Região tem dois casos por dia de intoxicação via medicamentos

Uso combinado de remédios é alvo de alerta por parte de especialistas; S.Bernardo é a segunda cidade do Estado com mais registros – 514

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC

05/05/2018 | 07:00

A dor de cabeça, garganta, ou qualquer outra indisposição que perturbe tem, nos remédios, alívio, porém, o uso excessivo de pílulas e xaropes pode gerar problema mais grave. No ano passado, o Grande ABC registrou 848 casos de intoxicação por medicamentos, número que representa 9,63% das ocorrências do Estado (foram 8.810 registros). São Bernardo é a segunda cidade paulista que mais contabilizou o transtorno (514), perdendo apenas para a Capital (2.022). A situação causou, ainda, nove mortes em 2017. 

Os dados, disponibilizados pelo Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, servem de alerta, tendo em vista o Dia Nacional pelo Uso Correto de Medicamentos, hoje, data instituída pelo Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Farmácia.

“Esses números podem até ser maiores, pois muitos casos confirmados são os que chegam ao extremo e vão para o hospital em situação grave, mas muitas vezes o paciente acaba se sentindo mal e não vai para o hospital ou vai e não é diagnosticado nem se dá conta de que o medicamento pode ter trazido o problema”, fala o presidente do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo), Marcos Machado Ferreira.

Um dos principais agravantes é fazer combinar dois medicamentos simultaneamente. “Se tomo o medicamento A, mas começo a tomar o B, eles podem interagir entre si e causar uma intoxicação ou um parar de fazer efeito”, explica a farmacêutica e professora associada da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Patricia Moriel. “(Os remédios) Podem resultar em uma intoxicação hepática, renal, alterar o sistema nervoso, dar reações de pele. São vários órgãos e sistemas que podem ser alterados em uma intoxicação”, completa.

O presidente do CRF-SP pontua que, diante de desconfortos, como uma dor de cabeça, o uso de medicamentos isentos de prescrição pode ser feito, mas não se deve dar continuidade à ação na persistência dos sintomas. “A gente pede que a população tenha a preocupação de conversar com os farmacêuticos para se orientar corretamente e também chamamos a atenção deles e dos profissionais de Saúde que se atentem em perguntar se os pacientes estão usando algum outro tipo de medicação, porque é possível ajudar se houver alguma dúvida”, diz Ferreira. “Medicamentos, muitas vezes, não são solução e causam problemas, por isso, é preciso usar corretamente.”

CONSCIENTIZAÇÃO

Desde 2017, está em andamento na região o projeto Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde, que envolve as sete cidades, denominado Ciclo de Oficinas de Qualificação da Assistência Farmacêutica na Região do Grande ABC – Uso Racional de Medicamentos no SUS (Sistema Único de Saúde), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. O projeto, que discute com profissionais da área conceitos, percepções, preocupações e estratégias prioritárias para o desenvolvimento de ações no setor, encerra neste mês. As prefeituras, no entanto, afirmam que incorporarão as práticas do uso racional de medicamentos no cotidiano dos serviços de Saúde municipais.

Campanha fala sobre importância do acompanhamento farmacêutico

A cada real investido no fornecimento de medicamentos, o governo gasta cinco reais para tratar as adversidades causadas pelo uso incorreto dos medicamentos

Os danos causados por medicamentos, além de graves, custam R$ 60 bilhões ao ano para o Sistema Único de Saúde – SUS. A cada real investido no fornecimento de medicamentos, o governo gasta cinco reais para tratar as adversidades causadas pelo uso incorreto dos medicamentos, entre eles estão as reações adversas que são responsáveis por 39,3% dos gastos, seguido pela não adesão ao tratamento com 36,9% e pelo uso de doses incorretas 16,9% dos gastos.

A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas, Mônica Meira, alerta que metade dos casos poderia ser evitada com uma supervisão mais cuidadosa e efetiva dos tratamentos, por isso, o Conselho Federal de Farmácia em parceria com CRF/AL lançam a campanha de promoção da adesão às terapias medicamentosas e ao seu uso seguro e racional. A iniciativa é em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, 5 de maio.

“O nosso objetivo é despertar na população a consciência de que o acompanhamento farmacêutico no tratamento consegue prevenir danos para a saúde do paciente. Durante todo o mês de maio, os voluntários engajados na iniciativa buscarão serviços públicos de saúde, como as UBSs e as farmácias públicas, para verificar se pacientes polimedicados têm acesso e aderem ao tratamento medicamentoso ou não”, explicou.

