Lucro do Pão de Açúcar cresce 8% puxado por sua marca de atacarejo

Estratégia de expansão da bandeira Assaí impulsiona o resultado da rede GPA no terceiro trimestre do ano; no acumulado do ano, receita líquida alcança R$ 32 bi e registra alta de 8,7%

Dayanne Sousa, Broadcast

16 Outubro 2017 | 11h13

Com uma expansão de 25,2% na receita da marca de atacarejo Assaí, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) reportou registrou um terceiro trimestre no azul, com crescimento de 8,1% no faturamento líquido na comparação com igual período do ano anterior. A receita somou R$ 10,909 bilhões entre julho e setembro, resultado que considera todos os negócios de varejo alimentar do grupo, mas não inclui a Via Varejo, operação tratada pela companhia como uma atividade descontinuada.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano a receita líquida do GPA chega a R$ 32,125 bilhões, uma expansão de 8,7% na comparação com o mesmo período de 2016.

No critério mesmas lojas, que considera apenas pontos de venda abertos há mais de um ano, as vendas do GPA subiram 3,3% no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2016. O resultado inclui lojas da rede de hipermercados Extra que foram convertidas para a bandeira de "atacarejo" Assaí. Esse dado considera ainda um ajuste de calendário de 0,1 ponto porcentual.

As vendas cresceram no Assaí, mas houve queda de vendas nas outras bandeiras, incluindo Extra e Pão de Açúcar.

A rede de atacarejo Assaí registrou crescimento de 25,2% na receita líquida no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2016, chegando a um faturamento de R$ 4,684 bilhões. No critério mesmas lojas, esse aumento foi de 7,7% na mesma comparação.

O GPA destacou em comentário sobre as vendas o crescimento do faturamento após a conversão de lojas do Extra em Assaí. De acordo com a companhia, as vendas aumentaram em 3 vezes nesses pontos de venda.

Já no negócio chamado de "multivarejo", que inclui as redes de super e hipermercados Extra e Pão de Açúcar, além dos mercados de vizinhança, a companhia registrou queda de 2,1% nas vendas. O multivarejo teve receita líquida de R$ 6,225 bilhões no terceiro trimestre. No critério mesmas lojas, houve alta de 0,6% na comparação anual.

O GPA destacou que as vendas do multivarejo foram afetadas pelo fechamento de hipermercados os quais estão passando pelo processo de conversão em lojas do Assaí. Esse impacto negativo nas vendas foi de 3 pontos porcentuais, afirmou a companhia.

A rede varejista avalia ainda que o desempenho nominal da receita é afetado pela deflação. A inflação das categorias de alimentos no domicílio havia atingido 16,3% no terceiro trimestre de 2016. Este ano, a mesma categoria de produtos registrou uma deflação de 4,5% no terceiro trimestre.

"O desempenho do formato Extra Supermercado continuou sendo impactado pela forte deflação de alimentos e pelo desafiador cenário econômico. No entanto, em termos reais houve melhor performance ante o segundo trimestre de 2017, além de uma

evolução importante na tendência de volume ao longo do terceiro trimestre", comentou a companhia.

Apesar de redução de imposto, supermercados não devem reduzir preço de carne

Para a Associação Paulista de Supermercados, o efeito da diminuição da alíquota de ICMS de 11% para 4,5% no preço da carne pode vir a ser anulado com um possível aumento dos preços do gado

Dayanne Sousa, Broadcast

16 Outubro 2017 | 11h57

Apesar da redução do governo do Estado de São Paulo da cobrança de imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) nas vendas de carnes, os donos de supermercados avaliam que, na prática, o preço do produto não deve cair para os consumidores finais.

Isso porque, segundo a visão da Associação Paulista de Supermercados (Apas), parte dos impactos da elevação da alíquota este ano foi absorvida pelos varejistas, que "sacrificaram margens de lucro".

Na opinião da entidade, o efeito da diminuição da alíquota de ICMS de 11% para 4,5% no preço pode vir a ser anulado com um possível aumento dos preços do gado. No primeiro semestre deste ano, os preços recuaram em meio ao impacto da Operação Carne Fraca.

Queda. No último dia 29, por meio do Decreto nº 62.843, o governo alterou a alíquota do ICMS na saída do produto para 4,5%, atendendo parte dos pleitos do setor supermercadista. A entidade vinha em negociações com o governo desde dezembro de 2016, quando se estabeleceu em 11% o ICMS das carnes nas vendas ao consumidor final.

