Pesquisa realizada pela Pfizer aponta que brasileiros desconhecem câncer de rim

SÃO PAULO, 14 de julho de 2017 /PRNewswire/ — A maioria dos brasileiros conhece pouco sobre o câncer de rim e considera que a divulgação sobre a doença no País é insuficiente. Além disso, predominam percepções equivocadas em relação às causas, sintomas e tratamento do tumor. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa inédita sobre o tema realizada pelo Instituto Nielsen, a pedido da Pfizer, envolvendo não apenas o Brasil, mas também Argentina, Chile, Colômbia e México. Participaram do levantamento 2.067 pessoas com mais de 18 anos, incluindo 414 brasileiros.

Menos de três a cada dez pessoas no Brasil têm informações sobre o câncer renal, embora se trate de um dos tumores com as maiores taxas de mortalidade em todo o mundo. Ainda assim, a porcentagem de brasileiros familiarizados com a doença é superior às taxas dos outros países que participaram do levantamento. "Essa constatação reforça a importância de um amplo trabalho de conscientização sobre a doença", diz a oncologista clínica Ana Paula Garcia Cardoso, do Hospital Israelita Albert Einstein.

No Brasil, a parcela mais jovem dos entrevistados pela pesquisa, com idade entre 21 e 25 anos, é aquela que mais conhece o câncer de rim e também o grupo que dispõe de mais informações sobre os diferentes tipos de câncer existentes. Já entre as pessoas de 36 a 50 anos de idade, apenas 26% estão familiarizadas com a doença, porcentagem que cai para 20% entre aqueles com 51 anos ou mais.

Na visão dos entrevistados, o desconhecimento sobre o câncer renal está relacionado à baixa visibilidade da doença nos meios de comunicação e nas redes sociais, de modo que apenas 14% dos brasileiros ouvidos acreditam que a divulgação sobre esse tumor é adequada no País. Para outras populações, como a Argentina, essa porcentagem é ainda mais baixa, chegando a 8%.

Quando questionados sobre as possíveis fontes de informação sobre o câncer de rim, 86% dos entrevistados brasileiros disseram que esperariam encontrar esse conteúdo na internet. Também foram mencionados os profissionais de saúde (80%), as associações de pacientes (39%), a mídia impressa e eletrônica (24%), os amigos e familiares (19%), bem como as entidades governamentais (14%).

Informações
3643-2907

FONTE Pfizer

PRNEWSWIRE

Como agem os remédios para emagrecer?

O Bem Estar desta sexta-feira (14) convidou dois endocrinologistas para falar sobre o assunto. Qual o princípio ativo? Por que eles foram proibidos em outros países?

Por G1, São Paulo

14/07/2017 10h37

O Governo liberou em junho a comercialização de medicamentos para emagrecer que já tinham sido proibidos pela Anvisa. Alguns médicos são contra, mas outros defendem o uso desses remédios em situações específicas.

O Bem Estar desta sexta-feira (14) convidou dois endocrinologistas para falar sobre o assunto. Qual o princípio ativo? Por que eles foram proibidos em outros países? Os médicos Simão Bastos Neto e Fábio Trujilho também falaram sobre outras técnicas para emagrecer, como o balão gástrico.

O projeto de lei autoriza a produção, venda e consumo, sob prescrição médica, de remédios que tenham em sua composição as substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, utilizadas para emagrecimento. Segundo os especialistas, o importante é a classe médica estar orientada sobre a indicação correta dos medicamentos.

Entenda os efeitos colaterais dos anorexígenos

Esses três medicamentos são anorexígenos, ou seja, agem inibindo a fome. Entre os efeitos colaterais estão: agitação, depressão, taquicardia, irritabilidade, dor de cabeça, aumento da pressão e insônia. Mas esses efeitos não ocorrem em todos os pacientes. "A medicação deve ser prescrita pelo profissional adequado, para um momento adequado. O paciente deve ser monitorado para detectar esses efeitos colaterais", alerta o endocrinologista Simão Bastos.