No dia 05 de maio, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas estará no centro de Maceió, em frente ao antigo Produban, das 8 às 12hs, realizando uma ação de orientação à população sobre como utilizar os seus medicamentos e oferecendo também os serviços de aferição de pressão e teste de glicemia capilar. Tudo gratuito.

Segundo o Ministério da Saúde cerca de 82% dos pacientes que utilizavam 5 ou mais medicamentos de uso contínuo o faziam de forma incorreta ou demonstravam baixa adesão ao tratamento. Um em cada três pacientes abandonou algum tratamento, 54% omitiram doses, 33% usaram medicamentos em horários errados, 21% adicionaram doses não prescritas e 13% não iniciaram algum tratamento prescrito.

“Com a campanha na rua, a gente espera contribuir de forma mais efetiva para a reversão dessas estatísticas. Em paralelo estamos trabalhando para inserir o cuidado farmacêutico na rotina das unidades básicas de saúde”, comentou a presidente.

Serviço

Ação do Uso Racional de Medicamentos

Data: 05 de maio

Local: Centro de Maceió – em frente ao antigo Produban

Horário: 8 às 12hs.

Fonte: Assessoria do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas

Farmacêuticos debatem automedicação

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A intoxicação por medicamentos causa prejuízos e tem aumentado as internações na rede hospitalar

Por Folha Web Em 07/05/2018 às 01:44

O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento foi domingo, 5 de maio. A data foi celebrada pelo Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR) com a realização de palestra proferida pela doutora em Ciências da Saúde e professora em Farmacologia Clínica do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Gabrielle Mendes Lima, no auditório de práticas jurídicas da Faculdade Cathedral, direcionada a farmacêuticos, sobre a importância do tema.

Segundo o conselheiro federal de farmácia suplente, Eduardo Anibal Lopes, a data foi criada para alertar a população quanto aos riscos causados pela automedicação. O objetivo é também ressaltar o uso indiscriminado e a automedicação como responsáveis pelos altos índices de intoxicação por remédios. Há casos em que pacientes morrem por causa do uso de medicamentos sem orientação profissional.

“Existem duas situações neste processo. O trabalho do médico é o de diagnosticar doenças, identificar os sintomas e, a partir disso, indicar qual o melhor medicamento e a dosagem correta para que o paciente fique bem. A automedicação traz riscos à saúde, pois a ingestão de substâncias de forma inadequada pode causar reações como dependência, intoxicação e até a morte. Dentro desse processo, enquanto conselho, decidimos difundir essas informações entre os profissionais. Achamos oportuna a celebração da data, ampliando a informação através da palestra da doutora Gabriela Mendes aos profissionais de farmácia, uma vez que são eles que recepcionam os pacientes no momento da aquisição de seu medicamento”, ressaltou.

Eduardo acrescentou que a receita médica é a garantia de que houve avaliação profissional para que determinada doença seja tratada pelo paciente utilizando o medicamento correto. “Quem insiste em mesmo tendo a recomendação médica realizar a automedicação pode agravar doenças, já que a utilização de remédios sem a informação adequada pode esconder determinados sintomas. Além disso, há o risco da combinação errada de substâncias, que pode anular ou potencializar o efeito da outra. Por isso, é preciso que o paciente tenha ciência deste enorme risco”, comentou.

Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia, Adonis Motta, a principal preocupação em promover a palestra aos profissionais que atuam diretamente nas farmácias em Roraima, é fazê-los multiplicadores do risco que a utilização irracional do medicamento.

Isso pode ocorrer pela desnecessidade do produto ou quando o paciente supor que pode aliviar os sintomas de determinada doença. Eventual melhora termina fazendo com que um número cada vez maior de pessoas sejam removidas para tratamento em unidades de saúde.

“Precisamos envolver o maior número de profissionais em torno desta questão que se agrava a cada dia, e isso gera uma despesa acentuada nas unidades de saúde, pois desprendem um valor considerável para tratar o paciente que faz o uso indiscriminado de medicamentos. Vamos realizar outro movimento no mês de junho, ampliando o número de parcerias para realizar na capital e no interior, uma panfletagem em todas as farmácias. Com certeza vamos ter uma adesão significativa pela relevância do assunto que precisa ser amplamente debatido e informado à sociedade”, complementou.
Adonis informou que esta palestra será apresentada dia 12, sábado, na cidade de Rorainópolis para os profissionais que atuam na região Sul, e também para que eles tenham conhecimento do tema. (R.G)

Sindifato esclarece jornada de trabalho da categoria em farmácias que trabalham no sábado até às 12 horas.

