Surpresas nas vendas do comércio varejista

A recuperação firme depende da melhora do nível de emprego, que está condicionado à retomada do crescimento

O Estado de S.Paulo

16 Junho 2017 | 05h00

A maior alta na comparação com março desde 2008 e o primeiro crescimento em relação a igual mês do ano anterior após 24 meses seguidos de queda tornam surpreendente o desempenho do comércio varejista em abril aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também surpreende o fato de o comércio varejista ampliado ter tido crescimento ainda maior, mesmo sendo resultado do acréscimo ao varejo restrito de duas atividades que tiveram desempenho negativo na comparação com o mês anterior (o aumento foi de 1% no varejo restrito e de 1,5% no ampliado).

Ajustes sazonais e questões metodológicas – recentemente a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, passou por revisões metodológicas – podem explicar parte dessas surpresas. Um fator sazonal propiciou o bom resultado de abril: neste ano, a Páscoa, normalmente em abril, caiu em março, o que reduziu o número de dias úteis e, consequentemente, as vendas naquele mês, daí o aumento dos negócios no mês seguinte.

Com relação a abril de 2016, as vendas do varejo restrito cresceram 1,9%, mas as do varejo ampliado (que inclui veículos, motos e autopeças, além do setor de material de construção) diminuíram 0,4%.

Os resultados da PMC em abril, sobretudo os do varejo restrito, são voláteis e mostram pouca disseminação da melhora das vendas. Das dez atividades avaliadas, apenas quatro registraram aumento em abril, na comparação com março. Das 27 unidades da Federação, 13 registraram queda de vendas. Apesar do aumento em abril, o nível de vendas está 9,9% abaixo do pico histórico, registrado em novembro de 2014, No acumulado do ano, as vendas caíram 1,6% e, no acumulado de 12 meses, 4,6%.

Há, decerto, sinais positivos na PMC. A alta das vendas de supermercados, tecidos, vestuário e calçados sugere que a redução da inflação para níveis bastante inferiores à meta da política monetária melhorou o poder de compra dos consumidores. A liberação de recursos do FGTS também pode ter contribuído para melhorar os resultados. Mas as vendas de produtos de maior valor, que dependem de crédito, continuam em baixa.

A recuperação firme continua a depender da melhora do nível de emprego, o que está condicionado à retomada do crescimento, que, por sua vez, depende da estabilidade política e do avanço das reformas.

Fecomércio RJ comenta resultado do varejo em abril de 2017

Após dois anos de resultados negativos, o comércio varejista brasileiro avançou 1,9% em abril na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta terça-feira (13) pelo IBGE. Segmento de maior peso no indicador, Hipermercados, supermercados e produtos alimentícios (3,5%), com ajuda da desaceleração dos preços, exerceu maior influência no resultado, com o qual também colaborou o grupo Tecidos, vestuário e calçados (10,8%). Houve ainda aumento de 1,0% no volume de vendas na passagem de março para abril deste ano. Nesta base de comparação, podemos destacar o segmento Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%), com impulso novamente de Tecidos, vestuário e calçados (3,5%) e Hipermercados, supermercados e produtos alimentícios (0,9%).

Para a Fecomércio RJ, a retomada de um crescimento frente a igual mês do ano anterior é um importante sinal à tomada de decisão do empresário. O avanço do PIB no primeiro trimestre do ano já havia sido indício de uma retomada da economia. As oscilações dos indicadores ainda são naturais de um processo de recuperação. As boas notícias vêm da redução dos índices de inflação, no menor patamar desde 2007 – beneficiando o consumo do dia a dia -, da redução dos juros realizada pelo Banco Central e da liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no período. Uma ação relevante para a continuidade dessa trajetória está na monitoria dos juros na ponta pela autoridade monetária, de maneira a garantir que os cortes na taxa básica de juros cheguem à ponta para consumidores e empresários.