Os três inibidores não são indicados para quem quer perder pouco peso, menores de idade, idosos, quem tem problemas psiquiátricos, cardíacos, hipertensos que não controlam a doença, asmáticos, obesos e pessoas com sobrepeso que são beliscadores.

Já a sibutramina é um sacietógeno, ou seja, age na saciedade. Esses remédios estimulam substâncias no cérebro, entre elas a serotonina, que agem no centro da come, dando saciedade. Os efeitos colaterais são: irritabilidade, insônia, hipertensão e taquicardia.

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Pesquisadores mostram novos caminhos para a vacina contra a zika

Reveja o programa desta sexta:

Bem Estar – Edição de sexta-feira, 14/07/2017

PGR vai denunciar presidente do Senado por propina

Eunício Oliveira será acusado de receber dinheiro da Hypermarcas em troca de ajuda em Medida Provisória

DIEGO ESCOSTEGUY
14/07/2017 – 21h10 – Atualizado 14/07/2017 22h06

Estão em estágio avançado duas denúncias que prometem abalar Brasília no segundo semestre: uma contra o ex-presidente do Senado Renan Calheiros e outra contra o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, ambos do PMDB. Após muito investigar, a Procuradoria-Geral da República reuniu elementos para acusar Eunício de receber propina da Hypermarcas, em troca de ajuda à empresa numa Medida Provisória.

Vacina contra a zika se mostra eficaz em testes com fetos de camundongos

Cientistas do Instituto Evandro Chagas testaram vacina em camundongos.
Resultado abre caminho para o combate da microcefalia em humanos.

Uma vacina contra a zika desenvolvida aqui no Brasil se mostrou eficaz em testes com camundongos. Ela protegeu as mães e os fetos.

O resultado abre caminho para o combate da microcefalia em humanos.

A pesquisa foi divulgada na revista científica “Cell'”, uma das publicações mais respeitadas do mundo. Nela, os cientistas apresentaram o resultado de uma vacina contra a zika desenvolvida pela Instituto Evandro Chagas em parceria com várias instituições americanas.

Os cientistas utilizaram o que chamam de vírus atenuado: nada mais é do que o próprio vírus da zika, só que enfraquecido. Eles testaram essa vacina em 23 fêmeas de camundongo. Quase um mês depois da vacinação, exames mostraram que todas elas criaram anticorpos, para se protegerem do vírus da zika.

Os cientistas colocaram um grupo de camundongos machos para cruzar com as fêmeas. No sexto dia de gestação, os pesquisadores injetaram o vírus da zika para testar o efeito da vacina que elas já tinham tomado.

Uma semana depois, os cientistas constataram que a vacina impediu a contaminação por zika nos tecidos de todas as fêmeas e também nos dos embriões.

“Não se encontrou partículas íntegras do vírus tanto na placenta quanto no cérebro dos fetos”, explicou Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas.

A vacina imuniza com apenas uma dose. Os cientistas também falaram sobre outra vacina, desenvolvida por uma empresa americana, usando a parte do material genético do vírus da zika que não provoca infecção. Essa vacina tem a mesma eficácia da que foi produzida no Instituto Evandro Chagas, mas é mais cara e deve ser aplicada em várias doses.

A vantagem da vacina feita com DNA é que ela também poderia imunizar gestantes, o que não é o caso da vacina com vírus atenuado, que só é indicada para mulheres em idade fértil, seus parceiros e crianças de até 10 anos.

O vírus da zika é uma das causas de microcefalia em bebês que nasceram de mães contaminadas com a doença. Os próximos passos são os testes em humanos, mas isso ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e de comissões técnicas ligadas a dois ministérios. O Instituto Evandro Chagas está bastante otimista, acredita que esses testes devem ser autorizados até o início do ano que vem.

Se tudo der certo, as vacinas contra o vírus da zika poderão estar disponíveis para a população em três anos.

Pílula anticoncepcional: há razão para se preocupar? Drauzio Varella explica

Médico tenta esclarecer dúvidas mais importantes a respeito do tema. Casos de trombose têm assustado muitas mulheres, principalmente as mais jovens.