Publicado por Renato Soares Pires Melo

O Sindifato (Sindicato dos Farmacêuticos do Tocantins) divulgou, nesta terça-feira, 3 de março, nota técnica de esclarecimento sobre o parágrafo único da convenção coletiva da categoria. Na prática, o esclarecimento vale para os farmacêuticos que trabalham em estabelecimentos que ficam abertos nos sábados apenas até às 12 horas.

A nota técnica foi divulgada em virtude de algumas dúvidas que a norma tem gerado. Por lei, é prerrogativa do Sindicato dos Farmacêuticos negociar e definir a jornada de trabalho da categoria junto ao sindicato patronal.

O parágrafo único da convenção coletiva é claro ao dizer como devem ser computadas as horas de trabalho dos sábados: “Fica permitido aos farmacêuticos mensalistas o trabalho e 4 horas aos sábados intercalados, sendo que para tanto, o empregador deverá pagar 2 (duas) horas extras e compensar outras 2 (duas) no sábado seguinte, nas unidades farmacêuticas que laborarem nos sábados até as 12:00hrs”.

Desta forma, em uma farmácia com dois farmacêuticos, o que trabalha em um sábado, folga no mesmo dia na semana seguinte.

Confira, abaixo, a nota técnica na íntegra: http://www.sindifato.com.br/sindifato-esclarece-jornada-de-trabalho-da-categoria-em-farmacias-que-tr…

Walgreens lança piloto com redução de estoque

Última atualização 4 Maio, 2018

A Walgreens está lançando um novo programa-piloto que reduzirá a quantidade de Stock Keeping Unit (SKU) – unidade de manutenção de estoque por loja – em pelo menos 20%, além de reduzir os preços diários e oferecer novos serviços. O formato está sendo testado em 17 unidades da rede na Flórida.

Em uma entrevista recente, o presidente da Walgreens, Alex Gourlay, afirmou que a varejista está simplificando a experiência de compra com um layout mais conciso e que contém variações menores de produtos. “Os clientes costumam gastar cerca de sete minutos dentro das lojas. Se pudermos otimizar o tempo e dar a eles uma vantagem de dois minutos, já os deixaremos satisfeitos. Nosso objetivo é buscar redefinir o conceito de conveniência moderna”, resume.

Além das mudanças de espaço físico, as lojas-piloto contam com o serviço de assinatura Walgreens Plus, pelo qual os clientes podem pagar uma taxa anual de US$ 20 em troca de 20% de desconto em quase todos os produtos, incluindo itens em promoção, descontos nos medicamentos de prescrição e genéricos pagos em dinheiro, com opção de entrega gratuita no mesmo dia por meio do e-commerce.

A mudança no perfil do consumidor parece estar desempenhando um papel importante nesse movimento. Pesquisas mostram a percepção dos clientes em relação ao alto custo dos medicamentos e à grande variedade de produtos como fatores que dificultam a compra. Em um esforço para combater essas percepções, a Walgreens está reduzindo o custo de varejo em mais de 5 mil itens na loja. A rede também está expandindo a parceria com a LabCorp  na oferta de testes de laboratoriais.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Rede Drogal entra em campo com Feras do Futebol e camisetas exclusivas do Brasil

A Rede Drogal já escolheu seu time para entrar em campo neste ano. Com a promoção Feras do Futebol, a convocação dos mascotes está definida e agrada crianças e adultos. Para completar a escala e torcer uniformizado pelo Brasil, as camisetas exclusivas na cor da nossa seleção canarinho completam a ação no período do maior campeonato de futebol do mundo.

Na promoção Feras do Futebol da Rede Drogal, os clientes que comprarem acima de R$ 30,00 em produtos de perfumaria, higiene pessoal, cosméticos, alimentos e conveniência, mais o pagamento de R$14,99, podem escolher um dos mascotes da fauna russa (lobo, tigre, raposa, urso ou coelho), confeccionados em pelúcia. A campanha não é válida na compra de medicamentos.

Já quem quer torcer pelo Brasil e não abre mão de mostrar sua fidelidade, a Rede Drogal disponibiliza, na mesma mecânica dos mascotes, um modelo de camiseta dry-fit, na cor amarela, com a estampa Brasil e a bandeira nacional. Bonitas e exclusivas são confeccionadas nos tamanhos baby look, PP, P, M, G, GG e XGG.

