Biolab vai investir R$ 450 milhões em fábrica de medicamentos em MG

Líder no segmento de remédios de prescrição em cardiologia, laboratório quer buscar certificações para vender ao mercado externo; com novo investimento, farmacêutica pretende reforçar estratégia de expansão no segmento veterinário

Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo

21 Julho 2017 | 05h00

A farmacêutica nacional Biolab anunciou nesta quinta-feira, 20, investimento de R$ 450 milhões em uma nova fábrica. O laboratório de medicamentos será construído em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, e terá capacidade para produzir 200 milhões de unidades de medicamentos por ano.

A Biolab é uma das maiores farmacêuticas de capital nacional, com faturamento de R$ 1,25 bilhão em 2016, de acordo com a consultoria IMS Health. Segundo a empresa, a nova unidade será projetada também para atender o mercado externo. Do investimento projetado, 40% serão bancados com recursos próprios, e o restante será captado no mercado.

Em entrevista ao Estado, Cleiton Castro Marques, sócio e presidente do grupo, afirmou que a Biolab já estava planejando o movimento há algum tempo. Ele disse que a atual crise econômica e política do País não afetou os planos da companhia. “Apesar da crise, o setor farmacêutico deverá crescer 8% este ano. A expectativa é de que as vendas da Biolab aumentem entre 8% e 10%.”

As operações do novo complexo industrial devem começar a partir de 2020, ainda de forma parcial. O grupo, que tem três unidades produtivas, todas no Estado de São Paulo, ganhou incentivos fiscais do governo mineiro para construir sua nova unidade.

Entre 2009 e 2012, o setor farmacêutico viveu um “boom” de investimentos, com a construção de novas unidades e também com movimentos de fusões e aquisições, sobretudo de multinacionais que buscavam laboratórios produtores de medicamentos genéricos.

Esse movimento começou a arrefecer nos últimos anos por causa da crise. “As multinacionais tiraram o pé do acelerador, mas não estão deixando de investir no País”, afirmou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma).

Ele lamenta, contudo, que o Estado esteja perdendo investimentos do setor para outras unidades da federação. “O governo de São Paulo tem de olhar com atenção os incentivos que estão sendo concedidos pelos Estados vizinhos. São Paulo tem perdido investimento por conta da guerra fiscal.”

Diversificação. Líder em medicamentos de prescrição voltados para cardiologia e com atuação em pediatria, ginecologia e ortopedia, a Biolab também está se preparando para expandir sua atuação no segmento veterinário. Atualmente, essa divisão de negócio representa 1% da receita total do grupo, mas deverá ter relevância maior nos próximos três anos.

O mercado veterinário voltado para animais de pequeno porte tem crescido no Brasil e esta será a aposta do grupo, segundo Cleiton Marques. “O segmento de animais de grande porte tem margens menores e é mais competitivo.” A Biolab, assim, segue o mesmo caminho de outros grupos, como as nacionais Eurofarma e a União Química.

Na contramão de parte do setor farmacêutico, que tem olhado com atenção o segmento de dermocosméticos, a Biolab não quer ampliar sua atuação nessa área. Interessa a Marques atuar em dermatologia, mas para medicamentos prescritos.

A Biolab tem 276 pedidos de patentes em várias áreas da saúde, inclusive em inovação radical. Não interessa ao grupo farmacêutico entrar no segmento de medicamentos genéricos (cópias de remédios que perderam a patente). “Nosso foco será em inovação”, disse o empresário.