A nova alíquota de 4,5% iguala a situação dos supermercados a de outros formatos de varejo, como açougues. Essa equivalência era a principal demanda dos supermercados, que acreditavam que o porcentual tributado anteriormente provocava uma "concorrência desleal" entre diferentes tipos de varejo.

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Com a alteração, a Apas recuou da iniciativa de processar judicialmente o governo do Estado de São Paulo. Apesar disso, a Apas afirma que continuará negociando "em favor do interesse dos supermercadistas, cobrando que a carga tributária seja cada vez menor e exigindo maior eficiência nos gastos públicos".

GPA mantém acelerada a troca da bandeira Extra em Assaí

São Paulo – O Grupo Pão de Açúcar (GPA) vai encerrar o ano com ao menos 16 novas lojas do Assaí, fruto de uma reforma em pontos de venda que eram hipermercados do Extra e estão sendo convertidas para virar lojas da rede de "atacarejo".

A companhia afirmou que, até setembro, havia convertido sete lojas e que deve haver pelo menos mais nove conversões concluídas até o final do ano, segundo o GPA na divulgação de vendas do terceiro trimestre de 2017.

A decisão se dá em cima do bom desempenho do Assaí, bandeira de atacarejo que viu alta de 7,7% nas vendas mesmas lojas no terceiro trimestre, enquanto as outras redes como Extra e Pão de Açúcar registraram aumento de 0,6%, sobre um ano antes.

O GPA afirmou que as lojas do Extra convertidas em Assaí apresentaram vendas três vezes superiores ao esperado. Com essas conversões, o Assaí passa a representar 42,9% de toda a venda líquida do GPA Alimentar, evolução de 5,9 pontos porcentuais em relação ao ano anterior.

Além das conversões, a companhia informou que abriu uma nova loja do Assaí no terceiro trimestre. Foi aberta ainda uma nova loja Pão de Açúcar, além de três pontos de venda da loja de vizinhança Minuto Pão de Açúcar e de uma drogaria.

Segundo a varejista, o GPA iniciou ainda um processo de reformas das lojas da bandeira Pão de Açúcar. Segundo o grupo, o plano é encerrar o ano com cerca de 50 lojas renovadas, sendo 11 reformas completas e 39 reformas mais suaves, chamadas de "light".

A empresa destaca ainda o projeto da rede Aliados Compre Bem, no qual pequenos mercados podem se associar ao GPA e adotar a bandeira "Compre Bem". Já são 433 parceiros nesse formato.

No terceiro trimestre as s vendas líquidas subiram 8,1% ante o mesmo período de 2016, para R$ 10,9 bilhões. Pelo conceito mesmas lojas, o avanço da receita líquida do GPA foi de 3,3% por cento no trimestre na comparação anual.

A receita líquida com vendas do segmento Assaí subiu 25,2% no terceiro trimestre, para R$ 4,68 bilhões. "Apesar da forte deflação, o Assaí apresentou o melhor crescimento combinado de volume e fluxo de clientes dos últimos trimestres", disse a empresa em comunicado. O segmento Multivarejo apresentou queda na receita líquida de 2,1% no trimestre, para R$ 6,2 bilhões, mas viu alta de 0,6% no conceito mesmas lojas.

Da redação

Supermercado online ganha opções e busca adeptos

Estadão Conteúdo
14.10.17 – 10h10

A venda de alimentos online, que durante muito tempo foi dominada pelo Grupo Pão de Açúcar, ganhou novos concorrentes. Embora o setor represente apenas 2,4% do faturamento do comércio eletrônico no Brasil e, segundo especialistas, exista uma resistência à compra de alimentos pela internet, redes como Carrefour e startups como Home Refill acreditam que é possível virar a tendência nos próximos anos, com o comportamento do brasileiro se aproximando do de mercados como Japão e Reino Unido, onde encher a dispensa usando a web já é comum.

O novato nessa categoria é o Carrefour, que estreou no e-commerce alimentar nesta semana, atuando, por enquanto, em alguns bairros de São Paulo. No exterior, varejistas como Target e Wal-Mart usam as lojas físicas como pontos de coleta para as compras feitas pela internet.