Apas projeta alta de 15% em itens juninos

Associação supermercadista afirma que festas típicas de meio de ano impulsionam venda de alimentos

Para alavancar vendas, supermercadistas apostam em estandes de exposição e promoções

Os meses de junho e julho são tipicamente conhecidos pelas festas juninas e julinas. As comemorações ajudam a impulsionar as vendas de produtos relacionados às festividades e trazem boas expectativas para o setor supermercadista.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) projeta um aumento de 10% a 15% nas vendas de itens relacionados às celebrações de meio de ano, como amendoim, milho para pipoca, canjica, milho, vinho e pinhão. Segundo a associação, para as indústrias de alimentos diretamente relacionadas a esse período festivo, as vendas de junho e julho representam uma parcela significativa na comercialização anual dos produtos.

Em Jaú, esse crescimento já é sentido nos estabelecimentos. O supervisor de loja dos Supermercados Ferracini, Antonio Simões Mathias Junior, cita que as vendas dos produtos típicos dessa época do ano estão bem aquecidas, tanto que a primeira parte do estoque já foi vendida.

Os consumidores estão procurando amendoim, milho e doces, como paçoca e cocada, no local. “Montamos três estandes na loja para contemplar a venda desses itens típicos, cujo faturamento cresce em torno de 50% entre o fim de maio e a metade de julho”, comenta Mathias Junior. Outro item que também cresce, em quesito de vendas, é o vinho – a procura chega a registrar alta em torno de 20% a 30%.

A maioria dos clientes é dona de casa, como Maria de Fátima dos Santos Baroni, 61 anos, que pretende fazer doce de amendoim para levar na festa de aniversário da sobrinha. Ela cita que os preços dos produtos estão caros, bem como todos os outros itens diante da situação econômica do País.

A Apas crê que as festas juninas irão auxiliar o setor supermercadista no crescimento de 1% das vendas em junho e julho, segundo a assessoria de imprensa, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é positivo, principalmente levando em consideração os atuais cenários econômico e político do Brasil, desemprego e a queda da renda.

Queridinhos

Entre os produtos juninos que mais vendem na rede de Supermercados Jaú Serve estão milho de pipoca, canjica, amendoim, farofa, gengibre, batata doce, pé de moleque, pé de moça, cocada, doce de leite, vinhos populares e cachaça nacional. “Com a chegada dessa época mais fria mais cedo, já identificamos uma alta de 40% nas vendas em relação ao mesmo período de 2016”, afirma Rafael Gonçalves, diretor comercial da rede.

Para aumentar as vendas e atrair os clientes, eles apostam em exposições diferenciadas nas lojas, degustações de produtos, encartes em jornais de ofertas e promoções.

30ª EXPOSUPER começa na próxima terça-feira em SC

A 30ª edição da EXPOSUPER – Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados e Convenção Catarinense de Supermercadistas acontece de 20 a 22 de junho, no Complexo Expoville, em Joinville (SC).

Realizado pela Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), o evento traz este ano mais de 200 expositores de produtos e serviços, painéis, workshops e palestras com temas voltados ao setor: logística, vendas, eficiência energética, rastreabilidade de alimentos, perdas, produtividade e relações de trabalho, entre outros.

A cerimônia de abertura oficial da EXPOSUPER 2017 está marcada para a próxima segunda-feira, 19/6, às 19h30, no auditório principal do Complexo Expoville. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto, participará da solenidade.

Para o coordenador-geral do evento, o diretor executivo da ACATS, Antonio Carlos Poletini, explica que a edição deste ano será um marco na história do setor. "A EXPOSUPER chega aos 30 anos consolidada e consagrada entre as mais importantes do Brasil, isso é motivo de orgulho para a ACATS e para o Estado de Santa Catarina", afirmou.

A expectativa dos organizadores é receber 30 mil pessoas nos três dias de evento.

Destaques
As palestras magnas irão acontecer no auditório principal do Expoville e trazem este ano Mateusz Grzeniack, psicólogo e consultor internacional (20/6), Leandro Karnal, historiador e professor (21/6), Christian Barbosa, consultor e escritor (dia 22/6).

A programação inclui o painel especial Rastreabilidade dos Alimentos e Impactos na Saúde Pública, que será realizado no dia 21/6, às 9 horas, no Auditório Azaleia/Ipê, com as equipes da ACATS e PariPassu Aplicativos, com as presenças de Paulo Lisboa, diretor técnico da Epagri, Enori Barbieri, presidente da Cidasc, Raquel Bittencourt, diretora da Vigilância Sanitária de SC e a promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MP/SC.