Estudo de fase 2 com Venetoclax, em pesquisa para tratamento de Leucemia Linfoide Crônica apresenta resultados positivos

Ciência & Saúde / A deleção 17p é encontrada em 3 a 10% dos casos de LLC não tratada e entre 30 a 50% dos casos de LLC reincidente ou resistente 2

São Paulo, julho de 2017 – A biofarmacêutica global AbbVie anunciou os principais resultados de estudo de fase 2 com pacientes com LLC tratados com Venetoclax, o primeiro inibidor oral de linfoma-2 de célula B (BCL-2)2. As respostas de 158 pacientes com LLC Reincidente/Resistente e deleção no cromossomo 17p mostraram que 77% (95% de margem de confiabilidade) apresentaram resposta integral ao tratamento, isto é, remissão completa (RC) + remissão completa com recuperação parcial da medula (RCi) + remissão parcial (RP) + remissão nodular parcial (RPn)1. Destes, 27% atingiram um nível de resposta em que a doença não é mais detectada no sangue ("doença residual mínima negativa"), medido por citometria de fluxo (técnica ultra sensível utilizada para contar, examinar e classificar as células tumorais)1.

O tratamento com Venetoclax, em monoterapia, recebeu autorização de comercialização pela União Europeia para o tratamento de LLC em pacientes com deleção no cromossomo 17p ou mutação TP53, em adultos, intolerantes, ou que não responderam, a tratamento anterior com inibidor da ação do receptor de célula B; ou que não responderam a tratamento quimioterápico ou a ambos.

"Estas taxas de respostas de pacientes com LLC e deleção 17p ao tratamento com Venetoclax, com a doença reincidente/resistente, foram avaliadas em um dos dois estudos principais mencionados na bula do medicamento nos EUA", afirmou o Professor Dr. Stephan Stilgenbauer, do Departamento de Medicina Interna da Ulm University (Alemanha), que apresentou os resultados do estudo no Congresso Europeu Anual de Hematologia.

Desenho e Resultados do Estudo – No principal estudo de fase 2, os pacientes com LLC R/R e/ou deleção 17p receberam 400 mg diárias de Venetoclax, com aumento progressivo da dose durante cinco semanas. O medicamento foi usado até que fosse observada progressão da doença ou houvesse descontinuidade do tratamento por outras razões1. A avaliação da "doença residual mínima" (DRM) em sangue periférico foi realizada com a primeira avaliação clínica de remissão completa ou parcial com nódulos menores do que 2 cm e a cada 12 semanas até a negatividade da DRM. Estes resultados significam que pode ser detectada uma célula de LLC em 10.000 leucócitos (células brancas do sangue). Um total de 158 participantes do estudo receberam em média dois tratamentos anteriores e 11% receberam tratamento prévio com inibidor do marcador de receptor de célula B1. A idade média dos participantes no estudo foi de 67 anos e a duração média da terapia com Venetoclax foi de 16.7 meses.

Durante o estudo, os efeitos adversos mais comuns foram neutropenia (42%), náusea (37%), diarreia (37%), anemia (24%) e cansaço (22%).

A deleção 17p é encontrada em 3 a 10% dos casos de LLC não tratada e entre 30 a 50% dos casos de LLC reincidente ou resistente. A mutação no gene TP 53 ocorre em 8 a 15% dos pacientes e entre 35 a 50% dos casos de LLC resistente. Os pacientes com deleção 17 p ou mutação TP 53 têm geralmente um prognóstico pior e uma expectativa de vida de menos de dois a três anos, com o regime de tratamento padrão atual.[i]

O diagnóstico das deleções e mutações cromossômicas é feito por meio de testes genéticos específicos.

Sobre venetoclax – Venetoclax é desenvolvido pela AbbVie e Roche e inibe seletivamente a função da proteína BCL-2, como demonstrado em estudos clínicos[ii], levando as células tumorais, incluindo as células da LLC, à morte. Venetoclax já tem aprovação regulatória nos países da Comunidade Europeia, além de Argentina, Austrália, Estados Unidos, Israel, México e Porto Rico e vem sendo estudado também para outros tipos de câncer no sangue. É comercializado conjuntamente pela AbbVie e pela Genetech, empresa do grupo Roche, nos Estados Unidos, e pela AbbVie unicamente fora dos Estados Unidos. Juntas as empresas estão comprometidas com a pesquisa do bloqueio da BCL-2 com Venetoclax, que está sendo avaliado também em estudos de fase 3 para o tratamento de LLC R/R, além de estudos em vários outros tipos de câncer. No Brasil, Venetoclax foi submetido à aprovação da ANVISA, agência regulatória local, e aguarda a aprovação para uso no país.

