Hipertensão tem maior parte dos atendimentos nas farmácias

Campanhas são feitas pela Abrafarma

Entre todos os atendimentos realizados pelas farmácias durante as campanhas de saúde desenvolvidas pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) no ano passado, os atendimentos sobre hipertensão foram os campeões.

Ao todo, ocorreram nove campanhas temáticas durante 2017, com foco na educação da população por meio da orientação e testes rápidos gratuitos. Dos 126.289 atendimentos registrados, 50.140 (40%) corresponderam à hipertensão. Em seguida, estão o diabetes e o colesterol, que geraram 23.266 (18%) e 14.186 (11%) atendimentos, respectivamente. Foram promovidas, também, ações de conscientização sobre obesidade, uso racional de medicamentos, tabagismo, imunização, medicação para idosos e autocuidado.

As campanhas mobilizaram aproximadamente dois mil farmacêuticos e mil farmácias de todos os estados e do Distrito Federal entre março e novembro último. “O sucesso no primeiro ano confirma o impacto que os serviços farmacêuticos trazem à saúde do país e nos motiva a expandir essas ações. Entre março e setembro, promoveremos a segunda edição, que trará como novidade o tema sobre a asma, outra doença crônica que atinge 6,4 milhões de brasileiros”, revela o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Fonte: Assessoria de Imprensa Abrafarma (Scritta)

Venda de genéricos nas farmácias chega a 80%

Uma pesquisa divulgada no ano passado pela PróGenéricos (Associação Brasileira de Indústrias de Medicamentos Genéricos), responsável pelo setor, informa que o volume de vendas de medicamentos do tipo no país teve um aumento de 11,78% se comparado com o ano de 2016. Segundo Rosilene Martins Viel, diretora do CRF (Conselho Regional de Farmácia), 50% dos remédios vendidos em Presidente Prudente e região são genéricos. Em farmácias da cidade ouvidas pela reportagem, este percentual chega a 80%.

Para a supervisora, o alto índice de consumidores que estão aderindo ao uso de medicamentos genéricos está relacionado ao baixo valor de mercado. Segundo a Lei Nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, o medicamento genérico se comercializado no Brasil, deve oferecer um preço 40% a menos que o valor de um produto de referência. “Se o preço não for menor, ele não tem um diferencial para concorrer nos estabelecimentos”.

Para ela, as pessoas estão perdendo o mito de que o remédio de categoria genérico não seja bom, com o uso constante, e a verificação de que eles possuem a mesma eficiência que os demais. “Eles passam a entender que não estão em desvantagem, comprando o mesmo produto por um valor menor”. O preconceito com os medicamentos genéricos vem dos consultórios médicos, onde não é recomendável o uso do produto de referência.

Opções de escolha para o consumidor, nas farmácias existem três tipos de medicamentos: referência, genérico e similar. O primeiro é o produto conhecido como “original”, os genéricos são os que possuem um valor mais em conta. Já o medicamento similar é aquele que não passou por todos os testes de comprovação. Segundo Rosilene, isso não significa que o medicamento não seja bom. “É muito comum as pessoas utilizarem medicamentos similares e nem perceberem a diferença”.

Para o medicamento genérico poder funcionar no mercado, o laboratório responsável pela fabricação deve passar por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, para verificar questões de absorção, dosagem, administração e formulação.

Na hora da compra

Claudio Roberto dos Santos, 42 anos, gerente da PrudenFarma, localizada na Avenida Ana Jacinta, diz que o estabelecimento vende por dia mais de 500 medicamentos. Desse número, cerca de 80% são remédios genéricos. Mesmo com a grande demanda pelo produto, não é comum os clientes ao chegar, perguntarem por produtos genéricos. Na intenção de vender uma mercadoria em conta, eles oferecem essa opção. “Geralmente as pessoas idosas pensam que estamos tentando enganá-las, pois eles acreditam que o medicamento é mais fraco, mas na realidade a qualidade é a mesma”.

Já na Farma Nova, uma das farmácias do bairro Jardim Bongiovani, o proprietário Carlos Eduardo Hulivan Carvalho, 29 anos, conta que as vendas de produtos genéricos e similares equivalem a 45% da renda diária. Para ele, o consumo desses dois tipos de medicamentos varia de um bairro para outro, isso porque é levado em conta pelos comerciantes o pode aquisitivo de cada região. “Hoje exige uma maior confiança do consumidor. Há uns três anos, se eu oferecesse o medicamento ninguém iria aceitar, agora as pessoas estão mais maleáveis, pois a diferença de um remédio referência para os demais pode chegar até R$12”.

Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo fecham parceria com o médico Drauzio Varella

On 23 Fevereiro, 2018

Quando o assunto é saúde, prevenção e tratamento, acabam surgindo muitas dúvidas. Para levar informação para a população de maneira didática e democrática, o Grupo DPSP – formado pelas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo – firmou uma parceria com o dr. Drauzio Varella, médico amplamente reconhecido pelo público e que mantém disponível na Internet um acessível e extenso conteúdo sobre temas diversos do universo da saúde.