Outro painel especial que acontecerá no evento é o Sustentabilidade no Varejo – Cases de SC, no dia 21/6, às 15h, no Auditório Girassol, com apresentação do Instituto Lixo Zero Brasil. Nesta atividade, coordenada pelo presidente do Instituto, Rodrigo Sabatini, serão mostrados os avanços do programa Supermercado Lixo Zero em Santa Catarina, uma iniciativa pioneira da Associação Catarinense de Supermercados.

Pequenos produtores
Com a parceria da Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca e Epagri, desde 2009 a EXPOSUPER abre espaço para pequenos produtores da agricultura familiar catarinense, permitindo maior fomento dos produtos junto aos supermercadistas catarinenses.

O projeto tem como justificativa fortalecer a participação de pequenas empresas sediadas no estado, com a qualificação necessária (qualidade, preço e prazo) para oferecer produtos e/ou serviços para os supermercados catarinenses. A Epagri promoveu a seleção de 30 expositores para a edição deste ano.

Prêmio mérito ACATS Exposuper 2017
Na solenidade de encerramento da 30ª EXPOSUPER, que acontecerá na noite de quinta-feira (22/6) no Complexo Expoville, em Joinville, será realizada a premiação das empresas vencedoras do Prêmio Mérito ACATS EXPOSUPER 2017, nas categorias supermercados (que leva em consideração atendimento, preços, promoções, localização de lojas, qualidade e variedade de produtos) e fornecedores (que considera pesquisa de opinião junto a uma amostra de mais de 200 supermercados).

Mais informações: www.exposuper.com.br

Fonte: Redação Portal ABRAS/ACATS

Realizada nesta terça reunião do Comitê de Segurança Alimentar da AMIS

– 14/06/2017

O Comitê de Segurança Alimentar da AMIS reuniu representantes do varejo na tarde desta terça-feira (13) na sede da Associação Mineira de Supermercados (AMIS), em Belo Horizonte, para debater diversos assuntos dentre eles a fiscalização sanitária nos supermercados e a segurança dos alimentos na manipulação.

O debate coordenado pela assessora jurídica da AMIS, Izabela Vasconcelos, abordou a fiscalização sanitária em supermercados que, segundo representantes do varejo, tem surpreendido com pedidos sem qualquer embasamento legal.

Durante a reunião, ficou estabelecido como diretriz para o comitê o pleito à Vigilância Sanitária para uniformização da fiscalização evitando assim distorções jurídicas. Desta forma os varejistas de todos os portes poderão atender a fiscalização de forma padronizada conforme legislação vigente.

Estiveram presentes representantes das empresas: Big Mais, CENCOSUD, Vendinha, Supermercados BH, Center Pão, Verdemar, Super Luna, GPA, Super Nosso, Supermercados Farid e SOS Quali.

1ª Feira de Vinhos do Carrefour conta com marcas nacionais 

Ibravin integra a ação, o que possibilita a exposição de 100 rótulos, a preços promocionais, das vinícolas Aurora, Campo Largo, Casa Perini, Miolo, Mioranza, Nova Aliança e Salton

Silvana Toazza
silvana.toazza@pioneiro.com

Acostumado a diversificar seus rótulos vinícolas, com forte presença de marcas estrangeiras, até pela sua origem, a França, o Carrefour promove até 30 de junho sua 1ª Feira de Vinhos em 10 hipermercados da rede na Região Sul – sendo seis no Rio Grande do Sul, incluindo a loja de Caxias do Sul, e quatro no Paraná.

E o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) integra a ação, o que possibilita a exposição de 100 rótulos, a preços promocionais, das vinícolas Aurora, Campo Largo, Casa Perini, Miolo, Mioranza, Nova Aliança e Salton.

A parceria foi enroscada no início de maio, quando representantes do Carrefour reuniram-se com dirigentes das vinícolas brasileiras na sede do Ibravin, em Bento Gonçalves, com a meta de inserir novos produtos em suas gôndolas.