Os mascotes e as camisetas também podem ser adquiridos separadamente. As ferinhas no valor de R$ 24,99 cada e as camisetas por R$29,99 cada, sem a necessidade de apresentar o cupom fiscal. A campanha ocorre de 30 de abril a 13 de julho (ou enquanto durar o estoque). Os cupons não são acumulativos.

Participam da promoção as 139 unidades da Rede Drogal, localizadas em 55 cidades do Estado de São Paulo, e para todos os clientes do Brasil que efetuarem a compra pelo site www.drogal.com.br, onde também é possível acessar o regulamento.

Serviço:
Rede Drogal lança a promoção Feras do Futebol e camisetas exclusivas do Brasil
Como adquirir: A cada R$ 30,00 em compras mais R$ 14,99, o cliente pode escolher um dos mascotes da promoção (lobo, tigre, raposa, urso, coelho ou as camisetas)
Informações: www.drogal.com.br

Contato para a imprensa:
Engenho da Notícia
Assessoria de Imprensa – Rede Drogal
www.engenhodanoticia.com.br
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Piracicaba – SP

TRT concede liminar que autoriza funcionamento de farmácias nos feriados

Decisão restabelece a Convenção Coletiva de Trabalho de 2017, liberando expediente em datas comemorativas até que um novo acordo seja firmado entre as classes patronal e laboral

18:03 · 30.04.2018 / atualizado às 18:19

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Ceará concedeu, nesta segunda-feira (30), uma liminar que autoriza o funcionamento das farmácias nos feriados, mas apenas com o pagamento de benefícios trabalhistas aos empregados do setor. A medida também restabelece a última convenção coletiva de trabalho para os funcionários. Caso a medida não seja cumprida, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma) deve pagar uma multa diária de R$ 100 mil.

A decisão atende um pedido do Ministério Público do Trabalho e do Sindicato dos Empregados no Comércio de Fortaleza para garantir condições de trabalho firmadas na última Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que deveria ter sido fechada em janeiro. Mas após duas rodadas de negociações, não houve a definição de um acordo entre as partes envolvidas.

Sem o entendimento entre as classes patronal e laboral, a desembargadora Fernanda Maria Uchoa decidiu pelo restabelecimento da Convenção Coletiva de Trabalho de 2017, devendo ser pago um dia de salário em dobro, concedido um dia folga remunerada e também uma ajuda de custo no valor de R$ 55,00 para o expediente nos feriados. A decisão vale para o próximo dia 1º, mas para todos os outros feriados, até que um novo acordo seja feito.

"Na ausência de norma coletiva a regular a questão, concluo que a solução mais equânime e razoável no presente caso é o restabelecimento provisório da Convenção Coletiva de Trabalho de 2017, até que as partes venham a selar uma nova negociação”, cita trecho da decisão", cita trecho da decisão do TRT.

Funcionamento mantido

Dias atrás, a desembargadora do TRT já havia negado uma pedido de liminar do Sindicato dos Empregados no Comércio de Fortaleza para impedir o funcionamento das farmácias no feriado de 21 de abril, quando é comemorado o dia de Tiradentes. A justificativa era de que os estabelecimentos detêm uma função social importante na comunidade, principalmente em época de epidemias e doenças.

"Relevante destacar que as peculiaridades de atividade em que o funcionamento deve ser ininterrupto precisam ser respeitadas, pois visam o interesse público”, ressalta a magistrada", disse Fernanda Maria.

SERVIÇOS

O que abre e o que fecha no feriado do Dia do Trabalhador

Bancos – No feriado do dia 1 de maio, todos os bancos estarão fechados para atendimento e funcionamento interno, abertos apenas caixas eletrônicos, postos de banco 24 horas, aplicativos e sites. As informações são do Sindicato dos Bancários do Ceará.

Supermercados – Os supermercados da Capital terão funcionamento normal, de acordo com a Associação Cearense de Supermercados. No Interior e Região Metropolitana, a abertura depende de convenções firmadas com os supermercados.

Shoppings e lojas de rua – Segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Fortaleza (Sindilojas), todo o comércio deve estar fechado no dia 1 de maio, sem acordo entre os lojistas e o sindicato. As lojas e quiosques dos shoppings também não irão funcionar no feriado. Praças de alimentação e cinemas irão abrir.

Postos de combustíveis – Com liminar da Justiça do Trabalho, o funcionamento dos postos de combustíveis no feriado está garantido no Estado.