Com a parceria, o grupo prevê unir as forças das marcas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo, para disseminar um conteúdo especializado e de qualidade para milhões de clientes cadastrados no programa de relacionamento “Viva Saúde”.

“Escolhemos Drauzio Varella por ser hoje um dos médicos mais importantes e reconhecidos do Brasil e por falar de saúde de maneira muito clara para a população. Acreditamos que estamos ampliando o acesso à informação, gerada por uma fonte de grande credibilidade e que fala para todos os públicos”, fala Marcelo Doll, Presidente do Grupo DPSP.

A parceria DPSP com o médico Drauzio Varella prevê a publicação de conteúdos informativos sobre saúde para os clientes “Viva Saúde” e seguidores das marcas nas redes sociais, além da transmissão ao vivo de programas com a participação de especialistas e do público. Para dar início à parceria, a companhia programou um live no dia 26/02, que será transmitido via Facebook das duas marcas.

“A farmácia nos oferece uma oportunidade única de acesso a um público que está  diretamente interessado em  saúde. Acreditamos que esse ambiente favoreça a disseminação de informações corretas e com base científica”, afirma Drauzio Varella.

O programa de relacionamento Viva Saúde possui um grande volume de cadastrados, o que viabiliza uma comunicação mais dirigida para milhões de pessoas. Por meio dessa ferramenta, a empresa acompanha as necessidades de seus clientes. “Acreditamos que podemos auxiliar nossos consumidores, contribuindo com informação para tratamentos e cuidados com a saúde. Para isso, usaremos a expertise da nossa ferramenta para selecionar e direcionar o conteúdo de forma personalizada para cada cadastrado”, fala Marcelo Doll.

Fortes na atuação junto a população, as marcas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo são conhecidas por promover campanhas sociais como doação de sangue, doação de agasalho e outras ativações importantes para o bem-estar de todos.  Em 2017, por exemplo, a companhia promoveu diversos encontros virtuais nas redes sociais das marcas, com especialistas das áreas de pediatria, cardiologia e endocrinologia. “Nesses encontros, tivemos a oportunidade de falar mais sobre saúde e tirar dúvidas dos clientes”, complementa o presidente do Grupo DPSP.

Seguindo essa mesma preocupação em cuidar e informar, o conteúdo do médico Drauzio Varella também deve abastecer e auxiliar no atendimento de loja, o que contribui com o melhor desempenho dos farmacêuticos na rotina do dia a dia.

“A farmácia, muitas vezes, é primeiro lugar onde a pessoa busca uma informação ou um atendimento no caso de uma enfermidade de menor gravidade. Entendemos o nosso papel e queremos evidenciar a nossa preocupação com o tema. E por meio desta atitude, garantir que as pessoas tenham cada vez mais um atendimento direcionado e esclarecedor e que possam cuidar da sua saúde”, explica Marcelo Doll.

Serviço:

Live Drogarias Pacheco Drogaria São Paulo e Drauzio Varella
Dia: 26/02
Horário: 19h30
Tema: Métodos Contraceptivos.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Rede de farmácias Pague Menos abre vagas de trainee

Programa terá duração de um ano, e os interessados devem enviar seus currículos até 2 de março

Redação iBahia (redacao@portalibahia.com.br) 23/02/2018 às 07h16

A rede de farmácias Pague Menos está com vagas de trainee abertas voltadas para profissionais recém-formados ou prestes a se formar em engenharia, administração, economia, marketing e similares.

O programa terá duração de um ano, e os interessados devem enviar seus currículos até 2 de março para o e-mail programatrainee@pmenos.com.br.

Crise sem remédio: ex maior rede da Bahia, Farmácia Sant’Ana enfrenta derrocada

Foram 584 funcionários demitidos em dois dias

Às 15h30 do dia 31 de janeiro de 2018, Fábio Barreto Pereira trabalhava normalmente. Até que, pela porta da Farmácia Sant’Ana da Manoel Dias da Silva, na Pituba, entraram dois homens e uma mulher. Premonizou o que viria e se apressou para encontrar os oito colegas. Do trio, receberam juntos a notícia temida há meses: a loja seria fechada e todos estavam demitidos. O final de janeiro foi escolhido da Brasil Pharma para anunciar o fechamento de 46 das 114 lojas daquela que foi a maior drogaria da Bahia, e os oito eram apenas uma pequena parcela dos 584 já demitidos pela rede no estado.

Ali, atônitos em frente aos três mensageiros, relembraram as constantes reclamações de clientes como prenúncio do inevitável. “Eles diziam que estava faltando coisa em estoque, e realmente estava. O clima estava tenso”, conta Fábio, ex-gerente que dedicou 10 dos 37 anos à Farmácia. Os próprios empregados não entendiam a falta de produtos nas prateleiras antes cheias. Sabem apenas que a crise começou em 2015, ano em que foram avisados sobre um problema de fornecimento de produtos. E que a situação, conforme passavam os dias, ficava insustentável. “Às vezes, nem soro fisiológico, uma coisa que é básica, tinha”, acrescenta.

