Após embate na Assembleia, farmacêuticos querem aumento de R$ 1 mil no piso

Representantes da categoria se reuniram com membros da gestão tucana

Ludyney Moura e Aline Machado

Sem a votação do projeto que estabelece um piso salarial para farmacêuticos bioquimicos em Mato Grosso do Sul, representantes da categoria acompanharam o deputado Paulo Siufi (PMDB), durante uma reunião na governadoria.

O grupo foi recebido pelo consultor legislativo do governo Reinaldo Azambuja (PSDB), o advogado Felipe Mattos, e pelo subsecretário de relações institucionais, Alessandro Menezes (SD), que se comprometeram a repassar ao governador o pedido de apoio da categoria.

Segundo Mattos, Beto Pereira (PSDB), que optou por não apresentar seu parecer sobre a constitucionalidade do projeto na sessão desta terça-feira (9), está regimentalmente no prazo, e que por ora cabe ao Executivo aguardar uma definição dos deputados. “Se aprovar, cabe ao governador sancionar ou não”, explicou.

A presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Kelle Slavec, disse que espera uma mobilização ainda maior da categoria amanhã, quarta-feira (10), antes da sessão na Assembleia.

Segundo ela, os profissionais da categoria e acadêmicos do curso de farmácia, pretendem realizar um ato na rotatória da Avenida Mato Grosso com a Via Park. Ela afirmou que hoje foram 450 pessoa na Assembleia, e a expectativa é que este número aumente amanhã.

Kelle afirma que atualmente o piso para profissionais que trabalham em drogarias é de R$2,7 mil, mas há registro de farmacêuticos recebendo R$ 1,2 mil por uma jornada de 40 horas semanais. Em todo o Estado, diz a presidente do Conselho, existem 3.150 farmaceuticos bioquimicos, além de 1,2 mil acadêmicos espalhados em sete universidades.

Segundo a proposta, de autoria dos deputados Paulo Siufi (PMDB), George Takimoto (PDT), Mara Caseiro (PSDB) e Rinaldo Modesto (PSDB), o piso de farmacêuticos, para 40 horas semanais, será de R$ 3.748,00.  Para jornada de 30 horas semanais o piso será de R$ 2.811,00. Para 20 horas semanais o valor estipulado é de R$ 1.874,00, e ainda R$ 937 para jornada de 12 horas semanais.

Farmácias da rede municipal de saúde têm novos horários de funcionamento

Para garantir a presença de farmacêuticos em todas as unidades, a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro reestruturou os horários de funcionamento das farmácias da rede pública municipal de saúde.

A atual gestão herdou da administração passada um passivo de cerca de R$ 400 mil em multas do Conselho Regional de Farmácia, por conta do não cumprimento da legislação que determina a presença de um farmacêutico em cada unidade.

“Mais um problema herdado pela nossa gestão e que estamos empenhados em resolver. Com essa reestruturação, garantimos um melhor atendimento à população e o cumprimento da lei”, afirmou o prefeito de Rio Claro, João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria.

Com as alterações, algumas unidades que iriam ficar fechadas em meio período estarão abertas todo o tempo. “Importante ressaltar ainda que agora toda pessoa que for a uma de nossas farmácias será atendida por um farmacêutico”, salientou o presidente da Fundação de Saúde de Rio Claro, Djair Francisco.

Assim, a farmácia da Unidade de Saúde da Família da Assistência está aberta às quintas-feiras das 7 às 16 horas. A do Jardim Novo funciona das 7 às 16 horas de terça e sexta-feira. A farmácia da USF do Terra Nova está aberta todas às segundas e quartas-feiras das 7 às 16 horas.

Estão abertas de segunda a sexta-feira das 7 às 16 horas as farmácias das unidades básicas de saúde  da Avenida 29, Wenzel, Vila Cristina e da UPA do Cervezão. Às segundas, quartas e sextas, também estará aberta a farmácia da USF do Palmeiras, das 7 às 16 horas. A farmácia da USF do Bonsucesso permanece aberta às terças e quintas das 7 às 16 horas.