Entre os diversos métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado, a pílula é, com larga vantagem, o preferido das brasileiras. Cerca de 61% delas (mais de 14 milhões de mulheres), tomam esse contraceptivo no país. É quase o dobro das que optam pela camisinha, cerca de 36%.

Apesar de o medicamento ser considerado seguro e eficaz pela classe médica, relatos de casos de trombose têm assustado. O médico Drauzio Varella conversa com mulheres que passaram por complicações após o uso da pílula, discute com especialistas as melhores alternativas e ressalta que a melhor opção para cada mulher deve ser avaliada individualmente.

A combinação de progesterona com estrogênio, os hormônios que compõem a medicação, pode provocar alterações no sistema de coagulação do sangue, que facilitam a formação de trombos no interior da veia. Porém, apenas uma pequena parcela da população corre esse risco.

Além disso, fatores como obesidade, tabagismo, varizes, doenças pulmonares e cardíacas precisam ser levados em consideração pelo médico para concluir se a paciente corre ou não esse risco. A trombose venosa é fenômeno raro: apenas um caso para cada mil mulheres, mas o número aumenta para de dois a quatro casos entre as que tomam pílula. Veja na reportagem do Fantástico.

Estudo mostra que vacina do Evandro Chagas protege contra zika

Resultado em camundongos abre caminho para testes em humanos; imunizante é desenvolvido a partir do vírus atenuado

Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo

13 Julho 2017 | 13h04

BRASÍLIA – A vacina contra zika desenvolvida no Instituto Evandro Chagas no Pará demonstrou ser eficaz em testes de camundongos. Estudo conduzido pelo centro em parceria com a Universidade do Texas e com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos mostra que a vacina desenvolvida pela instituição impede a infecção pelo vírus em fêmeas e em seus embriões. Publicado na revista científica Cell, o resultado abre caminho para os testes do imunizante em humanos.

"A expectativa é de que iniciemos os estudos clínicos em voluntários a partir de janeiro", afirmou o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos.

A confiança se dá não apenas pelos resultados agora publicados na revista americana. A equipe chefiada por Vasconcelos já concluiu um estudo para avaliar a eficácia da vacina em primatas, com resultados igualmente promissores. Os detalhes desse outro trabalho, no entanto, somente deverão ser anunciados depois da publicação em revista especializada.
Experimento

O estudo divulgado nesta quinta-feira, 13, foi feito a partir da observação de 46 fêmeas de camundongo. Metade do grupo recebeu a vacina desenvolvida pelo instituto e metade recebeu placebo. Passados 28 dias, animais foram testados. O grupo vacinado apresentou altos índices de anticorpos contra zika.

Em uma outra etapa, todas as fêmeas acasalaram. Dias depois, foram expostas ao vírus. Nos camundongos vacinados, foram encontrados apenas traços genéticos de zika, mas em uma quantidade considerada pouco significativa. Além disso, não foram encontrados traços de vírus na placenta ou em tecidos cerebrais dos fetos de camundongos que haviam sido imunizados.

Os resultados foram obtidos com a aplicação de uma dose do imunizante. Pesquisadores repetiram o estudo com outra vacina, desenvolvida pelo grupo Valera. Para esse braço do trabalho, 19 fêmeas de camundongos receberam duas doses da vacina. Um grupo controle, com 19 fêmeas, recebeu placebo. As fêmeas também acasalaram e, já prenhas, foram expostas ao vírus zika. Os traços de vírus encontrados nas mães, nas placentas e nos fetos foram baixos no grupo imunizado.

"Os trabalhos indicam que as duas vacinas exercem um papel protetor. A diferença é a de que do instituto é preciso apenas uma dose", avalia Vasconcelos.

Vírus atenuado

O imunizante desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas é feito a partir do vírus zika atenuado. Por se tratar de organismo geneticamente modificado, o imunizante precisa passar pelo crivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTBio). Além disso, é necessária a aprovação da Comitê de Ética de da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somente depois de concluída estas etapas é que testes clínicos poderão ser realizados.

