel de medicamentos mais relevante para cada paciente, minimizando os efeitos colaterais das quimioterapias.

Os resultados foram particularmente expressivos para o câncer de mama – com "resultados de máxima eficiência" segundo a pesquisadora Tatiana Tilli.

O projeto teve um pedido de patente registrado porque não existe concorrente no mercado para esse tipo específico de diagnóstico.

Anvisa e ANS firmam acordo para articulação de ações

Cooperação Técnica, assinada nesta terça-feira (15/8), prevê troca de informações e compartilhamento de bancos de dados.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 15/08/2017 18:53
Última Modificação: 15/08/2017 19:15

A Anvisa e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) firmaram, nesta terça-feira (15/8), Acordo de Cooperação Técnica para harmonizar, coordenar e articular suas ações. A parceria tem por objetivo aperfeiçoar a atuação regulatória e de gestão de ambas as agências, por meio do compartilhamento de informações, estudos e da troca de experiências relacionadas aos setores econômicos regulados ou agentes econômicos com atuação nas áreas de abrangência das agências.

O acordo, assinado pelo diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, e pelo diretor-presidente interino da ANS, Leandro Fonseca da Silva, tem dez objetivos específicos, entre eles a troca periódica de informações; compartilhamento de bancos de dados e de pareceres técnicos; intercâmbio de servidores públicos; realização conjunta de estudos e pesquisas; e troca imediata de informações e notificações de irregularidades no âmbito do escopo regulatório de cada Agência.

A parceria firmada prevê que a Anvisa e a ANS empregarão os próprios recursos financeiros para cumprir as obrigações assumidas. Estabelece, ainda, que o Termo terá uma duração de cinco anos, podendo ser renovado por períodos sucessivos.

Para o diretor-presidente da Agência, Jarbas Barbosa, “o acordo pode significar o fortalecimento de um trabalho conjunto entre duas agências do setor saúde, no sentido de compartilhamento de informações e de estudos conjuntos de impactos econômicos, por exemplo, nas áreas de medicamentos, órteses e próteses e outras”.

Segundo Jarbas Barbosa, há toda uma gama de possibilidades que mostram que essa parceria será benéfica tanto para as atividades regulatórias da Anvisa, quanto para a ANS. “São temas que tanto têm impacto do ponto de vista regulatório da Anvisa, no que fazemos para acelerar processos de registro, de maneira a ter mais competição, preços melhores no mercado de produtos para saúde, medicamentos de alto custo etc. Da parte da ANS, eles terão a informação do uso no mundo real”.

Para Leandro Fonseca, o acordo é a formalização da troca de informações e parcerias em projetos específicos, voltados para a melhora da saúde da população e com ganhos institucionais enormes. “A troca de experiências promove a capacitação interna, promove o diálogo e a melhor prática regulatória. O que se espera basicamente deste acordo de cooperação é que ANS e Anvisa, enquanto instituições, possam aprimorar o processo regulatório de cada um desses órgãos”.

Desafio Pfizer busca startups e inventores para programa de mentoria

Vencedores participarão de programa de três meses com executivos brasileiros e estrangeiros da Pfizer; Soluções vencedoras também ganharão registro de patente

IDG Now!

Estão abertas as inscrições para o "3º Desafio Pfizer", prêmio que destaca startups e inventores de soluções digitais e produtos que buscam facilitar a prática médica, a saúde e o bem-estar. Promovida pela Pfizer, a premiação conta com apoio da Innovster.

Os vencedores participarão de um programa de mentoria de três meses com executivos brasileiros e estrangeiros da Pfizer. Além disso, poderão escolher três áreas nas quais desejam receber mentoria da Innovster. Por meio de uma parceria com a Associação Nacional dos Inventores (ANI), as soluções vencedoras também ganharão um registro de patente.

Intitulada “A Revolução Cibernética da Saúde”, a terceira edição do desafio Pfizer traz algumas novidades. Neste ano, poderão concorrer startups em criação, startups em expansão e inventores. Estão contempladas na primeira categoria empresas em processo de estruturação, que estão em busca de seus primeiros clientes. A segunda é destinada a empresas consolidadas, que desejam aprimorar seus produtos. Já a última engloba criativos que não têm empresa, mas sim um produto, um novo conceito ou um processo com potencial de melhorar a saúde.