A farmácia da USF Mãe Preta estará aberta das 7 às 12 horas de segunda às sexta e a unidade da USF de Ajapi das 13 às 16 horas, também de segunda a sexta.

A farmácia da USF Boa Vista permanecerá aberta das 12 às 16 horas de segunda, terça, quinta e sexta-feira. Nestes mesmos dias, mas das 7 às 11 horas estará aberta a unidade do Jardim das Flores. Por fim, a farmácia da USF do Jardim Guanabara estará aberta às quartas-feiras das 7 às 16 horas.

Em todas as unidades, no horário estabelecido nesse cronograma haverá a presença de um farmacêutico, conforme determina a legislação.

Farmácias públicas deverão oferecer recipientes para descarte de remédios

Deteriorados ou com prazo de validade expirado

Assessoria/DA

As farmácias públicas de Mato Grosso do Sul deverão oferecer recipientes para coleta de medicamentos, cosméticos, insumos farmacêuticos e correlatos, deteriorados ou com prazo de validade expirado. É o que determina Projeto de Lei de autoria do deputado Dr. Paulo Siufi (PMDB), apresentado na sessão ordinária desta terça-feira (9).

Hoje, a Lei Estadual 4.474, de 6 de março de 2014, prevê a obrigatoriedade apenas aos estabelecimentos privados. O projeto ainda institui a política de informação sobre os riscos ambientais causados pelo descarte incorreto, observando o seguinte requisito: devem os recipientes serem lacrados, de material impermeável, com abertura superior e específica para cada tipo de resíduo, a fim de que sejam realizados o depósito dos referidos produtos.

A proposição impõe ao Poder Público a responsabilidade da destinação final dos medicamentos recolhidos nas unidades públicas, não podendo ser lançado in natura ou queimados a ‘céu aberto’, como descartados em corpos d’água, manguezais, terrenos baldios, cavidades subterrâneas, redes de drenagens e esgoto.

“Segundo estudos, ao despejar sobras de remédios em ralos ou jogá-los em lixo comum, as substâncias químicas presentes acabam caindo em rios ou qualquer outro meio de distribuição de água, fazendo com que sejam encontrados fármacos nas águas consumidas não só por animais como pelos seres humanos. Além disso, afetam o solo e o ar. Portanto, a medida proposta é importante para o meio ambiente e os cidadãos sul-mato-grossenses”, explicou o parlamentar.  

Quatro pontos positivos para o mercado farmacêutico

Setor está confiante para 2017

A economia brasileira está começando a reagir. Aproveitando o início do bom momento, o setor farmacêutico começa a pensar em projetos de expansão. O Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) levantou quatro perspectivas positivas para 2017 em relação à produção, vendas e geração de empregos:

1 – Aumento de dois dígitos e expectativa de novas contratações

O segmento farmacêutico tem sido um ponto fora da curva, já que apresenta bons resultados independente da crise financeira brasileira. Para 2017, o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, a indústria farmacêutica espera que a equipe econômica do governo consiga melhorar o cenário, diminuindo taxa de juros e ajudando a retomada do consumo.

“Se isto se confirmar, projeta-se um crescimento de 10% do mercado de medicamentos neste ano. Há ainda outro aspecto que gera otimismo. Com o dólar a R$ 3,20 o Brasil é atrativo para as multinacionais. Esse dado, somado à estabilidade da economia, cria um ambiente favorável para a retomada de investimentos, tanto de empreendedores locais quanto de players internacionais”, assinala.

Além disso, as empresas do setor têm conseguido manter e até aumentar as ofertas de empregos. “Em meio à crise, o setor deu sua contribuição ao País. Num contexto de desemprego elevado e generalizado, ter contribuído para preservar e até aumentar postos de trabalho é auspicioso”, afirma Mussolini.