Sobre Oncologia na AbbVie
A AbbVie, se empenha em descobrir e desenvolver medicamentos que proporcionem avanços transformadores no tratamento do câncer, ao combinar, de forma única, conhecimento em áreas fundamentais da biologia com tecnologias de novas gerações, e trabalhando com parceiros – cientistas, especialistas clínicos, indústria e grupos de apoio a pacientes. Concentrados em proporcionar avanços transformadores em tratamentos em algumas dos tipos de câncer mais disseminados e debilitantes. Com a aquisição da Pharmacyclics em 2015 e Stemcentrx em 2016 e diversas parcerias, o portfólio em oncologia da AbbVie consiste em medicamentos já em comercialização nos Estados Unidos e Europa e em várias moléculas que estão sendo avaliadas em mais de 200 estudos clínicos globais, para mais de 20 tipos de tumores. Para mais informação, acesse www.abbvieoncology.com

Sobre a AbbVie
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global, que tem o compromisso de desenvolver terapias inovadoras avançadas, para algumas das mais complexas e críticas condições de saúde. A missão da companhia é usar seu conhecimento, equipe dedicada e foco em inovação para aprimorar, de forma notável, tratamentos em quatro áreas terapêuticas principais: imunologia, oncologia, virologia e neurociência. Em mais de 75 países, os funcionários da AbbVie trabalham todos os dias para desenvolver soluções em saúde para pessoas ao redor do mundo.

No Brasil, a AbbVie começou a operar no início de 2014. No Brasil, suas unidades de negócios locais incluem imunologia, neonatologia, virologia e oncologia; entre suas diferentes áreas de atuação, conduz mais de 25 estudos clínicos, envolvendo mais de 750 pacientes, em 200 centros de pesquisa. Para mais informação, www.abbvie.com.br

Estudo revela que 35% dos casos de demência são evitáveis

Relatório elaborado por comissão convocada pela revista Lancet mosta que controlar fatores como perda de audição, tabagismo, hipertensão e depressão pode evitar, em todo o mundo, um a cada três casos de Alzheimer e outras doenças degenerativas

Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

20 Julho 2017 | 15h23

Controlar fatores do estilo de vida, como perda de audição, tabagismo, hipertensão e depressão pode evitar um terço dos casos de demência no mundo, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Lancet.

O estudo fundamenta um relatório da primeira Comissão de Prevenção e Assistência à Demência Lancet, que foi apresentado na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer de 2017.

Além de revelar que um a cada três casos de demência é passível de prevenção, o relatório destaca também os efeitos benéficos de intervenções não farmacológicas como contato social e exercícios para pessoas com a doença degenerativa.

Para produzir o relatório, a comissão reuniu 24 especialistas internacionais que fizeram uma revisão sistemática da pesquisa existente sobre o tema, com o objetivo de fornecer recomendações com base em evidências para o tratamento e prevenção da demência.

Cerca de 47 milhões de pessoas têm demência no mundo e estima-se que o número saltará para 66 milhões em 2030 e para 115 milhões em 2050, de acordo com os autores do estudo.

"Há um grande foco no desenvolvimento de medicamentos para evitar a demência, incluindo a doença de Alzheimer. Mas não podemos perder de vista os verdadeiros avanços que já alcançamos no tratamento da demência, incluindo as abordagens preventivas", disse um dos membros da comissão, Lon Schneider, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade da Carolina do Sul.

A comissão que elaborou o relatório identificou nove fatores de risco, em várias fases da vida, que aumentam a probabilidade de desenvolver demência. Cerca de 35% dos casos de demência – aproximadamente um a cada três – foram atribuídos a esses fatores de risco, segundo o relatório.

Aumentar a educação durante a juventude e cuidar da perda de audição, da hipertensão e da obesidade durante a vida madura, a incidência de demência poderia ser reduzida pelo menos 20%, dizem os autores.