Os inscritos serão selecionados por uma banca formada por executivos da Pfizer e da Innovster, além de convidados relevantes para o setor de saúde e investimentos.

No dia 7 de novembro, os três finalistas de cada categoria deverão participar do "Pfizer Innovation Day", uma tarde de negócios com investidores, executivos da Pfizer e profissionais importantes do mercado de saúde. Nesta ocasião, serão anunciados os vencedores.

Os interessados poderão se inscrever através do portal. A página traz, ainda, as perguntas mais frequentes relacionadas ao prêmio, o cronograma da premiação e depoimentos dos vencedores das edições anteriores.

Projeto obriga indústria farmacêutica a alertar consumidor sobre proibição de produto

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Flavinho: muitas vezes a população não é avisada sobre a existência de produtos nocivos a sua saúde

Fabricantes de medicamentos, cosméticos ou outros insumos farmacêuticos que tiverem a venda de seus produtos proibida pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderão ter de arcar com despesas de publicidade alertando a população sobre a suspenção da venda.

É o que prevê o Projeto de Lei 6810/17, do deputado Flavinho (PSB-SP), em análise na Câmara. Pela proposta, a publicidade deverá tratar dos riscos do consumo do produto proibido. Caberá à agência reguladora determinar em quais meios de comunicação o estabelecimento punido deverá divulgar a publicidade.

O texto acrescenta dispositivos à Lei de Vigilância Sanitária de Medicamentos (Lei 6.360/76), que já estabelece a possibilidade de suspensão da fabricação e venda de produtos farmacêuticos, como medida de segurança sanitária.

“Ocorre que em muitas vezes a população não é avisada sobre a existência de produtos nocivos a sua saúde, podendo por vezes até consumi-los”, afirma Flavinho. “O objetivo deste projeto é tornar obrigatório que empresas que tenham a produção e venda de seus produtos suspensa pela Anvisa arquem com a despesa de publicidade, para que assim a população saiba da decisão da agência e dos riscos a sua saúde caso consuma estes produtos”, complementa.

Tramitação
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-6810/2017
Reportagem – Lara Haje
Edição – Rachel Librelon

Ministério da Saúde mantém fábrica de Fator VII Recombinante em Pernambuco

15/08/2017 21h48 Sumaia Villela – Correspondente da Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou que fará negociações com investidores para iniciar a construção de uma fábrica de Fator VIII recombinante, no complexo da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana, município de Pernambuco. O Fator VIII Recombinante é usado para tratar pessoas hemofílicas do tipo A, uma doença que impede a coagulação do sangue. Uma vez que a Hemobrás detenha o domínio da tecnologia, toda a demanda interna do país seria atendida, evitando problemas na aquisição do produto por causa da falta de oferta ou preço.

O anúncio ocorre após um impasse que mobilizou ministros pernambucanos, o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) para questionar a intenção do Ministério da Saúde de passar parte da produção ao Paraná, estado de origem do ministro da Saúde Ricardo Barros.

A fábrica inclui ainda outros produtos e serviços, e funciona parcialmente. Ela está em construção desde 2010, e já custou R$ 815 milhões. Atualmente, 70% das obras já foram realizadas. A Hemobrás informou que trabalha na finalização do inventário para a retomada e conclusão da estrutura.

Impasse

Para transferir a tecnologia à empresa pública brasileira, foi firmada em 2012 a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) de Fator VIII recombinante com a Shire Farmacêutica Brasil Ltda, que seria responsável pela transferência de tecnologia. O Ministério da Saúde, no entanto, suspendeu o PDP depois que uma nova proposta foi apresentada à Hemobrás pelo laboratório Octapharma. O laboratório investiria na conclusão da fábrica e deixaria a parte de envase e embalagem do Fator VIII Recombinante em Goiana, mas transferiria parte do processo ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Parlamentares de Pernambuco fizeram declarações de que a intenção do ministro Ricardo Barros seria a construção de uma fábrica em Maringá, seu reduto eleitoral. O próprio governo do estado demonstrou preocupação com a possível mudança. Uma campanha foi lançada nas redes sociais pelo Executivo pernambucano para defender a construção em Goiana. Em nota, a Hemobrás informou que “a proposta [do PDP] está sendo analisada sob critérios técnico, legal e financeiro pelo Conselho de Administração”.