É uma excelente vitrine para as marcas brasileiras (a maioria serranas) em tempos de vendas aquecidas pelo friozinho.

Supermercados projetam alta na venda de itens da Festa Junina

São Paulo – Os supermercados do Estado de São Paulo projetam um aumento de entre 10% a 15% nas vendas de produtos relacionados a Festa Junina durante o mês de junho, na comparação com a data de 2016.

O levantamento, realizado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), levou em conta uma lista de produtos considerados típicos da festividade. Alguns deles foram: amendoim, milho para pipoca, canjica, milho, quentão, vinho quente e pinhão. De acordo com a entidade, para as indústrias de alimentos que estão diretamente relacionadas ao período festivo, as vendas dos meses de junho e julho tendem a representar uma parcela muito significativa da comercialização anual total desses produtos.

Impacto no fluxo

A entidade acredita ainda que a data comemorativa tenha um impacto grande no fluxo. "Além da elevação de vendas dos artigos típicos dessa época, o setor de supermercados é impactado positivamente pelo maior fluxo e tráfego de consumidores nas lojas, que impulsionam a comercialização de outros produtos, tais como carnes, queijos e bebidas em geral. Com o clima mais frio, por exemplo, a venda de vinhos também é afetada positivamente", afirmou o gerente de Economia e Pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano, por meio de nota à imprensa.

Em relação aos preços, o economista lembra que são encontradas variações de um ano para o outro – e de acordo com o item. Como base de comparação, ao longo dos últimos 12 meses, os preços de alguns produtos relacionados ao período sentiram altas consideráveis: vinho (17,56%); refrigerante (10,80%); e milho (11,37%). Já as cervejas e frutas viram recuo, de 2,39% e de 11,29%, respectivamente.

Expectativa

Mariano ressalta ainda que as Festas Juninas devem auxiliar o setor supermercadista no crescimento de 1% nas vendas em junho e julho, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado seria positivo, segundo ele, principalmente levando em consideração o atual cenário do Brasil.

Da redação

Diretor da maior rede de supermercados do interior de Minas faz palestra no Líderes do Varejo

– 12/06/2017

Contribuir para fomentar o desenvolvimento supermercadista e do varejo em geral no Norte de Minas. Esse é o principal objetivo do Líderes do Varejo, evento que ocorre em Montes Claros, nesta terça, 13 de junho. Para isso, a melhor maneira é mostrar exemplos de empresas que deram certo, prosperam no ramo e hoje geram milhares de empregos. Uma dessas é o Grupo Bahamas, de Juiz de Fora.

O diretor comercial, Carlos Henrique Guedes Reis, responsável pelas gerências de Compras, de Importação, de Marketing e de Trade Marketing da empresa, vai apresentar um case de sucesso sobre o planejamento estratégico e as oportunidades que impulsionaram a expansão do Grupo. Em 30 anos, a rede que começou com um bar, se tornou a maior do ramo supermercadista do interior de Minas e a 16ª do Brasil. Hoje, emprega 5,8 mil colaboradores em 39 lojas e fatura 2 bilhões de reais.

Outro case de sucesso que será apresentado é sobre a Zebu Carnes, que nasceu como uma “casa de carnes” em 1992 e hoje é uma rede de supermercados com seis lojas em Uberaba e uma referência do setor na cidade. Quem vai apresentar é o diretor da empresa, Matusalém José Alves. O tema principal será como motivar o empreendedorismo no varejo.

O evento

O Líderes do Varejo é promovido pela Associação Mineira de Supermercados (AMIS) e tem apoio da Associação Comercial e Industrial de Montes Claros (ACI); Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL-Montes Claros; Sindcomerciários de Montes Claros e região e do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria – Sindipan/Norte. O objetivo é agregar mais conhecimento ao setor, debater alternativas diante da crise econômica e entender melhor as tendências de demandas do consumidor e oferecer oportunidades de negócios entre o varejo e a indústria da região.

Com uma programação objetiva, mas rica em atrações, o evento tem início às 13h e vai até as 19h com cases de sucesso, circuitos de negócios e uma palestra mostrando as tendências, desafios e oportunidades no segmento de supermercados.