Na velhice, parar de fumar, tratar da depressão, aumentar a atividade física, aprimorar o contato social e controlar a diabete poderia reduzir a incidência da demência em mais 15%, segundo o estudo.

"A potencial magnitude dos efeitos da redução desses fatores de risco sobre a demência é maior do que poderíamos imaginar com qualquer medicamento experimental que temos à disposição. Mitigar os fatores de risco nos fornece um caminho poderoso para reduzir a demência em nível global", disse Schneider.

Terapia não farmacológica. A comissão também examinou o efeito de intervenções não farmacológicas para pessoas com demência e concluíram que elas têm um importante papel no tratamento, especialmente quando tentam controlar a agitação e a agressão.

"Drogas antipsicóticas são normalmente usadas para tratar a agitação e a agressão, mas há uma preocupação considerável com essas drogas, porque elas aumentam o risco de morte, de eventos cardiovasculares adversos e infecções, sem falar da sedação excessiva", afirmou Schneider.

As evidências indicaram que as intervenções psicológicas, sociais e ambientais, como a promoção do contato social e de atividades coletivas tiveram um resultado melhor que os medicamentos antipsicóticos para tratar os sintomas de agitação e agressão associados à demência. O estudo mostrou ainda que intervenções não farmacológicas como terapia de estímulo cognitivo de grupo e exercícios conferem também algum benefício à saúde mental dos pacientes.

Aumento do Pis/Cofins trará colapso do setor saúde

Negócio /

Ameaçadas pelo aumento do Pis/Cofins, entidades representativas do setor saúde alertam para o desemprego em massa e, na impossibilidade de repasse dos aumentos para o usuário do sistema de saúde, a qualidade do serviço pode ser drasticamente afetada bem como a subsistência das empresas.

Uniram-se em um movimento contra o aumento do imposto, a FEHOESP-Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, todos os Sindicatos de Hospitais do Estado de São Paulo, a Anahp- Associação Nacional de Hospitais Privados, a Abramed- Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica e Abramge- Associação Brasileira das Medicinas de Grupo.

O setor saúde emprega 2 milhões de trabalhadores em todo o país e já arca com pagamento de 34% de carga tributária, muito maior que o próprio setor financeiro.

Segundo Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP- Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, a capacidade do setor de pagar mais imposto está esgotada, principalmente por não haver nenhuma contrapartida do poder público.

Com a proposta de aumento do Pis/Cofins para o setor de serviços, a área de saúde será uma das mais afetadas por concentrar 80% de seus custos em mão de obra. Atualmente, a maioria das empresas de saúde paga 3,65% de Pis/Cofins e pela proposta do governo migraria para uma alíquota maior, de 9,25%, no regime não cumulativo. Nessa modalidade, haveria um sistema de compensação de créditos de impostos, já pago em insumos e matérias primas.

No entanto, como na saúde a principal despesa é a mão de obra, essa compensação não existiria. Estimativas dão conta que o impacto para o setor seria de R$ 50 bilhões.

Inadimplência ultrapassa arrecadação

Maior prova que não há mais espaço para aumento de imposto é o estudo do IBPT- Instituto Brasileiro de Tributação e Planejamento, que denuncia que a inadimplência ultrapassou a própria arrecadação. Segundo o estudo, em 1979, a inadimplência correspondia a 48,7% e em 2015 alcançou o montante de 109,91%. Os valores devidos são maiores que os arrecadados em uma gravíssima proporção, que demonstra o absoluto esgotamento de pagamento de mais impostos.

O Instituto levantou ainda que em 1979, os impostos correspondiam a 20% do PIB e em 2015 aumentaram para 35% do PIB.

Para o presidente da FEHOESP, o aumento de impostos no setor de serviços irá causar desemprego e tem um custo imediato, já que menos pessoas terão planos de saúde e irão bater na porta do SUS, gerando aumento nos custos do sistema público de saúde. " O governo não pode punir as empresas que mais pagam salários e geram empregos. Estudo feito pelo IBPT mostra que o aumento pretendido pelo governo atinge 20% do faturamento bruto do setor de hospitais, clínicas e laboratórios do país, representando uma queda de 22,6% do lucro líquido da cadeia produtiva da saúde", enfatiza.