Hoje o MPF informou que três recomendações – sem efeito judicial – foram enviadas à Presidência da República, à Casa Civil e ao Ministério da Saúde para que qualquer mudança seja feita com base em estudos técnicos, científicos e legais, além de obedecer a Lei de Licitações e Contratos ou legislação que regula a Parceria Público-Privada.

Horas depois, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reuniu-se com todos os ministros pernambucanos – Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e Raul Jungmann (Defesa) – para tratar do projeto. No fim da tarde, o Ministério da Saúde divulgou nota afirmando que a pasta “fará negociações com os investidores detentores de tecnologia para iniciar a construção” em Pernambuco.

Segundo a nota, após a oferta da Octapharma e das negociações iniciadas pelo Ministério da Saúde, a empresa Shire apresentou nova proposta de investimento privado para construção da fábrica em Goiana que passou de US$ 30 milhões para US$ 300 milhões. “Em razão da crise fiscal do país, a busca do Ministério da Saúde é realizar investimentos sem novos recursos públicos para esta finalidade, arcando somente com a compra centralizada de hemoderivados”, diz o texto.

De acordo com a Hemobrás, a previsão para conclusão da fábrica em Pernambuco é 2019, para blocos de hemoderivados e parte da estrutura que atenderá a produção de medicamento recombinante. Com relação à parceira com o laboratório Baxlta/Shire, responsável pela transferência de tecnologia do fator VIII recombinante, o contrato foi iniciado em 2012 e deve tem um prazo de 10 anos para a conclusão. Não foi informado pelo Ministério da Saúde se há novos prazos a partir da renegociação.

TCU

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo já havia respondido pedido de medida cautelar apresentado pelo Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) para apurar possíveis irregularidades na rescisão da parceria firmada com a empresa Baxter/Baxalta, sucedida pela Shire Farmacêutica. Segundo despacho do ministro, o MPTCU alega que o Ministério da Saúde “não apresentou elementos suficientes para decidir pela suspensão da parceria e questiona uma possível tratativa daquele ministério para a construção de outra fábrica de hemoderivados em Maringá-PR, em parceria com outra empresa”.

Vital do Rêgo determinou, de forma imediata, que a suspensão da parceria seja tornada sem efeito e que a pasta não realize qualquer ato para celebração de novo contrato, até que o tribunal analise o mérito do pedido. Rêgo também solicitou esclarecimentos ao Ministério da Saúde, à Hemobrás e à empresa Shire Farmacêutica do Brasil Ltda.
Edição: Amanda Cieglinski

Grupo Chiesi recebe autorização da Agência Europeia de Medicamentos para a comercialização de Trimbow® , primeira associação tripla inalada para DPCO

Ciência & Saúde / A DPOC é uma doença crônica incapacitante que atinge mais de 200 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 7 milhões de pessoas no Brasil, gerando custos indiretos como morte prematura e absenteísmo no trabalho que nos Estados Unidos, por exemplo, chegaram em 2002 à ordem de US$ 14,1 bilhões3.
Trimbow® é uma combinação de um Corticoide Inalatório (CI) com um Beta-2-Agonista de Longa durA ção (LABA) e um Antagonista Muscarínico de Longa durAção (LAMA) respectivamente dipropionato de Beclometasona (BDP), fumarato de Formoterol (FF) e brometo de Glicopirrônio (GB), administrados como uma dose fixa duas vezes ao dia em inalador pressurizado dosimetrado (pMDI) em formulação extrafina.
"A autorização de comercialização de Trimbow® pela União Europeia é um avanço significativo para o tratamento de pacientes com DPOC e reforça a liderança do Grupo Chiesi na área respiratória" comenta Alessandro Chiesi, Head da Região Europeia do Grupo Chiesi. "Trimbow® é a primeira terapia de combinação tripla fixa em um único inalador aprovada para o tratamento da DPOC, uma doença que envolve as pequenas vias aéreas. O uso de um inalador único deve simplificar a administração da terapia, e, portanto pode melhorar a adesão ao tratamento. Nosso objetivo é disponibilizar este medicamento aos pacientes o mais rápido possível."
Dois dos 12 estudos clínicos sobre o Trimbow® , envolvendo mais de 7000 pacientes, foram publicados recentemente na The Lancet – uma das mais prestigiadas revistas médicas internacionais:
•TRILOGY2 é o estudo publicado na edição especial da The Lancet durante congresso da Sociedade Europeia de Doenças Respiratórias (ERS) e apresentado no congresso da mesma sociedade em 2016 na cidade de Londres. O estudo, que durou 1 ano, forneceu pela primeira vez evidências de que a combinação tripla fixa de partículas extrafinas de CI/LABA/LAMA, Trimbow® , é superior a terapia de dose fixa de CI/LABA (uma das terapias padrões de tratamento para DPOC) em uma série de parâmetros clínicos, incluindo exacerbações, demonstrando um perfil de segurança comparável entre os dois tratamentos.