Vasconcelos disse não ter dúvida de que uma nova onda de epidemia de zika poderá se instalar no País. "Não sabemos quantos anos isso deverá levar. Mas não há dúvidas de que ela virá", avaliou.

A intenção, disse, é concluir os testes do imunizante antes de que uma nova epidemia provocada pelo vírus ocorra no País.

O projeto prevê inicialmente que a vacina seja indicada para mulheres em idade fértil e seus parceiros. Como o imunizante não é indicado para gestantes e para evitar o risco de que mulheres neste estado tomem a vacina inadvertidamente, o protocolo poderá ser mudado numa outra etapa. Seriam incluídas crianças de até 10 anos, de ambos os sexos.

Pesquisas comprovam ‘afinação do dueto’ biodiversidade-biotecnologia

Programação da 69ª Reunião Anual da SBPC, em Belo Horizonte, terá mesa redonda que apresentará exemplos de utilização da biodiversidade como fonte para desenvolvimento de novos fármacos e de novas tecnologias em saúde. O debate será no dia 18 de julho

Três exemplos de utilização da biodiversidade como fonte para desenvolvimento de novos fármacos e de novas tecnologias em saúde serão apresentados em mesa-redonda que integra a programação da SBPC Inovação. “A natureza é um imenso repositório de centenas de milhões de moléculas e, dentre essas, diversas moléculas ativas extraídas de plantas e de venenos animais têm sido estudadas para aplicação em modelos de medicamentos e de vacinas”, comenta a professora Maria Elena de Lima, da UFMG, que vai coordenar a mesa Biodiversidade e biotecnologia: um dueto afinado.

A professora da UFMG apresentará trabalhos de seu grupo de pesquisa relacionados a aplicações terapêuticas de moléculas sintéticas, derivadas do veneno da aranha armadeira, como o peptídeo PnPP-19, que potencializa a ereção sem provocar efeitos tóxicos.

Também participam da mesa, na terça-feira, 18, às 15h30 (sala C 307 do Centro de Atividades Didáticas de Ciência Humanas – CAD 2), os professores Laila Salmen Espindola, da Universidade de Brasília (UnB), e Mario Palma, da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Rio Claro).

Laila Salmen Espindola vai discorrer sobre o projeto ArboControl Brasil, que busca protótipos de produtos com atividade em formas imaturas (ovos, larvas e pupas) e adultas de Aedes aegypti. O professor Mário Palma discutirá o uso de toxinas de venenos animais como fonte de inspiração para o desenvolvimento de novos fármacos.

Riquezas

Ao fazer referência à colonização e às riquezas da biodiversidade que foram levadas do Brasil, Mário Palma vai citar exemplos de substâncias das quais se isolaram princípios ativos usados como modelos para o desenvolvimento de importantes medicamentos, “sem qualquer participação de brasileiros e sem qualquer retorno para o País”. Segundo ele, poderosas corporações multinacionais têm desenvolvido novos fármacos a partir da biodiversidade dos países em desenvolvimento.

O pesquisador da Unesp vai apresentar o trabalho que realiza em laboratório junto ao Centro de Estudos de Insetos Sociais e no Departamento de Biologia do Instituto de Biociências de Rio Claro. “Temos trabalhado no desenvolvimento de uma grande biblioteca de toxinas de insetos, aranhas e escorpiões, que tem servido de fonte de descoberta do novos compostos anticâncer, com abordagens na relação entre as estruturas químicas e as ações biológicas dessas toxinas”, informa.

Esse tipo de trabalho, explica o professor, tem sido objeto de iniciativas do programa Bioprospecta, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que visa apoiar pesquisas voltadas para estudos de produtos naturais, como fonte de inspiração para descoberta e desenvolvimento racional de princípios ativos de interesse para a produção de novos fármacos e/ou inseticidas seletivos, e com baixo impacto ambiental.