Dois anos depois, em abril 2017, um sinal de sobrevida: a Brasil Pharma, controladora da rede desde 2012, iniciou uma operação emergencial de abastecimento, com a campanha chamada “Tá na Santana”, uma alusão às reclamações. Mas, o sossego durou muito pouco.

No dia 10 de janeiro deste ano, a holding ajuizou na Justiça de São Paulo um processo de pedido de recuperação judicial. Na prática, significava que o grupo, endividado em R$ 1,2 bilhão com o banco BTG Pactual, não conseguiu resolver os problemas financeiros. Era a resposta que faltava ao porquê dos estoques vazios e o início de um novo capítulo para a Sant’Ana.

Comprada pela empresa em fevereiro de 2012, a farmácia não teve como sair ilesa de medidas geralmente adotadas durante a fase de recuperação judicial, como demissões. A lei, explica o advogado e especialista no trâmite Rodrigo Accioly, é utilizada para que grupos “em quadro de endividamento muito forte” criem estratégias de recuperação fiscal. “Esse plano vai dizer: eu vou pagar os credores trabalhistas em tal tempo, despedirei tantas pessoas, fecharei tantas lojas. Isso com base no cenário do mercado que a empresa atua”, detalha.

As demissões de funcionários da farmácia, no entanto, aconteceram nos dias 30 e 31 de janeiro de 2018, antes mesmo da apresentação final do plano, prevista para o dia 10 de março. O que não significa ilegalidade, já que uma empresa em fase de recuperação pode e deve funcionar normalmente, ressalta Accioly. Ocorre que, a partir do dia do deferimento do pedido, as corporações têm um prazo de 60 dias para apresentar o plano final. Antes disso, desde que não haja destruição do patrimônio ou pagamentos indevidos, a empresa em recuperação pode agir como queira.

O resultado da decisão já é visível nas 10 regiões baianas onde a farmácia tinha sedes. Delas, que incluíam as cidades de Feira de Santana e Vitória da Conquista, apenas as 60 drogarias localizadas entre Salvador e Lauro de Freitas sobrevivem. A capital e região metropolitana registraram juntas o maior número de demitidos: ao todo, foram 360 pessoas desligadas. Na Bahia, dos 584 demitidos, 478 são funcionários varejistas (balconistas, caixas e estoquistas) e 106 farmacêuticos. Até março, podem haver novas ações, mas o mistério que circunda os próximos passos é mantido.

A principal preocupação dos ex-funcionários é, mais do que antever o futuro de colegas e da Sant’Anna, saber quando e se serão pagos por uma empresa em crise. A proposta da Brasil Pharma é pagar 70% do valor corresponde aos custos das rescisões. Os funcionários do varejo, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Farmácia e Similares (Sintfarma), aceitaram o acordo e devem ser pagos até o dia 5 de março de 2018. Somada, a quantia chega a R$ 3,7 milhões. “Muitos funcionários não têm outros meios de sobreviver. Então, antes acertar uma parte do que terminar sem nada”, justifica o advogado da entidade, Carlos Henrique.

Entre os farmacêuticos, a posição é diferente. Pelo menos 30% deles não concordam em ter os benefícios trabalhistas cortados em 30% pela gestora da Sant’Anna, diz a diretora da ala jurídica do Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia (SindFarma), Eliane Simões. “Esses trabalhadores vão recorrer. Já os outros 70% aceitaram a proposta e vamos nos reunir em assembleia, que ainda não tem data acertada, para acertarmos os detalhes com eles [Brasil Pharma]”, esclarece. O valor da dívida não foi informado pelo sindicato.

A história e os porquês
O Centro de Itaberaba foi o primeiro endereço da Farmácia Sant’Ana, em 1947. Seu dono, o pojuquense José Lemos de Sant’Ana, escolhera a então pacata cidade da Chapada Diamantina para trabalhar como médico. Entre um paciente e outro, surgiu a ideia de construir uma farmácia, a segunda do lugar, depois da Farmácia Saraiva. “O homem empreendedor que havia nele falou muito alto e ele decidiu arriscar”, resume Juraci Queiroz, 70, pesquisador da história da cidade.

Na década de 50, o médico empreendedor decidiu se mudar com a esposa, Lucia Laranjeiras, para Salvador, e vendeu a farmácia para João Cícero Magalhães. A história da Sant’Anna, no entanto, estava apenas no início. Instalado em Salvador, e disposto a continuar no ramo, José fundou a primeira farmácia que daria início à rede de drogarias, nas Mercês, hoje fechada. De venda em venda, o negócio se expandiu pela capital e retornou ao interior até se tornar a principal drogaria do estado. No auge, de 1990 a 2012, a Farmácia Sant’Anna chegou a ter 120 lojas distribuídas por 14 cidades baianas.