Apesar de considerar esse modelo para o futuro, a varejista francesa optou por um outro caminho: criou um centro de distribuição para o e-commerce, na zona sul de São Paulo. Segundo Luiz Escobar, diretor do Carrefour.com, a estratégia visa a reduzir “quebras” nos pedidos online. “Se o e-commerce depende do estoque da loja, o produto pode ter sido vendido para um outro consumidor na hora em que a equipe fizer a coleta”, explica.

A exemplo do que faz o Grupo Pão de Açúcar, seu principal concorrente no País, o Carrefour aproveitou para criar um programa de fidelidade que também pode ser administrado por um aplicativo.

Startup

Criada em 2016, a startup Home Refill tem o objetivo de servir como um “regulador de estoque” dos armários dos habitantes das metrópoles brasileiras. Ao contrário das grandes varejistas, a empresa não vende produtos perecíveis. “Nosso foco são os produtos de uso contínuo, como leite longa vida, fraldas, detergentes”, explica o gerente de gestão e finanças da empresa, Vinício César. “Queremos evitar que as pessoas ocupem espaço com algo que não precisam.”

Como entrega produtos não perecíveis, a Home Refill só faz os pedidos às indústrias após o consumidor fazer a compra. “Entre o pedido ao fornecedor e a entrega na casa do cliente, o prazo é de 5 a 6 dias úteis”, conta César. A partir da segunda compra, diz, a tendência é que o prazo diminua, pois o Home Refill quer entregar aos clientes sempre a mesma lista de produtos, com pequenas variações. “Nosso objetivo é fazer o consumidor economizar, pois ele vai gerir melhor o estoque e comprar só o que realmente usa.”

A Home Refill tem 100 mil cadastrados – parte deles em áreas onde o serviço ainda não está disponível. A empresa já atende a Grande São Paulo e, até o fim do ano, pretende expandir para o litoral e para o interior, em cidades como Sorocaba e Campinas. A startup também está testando seu modelo de negócios internacionalmente – já tem uma operação-piloto na Arábia Saudita e tem planos de chegar a África do Sul e Índia.

Expansão

Existem indícios de que há oportunidades para os supermercados online. O Pão de Açúcar, que atua no segmento desde 1995, teve uma alta de 18% nas suas vendas de e-commerce em 2016 e tem conseguido atrelar outros produtos às suas vendas online – um exemplo é o clube de assinatura de vinhos.

Apesar da expansão do GPA no segmento, o setor de alimentos e bebidas não tem, hoje, uma presença importante no comércio online. “Os consumidores ainda não associaram a venda de alimentos ao e-commerce. É um segmento difícil, que lida com produtos perecíveis e tem logística complicada”, diz Pedro Guasti, presidente da Ebit, consultoria especializada no comércio eletrônico.

Em comparação com 2016, no entanto, mais brasileiros estão escolhendo trocar o carrinho de compras pelo aplicativo do celular. Em um relatório da consultoria feito no passado, o setor nem aparecia no top 10. Agora, está na nona colocação.

O setor também apresentou aumentos significativos ao redor do mundo, segundo a Kantar Worldpanel. Em 2016, China e Coreia do Sul foram os países que mais passaram a comprar alimentos pela web, com altas de 50% e 40%, respectivamente. Na Europa, França e Grã-Bretanha cresceram 8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Redes de varejo e indústria ampliam suas áreas de atuação

Estratégia multinegócio é ferramenta na busca de novos clientes

por João Sorima Neto
14/10/2017 4:30

SÃO PAULO – Com a recuperação gradual da economia brasileira, o varejo também começa a retomar projetos engavetados e a entrar na era dos “multinegócios”. Numa espécie de vale-tudo pelo cliente, grandes redes começam a desbravar áreas em que não atuavam. A Magazine Luiza começou a vender, este mês, produtos de supermercado. O Habib’s, rede de fast-food árabe, abriu há duas semanas seu primeiro posto de combustível em São Paulo.

Mesmo quem não atua diretamente com o consumidor está diversificando para ter o melhor portfólio de produtos nas prateleiras do comércio: a Unilever, dona das marcas Omo, Knorr e Helmann’s, entrou no mercado brasileiro de alimentos naturais e orgânicos com a compra de 100% do capital da Mãe Terra.

— Essa é uma tendência do varejo global. Grandes redes que já têm muito conhecimento em distribuição de produtos, oferta de crédito e e-commerce começam a entrar em novos setores. Como já conversam com muitos consumidores, ampliam esse relacionamento para outros segmentos — explica Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, especializado em varejo.