“Com grande força na engenharia das novas moléculas, temos criado muitas variáveis sintéticas, usando simulações computacionais para chegar a novas estruturas químicas das toxinas naturais (de maneira virtual)”, comenta Mário Palma. A etapa seguinte é o desenvolvimento de processos de síntese química em laboratório.

Essas estruturas químicas sintéticas são testadas em modelos biológicos de laboratório (in vitro). As mais ativas e promissoras são submetidas a ensaios em modelos in vivo e, posteriormente, em humanos. “Algumas já estão patenteadas e poderão se tornar princípios ativos de novos fármacos dentro de alguns anos”, projeta Palma.

Arboviroses

Mais de 2,5 bilhões de pessoas estão atualmente sob risco de infecção por arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, alerta a conselheira da SBPC, professora Laila Salmen Espindola. A grande infestação por esses vetores, segundo ela, é responsável por manter surtos regulares de dengue e, mais recentemente, epidemias pelos vírus chikungunya e zika.

Na mesa Biodiversidade e biotecnologia: um dueto afinado, a professora vai apresentar convênio firmado entre o Ministério da Saúde e a UnB, no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, para a execução do projeto ArboControl Brasil, que tem forte componente de pesquisa de protótipos de produtos para o controle do vetor.

O convênio prevê ainda pesquisas em novas tecnologias em saúde, ações de educação, informação e comunicação para o controle do vetor e formação e capacitação profissional.

A professora comenta que a Organização Mundial de Saúde define o controle vetorial integrado, com foco nas formas imaturas (ovo, larva e pupa) e adulta do mosquito, por meios biológicos, ambientais e químicos. “Iniciamos o projeto pela análise da atividade de extratos e substâncias depositadas no Banco de Extratos de Plantas do Bioma Cerrado” do Laboratório de Farmacognosia da UnB, conta Laila Espindola.

As substâncias ativas, quando necessário, estão sendo nanoestruturadas a fim de atender a organização operacional dos agentes de vigilância, que retornam a um local infestado a cada dois meses, para nova aplicação do inseticida. “Amostras provenientes de plantas, microrganismos endofíticos, animais e microrganismos marinhos estão sendo recebidas das instituições parceiras, integrantes da rede ArboControl, composta por 27 instituições nacionais e 20 internacionais, co-responsáveis por assegurar a execução e transferência do modelo ArboControl Brasil para o controle do vetor e das arboviroses”, informa a pesquisadora da UnB.

Toxinas

Com base em toxinas isoladas por pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a partir do coquetel de substâncias presentes no veneno da aranha armadeira (Phoneutria nigriventer), pesquisadores da UFMG desenvolveram, com o uso de ferramentas de bioinformática, substância sintética capaz de potencializar ereção sem acarretar efeitos tóxicos.

Objeto de depósito de patente, o peptídeo PnPP-19, sintetizado pela equipe da professora Maria Elena de Lima, surge como modelo eficaz de fármaco que atua em mecanismos diferentes dos utilizados pelos medicamentos já comercializados para o tratamento da disfunção erétil. “Outro diferencial é o fato de o produto ser ativo por aplicação tópica”, destaca a pesquisadora.

A patente referente a essa tecnologia, parceria entre UFMG, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Funed, foi recentemente transferida para a empresa Biozeus (Rio de Janeiro, Brasil), que investe na finalização dos testes pré-clínicos, inclusive com a participação do laboratório coordenado pela professora Maria Elena. A previsão é de que os testes em seres humanos sejam iniciados no próximo ano.

O novo peptídeo não é o único trabalho do Laboratório de Venenos e Toxinas Animais (LVTA) que vem chamando a atenção de empresas de biotecnologia. A professora Maria Elena de Lima e sua equipe, em colaboração com pesquisadores de diversos departamentos da UFMG e de outras instituições brasileiras e com as universidades Católica de Leuven (Bélgica) e Aix Marseille University (França), têm-se debruçado sobre venenos e toxinas também para o desenvolvimento de analgésicos, antimicrobianos e inseticidas. Na mesma linha de investigação de drogas com atuação na disfunção erétil, estão em andamento estudos com outro peptídeo, obtido de uma espécie de taturana, em parceria com o Instituto Butantã.