Famílias criam redes de apoio para uso medicinal da cannabis

30.04.2018 08:30 por Jamille Bullé 263

Com produtos importados ou cultivo em casa, pacientes superam barreiras como ilegalidade e rigidez judicial em busca de qualidade de vida

Quando se fala em maconha no Brasil, é comum pensar no uso recreativo da droga. No entanto, o que muitos não sabem é que a erva pode mudar a vida de pacientes com doenças raras com o uso medicinal. O canabidiol, também conhecido como CBD, é uma das substâncias presentes na cannabis, tem efeitos terapêuticos e não possui as propriedades alucinógenas dos entorpecentes recreativos, presentes no THC (tetraidrocanabinol). Apesar das dificuldades de conseguir esse tipo de tratamento para problemas como epilepsia, câncer, Alzheimer e Parkinson, famílias cariocas vêm sentindo na pele os benefícios do uso do composto e criando redes de apoio para que novos pacientes tenham acesso ao fármaco.

Uma das primeiras brasileiras a importar o canabidiol para fins terapêuticos e diretora da ONG Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa a Pacientes da Cannabis Medicinal), Margarete Brito conta que conheceu o canabidiol em 2013, depois de saber, pelas redes sociais, que uma jovem americana estava respondendo bem ao tratamento. Margarete entrou em contato com a família da menina e conseguiu trazer a substância para o Brasil para tratar sua filha, Sofia, que sofre de CDKL5, que causa epilepsia refratária. A atitude para salvar a vida da criança, perante a lei, era considerada tráfico internacional.

Após uma falha de reposição no fim de uma caixa de medicamentos, Margarete acabou recebendo uma amostra do extrato da planta feito de maneira artesanal. A resposta de Sofia foi positiva, o que fez com que a família passasse a plantar maconha em casa, também de forma ilegal. "Plantar é proibido. Não é fácil. Quando você começa a plantar, você começa na ilegalidade, eles não dão autorização para você começar. O meu salvo-conduto só deram porque eu já estava plantando, dando para minha filha há um ano. Organizei toda a documentação para mostrar ao juiz que não tinha como voltar atrás", conta Margarete, cujo pioneirismo facilitou o processo para diversos pacientes, através do precedente judicial.

Com uma plantação no terraço de casa, na zona sul do Rio, Margarete explica que o ciclo da planta é de quatro meses. Após a colheita das flores, também conhecidas como "camarões" ou "Ganjah", para a elaboração do extrato, a pequena árvore morre, tornando necessária a "clonagem", ou seja, a retirada de mudas ao longo do processo. O tipo cultivado é o Harle-Tsu, com maior concentração de CBD e pouquíssimo THC, em uma proporção de 20 para um, medida com o auxílio do projeto Farmacannabis, da Faculdade de Farmácia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A iniciativa também avalia as concentrações em produtos importados.

Apesar de haver o projeto na UFRJ, a atuação dos cientistas é limitada. Margarete critica o fato de as pesquisas ainda serem escassas no Brasil. A diretora da Apepi conta que o plantio não é permitido nem mesmo para estudos. "Como vamos avançar na ciência, na pesquisa, se a matéria-prima é proibida? O Farmacannabis só recebe material se o paciente tiver um salvo-conduto, se não vier da ilegalidade. Ela não pode ter uma planta nem para pesquisar dentro do laboratório, é proibido, é crime. Isso é muito complicado. É um atraso no avanço das pesquisas", lamenta.

Outro caso semelhante é o de Maria Clara, portadora da Síndrome de Rett, que causa comprometimentos motores, cognitivos, problemas gastrointestinais e ortopédicos, além da epilepsia. Mãe da menina, Aline Voight destaca que a ilegalidade do produto prejudica o acesso dos pacientes ao canabidiol, principalmente os que não têm recursos financeiros para a importação do medicamento.

"Existem crianças que respondem bem ao produto importado e outras que respondem bem aos artesanais. Também existem crianças que não têm condições de arcar com os custos desse produto importado. Nosso sonho, na verdade, não é que o SUS incorpore o medicamento importado, é que incorpore o extrato brasileiro. A importação não é garantia de acesso", disse Aline, que explica que algumas famílias precisam ir à Justiça para receberem auxílio governamental e de planos de saúde, além de Habeas Corpus para fazerem plantações dentro das casas. O custo com produtos importados pode variar entre R$ 1 mil e R$ 7 mil.