No exterior, a busca pelo cliente começou há mais tempo. Em Portugal, a rede de supermercados Sonae também tem petshops, restaurantes, lojas de eletrodomésticos, celulares, farmácias e até clínicas médicas. Na Inglaterra, a rede varejista Tesco possui de agência de viagem a loja de conveniência e postos de combustível. A americana Amazon, que começou como livraria, hoje vende de roupas a alimentos.

No começo deste mês, a Magazine Luiza passou oferecer, pelos seus canais de e-commerce, produtos como fraldas, leite, shampoos, lenços umedecidos, cervejas, produtos de limpeza, cápsulas de café, entre outros. Hoje, são 3 mil itens, que devem dobrar para 6 mil em seis meses. O projeto tem como alvo o grande número de visitantes que acessa os canais digitais. O e-commerce da rede já responde por cerca de 30% do faturamento.

— Somos varejistas tradicionais dos segmentos de móveis, utilidades domésticas, eletreletrônicos. Mas esses são itens que não trazem recorrência. Uma pessoa troca de televisor a cada dez anos. Na categoria supermercado, buscamos a recorrência. Queremos ter nossos clientes todo dia, levando o Magazine Luiza no bolso e comprando pelo aplicativo — diz Julio Trajano, diretor comercial de e-commerce da rede.

Os produtos de supermercado ficam em estoque e são entregues entre três e cinco dias, em grandes centros como São Paulo. Mas o cliente pode fazer a compra nas lojas físicas. Ele escolhe os produtos também por um aplicativo e pode retirá-los no próprio estabelecimento ou receber em casa. Em algumas lojas de São Paulo, a entrega já está sendo feita em 24 horas.

Para o consumidor, a vantagem é ter um leque maior de produtos em canais em que ele já costuma comprar, inclusive com acesso facilitado ao crédito, dizem os especialistas. Além disso, aumentam as promoções, os programas de fidelidade que dão descontos e vantagens.

— O Magazine Luiza fez uma promoção com uma marca importada de shampoo, condicionador e máscara de hidratação baixando o preço do conjunto para R$ 33. Vendeu 20 mil kits em apenas um dia pelos canais digitais — diz Trajano.

MANTER QUALIDADE É UM DESAFIO

As varejistas também tentam associar características próprias, já conhecidas do consumidor, a esses novos negócios.

— O Habib’s tem como marca o preço baixo de suas esfihas. A tendência é que o consumidor associe essa característica também ao preço do combustível — diz o coordenador executivo de Marketing do Insper, Silvio Laban.

O empresário Alberto Saraiva, fundador do Habib’s, diz que a estratégia de preços baixos também já está sendo usada no primeiro posto da rede. A gasolina comum sai por R$ 3,39 o litro, enquanto o álcool custa R$ 2,29, preços abaixo da média do mercado. Além disso, em determinado horário do dia, há uma promoção em que o cliente ganha descontos entre R$ 0,10 e R$ 0,20.

— O objetivo é atrair o consumidor que já conhece nossa marca. Pelas mais de 540 unidades do Habib’s e Ragazzo que existem no país, passam por ano 200 milhões de consumidores e 19 milhões de carros. É essa base que queremos aproveitar — afirma Saraiva.

Ele lembra que o combustível do posto será fornecido pela BR Distribuidora para garantir a qualidade do produto. Mais quatro postos serão abertos nos próximos seis meses, e, até 2020, serão 30 unidades, alguns como franquia.

A onda multinegócios também vem impulsionando fusões e aquisições. Além de adquirir no Brasil a Mãe Terra, a Unilever comprou, em setembro, a empresa de chás Pukka Herbs, na Inglaterra. Os valores das duas transações não foram revelados, mas o objetivo é o mesmo: ampliar a oferta de produtos e alcançar novos públicos. Dados da Euromonitor mostram que, no Brasil, o mercado de orgânicos já movimenta cerca de € 8 bilhões ao ano (mais de R$ 30 bilhões).

O risco dessa expansão para setores tão diversos, afirma a consultora especializada em varejo Ana Paula Tozzi, presidente da AGR Consultores, é não conseguir se tornar um jogador relevante nesse universo dos multinegócios:

— Como passam a lidar com mais fornecedores, existe o risco de não conseguirem manter o padrão de qualidade construído por essas marcas.