•TRINITY3, publicado na The Lancet online em 3 de Abril de 2017, é o estudo que demonstra pela primeira vez a superioridade do Trimbow® em comparação a um LAMA (Tiotrópio), outro padrão de tratamento para DPOC, novamente em vários parâmetros de eficácia, incluindo exacerbações.

Para acessar o sumário da União Europeia sobre as características do medicamento Trimbow® , visite o site http://ec.europa.eu/health/documents/community-register/html/newproc.htm

Sobre a DPOC
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença respiratória caracterizada pela obstrução brônquica persistente, associada à inflamação crônica das vias aéreas em resposta a partículas e gases nocivos. Os sintomas clássicos da DPOC incluem dispneia, tosse crônica e a produção crônica de secreção (escarro). Em alguns casos, uma piora aguda dos sintomas mencionados podem ocorrer desencadeando uma exacerbação. Dois fatores compõem a obstrução crônica em pacientes com DPOC: de um lado ocorre a inflamação das pequenas vias aéreas juntamente com o espessamento de suas paredes somado ao aumento da resistência ao fluxo de ar. Do outro lado, ocorre a destruição progressiva do parênquima pulmonar (enfisema) associada à perda de retração elástica do pulmão. É importante ressaltar que ambos os mecanismos podem coexistir, levando a uma redução significativa do fluxo de ar em todo o pulmão.

Sobre o Trimbow®
Trimbow® é a primeira combinação tripla de dose fixa em formulação extrafina de Corticoide Inalatório (CI) / Beta-2-Agonista de Longa Ação (LABA) / Antagonista Muscarínico de Longa Ação (LAMA) que contém dipropionato de Blecometasona (BDP), fumarato de Formoterol (FF) e brometo de Glicopirrônio (GB). Trimbow® estará disponível em inalador pressurizado dosimetrado (pMDI) para ser comercializado com aprovação indicada para tratamento de manutenção em pacientes adultos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que não estão adequadamente tratados pela combinação de um corticoide inalatório e um agonista beta-2 de longa ação.

Sobre o Grupo Chiesi
Com sede em Parma, na Itália, a Chiesi Farmacêutica é um Grupo de Pesquisa Internacional focado em cuidados de saúde, com mais de 80 anos de experiência na indústria, presente em 26 países, um deles o Brasil, onde a companhia está presente com operação comercial e planta industrial há mais de 40 anos. A Chiesi desenvolve e comercializa medicamentos inovadores para doenças respiratórias, neonatologia e na área de doenças raras. Sua organização de pesquisa e desenvolvimento (P&D) está sediada em Parma, na Itália, e está integrada com outros seis centros de P&D na França, EUA, Reino Unido, Suécia e Dinamarca, para avançar em programas pré-clínicos, clínicos e de registro da Chiesi. Globalmente a Chiesi emprega cerca de 5.000 colaboradores.

Avelumabe recebe opinião positiva do CHMP para o tratamento do carcinoma de células Merkel metastático

Ciência & Saúde / A Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia, e a Pfizer, anunciaram que o Comitê dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicina (EMA), concedeu um parecer positivo para a autorização de Avelumabe como monoterapia para o tratamento de pacientes adultos com carcinoma de célula Merkel metastático (CCMm), um tipo raro e agressivo de câncer de pele. Agora, a Comissão Europeia avaliará a recomendação do CHMP e a expectativa é que a decisão saia durante o terceiro trimestre de 2017.