Pai acusa supermercado do Rio de racismo contra seu filho

Hyndara Freitas – O Estado de S.Paulo
12/06/2017, 15:58

'Quando me virei, vi meu filho sendo abordado por um segurança, que tirou o chocolate da mão dele e dizendo 'sai, vai, vai embora', contou o pai

Pai conta que seu filho foi abordado por um segurança do Supermercado Princesa, na zona sul do Rio.

No último sábado, 10, o educador carioca Andre Couto foi com seu filho ao mesmo supermercado que costuma ir quase todos os fins de semana, o Princesa da rua das Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. Quando estava passando as compras no caixa, André viu seu filho, de 12 anos, ser abordado por um segurança – o pai acredita que o motivo foi racismo.

"Quando estava no caixa, havia uma gôndola perto do caixa onde os mercados deixam doces e chocolates e, quem tem criança sabe, nessa hora elas costumam pedir para levar alguma coisa. Então meu filho pegou um Kinder Ovo e não tinha a etiqueta de preço, então ele foi ver o preço naquelas máquinas. Quando eu viro, vejo ele sendo abordado por um segurança, que tirou o Kinder Ovo da mão do meu filho e estava dando tapinhas nas costas dele para ele ir embora, dizendo 'sai, vai, vai'. Eu tomei um susto com isso e fui até meu filho", contou Couto ao E+.

Assim que viu o segurança fazer isso com seu filho, o pai quis explicações. "Na hora em que ele percebeu que o Everton não estava sozinho, ele pediu desculpas. Eu disse que não aceitaria e queria entender por que essa atitude, o que meu filho havia feito para ele ter saído de onde estava, ido até meu filho, tirado o chocolate da mão dele e dito que ele tinha que sair da loja. Porque não há comportamento mais trivial que pessoas pegando produtos e verificando preço. Se ele tivesse pego o produto e atravessado a linha dos caixas e se dirigido à rua, mas apenas pegar um produto e ver o preço não causa suspeita alguma. Eu só pude interpretar como uma atitude preconceituosa", relembra.

O funcionário justificou que outro cliente havia dito que um menino estava tentando roubar algo. O educador então questionou quem havia feito a acusação, e o segurança apontou para a saída, como se a pessoa já estivesse deixado o local. Então o gerente chegou ao local, convidou Couto para se dirigir a uma sala privada, onde conversaram. "Ele falou que a atitude do segurança não tinha nada a ver com alguma orientação do supermercado", disse Couto.

O educador então se retirou do local. Ao chegar em casa, decidiu contar o ocorrido em seu perfil do Facebook, a fim de denunciar o que considerou uma atitude racista. O post já foi curtido por mais de 7 mil pessoas e foi compartilhado mais de 1700 vezes.

"Saí muito abalado com a situação, porque, cotidianamente, a gente vive situações parecidas com essa, de pessoas nos olharem e já definirem coisas que não são verdadeiras. O mercado estava cheio, era sábado, uma hora da tarde, cheio de crianças. Por que o Everton foi abordado? Ele foi o único que foi confundido, que foi parado, isso porque ele tem características físicas que fazem com que esse segurança entenda que ele é uma ameaça", comenta o pai.

A reação do filho, conta o pai, foi de susto: "Ele ficou assustado, e a primeira coisa que fez foi olhar para mim para dizer que não havia feito nada". O único lado positivo da situação, porém, foi poder conversar abertamente sobre o assunto com o filho. "Pude abordar o assunto, explicar que essas coisas infelizmente acontecem, como a gente deve se comportar quando uma situação como essa acontece, e deixar claro que isso não é normal, não é uma atitude que deve ser naturalizada", disse.

Segundo o pai, é a primeira vez que passa por essa situação com seu filho, que foi adotado há pouco mais de um ano. O pai diz que ele mesmo já foi vítima de racismo antes, mas que, dessa vez, sua reação foi diferente: "A sensação é que você precisa agir de forma muito firme, porque eu não posso permitir que fique na memória dele a ideia de que alguém simplesmente possa abordá-lo dessa forma".