Em agosto, varejo baiano cresce 1,0%

Conjuntura / 13 Outubro 2017

O comércio varejista baiano cresceu 1,0% no mês de agosto, referente à igual mês do ano passado. No varejo nacional as vendas cresceram em 3,6%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou variação negativa de 0,6%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Apesar da conjuntura adversa da atividade econômica ainda continuar influenciando o comportamento do setor, haja vista o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas registrar queda de 1,1 ponto percentual em agosto, considerando os dados dessazonalizados, o comércio varejista continua registrando, na Bahia, crescimento nas vendas. O segmento de Móveis e eletrodomésticos ditou fortemente o ritmo de crescimento. Esse comportamento se deve a uma combinação de fatores como base de comparação baixa, melhora na massa salarial, controle da inflação e redução da taxa de juros.

Outro aspecto a ser ressaltado é a liberação no mês de agosto do terceiro lote da restituição do Imposto de Renda, que na Bahia foi expressiva, associado à lei que permitiu o saque dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a comemoração do Dia dos Pais, data em que os consumidores são influenciados pelos apelos dos lojistas.

Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade – Por atividade, os dados do comércio varejista do Estado da Bahia, quando comparados a agosto de 2016, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: móveis e eletrodomésticos (40,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (20,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (10,4%); tecidos, vestuário e calçados (4,8%); e combustíveis e lubrificantes (2,4%). Os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registraram, novamente, variações negativas de 13,3% e 10,0%, respectivamente.

No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação positiva o subgrupo de móveis e eletrodomésticos com taxas de 28,7% e 45,3%, respectivamente, enquanto hipermercados e supermercados apresentou queda de 14,3%. Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento positivo das vendas na Bahia têm-se móveis e eletrodomésticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico; e combustíveis e lubrificantes.

Em agosto, o comportamento de móveis e eletrodomésticos foi determinante para o crescimento nas vendas do setor decorrentes da redução no custo de financiamento, dada a redução da taxa média de juros no crédito às pessoas físicas, crescimento da massa de rendimento real, além da influência de uma base baixa de comparação e a corrida dos consumidores para adquirirem novos aparelhos de TVs, devido ao desligamento do sinal analógico no mês de setembro. Já o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, segundo a exercer maior influência para o setor, em razão de o grupo comercializar diversidades de artigos de menor valor agregado foi favorecido pela comemoração do Dia dos Pais, onde as pessoas optaram a adquirir produtos de menor valor agregado.

O segmento de combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o terceiro maior peso para o crescimento verificado nas vendas. Esse comportamento é atribuído à baixa base de comparação, além da influência da queda de uma oscilação no preço dos combustíveis. Após o anúncio de aumento da tributação do governo federal sobre os combustíveis, o consumidor ficou mais atento na busca pelo posto de combustível que estivesse praticando os menores preços, aproveitando para encher o tanque do carro.

Contrapondo o comportamento registrado por esses segmentos, tem-se o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que pelo terceiro mês consecutivo exerceu a maior contribuição negativa. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, essa queda se deve a mudança do comportamento do consumidor que está preferindo comprar em estabelecimentos de atacados, cujos estabelecimentos não são pesquisados, além de uma mudança de perfil dos consumidores ao optarem em realizar suas compras nos mercadinhos de bairro.

Comportamento do comércio varejista ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou, em agosto, crescimento nas vendas de 4,4%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 3,8%. O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas de 11,3% em relação a igual mês do ano anterior. Apresentando um recuo de 1,5% nas vendas do segmento nos últimos 12 meses. Em relação ao segmento material de construção, as vendas no mês de agosto foram positivas em 11,0%, comparado ao mesmo mês do ano de 2016. O resultado desse mês para ambos segmentos é reflexo da inflação mais baixa e juros em queda.

Crise econômica deu fôlego ao avanço dos atacarejos

O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas

Por Fabiana Futema

15 out 2017, 11h23

A expansão dos atacarejos – formato de supermercado que vende tanto no atacado quando no varejo – acompanhou o agravamento da crise econômica nos últimos anos, que afetou a renda e emprego dos consumidores. O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas, segundo o ranking das 500 maiores empresas do setor da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

“Esse formato começou a ganhar destaque em 2012 e atingiu seu ápice, como opção atraente para quem procura preço, entre 2014 e 2105, quando a crise começou a impactar as pessoas”, diz Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Mas os sinais de recuperação econômica podem reduzir a preocupação dos consumidores com economia. “Pode ser que o público fique menos atento ao preço e passe a valorizar mais a comodidade, afirma Antonio Carlos Ascar, especialista no setor varejista.