O parecer positivo do CHMP se baseia em dados obtidos do JAVELIN Merkel 200, um estudo em fase II internacional, multicêntrico, aberto, dividido em duas partes:

?A parte A incluiu 88 pacientes com CCMm que tiveram progressão da doença após pelo menos um tratamento de quimioterapia. De um modo geral, na parte A do estudo, 59% dos pacientes tinham recebido um tratamento antineoplásico prévio para CCMm, e 41% tinham sido submetidos a dois ou mais tratamentos prévios. Os dados submetidos incluíram pelo menos 18 meses de acompanhamento.
• A parte B incluiu, no momento do corte de dados, 39 pacientes com diagnostico histológico de CCMm que não tinham recebido terapia sistêmica prévia para a doença metastática. Vinte e nove deles tiveram monitoramento de pelo menos 13 semanas. O processo de inclusão na parte B do estudo está em andamento e é esperada a inclusão de 112 pacientes sem tratamento prévio.

O anticorpo humano anti-PDL1,Avelumabe, já recebeu a designação de fármaco órfão (Orphan Drug Designation – ODD) da Comunidade Europeia para CCMm. Para obtê-la, um medicamento deve estar destinado ao tratamento, prevenção e diagnóstico de uma enfermidade que ofereça risco de vida ou que seja cronicamente debilitante, e ter uma prevalência não superior a cinco a cada 10 mil pessoas na União Europeia.

A administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, em inglês), autorizou aprovação acelerada (accelerated approval) para Avelumabe em março de 2017 para o tratamento de CCMm em adultos e crianças maiores de 12 anos, e em maio de 2017, para o tratamento de pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático que tiveram progressão da doença durante ou depois do tratamento com quimioterapia contendo platina, ou progressão nos 12 meses posteriores do tratamento neoadjuvante ou adjuvante com quimioterapia contendo platina1.

Estas indicações receberam a autorização por aprovação acelerada (accelerated approval) graças aos dados de taxa de resposta tumoral e de duração da resposta. A confirmação da autorização destas indicações pode estar sujeita à verificação e descrição do benefício clínico em ensaios confirmatórios.

O programa de desenvolvimento clínico de Avelumabe JAVELIN, inclui ao menos 30 estudos clínicos e mais de 5,7 mil pacientes avaliados para mais de 15 tipos distintos de tumor. Além do CCMm, entre os outros tumores estão o de mama, estômago/junção gastroesofágica, cabeça e pescoço, linfoma de Hodgkin, melanoma, mesotelioma, pulmão de não pequenas células, ovário, carcinoma de células renais e carcinoma urotelial.

* avelumabe está sob investigação clínica e ainda não foi comprovado como seguro e eficaz. Não há garantia de que avelumabe será aprovado na indicação pretendida. Avelumabe não está aprovado para nenhuma indicação em nenhum mercado fora dos EUA. BAVENCIO® é a denominação comercial do medicamento em investigação avelumabe enviado ao EMA.

Sobre o carcinoma de células de Merkel metastásico
O CCM metastático é uma enfermidade rara e agressiva onde as células malignas se formam na camada superior da pele, próximas às terminações nervosas 2,3. O CCM, também chamado de neuroendócrino da pele ou câncer trabecular se inicia com frequência nas partes da pele mais expostas ao sol, como cabeça, pescoço e braços2,4. Entre os fatores de risco para o CCM, estão a exposição ao sol e infecção por poliomavirus de células de Merkel. Homens caucasianos maiores de 50 anos possuem um risco maior2,4. O CCM É um câncer altamente imunogênico , o que significa que pessoas com um sistema imunológico frágil (por exemplo, transplantados, pessoas portadoras de HIV/AIDS, e pessoas com outros tipos de câncer, como leucemia linfocítica crônica) também possuem um risco maior2,4. Com frequência, o CCM é diagnosticado de maneira errônea como outro tipo de câncer de pele e cresce a um ritmo exponencial na pele afetada pelo sol4,6. As opções terapêuticas para CCM na Europa incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia3. O tratamento do CCMm em estádio IV é geralmente paliativo3.

Sobre avelumabe
Avelumabe é um anticorpo humano específico para uma proteína denominada PD-L1, ou receptor do ligante de morte programada 1. Avelumabe é desenhado para estimular o sistema imune adquirido e inato. Ao se ligar ao PD-L1, acredita-se que o avelumabe impede que as células tumorais utilizem o PD-L1 como proteção frente aos glóbulos brancos, como os linfócitos T, expondo-as à resposta antitumoral. Tem sido demonstrado que avelumabe induz citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) in vitro. Em novembro de 2014, a Merck e a Pfizer anunciaram uma aliança estratégica para desenvolver e comercializar o avelumabe de maneira conjunta.