No período, de 1995 a 2017, a Farmácia Sant’Anna foi campeã em todas as edições que concorreu ao Top Of Mind, prêmio entregue a empresas destacadas nos seus ramos de atuação. Os troféus representavam o que os baianos sabiam: uma marca da terra ascendia em um segmento ainda pouco explorado. A hospitalidade e a atenção dos funcionários aos clientes passaram a ser associadas ao sucesso.

Mas, no dia 20 de dezembro de 2011, o incêndio na central de funcionamento da rede, localizada na Avenida Paralela destruiu, além de medicamentos, a própria Sant’Ana, avaliam pessoas próximas da família. Doutor José, como era chamado, já estava morto, e seu filho, conhecido como Zezinho, estava à frente do negócio. Sem nunca ter explicado se as chamas que reduziram a escombros o depósito foram o motivo, ele vendeu a rede à Brasil Pharma, pouco tempo depois, em fevereiro de 2012.

“Ele [Zezinho] parecia não saber o que fazer com todo o dinheiro que ganhava. Deitava e rolava literalmente. Mas, antes a Sant’Ana remava sozinha, depois veio a concorrência, aconteceu o incêndio, aí a gestão ruim começou a transparecer”, opina um empresário que prefere não ser identificado. Para uma ex-funcionária, também faz sentido creditar a crise da drogaria, mesmo após vendida à Brasil Pharma, à antiga gestão da farmácia. “A estrutura da farmácia era sucateada, com operações à moda antiga, sistemas velhos”, revela. Em 2011, contaram ex-funcionários do galpão incendiado, o trabalho ainda era feito em máquinas de datilografia. Durante uma semana, o CORREIO tentou entrar em contato com Zezinho, mas ele não foi localizado.

A gestão, o incêndio e a chegada de concorrentes, afirma o professor e diretor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Horácio Nelson Hastenreiter, podem sim ter contribuído para o quadro atual da Sant’Ana.

“Certamente se exigiu um grau de investimento que a farmácia, depois, não conseguiu manter. As farmácias foram mudando de escopo, investindo em logística, no mercado de informação. E pode ser que a Sant’Ana não tenha acompanhado”, afirma Horácio.

Ao assumir a gestão da farmácia, a Brasil Pharma modernizou os sistemas de operação. Chegaram os computadores, a internet, a tecnologia. No entanto, dizem ex-colaboradores e empresários próximos, faltou o básico nos novos administradores: conhecimento no setor farmacêutico. A holding, criada em 2009, começou a investir no ramo em 2010 e comprou sete grandes grupos. Um deles, a Big Ben teve 64 lojas fechadas em Pernambuco, com 574 demitidos, no mesmo intervalo que a Sant’Anna.

Uma farmácia a cada esquina
A retração da Farmácia Sant’Ana acontece justamente quando o mercado farmacêutico registra um crescimento nunca antes visto em Salvador. Apenas de 2011 a 2018, calcula o Conselho Regional de Farmácias da Bahia (CRF-BA) a pedido do CORREIO, o número de drogarias saltou de 734 para 1.416. E o avanço do setor deve muito ao envelhecimento dos brasileiros, defende o presidente da entidade, Mário Martinelli. “Com isso, vem a necessidade de tratar doenças crônicas com uso contínuo de medicamento, por exemplo”, associa.

Em 2012, viviam em Salvador 302 mil idosos, o correspondente a 10,6% dos moradores da cidade. Quatro anos depois, a velhice havia chegado para 439 mil soteropolitanos. Foi o segundo maior crescimento porcentual do país, abaixo apenas de Vitória, segundo o IBGE. A elevação é similar ao cenário baiano: o número de pessoas de 60 anos no estado passou de 1,7 milhão a 1,91 milhão no mesmo período.

Mas, não só da velhice se abastece o ramo das farmácias, ressalta Horácio Nelson Hastenreiter. O pipoco de estabelecimentos pelas ruas da cidade também está ligado ao “apelo à vida saudável”. “Vitamínicos, uma série de outros produtos passaram a ser mais demandados. Tanto que 33% do que é vendido em farmácias não são fármacos e sim produtos de conveniência, como escova de dente, desodorante, creme de barbear”, explica.

A vinda de gigantes do mercado de medicamentos a Salvador ilustra o balanço positivo do setor que cresce 20% ao ano, segundo o Fórum Expectativas 2018, do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Uma delas é a Rede Pague Menos, com 39 lojas em Salvador. O pico de construção de farmácias na cidade ocorreu entre 2012 e 2018, com 21 estabelecimentos abertos. A expectativa da empresa é de mais crescimento: para este ano, a meta é abrir 200 lojas em todo o Brasil, onde já possui 1.903 sedes.

Já a Drogaria São Paulo tem 43 lojas espalhadas por Salvador e 12 no interior do estado. Em 2017, foram inauguradas 11 novas filiais da marca na Bahia. A Drogasil, outro fenômeno em Salvador, não repassou o número de lojas à reportagem.