Por enquanto, as grandes redes mantêm planos de ampliação das lojas atacarejistas. O Carrefour possui 164 unidades da bandeira Atacadão. Desse total, sete foram abertas em 2017.

O Grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – conta com seis atacarejos e pretende inaugurar mais um neste ano. O plano é chegar a 2021 com mais de 20 lojas.

Esse investimento parece se traduzir em receita. O Assaí, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), por exemplo, já ultrapassou as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, também do mesmo grupo.

A maior fonte de receita do grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – também vem do atacarejo. Segundo André Nassar, CEO do grupo MGB, André Nassar, 70% do faturamento vem das lojas de atacarejo do Giga.

“Se pensarmos em volume, a participação é ainda maior, chega a 90%. Existe a facilidade de não precisar de cadastro nem de um valor mínimo para poder comprar nos atacarejos. Se quiser comprar uma caixa, pode. Se quiser levar uma lata, também pode”, diz Nassar.

Segundo Rodrigo Mariano, muitas redes transformaram seus hipermercados em atacarejos. “Nem todo atacarejo é uma loja nova, recém-construída. Muitas eram hipermercados.”

Ele diz que a expectativa do setor é fechar o ano com um crescimento na receita de 1% a 1,5%. Nos segmentos vizinhança e atacarejo, o avanço será maior. “Muito do aumento desses formatos está atrelado à abertura de novas lojas. Não é um crescimento nas mesmas lojas, mas em todas elas.”

Futuro on-line

Para Nassar, do MGB, o futuro do varejo passa pela combinação de vários formatos de loja com o e-commerce. Por isso, ele planeja abrir um canal de vendas on-line para o Giga.

“No futuro, o consumidor vai fazer a compra de última hora perto de casa. As compras recorrentes, que ele sabe que vai fazer todo mês, deixará para fazer pela internet”, aposta Nassar.

Claudio Felisoni, coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), diz que existem compras que não dependem dos sentidos do consumidor. “Ele não precisa estar perto, sentir, cheirar. São compras que podem ser feitas pela internet.”

Mas ele não acredita no fim dos supermercados tradicionais. “Deve haver um processo gradativo de redução de tamanho. Não tem sentido manter grandes estoques, ainda mais com a valorização do metro quadrado.”

Sites de compras evitam ida ao mercado com entrega em casa

As plataformas costumam ainda oferecer produtos mais em conta

Por Mariana Gonzalez

13 out 2017, 11h59 – Publicado em 13 out 2017, 06h00

Abastecer a despensa pela internet facilita a vida de quem vive correndo. Há pelo menos vinte anos cadeias de supermercados investem no sistema que permite escolher os produtos no site da loja e recebê-los em casa. O Pão de Açúcar, por exemplo, atua na área desde 1995. Nos últimos tempos, no entanto, surgiram sites independentes que seguem o esquema de compra programada.

Funciona assim: as plataformas se baseiam nas recorrentes listas do mês dos clientes para monitorar preços e negociar a mercadoria direto com os fornecedores. Dessa forma, conseguem oferecer valores atrativos, cerca de 25% mais baixos em relação aos de alguns endereços eletrônicos do varejo.

Há três companhias principais que oferecem o serviço na capital: Home Refill, Shop per e Superlist. Para se ter uma ideia da economia, VEJA SÃO PAULO comparou no último dia 10 alguns preços nessas plataformas e nos sites dos mercados. No Shopper, o cappuccino 3 Corações (400 gramas) saía por 10,99 reais. O mesmo produto no Pão de Açúcar custava 19,35 reais. O feijão- branco enlatado Bonduelle valia 12,85 e 9,38 reais no Mambo e na Home Refill, respectivamente. Na Superlist, o creme dental Colgate Sensitive Pro-Alívio custava 13,21 reais, enquanto o Sonda cobrava por ele 18,49 reais.

Embora pese menos no bolso, o sistema virtual peca ao não trazer opções de frutas, verduras e congelados. Também difere dos supermercados por contar com prazos normalmente mais longos — no Home Refill, por exemplo, o delivery do primeiro pedido se dá a partir de oito dias. As taxas de despacho, porém, costumam ser menores. O frete do Mambo varia de 12 a 20 reais para a entrega em 24 horas, enquanto o da Superlist custa 4,99 reais (e sai de graça para pacotes a partir de 100 reais).