Indicações
A agência que regula a venda de alimentos e medicamentos nos EUA (FDA) autorizou por aprovação acelerada (accelerated approval) Avelumabe (BAVENCIO® ) para o tratamento (i) de CCMm em adultos e crianças maiores de 12 anos e (ii) de pacientes com carcinoma urotelial avançado ou metastático que progrediram durante ou após tratamento com quimioterapia contendo platina, ou que progrediram nos 12 meses posteriores ao tratamento neoadjuvante ou adjuvante com quimioterapia contendo platina. Estas indicações receberam a autorização por aprovação acelerada (accelerated approval) graças aos dados de taxa de resposta tumoral e a duração da resposta. A confirmação da autorização destas indicações pode estar sujeita à verificação e descrição do benefício clínico em ensaios confirmatórios.

O programa de desenvolvimento clínico de Avelumabe JAVELIN, inclui ao menos 30 estudos clínicos e mais de 5,7 mil pacientes avaliados para mais de 15 tipos distintos de tumor.

Inibidor do vírus Zika deve levar 10 anos para ser produzido em larga escala

Agência Brasil
16.08.17 – 05h38

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco descobriram substância que pode bloquear o vírus Zika. Mas ainda serão necessários anos de estudo antes que a 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr) vire um medicamento a ser produzido em larga escala.

Pela descoberta,  a substância “imita” uma parte do vírus, que é inserida no genoma do zika e para a reprodução. O sucesso obtido pelos pesquisadores foi de mais de 99%.

O estudo foi publicado na última sexta-feira (11) na revista International Jornal of Antimicrobial Agents, mas a instituição divulgou somente nessa terça-feira (15) a descoberta. 

A substância, sintética, é do grupo das Tiopurinas, origem de medicamentos contra o câncer. Esse tipo específico, no entanto, nunca foi utilizado. Os pesquisadores da Fiocruz trabalhavam com a 6MMPr em um outro estudo, para combater um vírus de cachorro, a Cinomose canina. “Nós identificamos que ela tem atividade contra a Cinomose. E por ser um vírus de RNA, assim como o Zika vírus, nós formulamos a hipótese que também funcionaria contra o zika”, conta o coordenador da pesquisa, Lindomar Pena.

Para levar o estudo à frente, a equipe utilizou material e recursos humanos de outras pesquisas financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), já que, segundo Pena, no período de um ano não surgiu nenhum edital para financiamento de investigações de substâncias contra o zika.

Os testes foram feitos em células epiteliais e neurais de macacos e de humanos. A cada mil vírus, 996 deles foram eliminados com a 6MMPr, o que dá mais de 99%. “É algo impressionante. Em laboratório, a gente faz de tudo para ‘provar’ que a substância não funciona, os testes são muito rigorosos”, diz.

Foi descoberto também que quanto mais alta a dose, maior é a eficácia, e quanto mais cedo a substância começa a atuar, maior é o sucesso.

Para combater o zika, ela imita parte da estrutura do vírus para “enganá-lo”. Segundo o coordenador da pesquisa, quando o vírus está replicando seu genoma, ele precisa de pequenos blocos estruturais. Ele deu o exemplo de uma parede formada por tijolos. Seria como se a 6MMPr imitasse um dos tijolos, para que quando o zika “construísse” a parede, parasse de se replicar.

Além disso, a substância se mostrou segura para uso em células neurais. “Vai ter poucos efeitos colaterais no sistema nervoso, porque se ela fosse mais tóxica seria um alerta negativo. Ela mostra justamente o contrário, tem poucos efeitos tóxicos, comparados com células epiteliais. Em células epiteliais é menos grave”, afirmou Pena.

Caminho longo

Apesar da conquista, ainda há muitas etapas – e anos – até que a substância possa ser produzida em larga em escala como um medicamento. De acordo com Lindomar Pena, o tempo médio até que isso ocorra é de 10 anos. “Mas, por causa da importância e da gravidade do zika, pode ser que esse período possa ser reduzido pela metade”, estima.

O próximo passo é o teste em camundongos. São necessárias ainda outras duas espécies de animais até chegar ao teste em humanos. Para saber se é possível utilizar um possível medicamento em grávidas para que o bebê fique protegido, ainda será necessário fazer o teste em fêmeas prenhas. “Se for prejudicial, podemos melhorar a substância, fazendo modificações químicas. Já temos parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco para isso”.