“Começamos estudando apenas toxinas com neurotoxicidade, como aquelas que agem nos canais iônicos, mas os venenos são ricos coquetéis de substâncias. Para aproveitar todo esse potencial, ampliamos nossas linhas de atuação, buscando estudar novas atividades e substâncias com aplicações em biotecnologia e terapêutica”, explica a professora.

Segundo ela, uma das abordagens inovadoras dos trabalhos realizados por sua equipe inclui a síntese das moléculas de interesse, baseando-se também em estudos de bioinformática, como os citados pelo professor Palma, reduzindo seus tamanhos e, em muitos casos, modificando suas sequências de aminoácidos, com remoções, substituições ou inserções de outros tipos. “Isso torna essas moléculas muitas vezes mais simples de ser estudadas, diminui custos na síntese em escala, pode levar ao aumento de absorção pelo organismo e até de suas atividades biológicas, características positivas na obtenção de possíveis fármacos”, enumera.

Para Maria Elena Lima, “cabe aos cientistas estudar a biodiversidade com critério, evidenciando suas potencialidades para o bem do homem, dos animais e do meio ambiente, concorrendo, ainda, para a maior valorização e preservação da natureza”.

SBPC na UFMG

Unicamp prova que droga chinesa é fraca

Publicado 12/07/2017 – 20h15 – Atualizado 12/07/2017 – 20h50

Por Rafaela Ferreira

A equipe de pesquisadores do Centro Infantil Boldrini, acaba de concluir um novo teste com o medicamento chinês LeugiNase, que tem sido distribuído pelo Ministério da Saúde para hospitais brasileiros que tratam a leucemia linfoide aguda (LLA). As análises foram realizadas em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e apontaram que o produto chinês tem três vezes menor biodisponibilidade quando comparado à Aginasa, medicamento fabricado pela empresa japonesa Kyowa Hakko Kirin Co. Ltda, em parceria com o laboratório Medac, estabelecido na Alemanha, que já estava sendo utilizada no tratamento do câncer no Brasil há pelo menos quatro anos com taxas de sobrevida livre da doença em cinco anos, em patamares ao redor de 80%.
“No tubo de ensaio, a Leuginase e Aginasa apresentavam atividade semelhante, mas quando testado in vivo, a Leuginase mostrou-se no mínimo três vezes inferior. Primeiro comprovou-se grande quantidade de impurezas, depois que as impurezas interferiam com a ação dos antibióticos, desta vez que a LeugiNase tem menor atividade e, portanto, certamente menor eficácia. São três defeitos que depõe veementemente contra a segurança e a eficácia do medicamento”, afirma Andres Yunes, pesquisador do Centro Infantil Boldrini.
O médico explicou ainda que os testes in vivo foram realizados em camundongos, análise que mais se aproxima da realizada em seres humanos, já que é feita de forma injetável na corrente sanguínea. “Esse é um procedimento simples e que pode ser replicado para comprovação”, disse o pesquisador.
No início deste ano o Ministério da Saúde passou a importar e distribuir para os hospitais brasileiros que tratam a leucemia linfoide aguda o medicamento LeugiNase, produzido pelo laboratório Beijing SL Pharmaceutical, representado pela empresa Xetley S.A.
A importação do despertou preocupação entre especialistas, uma vez que o medicamento não tem eficácia comprovada por estudos clínicos publicados em revistas técnico-científicas indexadas e não teve seus estudos sobre toxicidades devidamente apresentados.
A LeugiNase é registrada na China em estudos pré-clínicos realizados somente em animais, mas não é comercializada no próprio país. O Centro Infantil Boldrini se posicionou contra esta importação desde começo das discussões. “Já tínhamos pedido em março que o Ministério Público fizesse os testes in vivo e sugerimos inclusive quatro laboratórios autorizados pela Anvisa. Não temos essa responsabilidade, mas precisávamos confirmar, mais uma vez, que a medicação chinesa é ineficaz, já que eficácia é a destruição de células malígnas e não efeitos colaterais. Sugerimos mais uma vez a suspensão a compra da medicação”, afirmou a presidente do Boldrini, Sílvia Brandalise.