Bruna Vaz e Fabio Blanco, da Shopper: inspiração no Vale do Silício (Leo Martins/Veja SP)

Em 2015, aos 22 anos, o economista Fabio Blanco se uniu à colega de faculdade Bruna Vaz para montar a Shopper, primeira iniciativa do tipo por aqui. A dupla se inspirou no processo “subscribe and save” (“inscreva-se e economize”, em português), criado no Vale do Silício, na Califórnia. O e-commerce conta com 15 000 paulistanos inscritos.

Em média, o número de usuários e o faturamento dobram a cada trimestre. Por enquanto, a empresa não atende a cidade toda. São 270 bairros, principalmente no centro, Zona Sul e Zona Oeste. “Temos foco nos itens de abastecimento, ou seja, artigos de limpeza, higiene e mantimentos”, afirma Blanco.

O sucesso do modelo fez surgir outras duas empresas semelhantes. Nascida em julho do ano passado, a Home Refill acumula 14 000 seguidores na capital. A Superlist foi criada em janeiro e reúne 4 700 cadastros na Grande São Paulo. Nas três plataformas, o usuário escolhe entre mais de 3 000 produtos e tira proveito de sugestões em categorias como “solteiro” e “crianças”.

Não é preciso ficar preso sempre à mesma relação de artigos. O freguês consegue alterar quantidades e marcas de quatro a sete dias antes da entrega, além de adiar a chegada dos itens. Criador da Home Refill, Guilherme dos Santos acredita que o modelo de recorrência ajude a evitar impulsos. “Os clientes entendem melhor o que consomem e repensam a lista, prevenindo o desperdício”, diz.

A advogada Anna Maia gasta cerca de 3 000 reais mensais para abastecer o apartamento dos Jardins onde mora com o marido e o filho, além da casa de praia e do sítio da família. “Calculo exatamente o que vai para cada lugar e, no fim do mês, dá certinho”, conta. Por recomendação médica, ela foi proibida de fazer esforços físicos e começou a usar a plataforma em janeiro, para evitar o peso das sacolas.

Há três meses, a aposentada Rosa Maria Minoso, moradora de Moema, se inscreveu na Superlist. Desde então, o valor gasto para encher a despensa caiu de 500 para 300 reais por mês. No negócio, quase 20% dos inscritos são idosos. A maioria nunca havia feito compras de mercado pela web antes. “Ficava com medo e não sabia mexer, mas minha filha me ajudou”, conta Rosa. “Hoje, faço tudo sozinha.”

Carrinho cheio

As três principais plataformas do serviço na cidade

Home Refill
Criada em julho de 2016, atende todo o estado. Na capital, leva a partir de oito dias para a primeira entrega. O frete é grátis. Tem app para Android e iOS. www.homerefill.com.br.

Shopper
Desde fevereiro de 2015, atende 270 bairros. Leva, no mínimo, sete dias para a entrega. O frete custa 9,90 reais, mas é grátis nas compras acima de 250 reais. www.shopper.com.br.

Superlist
Nasceu em janeiro de 2017 e entrega em toda a cidade. Leva de dois a quatro dias úteis. O frete custa 4,99 reais, mas é grátis nas compras a partir de 100 reais. www.superlist.com.

Supermercados começam a vender produtos para o Natal com preços acessíveis

Para especialistas, vale a pena estocar não perecíveis para economizar. Já mercadorias da cesta básica estão mais baratos em relação à semana passada

postado em 14/10/2017 08:00 / atualizado em 14/10/2017 00:14

Andressa Paulino* /* , Adriana Botelho*

Faltando pouco mais de dois meses para as festas de fim de ano, os mercados começam a vender alimentos e artigos natalinos. Produtos como panetone, peru e chester já podem ser encontrados em vários estabelecimentos. Como os preços ainda estão acessíveis, alguns consumidores apostam na compra antecipada para economizar.

A funcionária pública Helena Rodrigues, de 53 anos, diz que está bastante desanimada com os preços dos produtos este ano, porém, não deixa de fazer planos quando o assunto é Natal. “Vou economizar o que eu puder”, conta. Para ela, é preciso estar atenta às práticas dos supermercados para gastar menos. “Os preços ficam mais acessíveis só enquanto a data está distante. Como eles começam a aumentar em dezembro, o consumidor tem que ser esperto e comprar logo”, ensina.