Antes do uso da cannabis, Maria Clara tentou 12 medicamentos diferentes, que comprometiam o funcionamento do organismo da menina e traziam efeitos colaterais mais fortes. Com o canabidiol, houve apenas duas trocas de marcas de produtos, uma evolução no tratamento. Aline destaca que o método trouxe benefícios que vão "além da contagem de crises", que não aparecem na vida da menina há aproximadamente três anos. Maria apresentou evolução no sistema cognitivo e conseguiu reduzir a ingestão de outros medicamentos, o que trouxe uma melhora no funcionamento do fígado.

Aline diz que é "100% a favor da regulamentação da maconha, não só para fins medicinais e terapêuticos". "A gente vê crianças que tiveram uma melhora inacreditável. A palavra maconha já trazia medo. Conhecemos crianças que tiraram todos os medicamentos. Mas não só essa questão", continua. "Também para o uso social, recreativo e industrial. As drogas não podem ser encaradas como crime. É uma questão de saúde. A partir do momento que você criminaliza, você não vai fornecer tratamento adequado para os dependentes, você vai tratá-los como criminosos, quando são pessoas que precisam de atenção", afirma.

Margarete acredita que a criminalização da maconha está relacionada a fatores históricos, políticos e econômicos. Além disso, a diretora da Apepi destaca que há o preconceito com o método, mesmo se tratando de um uso medicinal. "As pessoas pensam que o remédio tem que ser dentro de uma pílula. Na hora que começam ver planta, pronto, começam a ficar com medo. O preconceito é nada mais que a falta de informação. As pessoas também ficam com medo de se envolver, não querem se expor, porque a questão da maconha é muito ligada à questão marginal", diz Margarete.

Para a diretora da Apepi, o melhor remédio para compreender a questão é a informação. Nos dias 18 e 19 de maio, a associação realiza um evento, em parceria com a Fiocruz, sobre uso medicinal da maconha, no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio. Além disso, no sábado (5), está marcada mais uma edição da Marcha da Maconha, na praia de Ipanema.

"A pessoa tem que se informar. Acho que você pode ser a favor ou contra qualquer coisa. Não existe uma verdade absoluta. É muito arrogante da nossa parte dizer que você não pode ser contra. Você pode ser contra, desde que tenha bons fundamentos. Cada um pode ter sua opinião, não podemos achar que quem é contra está errado. Eu, que sou a favor e me aprofundei um pouquinho mais, posso achar que a pessoa está equivocada, mas acho que todo mundo tem direito. Viva a liberdade de expressão", finaliza.

Itens de Higiene & Beleza apresentam crescimento de 7%

Produtos estão cada vez mais presentes em farmácias

O crescimento da oferta de produtos de Higiene & Beleza (H&B), a expansão das marcas próprias e a reformulação de programas de fidelidade ao consumidor são os responsáveis por mudanças no conceito de farmácias no Brasil.

No ano passado, a venda de não medicamentos nas 25 redes associadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) contabilizou mais de R$ 14 bilhões e registrou alta de 7%. Os itens H&B e de conveniência já representam 32% do volume total de vendas.

“Foi-se o tempo das perfumarias de bairro. Hoje, as grandes redes de farmácias oferecem um mix variado de produtos em um único lugar, o que é sinônimo de conforto e conveniência para o consumidor. Elas vêm se tornando verdadeiras ‘lojas de saúde e beleza”, comenta o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto. “Há cada vez mais produtos voltados para o bem-estar, sem que os medicamentos tradicionais percam espaço”, finaliza.

Fonte: Brazil Beauty News

Valores de 20 remédios do Farmácia Popular serão reajustados

Objetivo é reduzir distorções de preço entre o cobrado normalmente e o que o governo paga
Portal Brasil 30 Abr 2018 às 15h36 Saúde Comentarios

Os valores de 20 medicamentos oferecidos pelo Farmácia Popular serão reajustados para o ressarcimento nas drogarias, a partir da segunda-feira (30), informa o Ministério da Saúde. A população não será afetada pelas mudanças e poderá continuar a retirar gratuitamente em mais de 31 mil farmácias que trabalham com o programa.

O objetivo é reduzir distorções de preço entre o cobrado normalmente e o que o Governo do Brasil paga – em alguns casos, os produtos pagos pelo governo custavam mais de 200% acima do valor padrão. Há ainda alguns casos em que o governo pagava valores defasados em relação ao mercado, o que também será corrigido a partir da próxima semana.

Para garantir que os pacientes que tratam hipertensão, diabetes e asma não fiquem sem medicação, a pasta está realizando a compra centralizada dos remédios, que serão entregues aos municípios caso farmácias desistam do programa. Os cidadãos podem denunciar irregularidades pelo telefone 136.