Os anos de venda e crise da Farmácia Sant’Anna também coincidem com o alastramento de farmácias e apontam para a hipótese de que sua queda contribuiu para a construção de drogarias na capital. Quanto a isso, não há consenso. Mas, entre uma novata e outra, aos 71 anos, a Farmácia Sant’Anna luta para viver, se reinventar e permanecer na memória e tradição do povo baiano.

'Eu já vinha preparando minha família, há alguns dias, para uma possível demissão', conta demitido após 10 anos de casa
Fábio Barreto Pereira trabalhou por 10 anos na Farmácia Sant’Ana, em sete lojas diferentes da rede. No dia 31 de janeiro de 2018, na farmácia da Manoel Dias da Silva, na Pituba, foi avisado, junto a oito colegas, que estava demitido. Hoje, Fábio está desempregado e aguarda o pagamento dos direitos trabalhistas.

“Primeiramente, nós estávamos na loja, na Pituba, trabalhando como qualquer outro dia. Por volta das 15h30 do dia 31 de janeiro de 2018, recebemos a visita de três profissionais da empresa informando o fechamento da loja e posteriormente meu desligamento. Imediatamente, as portas foram fechadas e a documentação foi posta para que a rescisão fosse assinada. Quando eles entraram pela porta, eu já sentia que ia acontecer isso. Nós já sabíamos que algumas pessoas tinham sido demitidas em outras lojas e temíamos o pior. Eu próprio já tinha indícios disso. Mas não sabíamos como e quando ocorreria. Eu sei que o clima já estava tenso. E isso em vários setores: desde o centro de distribuição até a farmácia.

Eu estava há 10 anos na Farmácia Sant’Ana. Onde eu trabalhava, era o mais antigo da loja, que tinha nove funcionários. Eu já vinha preparando minha família, há alguns dias, para uma possível demissão. Eu sempre procurei passar todas as informações, para que não fossemos pegos de surpresa. A própria condição da empresa já colocava os funcionários para pensar. Quando finalmente chegou a notícia, eu senti muito. Eu atravessei longos períodos ali trabalhando. Aprendi a gostar do que eu fazia, de onde eu trabalhava, da minha profissão. Na mesma hora que fui avisado, tive que recolher as coisas que juntei durante toda uma vida, todos os pertences. É muito doloroso deixar algo que você não queria deixar.

Eu lembro que o sentimento de que algo estava errado começou em 2015, com uma ruptura no fornecimento. Nada estava igual a antes e isso vinha se intensificando. Nos últimos meses, as lojas se encontravam em uma situação muito precária. Faltavam muitos produtos. Às vezes, nem soro fisiológico, uma coisa que é básica, tinha. Como se trata de uma empresa consolidada, os clientes continuavam entrando na farmácia, mas tinham muitas reclamações de clientes, e em determinado momento ficou insustentável.

Nós tínhamos reuniões ordinárias, na segunda semana de cada mês, com todos os gerentes e os gestores, quando eram passados os números, as intenções eram ditas. Quando começou a crise, as reuniões diminuíram até cessarem e nada era passado para a gente. A única coisa que nos diziam, mas não profundamente, era: ‘nós sabemos que está difícil, mas a empresa está trabalhando, buscando meios, parceiros.”

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier e da editora Mariana Rios

Médicos usam teste genético para indicar a melhor medicação

Técnica ajuda a identificar as variantes que diferenciam os indivíduos

Litza Mattos

A condição que determina por que um mesmo medicamento funciona com uma pessoa, e não com outra, pode estar no DNA de cada uma delas. Por isso, testes farmacogenéticos já estão sendo usados para identificar as variantes genéticas que diferenciam os indivíduos na forma como metabolizam os medicamentos e ajudar os médicos a escolher a melhor estratégia terapêutica de maneira personalizada.

Recentemente, o jornalista Jorge Pontual revelou que sofre de depressão há quase 40 anos, mas só agora está tomando os remédios certos, graças ao novo exame. Em entrevista ao programa “Bem Estar”, da Rede Globo, Pontual contou sobre sua experiência.

“É um teste genético que dá ao psiquiatra um perfil detalhado de 18 genes ligados à saúde mental. O teste indica quais são os antidepressivos que funcionam no meu caso e quais os que não funcionam. Eu descobri que durante décadas eu tomei justamente aqueles que não funcionavam no meu caso. Agora, eu estou no caminho certo”, disse.

Já se acredita que fatores genéticos são responsáveis por 15% a 30% dessas diferenças individuais em relação às medicações, e, para determinados medicamentos, os fatores genéticos interferem até 95% em suas respostas.

De acordo com o professor de genética e evolução da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fabrício Santos, o exame avalia os genes que estão relacionados com a predisposição e a susceptibilidade das pessoas a alguns medicamentos. “No Brasil, já é feito para vários tipos de tratamento quimioterápico, pois algumas pessoas respondem bem a alguns tratamentos e outros, não, sendo que é possível saber antes por esses testes específicos”, diz.