Website: http://www.matsudapressbrasil.com

OMS alerta para o aumento da resistência aos medicamentos contra vírus HIV

20/07/2017 17h59 Heloísa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu hoje (20) um alerta aos países para o aumento da resistência do vírus HIV aos medicamentos contra a doença, baseado em pesquisas realizadas em diversos países. A organização adverte que essa crescente ameaça poderia prejudicar o progresso global no tratamento e prevenção da infecção pelo HIV, caso não sejam tomadas medidas precoces e efetivas.

O relatório aponta que em seis dos 11 países pesquisados na África, na Ásia e na América Latina, mais de 10% das pessoas que iniciaram a terapia antirretroviral apresentaram um tipo de HIV resistente aos medicamentos mais utilizados contra o vírus. Ao atingir o limite de 10%, a OMS recomenda que esses países revisem urgentemente seus programas de tratamento do vírus HIV. Os países identificados são a Guatemala, Nicarágua, Namíbia, Uganda, o Zimbábue e a Argentina.

“A resistência aos medicamentos contra o HIV se desenvolve quando as pessoas não aderem ao plano de tratamento prescrito, muitas vezes porque não têm acesso a tratamento e cuidados de qualidade. Os indivíduos com resistência ao medicamento do HIV começarão a falhar na terapia e também podem transmitir vírus resistentes às drogas para outros. O nível de HIV em seu sangue aumentará, a menos que eles mudem para um regime de tratamento diferente, o que poderia ser mais caro, e, em muitos países, ainda mais difícil de obter”, explica o comunicado.

Dos 36,7 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo, 19,5 milhões de pessoas acessaram a terapia antirretroviral em 2016. Segundo a OMS, a maioria dessas pessoas têm se mantido bem, com o tratamento se mostrando altamente eficaz na supressão do vírus HIV. No entanto, um número crescente de pessoas está enfrentando as consequências da resistência aos medicamentos.

Segundo a OMS, o aumento da resistência aos medicamentos contra o HIV pode levar a mais infecções e mortes. Análises sugerem que 135 mil mortes e 105 mil novas infecções podem acontecer nos próximos cinco anos se nenhuma ação for tomada. Os custos de tratamento do HIV poderiam aumentar em 650 milhões de dólares durante esse período.

Unaids

Em outro comunicado também divulgado nesta quinta-feira pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) mostra, pela primeira vez, que mais da metade de todas as pessoas que vivem com HIV no mundo (53%) agora têm acesso ao tratamento do HIV. Além disso, as mortes relacionadas à Aids caíram quase pela metade desde 2005.

Em 2016, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento e mortes relacionadas à Aids caíram de 1,9 milhão em 2005 para 1 milhão em 2016. Considerando a continuidade desses avanços, os dados colocam o mundo no caminho certo para atingir o objetivo global de 30 milhões de pessoas em tratamento por 2020.

Segundo a Unaids, o Brasil está na contramão desse movimento. O relatório aponta que o número de pessoas com HIV é crescente no país. Em 2010 para 2016, o número de novos casos subiu de 47 mil para 48 mil. Por meio de nota, o Ministério da Saúde disse que o relatório usa números absolutos para comparar a situação da aids nos países, quando o mais adequado seria utilizar taxas de detecção – obtida por meio da divisão do número de casos pelo número da população.