2 – Novos investimentos

Os laboratórios prevêem expandir suas atividades ao longo do ano. “Existem investimentos e planos de expansão em andamento, especialmente pelo fato de o País ter a quinta maior população do mundo, estar passando por uma importante mudança demográfica, com o envelhecimento da população e ter uma parcela da demanda ainda não suficientemente atendida”, observa o diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo.

O Teuto, por exemplo, prevê o lançamento de 250 novos produtos nos próximos anos, resultado de investimentos de R$ 200 milhões nos últimos anos. Já a Roche Farmacêutica está investindo R$ 300 milhões até 2020 em sua fábrica no Rio de Janeiro.

3 – Varejo não quer pensar em retração

As farmácias têm mantido ritmo de vendas, principalmente por causa da aquisição de medicamentos e pelo cliente não frear totalmente as suas compras. “O consumidor resiste mais em cortar produtos de uso pessoal. Ele pode até reduzir a compra, mas não elimina”, afirma o presidente do Provar-FIA e do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Cláudio Felisoni de Angelo.

E não somente a conveniência em produtos tem um consumo, mas o nascimento do centro de conveniência em serviços de saúde. Os consultórios farmacêuticos começam a ser uma realidade nas grandes redes.

4 – Projetos de expansão

Assim como a indústria, as farmácias também estão com planos de aumentar suas redes. “Demos continuidade ao plano de expansão da rede, investindo R$ 150 milhões principalmente na abertura de novas unidades. Com um ritmo de abertura de uma loja a cada três dias, somamos mais de 930 unidades em cerca de 320 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. Mantivemos firmes a nossa meta de chegar a mil pontos de venda em 2017”, exemplifica o diretor de expansão e novos negócios das Farmácias Pague Menos, Carlos Henrique de Queirós.

A Raia Drogasil revela que tem um plano de expansão forte para 2017, com uma projeção de abertura de 200 lojas por ano, meta atingida no passado. “O ponto mais importante na trajetória de crescimento da Raia Drogasil tem sido o foco em entender as necessidades dos clientes. Respeitamos as características regionais e estamos sempre observando as transformações sociais que ocorrem no País”, confirma o vice-presidente de Relações Institucionais da Raia Drogasil, Antonio Carlos de Freitas.

Fonte: Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma)

Drogaria São Paulo seleciona profissionais em Osasco, Carapicuíba e Cotia

Maio de 2017 – A Drogaria São Paulo está com três vagas abertas para o Centro de Distribuição da rede em Osasco, grande São Paulo. As oportunidades são para pintor e técnico de manutenção. A empresa pede o Ensino Fundamental completo, experiência mínima de 1 ano nas funções e disponibilidade de horário de segunda à sábado, de manhã ou a tarde. Para o cargo de Técnico de Manutenção a empresa solicita curso técnico em mecânica ou eletrônica, além dos certificados NR 35 e NR 10. As inscrições podem ser efetuadas até o próximo dia 10 de maio via e-mail: recrutamento.osasco@dpsp.com.br.

FICHA TÉCNICA

Vagas abertas: 1 vaga Pintor; 2 Vagas Técnico de Manutenção.

Endereço CD Osasco: Av. Victor Civita, 800 Jd, Santa Maria Osasco (Raposo Tavares, 800 KM 20)

Início imediato

Exigências:
Pintor: Ensino Fundamental completo

Técnico de Manutenção: Curso Técnico em Mecânica ou Eletrônica. Cursos de: NR 35 e NR 10.

Experiência mínima de 1 ano ambas as vagas

Disponibilidade:
Segunda a sábado, disponibilidade de horário para manhã ou tarde.