Além da oncologia, outras especialidades médicas já beneficiadas pelo teste são: cardiologia, psiquiatria, neurologia, geriatria, endocrinologia e infectologia. No caso dos antidepressivos, os estudos que demonstraram essa predisposição são mais recentes, explica Santos. “A cada dia conhecemos um pouco mais o que os genes controlam. O problema é que nós não sabemos o que a maioria dos genes faz e qual sua relação com os medicamentos, por isso ainda é necessário (ter) muita pesquisa. No futuro, mais e mais testes estarão disponíveis”, projeta.

Segundo o médico psiquiatra Ramon Antônio Corrêa Oliveira, os testes farmacogenéticos ainda são muito pouco difundidos, inclusive na própria área médica. No entanto, ele ressalta que o simples fato de o paciente possuir algum tipo de carga genética não implica desenvolvimento de doença mental. “A aplicação prática desses testes é na escolha e na dosagem do tratamento. O diagnóstico na psiquiatria é feito pelos sintomas que o paciente apresenta. E, ainda hoje, jamais feito pela carga genética do indivíduo”, diz.

Transtornos

População. Os transtornos mentais acometem, em algum momento da vida, ao menos 20% da população mundial. Cerca de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, segundo a OMS.

Medicina fica cada vez mais individual

Estima-se que 30% dos pacientes com depressão não respondam às drogas usadas como primeira alternativa. Como resultado, muitas vezes os pacientes são tratados na base da tentativa e erro, aumentando o impacto da doença na vida do paciente e os custos do tratamento.

Dessa forma, os testes farmacogenéticos podem contribuir para amenizar esses riscos, segundo o psiquiatra Ramon Antônio Corrêa. “O teste genético é visto hoje como uma ferramenta que pode possibilitar uma melhora muito grande do tratamento psiquiátrico no futuro, principalmente por permitir a individualização do tratamento”, afirma.

No entanto, esse exame não deve ser visto como o único para definir todo o tratamento, porque as doenças mentais são biopsicossociais, ou seja, multifatoriais. “É uma técnica de grande potencial para individualizar melhor o tratamento”, explica Corrêa.

Flash

Detalhes. O teste pode ser feito por meio de material genético do paciente, por exemplo, amostra de sangue. Um exame que analisa 79 medicamentos e 25 genes individuais custa, em média, R$ 3.980, e o resultado sai em 45 dias. No país, alguns planos de saúde já tiveram que custear o exame após decisão judicial.

Dracena passa a contar com loja da ‘Drogarias Ultra Popular’

Na Drogaria Ultra Popular você encontra produtos das maiores indústrias do Brasil e tem sempre a marca de genérico de confiança

Por Da Redação

Foi inaugurada ontem, 23, em Dracena, a loja ‘Drogarias Ultra Popular’ que conta com A Ultra Popular, uma das marcas da rede Farmarcas, associação criada para administrar agrupamentos farmacêuticos e redes associativas vinculadas à Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias).

Na Drogaria Ultra Popular você encontra produtos das maiores indústrias do Brasil e tem sempre a marca de genérico de confiança. A rede de farmácias está presente em mais de 280 cidades brasileiras, inclusive nas principais capitais do país.

São seis funcionários trabalhando no atendimento ao cliente de maneira diferenciada, sendo que o vendedor que faz a venda também realiza a cobrança, uma inovação no mercado. Funciona no horário comercial das 8h às 18h e ainda na escala de plantões farmacêuticos da cidade.

O objetivo é oferecer a maior variedade de produtos com os melhores preços. Medicamentos genéricos de uso contínuo, como os usados por pacientes hipertensos, cardíacos e diabéticos, têm desconto de até 90%, sendo a quarta caixa por R$ 0,01.

SERVIÇO: Av. Presidente Roosevelt, 882 centro de Dracena.

TRF5 decide que farmácias de PE devem manter farmacêutico durante o funcionamento

Publicado por Tribunal Regional Federal da 5ª Região

A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5 negou provimento, por unanimidade, na última terça-feira (20/02), ao agravo de instrumento do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco (Sincofarma-PE), determinando que as farmácias e drogarias de Pernambuco mantenham, durante todo o seu período integral de funcionamento, um farmacêutico para atendimento.

Para o relator do processo, desembargador federal Rubens Canuto, só seria possível afastar a obrigatoriedade de assistência integral de farmacêuticos, na forma como requer o agravante, caso seja reconhecida a inconstitucionalidade do dispositivo legal que determina a norma. “O regramento disposto no art. 6º, I, da Lei nº 13.021/2014 e o art. 15 da Lei 5991/73, estatuem, de forma expressa, que, para o funcionamento regular das farmácias, é necessária a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, não havendo qualquer ressalva quanto a essa exigência relativamente aos finais de semana e feriados”, afirmou o magistrado.