Ministério Público

O Centro Boldrini revelou preocupação após o anúncio do Ministério da Saúde, de que será feita uma nova concorrência para compra do medicamento usado no combate à doença, utilizando o critério do menor preço.

A nota publicada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira esclarece que vai seguir a orientação do Ministério Público Federal (MPF) de abrir uma nova concorrência, mas afirma que, entre os produtos com as mesmas qualificações, será considerado o menor preço, assim como foi feito na oferta da Leuginase.
Sílvia afirmou que existe o risco de ser adquirido outro medicamento sem comprovação de eficácia. “Medicina não é balcão de negócio. Utilizar o critério do menor preço é muito delicado porque é a criança brasileira que será prejudicada. Esse é um erro crasso e ilógico. Eles falarem em mesmas qualificações já é um avanço, mas se eles usarem o mesmo processo da Leuginase, o medicamento comprado também pode não ter comprovação de eficácia”, disse. “Toxidade também vem antes da economia. Menor preço é a última variável e não a primeira. Fica claro assim, que não existe interesse na qualidade”, completou.
Em junho, o hospital de Campinas recebeu os 500 frascos da asparaginase alemã, que era usada anteriormente antes do Ministério da Saúde trocar a importação. O Boldrini decidiu importar os frascos por conta para garantir o tratamento das crianças. Os lotes devem durar até setembro. Depois disso, a presidente vai importar outras amostras do produto para garantir a manutenção do estoque.

Nova classe de medicamento em fase de pesquisa apresenta resultados promissores para Artrite Reumatoide

Ciência & Saúde / São Paulo, Julho de 2017 – A biofarmacêutica global AbbVie anuncia resultados positivos do estudo de fase 3 chamado SELECT-NEXT, que avalia o uso de upadacitinibe (ABT-494), um inibidor seletivo oral de JAK1, em pacientes com artrite reumatoide moderada a grave, que não responderam adequadamente ao tratamento convencional com DMARDs – Drogas Antirreumáticas Sintéticas Convencionais Modificadoras de Doença. Os resultados mostraram que após 12 semanas de tratamento, em dois esquemas de dosagem (15 mg e 30 mg), os pacientes atingiram a meta principal do estudo, que inclui melhora funcional, segundo índices de medição pelos critérios da Associação Americana de Reumatologia, e baixa atividade da doença. A artrite reumatoide é uma doença autoimune crônica, que ataca as articulações causando dor, inchaço e rigidez, com o passar do tempo, perda da função articular, assim como fadiga e fraqueza geral.

"Estamos bastante impressionados com estes resultados promissores de upadacitinibe. A inibição seletiva de JAK1 pode oferecer uma nova forma de tratamento para pacientes com artrite reumatoide, que não respondem adequadamente às terapias convencionais", afirmou o médico Michael Severino, vice-presidente e principal executivo científico da AbbVie. "Estamos especialmente encorajados pelos resultados apresentados mesmo por critérios bastante rigorosos, incluindo baixa atividade da doença e remissão clínica. A liderança da AbbVie em tratamentos de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, nos proporciona uma oportunidade de aproveitar essa nossa compreensão e desenvolver terapias inovadoras para atender necessidades dos pacientes ainda não supridas".