Aqui tinha Farmácia Popular, por Rafael da Silva Barbosa

Brasil Debate

seg, 08/05/2017 – 15:34
Atualizado em 08/05/2017 – 15:55

Nova política para o programa acaba com o financiamento do Ministério da Saúde às unidades próprias. Em São Paulo, numa prévia do que deve acontecer no país, o prefeito anunciou o fechamento dos estabelecimentos e a reação da população levou à suspensão da medida

do Brasil Debate
por Rafael da Silva Barbosa

Grande parte dos tratamentos de saúde necessita de medicamentos para alcançar o estado da cura ou melhorar a condição de vida dos pacientes. Em diversos casos, o medicamento é único meio pelo qual parte das pessoas consegue viver sem maiores complicações. A hipertensão e a diabetes, que acometem um percentual não desprezível da população brasileira, são os exemplos mais comuns do grau de dependência farmacológico, mas existem aqueles em que a ausência do produto é indispensável, como: osteoporose, Parkinson e glaucoma. Em curto prazo e se não tratadas essas doenças podem evoluir mais rapidamente para o quadro grave, mudando o estágio epidemiológico dos usuários. Por isso, a disponibilidade dos medicamentos desempenha papel vital no desenvolvimento da proteção à saúde.

Em abril de 2004, com vistas a garantir o acesso aos medicamentos que mais atingem a população, foi criado o Programa Farmácia Popular do Brasil por meio da Lei de 10.858. Operacionalmente, o programa autorizou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a disponibilizar medicamentos mediante ressarcimento e proporcionou a oferta de remédios com desconto de até 90%. As adequações da política seguiram ano após ano e algumas, embora tenham se mostrado importantes, ao mesmo tempo fragilizaram a sua concepção. Este foi o caso da expansão dos serviços segundo a lógica privada. Em 2006, o setor privado ingressa ao programa e o acesso aos medicamentos, antes realizado exclusivamente pela rede própria das farmácias populares passa, agora, a contar com a rede privada na modalidade “Aqui Tem Farmácia Popular”. A abertura praticamente estancou a expansão pública.

Apesar disso, outras medidas reforçaram expressivamente o aspecto vital da presença pública na área. Nos anos posteriores foram incorporados ao rol dos itens do Farmácia Popular os contraceptivos, medicamentos para Gripe (H1N1), Insulina Regular, novos medicamentos para hipertensão e diabetes, a inclusão da Sinvastatina, osteoporose, rinite, asma, Parkinson, glaucoma e, para a incontinência urinária para idosos, também as fraldas geriátricas. A mais notável das mudanças do Farmácia Popular ocorreu no ano de 2011, quando três medicamentos voltados ao tratamento da asma passaram a ser disponibilizados de forma totalmente gratuita.

Entretanto, as atuais alterações na política podem retroceder a acessibilidade, isto porque, no início de 2017, o Ministério da Saúde emitiu uma nota sobre o funcionamento das unidades próprias do Programa Farmácia Popular do Brasil, e ficou determinado o fim do financiamento do Ministério da Saúde para as 393 unidades próprias do programa Farmácia Popular a partir da competência de maio de 2017.

Dessa forma, a existência do estabelecimento dependerá da capacidade financeira dos entes federados em assumir os custos. De acordo com a nota, a despesa atribuída à manutenção da capacidade instalada própria, de R$ 100 milhões, será canalizada para compra dos medicamentos, pois esse valor representa 80% dos gastos do programa. Ademais, ainda segundo a nota, esse valor estará garantido por meio da lógica do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, segundo a qual os estados e municípios poderão definir quais princípios ativos adquirir e disponibilizá-los a partir dos postos de saúde.

Ao que tudo indica, essa mudança pode gerar algumas consequências não desejáveis. A primeira delas diz respeito à gestão da política, à perda de coordenação com o fim da definição dos medicamentos pelo governo central, que reduz o olhar mais estrutural e amplo do programa. Ao transferir a responsabilidade da gestão para os estados e municípios, a descentralização flexibilizada pode ter sido acima do apropriado, retirando a obrigatoriedade de uma tabela predefinida para os medicamentos. Isto sem mencionar que a desvinculação dos repasses compromete a existência dos estabelecimentos próprios, e são exatamente estes os principais responsáveis pela oferta de 112 itens no Programa Farmácia Popular, disponibilizando um quantitativo de 87 itens a mais do que a rede privada, com no máximo 25 itens ofertados. Ou seja, a transição entre a rede pública e privada não está clara.