Dados epidemiológicos da pasta mostram dados contrários aos divulgados pela Unaids. Segundo o ministério, o país registra uma estabilização com tendência de queda dos casos de Aids. "Em 2013, foram notificados 42.266 casos de Aids no país; em 2014, foram registradas 41.007 ocorrências; em 2015, outros 39.113 casos. As taxas de detecção nesses anos foram de 21,0 para cada grupo de 100 mil habitantes (2013), 20,2 (2014) e 19,1 (2015), o que demonstra essa estabilização. O número de morte por Aids no Brasil foi de 12.564 óbitos em 2013; 12.575 no ano de 2014, e 12.298 em 2015. As taxas de mortalidade foram 5,7 para cada 100 mil pessoas em 2013 e também em 2014; e de 5,6 em 2015. Dessa forma, o número de mortes também se mantém estável", descreve a nota.
Edição: Fernando Fraga

Anvisa proíbe lotes de vitamina C e sulfato de magnésio irregulares

Fabricantes devem recolher todos os estoques existentes no mercado 

Diário Catarinense

A Anvisa proibiu, na última segunda-feira, 17, todos os lotes do Suplemento da Marca Cactinea, de Vitamina C à base de acerola com extrato de Cactaceae hylocereus undatus, da empresa Nutreo Comércio Produtos Homeopáticos Eireli.

De acordo com agência, o produto não tem avaliação de segurança para uso em alimentos e também não tem o registro como novo medicamento, que é exigido. A empresa fabricante deve recolher todo o estoque disponível no mercado.

Sulfato de Magnésio

A Anvisa também determinou a interdição do medicamento Sulfato de Magnésio 100 mg/ml solução injetável, ampola 10 ml, lote MFA de 08/2018, fabricado pela empresa Samtec Biotecnologia Ltda.

Um laudo de análise realizado no Paraná (Lacen/PR) apresentou resultados insatisfatórios sobre o produto. O ensaio avalia o medicamento e a embalagem, para saber se as características visuais e a aparência do produto estão de acordo com o padrão de qualidade.

Saiba mais sobre os diferentes tipos de medicamentos.

Robert Whitaker, jornalista e escritor: “A indústria farmacêutica capturou a psiquiatria”

Americano, especializado em medicina e ciências, veio ao Rio para lançar livro publicado no Brasil pela Editora Fiocruz

por Nelson Gobbi
19/07/2017 4:30

"Investigo o fenômeno da medicalização, em particular a influência das drogas utilizadas na psiquiatria. Já publiquei quatro livros. Ganhei o Prêmio George Polk para Escrita Médica, em 1998, por meus artigos sobre a psiquiatria e a indústria farmacêutica, e fui finalista do Prêmio Pulitzer no Serviço Público, em 1999."

Conte algo que não sei.

Nos EUA, a porcentagem de pessoas que tomam medicamentos para doenças psiquiátricas cresceu de forma espantosa. Hoje, cerca de 20% tomam essas drogas todos os dias. Mais de 10% das crianças nas escolas americanas estão medicadas e, nas universidades, 25% dos estudantes tomam os remédios.

Esses medicamentos ajudam a diminuir as doenças psiquiátricas?

Não. Com o tempo, medicamentos mais efetivos foram desenvolvidos. Os níveis de problemas em relação a doenças psiquiátricas deveriam diminuir, mas todas as evidências mostram o contrário. E está acontecendo o mesmo em todos os países que adotam este modelo de tratamento. Temos de nos perguntar: estamos no caminho certo?

O que as atuais pesquisas científicas demonstram?

Elas apontam que os remédios têm eficácia imediata. Depois de seis semanas, os grupos que tomam os medicamentos têm melhores respostas do que os que tomam placebos. Mas o que acontece com essas pessoas depois de três, cinco, dez anos de uso regular? Há mais de 40 anos, já existia a preocupação de que o uso contínuo de antidepressivos poderia causar depressão crônica.

Por que estas pesquisas não chegam ao grande público?

Até a década de 1980, grande parte dos psiquiatras não tinha boa reputação nos EUA, muita gente não os via como médicos “de verdade”, e eles queriam melhorar sua imagem. Um caminho para isso foi a prescrição de remédios, a adoção do discurso de que os desequilíbrios químicos estavam por trás de muitas doenças mentais. Ao mesmo tempo, a indústria farmacêutica começou a dar muito dinheiro para a área, a financiar pesquisas, patrocinar congressos. Foi a época em que essas ideias começaram a ser exportadas para o mundo. A indústria capturou a profissão.