Resultados na semana 12 de tratamento mostraram que entre os pacientes que receberam 15 mg ou 30 mg de upadacitinibe, em dose única diária, 64 por cento e 66 por cento, respectivamente, obtiveram o índice ACR20, em comparação com os 36 por cento de pacientes que receberam placebo. 38 por cento e 43 por cento dos pacientes que receberam 15 mg e 30 mg, respectivamente, apresentaram índice de resposta ACR50, contra 15 por cento dos pacientes que receberam placebo. Índice ACR 70 foi obtido por 21 por cento e 27 por cento dos pacientes em tratamento com 15 mg e 30 mg, contra 6 por cento dos pacientes que receberam placebo. Baixa atividade da doença foi alcançada por 48 por cento dos pacientes que receberam upadacitinibe, em qualquer dosagem, versus 17 por cento dos pacientes que receberam placebo. Além disso, a remissão clínica foi atingida por 31 por cento e 28 por cento dos pacientes que receberam, respectivamente 15 mg ou 30 mg de upadacitinibe, contra 10 por cento dos que receberam placebo.

ACR20/50/70 é um índice definido segundo critérios da Associação Americana de Reumatologia, que mede a atividade da doença e a melhora do inchaço e rigidez nas juntas (e em quantas juntas), avaliação de dor e atividade geral da doença.

"Chegar à baixa atividade da doença em cerca de metade dos pacientes em 12 semanas, tanto com níveis altos e baixos de dose, é bastante encorajador", disse Gerd Burmester, Professor de Medicina, do Departamento de Reumatologia e Imunologia Clínica, Charité Berlin.

Sobre o estudo SELECT-NEXT
O SELECT-NEXT é um estudo de fase 3, multicêntrico, randomizado, com comparativo com uso de placebo, para avaliar a segurança e eficácia de dois esquemas de doses (15 mg e 30 mg) de upadacitinibe, em pacientes adultos com artrite reumatoide de moderada a grave, em tratamento com dose estável, mas resposta inadequada, a DMARDs.

Sobre o programa de estudos clínicos SELECT
O programa robusto de fase 3 SELECT avalia mais de 4.000 pacientes com artrite reumatoide de moderada a grave em seis estudos. Os estudos incluem avaliação da eficácia, segurança e tolerabilidade em diferentes grupos de pacientes com artrite reumatoide. As principais medidas de avaliação incluem respostas segundo os índices ACR, atividade da doença e inibição da progressão radiográfica da doença.

Sobre Upadacitinibe
Descoberto e desenvolvido pela AbbVie, upadacitinibe é um agente oral planejado para seletivamente inibir JAK1, que desempenha papel importante na patofisiologia da artrite reumatoide. Estudos de fase 3 de upadacitinibe em artrite estão em desenvolvimento e também para tratar doença de Crohn, colite ulcerativa e dermatite atópica. Upadacitinibe está em estudos e não é aprovado pelas agências regulatórias. Seu perfil de segurança e eficácia ainda não está estabelecido.

Sobre a AbbVie
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global, que tem o compromisso de desenvolver terapias inovadoras avançadas, para algumas das mais complexas e críticas condições de saúde. A missão da companhia é usar seu conhecimento, equipe dedicada e foco em inovação para aprimorar, de forma notável, tratamentos em quatro áreas terapêuticas principais: imunologia, oncologia, virologia e neurociência. Em mais de 75 países, os colaboradores da AbbVie trabalham todos os dias para desenvolver soluções em saúde para pessoas ao redor do mundo.

No Brasil, suas unidades de negócios locais incluem imunologia, neonatologia, oncologia e virologia e, entre suas diferentes áreas de atuação, conduz mais de 25 estudos clínicos, envolvendo mais de 750 pacientes, em 200 centros de pesquisa. Para mais informação, acesse www.abbvie.com.br.

Alergia medicamentosa será debatida no Rio

por Daniel Brunet
12/07/2017 09:00

A 9ª edição do Curso de Alergia e Imunopatologia vai falar da alergia medicamentosa, tema sempre presente das discussões da comunidade médica. O curso, coordenado pelo médico Carlos Loja, será amanhã e sexta, a partir das 8h, no Hospital dos Servidores do Estado, na Saúde, no Rio.

Este tipo de alergia se dá quando pacientes apresentam hipersensibilidade a um medicamento específico. E o curso vai apresentar formas de diagnóstico e o tratamento de dessensibilização, que pode tornar pacientes tolerantes aos remédios que provocavam reações alérgicas.