Em segundo lugar, para uma nação como o Brasil, de dimensão e economia relevante, o número de 393 estabelecimentos próprios é um quantitativo insuficiente e passível de ser expandido. Logo, não parece ser a composição do gasto o maior desafio do programa, a participação de 80% com manutenção dos estabelecimentos “versus” 20% com medicamentos revela outra perspectiva, a de que a magnitude dos recursos é ínfima frente a grandeza do país e da sua população.

Nesse sentido, existem dúvidas sobre a linearidade no processo de realocação dos recursos, os riscos atrelados ao abastecimento e se o acesso aos principais medicamentos é factível. A dissolução da capacidade própria pode afetar significativamente a população mais vulnerável. Em um cenário de crise, a situação é ainda mais crítica, a estrutura ocupacional poderá agravar o quadro.

Conforme tabela 1, hoje, a população economicamente ativa (PEA) que demanda o Farmácia Popular e assegura estabilidade social aos seus dependentes dentro da população inativa futuramente necessitará muito mais do programa, dado que uma parte dela se descolocará ao estrato dos desocupados, caso a crise não seja revertida.

As zonas urbanas serão as primeiras a sofrer com o aumento da demanda, porque, em média, os problemas laborais surtem efeitos diretos no estado de saúde dos trabalhadores. Os espaços urbanos, onde se aglomeram os maiores contingentes humanos, terão de enfrentar as pressões com a queda da qualidade de vida. E a locomoção intra-urbana, cada vez mais, surgirá como fator restritivo para o acesso aos cuidados de saúde. Nos últimos anos, o transporte vem ganhando maior peso no orçamento das famílias, principalmente nos estratos inferiores de renda, com aproximadamente 18% (Pesquisa de Orçamento Familiar – 2009). Isto significa que os custos indiretos da saúde estão em trajetória ascendente e podem dificultar o acesso da população aos pontos de saúde mais distantes das suas respectivas residências.

A ausência da capacidade instalada é temerosa e o impacto pode ser rapidamente percebido. Neste quesito, novamente, a cidade de São Paulo protagonizou uma prévia do que deve acontecer no país. Num movimento brusco, o atual prefeito sugeriu o fechamento dos estabelecimentos próprios do Farmácia Popular. A reação da população foi quase que instantânea nas regiões periféricas da cidade e levou o gestor municipal a suspender a medida. E é compreensível essa reação. Ao analisar o mapa 2, fica evidente o baixo nível quantitativo das farmácias populares na cidade e região metropolitana, todavia essas são fundamentais para o acesso da população. A cobertura das unidades próprias está voltada exatamente para os locais de menor renda média domiciliar, garantindo, mesmo que de forma limitada, o acesso as comunidades mais vulneráveis.

Rafael da Silva Barbosa – Economista e doutorando em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp. É colunista do Brasil Debate

TJMG: drogaria deve indenizar consumidor

A desembargadora mineira entendeu que existe dano moral ao consumidor levado ao hospital em consequência de mal-estar decorrente de ingestão de remédio vendido equivocadamente

São Paulo – A Justiça de Minas Gerais condenou uma farmácia do Triângulo Mineiro a indenizar um cliente que ingeriu medicamento errado por equívoco do vendedor. A drogaria foi obrigada a pagar mais de R$ 5 mil por danos materiais e morais ao reclamante.

De acordo com os autos, o consumidor foi levado para atendimento médico-hospitalar em consequência de mal-estar decorrente de ingestão de medicamento.

O consumidor pleiteou indenização pela troca ocorrida na venda de um remédio, sugerida pelo farmacêutico, que lhe ocasionou problemas. "Em junho de 2013, o consumidor dirigiu-se ao estabelecimento da drogaria para comprar medicamentos. Quando apresentou o receituário, o profissional ofereceu-lhe o genérico, informando que se trataria da mesma fórmula, com a vantagem do custo inferior", explica, em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Segundo relato do reclamante, a proposta foi aceita e as anotações de controle foram feitas no receituário. Em casa, o consumidor iniciou o tratamento, de acordo com as ordens médicas, tomou dois comprimidos do medicamento, à tarde e à noite. No entanto, durante a noite ele acordou sentindo-se mal e precisou buscar atendimento médico. Foi constatada a diferença entre o nome do medicamento prescrito e o que foi ingerido. "O paciente foi internado, fez exames, tomou soro e medicamentos e somente recebeu alta na manhã do dia seguinte", relatou à juíza.