Existe alguma outra saída para evitar os remédios?

Há pesquisas que demonstram que os sintomas da depressão podem regredir sem os medicamentos, mas é um processo que leva mais tempo. Por isso, os remédios são o método mais usado.

E em relação ao Transtorno do Déficit de Atenção? Crianças e jovens estão sendo medicadas precocemente?

Essa é uma preocupação dos pais em todo o mundo. Nos EUA, começamos a medicar jovens e crianças há mais de 30 anos, e não há nenhuma evidência de que eles têm melhor desempenho depois de adultos. Pelo contrário, depois de anos tomando esses remédios os jovens têm sintomas piores e começam a receber outros diagnósticos, como transtorno bipolar ou esquizofrenia. Ouvi relatos de que aqui no Brasil estão receitando Risperidona para crianças de três e quatro anos. É um remédio fortíssimo.

Qual seria a solução para esses problemas?

Vivemos em uma sociedade altamente medicada, é um problema global. Por outro lado, temos resultados positivos com experiências com escolas que dão mais tempo para as crianças brincarem, que optam por alimentação saudável ou mudam a forma de os professores ensinarem. Em todos estes casos, os sintomas de TDAH desaparecem. Temos que escolher entre mudar nossas escolas e nosso modo de vida ou continuar medicando nossas crianças.

Anvisa suspende lote de Lexotan

Estadão Conteúdo
19.07.17 – 19h06

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta quarta-feira, 19, um lote do medicamento Lexotan, para controle de ansiedade, produzido pela farmacêutica Roche. Segundo a Anvisa, todo o estoque do lote RJ0874, com validade até janeiro de 2019, deverá ser recolhido.

O lote do remédio apresentou “resultados abaixo da especificação prevista no ensaio de dissolução em estudos de estabilidade”. Os estudos analisam se as propriedades farmacêuticas de um determinado medicamento permanecem estáveis ao longo do prazo de validade.

Os demais lotes do produto estão liberados, segundo a Anvisa.

Em nota, a Roche disse que “proativamente comunicou a agência sobre a detecção de uma alteração” no produto e considerou que o caso não apresenta risco aos pacientes, “uma vez que o ocorrido não impacta na segurança e eficácia do lote”.

“A Roche conduz testes rigorosos para assegurar a eficácia, qualidade e segurança dos seus medicamentos e permanece à disposição por meio do Serviço de Informações Roche – telefone 0800 77 20 289”, diz ainda a nota.

Astellas Farma Brasil é eleita uma das melhores farmacêuticas para se trabalhar no Brasil

Quarta, 19 Julho 2017 15:53 Escrito por Tca Figueira
Astellas foi reconhecida pelo Instituto Great Place to Work®

A Astellas Farma Brasil (AFB) foi nomeada hoje uma das 10 melhores farmacêuticas para se trabalhar no Brasil, segundo último ranking realizado pelo Instituto Great Place to Work® . Este é o quarto ano consecutivo que a AFB é reconhecida como uma das melhores empresas farmacêuticas para se trabalhar no Brasil.

O Instituto Great Place to Work é uma consultoria global de recursos humanos, pesquisa e treinamento. O modelo Great Place to Work® é baseado em 25 anos de pesquisa e dados coletados por meio do Trust Index© Employee Survey da empresa, que é respondido anualmente por mais de 10 milhões de funcionários em todo o mundo. Este ano, 90% dos funcionários da AFB participaram da pesquisa.

"A AFB se empenha para ser um ambiente de trabalho colaborativo e de apoio para todos os seus funcionários", disse Luiz Dutra, gerente geral da Astellas Farma Brasil. "O reconhecimento do Great Place to Work valida nossos esforços ao motivar nossa equipe a maximizar seu potencial no suporte aos pacientes".

A AFB promove uma forte cultura baseada no "The Astellas Way" – uma filosofia que enfatiza o compromisso com os pacientes, a propriedade, os resultados, a compreensão e a integridade. A AFB também reconhece a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oferece uma série de programas para melhorar a qualidade de vida dos funcionários.