Escassez – Em sentença da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco (SJPE), foi estabelecido que o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF/PE) autuasse as farmácias e drogarias representadas pelo Sincofarma-PE, caso estas não possuíssem farmacêuticos em número suficiente para atender as necessidades de cada estabelecimento em manter um profissional à disposição durante o período de atendimento ao público.

O Sincofarma-PE alegou a escassez de profissionais aptos a ingressar no mercado de trabalho dos fármacos, informando sobre a existência de 3.310 farmácias no Estado, de modo que seriam necessários 9.930 farmacêuticos, tendo em vista que cada estabelecimento contaria com três profissionais, em razão da decisão. Segundo o sindicato, de acordo com informações prestadas pelo CRF/PE, há apenas 2.329 profissionais registrados, o que inviabilizaria o atendimento de tal exigência, acarretando uma penalização onerosa com a autuação das farmácias e danos a cidades de pequeno porte.

O relator do agravo, Rubens Canuto, entende que o Sincofarma-PE não comprovou a inexistência de um quantitativo de profissionais aptos a obedecer à exigência legal da presença de um farmacêutico durante o horário de funcionamento das farmácias e drogarias, especialmente em face da situação de desemprego que assola o País e considerando a possibilidade de contratação de profissionais de outros estados. “Nada impede, pois, que o mesmo profissional tenha mais de um vínculo empregatício. Logo, é o próprio mercado que regula a demanda, não havendo, pois, desarrazoabilidade ou desproporcionalidade na exigência legal”.

PJe: 0805622-55.2017.4.05.0000 – Agravo de Instrumento

Como o sonho de um banco em criar a maior rede de farmácias do país acabou afundado em dívidas

Após acumular dívidas de R$ 1,2 bilhão com mais de 15 mil credores, a BR Pharma, fundada pelo banco BTG, entrou com um dos maiores pedidos de recuperação judicial de uma empresa varejista do país

Jéssica Sant’Ana [23/02/2018]

Fundada por um banco com o objetivo de ser o primeiro e o maior conglomerado de redes de farmácias do país, a Brasil Pharma, mais conhecida como BR Pharma, acabou afundada em dívidas. O grupo chegou a ter sete marcas diferentes funcionando ao mesmo tempo, mais de 1,2 mil unidades e faturamento de R$ 3,5 bilhões, mas não conseguiu tornar toda essa estrutura lucrativa nem unificar as bandeiras para criar uma única e forte rede com atuação em todo o Brasil. O resultado foi que a companhia entrou no início do ano com um dos maiores pedidos de recuperação judicial de uma empresa varejista do país, após acumular dívidas de R$ 1,2 bilhão com mais de 15 mil credores.

A BR Pharma foi fundada em 2009 pelo BTG Pactual, em um momento que o banco queria diversificar seus negócios. A ideia foi aproveitar a lacuna existente na época no mercado farmacêutico, que era muito pulverizado e formado por redes regionais, para formar o primeiro e maior conglomerado de redes de farmácias do país. Depois, vender esse conglomerado por um valor bilionário.

O banco criou, então, a BR Pharma e adquiriu diversas redes regionais para formar o grupo farmacêutico. Entre 2009 e 2012, foram oito aquisições: Rede Nordeste de Farmácias, com atuação em Pernambuco; Farmácia dos Pobres, com atuação no Nordeste; Rosário Distrital, líder em Brasília e na região Centro-Oeste; Guararapes Brasil, líder em Pernambuco; Farmais, com presença no estado de São Paulo; Mais Econômica, presente no Rio Grande do Sul e em Santa Carina; Sant’Ana, líder na Bahia; e Big Ben, do Pará. O grupo também comprou, dentro desse período, um centro de distribuição e realizou, em 2011, sua primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa brasileira.
Falta de integração das marcas foi o maior problema

Mas o que era para ser o maior conglomerado do país fracassou diante da falta de integração entre as marcas e a excessiva queima de caixa, resultando no endividamento do grupo. “A ideia inicial foi partir para uma série de aquisições, porém um dos grandes problemas foi a descentralização das decisões. A partir do momento que ela foi adquirindo as várias empresas das mais diferentes regiões do país, foi diversificando o número de acionistas e de pessoas que poderiam eventualmente tomar decisões dentro do grupo sem ter um CEO forte que tivesse uma unanimidade para centralizar todas as operações”, afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. “Ela acabou deixando, em alguns casos, o controle nas mãos dos antigos proprietários das farmácias adquiridas e isso acabou tendo um efeito negativo, cada um tinha uma estratégia diferente. Não era uma empresa que visava um grande resultado como um todo, era uma holding que não funcionava com uma holding”, completa Suzaki.

Das oito redes compradas, apenas três foram integradas. Em 2010, a Rede Nordeste de Farmácias passou a operar conjuntamente com a Guararapes Brasil, ambas sob a marca Farmácias Guararapes. Dois anos e meio mais tarde, a Farmácias Guararapes foi integrada à Big Ben. Com isso, a BR Pharma chegou a ter entre março e junho de 2012 sete marcas operando ao mesmo tempo, de Norte a Sul do país, com uma gestão descentralizada.