Em sua defesa, a drogaria do alegou que a troca de medicamentos decorreu de erro humano e salientou que, no dia seguinte à venda, o equívoco foi percebido e o profissional que atendeu o cliente imediatamente entrou em contato para alertá-lo sobre o ocorrido.

Decisão

Porém, a juíza da 9ª Vara Cível da comarca de Uberlândia (MG), Maria das Graças Rocha Santos, não aceitou o argumento e fixou o valor da indenização em R$ 5 mil pelos danos morais e o ressarcimento da compra, correspondente a R$ 63,43. Ela levou em conta que o paciente sofreu reações adversas pela ingestão do medicamento e que o erro configurou conduta imprudente da empresa. Além disso, a magistrada ponderou que o paciente, por ser leigo, não tinha como avaliar se a recomendação era correta e acreditou na competência do farmacêutico.

"Tal valor, a despeito de não reparar o dano sofrido, é capaz de proporcionar ao autor um certo conforto, não importando em seu enriquecimento indevido e nem mesmo em empobrecimento da ré", acrescentou a juíza.

Ambas as partes recorreram ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O consumidor solicitou o aumento da indenização e a drogaria requereu que a causa fosse julgada improcedente quanto aos danos morais.

A relatora dos recursos, desembargadora Juliana Campos Horta, rejeitou os dois pedidos. "Ela entendeu que o valor fixado como indenização por danos morais era razoável e não merecia modificação", conforme nota à imprensa.

Os desembargadores da 12ª Câmara Cível do TJMG José Geraldo Saldanha da Fonseca e Geraldo Domingos Coelho seguiram o entendimento da relatora, por unanimidade.

Da redação

Farmacêuticos alertam para riscos da automedicação

Organização Mundial de Saúde aponta dados preocupantes no uso indiscriminado de remédios

Assessoria

O uso indiscriminado de remédio traz grandes riscos à saúde. A ingestão de medicações sem a orientação médica pode causar intoxicações, intolerâncias, dependência química e morte. No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, especialistas ressaltam que cabe ao médico identificar os sintomas e definir o tratamento adequado para cada paciente.

Os farmacêuticos alertam para riscos da automedicação. "O uso inadequado de remédios apresenta índices alarmantes na ineficácia dos tratamentos de saúde e no agravamento de doenças", aponta o coordenador do curso de Farmácia e Biomedicina do Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió – UNINASSAU Maceió.

O dia 05 de maio foi a data escolhida para debater com a sociedade sobre os riscos à saúde, causados pelo uso irracional de medicamentos. "Ouvir a opinião de conhecidos ou repetir a dosagem de experiências anteriores são prejudiciais para o diagnóstico e tratamento de doenças", disse a professora de Farmácia Mariana Oliveira.

O professor Luís Carlos destaca a importância do farmacêutico na prevenção e orientação social. "Nosso papel é fundamental para o controle da automedicação, não permitindo a liberação de remédios sem prescrição ou instruindo sobre o uso de medicamentos dispensados".

Farmácias desenvolvem ações educativas sobre uso de medicamentos

05/05/2017 17h22 Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

Três pessoas se intoxicam com medicamentos por hora no Brasil. As crianças são as vítimas mais frequentes. Do total de casos de intoxicação, 38,19% envolvem crianças com até 9 anos de idade. Em todo o país, conselhos de farmácias e redes farmacêuticas fazem hoje (5), Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, campanhas para conscientizar a população e enfatizar o papel do farmacêutico em orientar quem precisa de medicamentos.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Toxicológicas, em 2012, 27 mil pessoas se intoxicaram com medicamentos no país. Esse tipo de intoxicação corresponde a um terço do total registrado no sistema e é a principal causa de intoxicação no Brasil. Entre as crianças, as circunstâncias mais comuns são a ingestão acidental ou erros de administração.