"Eu trabalho na Astellas há quatro anos e encontrei um ambiente de apoio e colaborativo, tanto motivador quanto inspirador", disse Fabio Moreira, gerente de produtos de hospital e transplantes da AFB. "Por meio do ensino de suporte da empresa e das opções de trabalho flexíveis, consegui desenvolver minha carreira".

Sobre Astellas Farma Brasil

Astellas Farma Brasil, uma afiliada da Astellas Pharma Inc, localizada em Tóquio, no Japão, é uma empresa farmacêutica dedicada à melhoria da saúde das pessoas em todo o mundo através da provisão de produtos farmacêuticos inovadores e confiáveis. A Astellas Farma Brasil se concentra em Urologia, Oncologia, Imunologia e Doenças Infecciosas como principais áreas terapêuticas. A Astellas está na linha de frente da mudança na saúde para transformar ciência inovadora em valor para os pacientes. Para mais informações sobre Astellas Farma Brasil, visite: http://www.astellasfarma.com.br.

Evento discute produção de biofármacos no Brasil

A I Tecbio é uma realização do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Unifor

A reunião acontecerá de hoje (20) a sábado (22), no auditório da Biblioteca da Unifor. As inscrições estão abertas na página do evento

Alavancar a pesquisa desenvolvida no Estado do Ceará unindo infraestrutura de ponta e pesquisadores de alto nível. Esse é o principal objetivo do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Universidade de Fortaleza, que atualmente tem esforços voltados para a produção de biofármacos em animais geneticamente modificados. Com a proposta de promover a troca de experiências na área, a Universidade de Fortaleza, por meio do Nubex, realiza a I Reunião Brasileira em Tecnologias para a Produção e Regulamentação de Biofármacos – Tecbio.

O evento reunirá profissionais de diferentes plataformas para a produção de medicamentos biológicos, além de especialistas em regulamentação governamental para a produção destes biofármacos. A reunião acontecerá de hoje (20) a sábado (22), no auditório da Biblioteca da Unifor. As inscrições estão abertas e devem ser feitas na página do evento.

De acordo com o professor e pesquisador do Nubex, Kaio Tavares, a primeira Tecbio nasce com o propósito de reunir especialistas nacionais e internacionais na produção e na regulamentação de biofármacos com representantes da indústria farmacêutica em um único evento, visando criar e discutir alternativas para transferir efetivamente o conhecimento produzido dentro das universidades para o uso da sociedade.

Debates

O professor e pesquisador da Unifor, Leonardo Tondello Martins, fala sobre a importância de se estimular debates sobre o tema. "Apesar da altíssima relevância relacionada aos temas abordados pela Tecbio, raramente encontramos eventos bem focados e alicerçados na reunião de especialistas tão bem qualificados técnica, científica e empresarialmente na perspectiva do desenvolvimento de biofármacos, em conformidade com as exigências regulatórias vigentes no Brasil e no mundo. Com isso, a Tecbio deverá constituir um elemento de grande relevância para a disseminação de informações valiosas empregáveis no aumento da produtividade, na segurança e na adequação regulatória das plataformas de produção de biofármacos".

Participam da Tecbio nomes de destaque nacional e internacional em biotecnologia, em temas como a clonagem animal, com Irina Polajeva (Utah State University – EUA), regulamentação internacional de biofármacos, com Jerry Pommer (Sab Biotherapeuthics – EUA), transgenia em bovinos transcromossômicos, com Hua Wu (Sab Biotherapeuthics – EUA) e produção transiente de proteínas recombinantes em caprinos, com Jorge Roberto Toledo (Universidad de Concepción – Chile). "Esperamos gerar um debate de altíssimo nível acerca da produção de biofármacos nas diferentes plataformas de produção, bem como a respeito da regulamentação desses biofármacos pelas agências nacionais e internacionais que regulamentam a produção e comercialização", diz Saul Gaudêncio Neto, pesquisador da Unifor.