Além da falta de unificação das marcas para formar uma única rede nacional forte o suficiente, o BTG não integrou as áreas de compras e logística das marcas, o que aumentava os custos da operação e diminuía a eficiência, fez a aquisição de algumas redes com perfis muito distintos e muito distantes geograficamente e não focou na operação do dia a dia das lojas. Era um grupo de redes de farmácias, mas com quase uma dezena de bandeiras atuando sem uma estratégia conjunta.

Os erros de gestão e as diversas aquisições fizeram a BR Pharma queimar muito caixa e a tornou dependente de injeção de capital para funcionar. O resultado foi um prejuízo de R$ 1,52 bilhão acumulado até novembro de 2017 e dívida de R$ 1,2 bilhão sendo negociada dentro do plano de recuperação com mais de 15 mil credores. O seu principal credor individual é o BTG, que tem R$ 984,3 milhões a receber, fruto dos diversos aportes que fez na rede. Entre os outros credores, estão indústrias farmacêuticas, fornecedores gerais, bancos, empresas públicas e funcionários.
Tentativa de correção e novo dono

Em 2015, o BTG tentou corrigir o rumo da BR Pharma, mas já era tarde demais. Na época, o principal executivo do banco, o empresário André Esteves, foi preso por corrupção, o que levou o BTG a acelerar a venda de ativos. Na área farmacêutica, o grupo vendeu a rede Mais Econômica, com atuação no Sul, por R$ 44 milhões ao fundo Verti e, em 2016, vendeu a Rosário, com presença no Centro-Oeste, por R$ 173 milhões à Profarma. O banco tentou repassar, ainda, as bandeiras Big Ben e Farmais, mas não teve sucesso.

Com as vendas e as unificações feitas anteriormente, restaram somente três bandeiras para a BR Pharma: Farmais, que opera em diversas regiões do país através de franquias, e Big Ben e Sant’Ana, com lojas próprias operando na Bahia, no Pará e em Pernambuco.

O enxugamento da estrutura foi suficiente apenas para o BTG conseguir repassar o grupo ao fundo Lyon Capital, do empresário Paulo Remy, conhecido por comprar empresas em dificuldades financeiras. O valor da venda foi simbólico: R$ 1 mil. E o BTG acabou saindo como o maior credor da BR Pharma, devido aos vários aportes que fez na empresa ao longo dos anos.

O novo controlador da BR Pharma afirmou que iria readequar os processos de gestão da empresa e controlar a dívida para que o grupo voltasse a investir em suas atividades. “[Remy] comprou mais por conta dessa possibilidade de turnaround da companhia. Eles ficaram com alguns ativos que poderiam vir a ser interessantes. A ideia seria fazer a integração desses ativos ou vender algum desses ativos, o que resultaria em um caixa significativo ou pelo menos reduziria a dívida”, explica Suzaki.

Remy tentou novos financiamentos e renegociação da dívida com os credores, mas não teve sucesso na sua empreitada. Com isso, a BR Pharma entrou no dia 10 de janeiro com um pedido de recuperação judicial. O pedido foi aceito pela Justiça e a proposta de renegociação das dívidas deve ser apresentada até o fim da primeira quinzena de abril, sob pena de falência do grupo.

A Brasil Pharma tem 288 lojas próprias das bandeiras Sant’Ana e Big Ben, sendo que 217 estão com seu funcionamento suspenso até o fim do processo, 433 franquias da bandeira Farmais (muitas em processo de litígio) e 4,5 mil funcionários. É o sexto maior grupo farmacêutico do país em faturamento.

Gigante chinesa de farmácias avança sobre mercado americano

A varejista chinesa de farmácias Hayao comprou parte da americana General Nutrition Center, confirmando mais uma grande fusão no setor

A GNC (General Nutrition Center), uma das maiores fabricantes de polivitamínicos dos Estados Unidos, teve parte de suas ações adquiridas pela Harbin Pharmaceutical Group Holding Co., mais conhecida como Hayao, holding chinesa que atua no varejo farmacêutico.

A chinesa investirá 300 milhões de dólares na GNC, tornando-se a maior acionista da rede americana e proprietária de 40% do seu estoque. A Hayao poderá ocupar cinco das onze cadeiras do conselho da GNC nos Estados Unidos.

Segundo o portal Chain Store Age, a GNC e a Hayao concordaram em formar uma joint venture para a fabricação, comercialização, venda e distribuição de produtos da GNC na China.

A aquisição é um socorro financeiro à rede americana, que enfrenta problemas de financiamento de suas atividades nos Estados Unidos e encontra saída na abundância de dinheiro do mercado chinês.

Além disso, a GNC avança sobre o maior mercado de suplementos do mundo, o mercado chinês, que dá a perspectiva para a rede de barrar o declínio das vendas nos Estados Unidos nos últimos anos.