Especialistas confirmam que a compra antecipada pode trazer benefícios para o cliente. “Se a dona de casa vir que alguns produtos estão com preços mais baratos, vale a pena comprar e deixar estocado até as festas”, aconselha o educador financeiro Ricardo Rocha. Mas ele alerta que a regra só é válida para itens não perecíveis. “Com relação a frutas natalinas não vale a pena, até porque elas vão estragar e o consumidor vai perder dinheiro com o desperdício”, acrescenta.

Ricardo também destaca outro benefício, além da economia, que é a comodidade de ir aos estabelecimentos mais vazios e não precisar enfrentar as grandes filas que se formam às vésperas das datas comemorativas. “A maioria das pessoas deixa para fazer suas compras de última hora. Então, estocar pode ser uma saída para evitar tumulto”, completa.

Descontos

Esta semana, os produtos mais consumidos da cesta básica brasileira estão mais baratos. Para alívio do bolso do consumidor, itens como arroz, feijão, açúcar e óleo estão com descontos. Enquanto o arroz chega e estar 14% mais barato, o feijão pode ser encontrado com preços de até R$ 2,99 em alguns mercados pesquisados. O valor do açúcar chega a estar 15% mais em conta. E os preços do óleo de girassol variam entre R$ 5,69 e R$ 10,25.

Já os hortifrutigranjeiros estão mais caros. Produtos como o tomate, a banana, a laranja e o melão tiveram alta. O tomate, por exemplo, está com valores até 34% mais altos do que na semana passada, enquanto o preço do quilo de banana varia entre R$ 1,75 e R$ 8,69. Em relação à última pesquisa do Correio, a laranja subiu 50% e o melão, 30%.

Para a servidora Helena, ter um tempo livre para ir ao supermercado ajuda a economizar, não só em épocas festivas, como no dia a dia. Segundo ela, é importante estar sempre à procura de bons preços. “Pesquiso sempre para que o gasto com supermercado caiba no meu orçamento”, orienta”. Os alimentos representam 40% do gasto das compras de Helena. “Faço o possível para meu salário dar conta das despesas. Por isso, acompanho os preços de todos os itens e vou onde há promoção”, revela.

*Estagiárias sob supervisão de Simone Kafruni

Atacadão e Assaí são os preferidos dos consumidores

Nova pesquisa da CVA Solutions sobre Varejo Alimentar mostra uma mudança de comportamento do consumidor brasileiro
Por Tatiana Vaz
10 out 2017, 16h51 – Publicado em 10 out 2017, 16h32

São Paulo – Em tempos de crise econômica, a escolha por um supermercado com melhor preço e maior variedade ganha um peso maior para os consumidores brasileiros – motivo pelo qual os atacarejos nacionais Atacadão e Assaí avançam nas preferências.

Ao menos é isso o que mostra novo estudo anual da CVA Solutions sobre Varejo Alimentar divulgado nesta terça, dia 10.

A pesquisa foi feita em setembro com 7.765 pessoas de todo o país para apontar as redes de varejo com maior força de marca (mais conhecidas) e valor percebido (melhores para compras).

O resultado deste ano mostrou uma mudança de comportamento, já que os brasileiros passaram a utilizar os minimercados, as lojas de conveniência e até mesmo os supermercados para complementar suas grandes compras mensais.

A tendência é o consumidor concentrar as aquisições da cesta básica e produtos de limpeza em um único lugar que ofereça melhor preço e apenas complementar essas compras com poucos itens em mercados de bairros.

Com as mudanças nos modelos, Atacadão e Assaí saem na frente na preferência, graças às melhorias no modelo, que hoje contam com mais variedade e limpeza.

“Ao oferecer mais benefícios, os atacarejos cumprem hoje o papel desempenhado antes por supermercados e hipermercados, que é proporcionar economia com uma boa experiência de compra”, afirma Sandro Cimatti, sócio diretor da CVA Solutions.

Cimatti destaca outro ponto mostrado na pesquisa: o foco na economia e mais comodidade buscado pelos consumidores.

“Os supermercados e hipermercados precisam reavaliar suas estratégias e abaixar os preços de seus produtos de limpeza e da cesta básica”, afirma ele.