"É preciso e urgente melhorar a forma como os medicamentos são distribuídos, dispensados, administrados e utilizados, para que eles cumpram o seu papel como instrumentos para prevenir, controlar e curar doenças. Reduzir o uso de medicamentos sem a devida orientação profissional, ou seja, a automedicação, é apenas uma das frentes desse trabalho. Temos inúmeros outros problemas a resolver”, diz o vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Valmir de Santi.

“Mesmo tendo em mãos a prescrição, é importante para a redução de danos e o sucesso do tratamento que as pessoas consultem o farmacêutico para se inteirar sobre a melhor forma de utilização dos medicamentos, a identificação de eventuais problemas relacionados ao seu uso e o monitoramento do sucesso do tratamento”, acrescenta o vice-presidente do CFF.

O CFF e os conselhos regionais de farmácia em todo o país aderiram ao Desafio Global da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2017, que tem como meta reduzir em 50% os danos graves e evitáveis associados a medicamentos, nos próximos cinco anos.

Atualmente, segundo a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos; e mais da metade dos pacientes que os utilizam o fazem incorretamente.

Ao longo da semana, os conselhos regionais desenvolvem ações educativas. As atividades para que a meta seja cumprida, entretanto, devem se estender ao longo de todo o ano.

Papel dos farmacêuticos

Com a Lei 13.021/2014, as farmácias deixaram de ser apenas estabelecimentos comerciais e passaram à condição de prestadoras de serviços de assistência à saúde. Desde a promulgação da norma, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as 27 maiores redes de farmácias do país e representam 44% das vendas de medicamentos, têm promovido campanhas de conscientização.

Hoje, quem visitar uma farmácia associada vai receber orientação sobre o uso adequado de medicamentos, os perigos da automedicação, reações adversas, adesão ao tratamento prescrito pelo médico, riscos da superdosagem ou subdosagem e até sobre o descarte apropriado de remédios.

“A gente tem uma barreira natural que é a barreira do entendimento do paciente. Seja porque é pequeno o tempo com o médico, seja porque o paciente tem vergonha de perguntar. Isso facilita uma série de coisas que podem levar à intoxicação”, explica o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Segundo ele, os pacientes têm diversas dúvidas, entre elas, se é possível tomar o medicamento em jejum ou se existe algum risco em ingeri-lo junto com outro medicamento. “Tudo isso impacta na saúde do paciente”.

Segundo ele, o farmacêutico tem o papel de orientar o cliente e explicar como deve ser ministrado o medicamento. O profissional deve também incentivar a leitura da bula, que traz importantes informações sobre os medicamentos para o paciente.
Edição: Lílian Beraldo

Drogaria São Bento passa por uma repaginação e lança nova marca

Nesta sexta-feira, a rede também comemora o Dia do Uso Racional do Medicamento com um questionário dirigido aos consumidores que passarem pelas lojas

Por: Da Redação

A Drogaria São Bento passa por uma repaginação e as primeiras mudanças já se tornam visíveis. Com uma nova logomarca, a rede de farmácias reinaugura a loja da Afonso Pena 3372, em Campo Grande, e além da comercialização dos medicamentos, passa a apostar no atendimento personalizado, com acompanhamento e orientações aos seus clientes.

O lançamento da nova marca e a reinauguração da loja aconteceram na manhã desta sexta-feira, na Avenida Afonso Pena, 3372, Centro.

A farmácia contará agora com uma clínica para atendimento personalizado

O dia da reinauguração foi escolhido devido o Dia Nacional do uso Racional de Medicamentos. Cerca de 1000 pessoas em Mato Grosso do Sul serão entrevistadas sobre o uso de medicamentos em diversas cidades do Estado, a maioria em Campo Grande.