O educador não pretende entrar com um processo judicial contra o mercado, mas já foi até à 9ª Delegacia de Polícia do Catete registrar a ocorrência e, a partir de agora, haverá uma investigação. Ele diz que, mais importante do que reparar os danos a ele, é que a política interna dos funcionários mude e que o racismo seja debatido e amadurecido dentro do supermercado. Ele ainda disse que, por hora, pretende deixar de frequentar o supermercado.

Aos pais que passam pela mesma situação, ele aconselha: "Não se sintam culpados, principalmente. E não vejam esse tipo de situação como algo menor, algo que pode ser relevado. Isso é efetivamente algo sério, que precisa ser combatido com veemência, porque quem tem filhos, especialmente filhos negros, sabe que o tempo inteiro nós, como pais, tomamos uma série de medidas consciente ou inconscientemente para proteger nossos filhos de situações como essa, seja impedindo que entrem sozinhos numa loja, seja se esmerando para que estejam sempre bem vestidos. Você fica o tempo inteiro com o olhar de proteção, informando aos outros que o filho tem responsável, daí vem a minha dor: eu me distraí por 30 segundos, e aconteceu isso. Eu deveria poder me distrair e não acontecer nada com meu filho", completa.

Em contato telefônico, o Supermercado Princesa disse que está apurando a acusação. "Encaminhamos ao setor jurídico, que está em contato com o cliente, porque, claro, aqui ninguém compactua com nenhuma forma de discriminação", disse um representante da empresa.

Procon descarta mais de 120kg de alimentos impróprios em supermercado de Maricá

12/06/2017 – 19:16h – Atualizado em 12/06/2017 – 19:16h
» Ascom do Procon

Dois supermercados, uma lanchonete e uma clínica foram fiscalizados.

O Procon Estadual, realizou nesta segunda-feira (12/06), uma nova ação da Operação Ouro Negro, que tem o objetivo de fiscalizar estabelecimentos comerciais da cidade de Maricá, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Quatro estabelecimentos foram vistoriados, sendo que dois deles – O Queijão e a Clínica de Olhos Maricá – foram a pedido do Ministério Público Estadual. Na vistoria, todos os quatro estabelecimentos foram autuados, e a fiscalização descartou 121kg e 465g de alimentos impróprios para o consumo.

Só na filial dos Supermercados Econômico, localizada na Rua Gilmar dos Santos Duarte, 350, Loja 202, os fiscais descartaram 121kg e 215g de alimentos impróprios para o consumo. Foram 48kg e 500g de carré sem especificação da data do vencimento, sem proteção contra poeira e insetos e que estava sendo manuseado pelo consumidor; 36kg de carne previamente moída pelo estabelecimento na área de vendas do açougue (o que é proibido por Lei no estado do Rio); 32kg de linguiça exposta à venda e sem proteção contra insetos e poeira; 2kg e 700g de toicinho sem apresentar o seu prazo de validade; e 2kg e 15g de pontas de carne dentro da máquina de moagem. O estabelecimento não apresentou aos fiscais o alvará de funcionamento e nem o certificado de dedetização.

Em outro supermercado, dessa vez na filial da rede Princesa (Praça Conselheiro Macedo Soares, 102, Centro), a fiscalização encontrou problemas estruturais em duas câmaras e na área de manipulação das carnes. Na câmara congelada de carnes, o umbral, a porta e o trilho da porta apresentavam sujeira, ferrugem e bolor. Na câmara resfriada e na área de manipulação das carnes, os ralos estavam sem proteção para entrada de insetos. Os fiscais deram o prazo de 15 dias para a regularização desta irregularidades, sob pena de interdição.

Na filial da lanchonete O Queijão, localizada na Rodovia Amaral Peixoto, 80/82, Itapeba, foram encontradas cinco latas de cerveja (350ml cada) vencida e 250g de azeitonas sem especificação da data da abertura e validade, sendo que também estava fora de refrigeração.

A Clínica de Olhos Maricá (Avenida Nossa Senhora do Amparo, 158, Lojas 11/12, Centro) não apresentou à fiscalização o Livro de Reclamações, o certificado do Corpo de Bombeiros e o alvará de funcionamento. Os fiscais também observaram que o estabelecimento não emitia nota fiscal dos serviços.