Consórcio quer início de entrega de remédio de alto custo simultânea
Entidade defende descentralização de farmácia nos Poupatempos e unidade de Saúde até julho
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/04/2018 | 07:00
Deliberação de ontem do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC prevê que a descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, tenha início simultaneamente na região e não apenas por São Bernardo, como o projeto piloto anunciado pelo governo do Estado na semana passada. A expectativa é a de que a distribuição de medicamentos seja feita nos Poupatempos (Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá) e no Centro de Saúde Manoel Pirajá da Silva, em São Caetano, ainda no primeiro semestre (veja arte ao lado).
Embora o desejo tenha sido destacado na manhã de ontem pelos prefeitos que participaram da reunião mensal (representantes de Santo André, Mauá e de Ribeirão Pires), a Secretaria do Estado da Saúde mantém a informação de que “estreita articulação com as prefeituras para efetivar a descentralização e já definiu o Poupatempo de São Bernardo para iniciar o processo”. Já a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), responsável pela gestão do Poupatempo, disse que não tem, oficialmente, informações sobre a expansão da descentralização.
A ideia de disponibilizar o serviço nos Poupatempos da região foi proposta pelo Consórcio e, na semana passada, o governo do Estado anunciou a unidade são-bernardense como experiência piloto e estimativa de atender cerca de 12 mil pacientes por mês. O número equivale a um terço do total de usuários que retiram remédios mensalmente no complexo hospitalar.
“Inicialmente seria só em São Bermardo e hoje (ontem) tanto Santo André como Mauá se comprometeram a ceder mão de obra para que os Poupatempos recebam os medicamentos o mais rápido possível”, falou o vice-presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito andreense, Paulo Serra (PSDB). “A gente vai tentar, inclusive, sintonizar essas agendas para os três municípios implementarem ao mesmo tempo e ter a melhoria desse serviço para a população”, acrescentou. Serra prevê, inclusive, que a iniciativa entre em ação até o fim do mês “se não tiver empecilho do governo do Estado. Da nossa parte, cedendo a mão de obra, é equipar e descentralizar”.
De acordo com o vice-presidente do Consórcio, há compromisso do Estado para o custeio da iniciativa. “Algo em torno de R$ 50 mil a R$ 70 mil por descentralização. A única obrigação dos municípios é a mão de obra”, comentou, explicando que, no caso de Santo André, o investimento será de R$ 50 mil mensais. Na cidade, 1.500 pessoas serão beneficiadas.
Em São Caetano, a Prefeitura recebe e dispensa medicamentos a 300 pacientes dos 3.000 que necessitam de remédios de alto custo. “Montaremos toda a estrutura com segurança 24 horas, câmara fria e recursos humanos”, afirmou.
Embora Diadema tenha deixado de integrar o Consórcio desde o ano passado, o município também será contemplado com a descentralização. No caso dos moradores de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o Poupatempo de Mauá será referência.
Adesão ao Alerta ABC ainda é baixa
Desde que foi lançado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em 12 de março, o aplicativo Alerta ABC, cujo propósito é monitorar as condições climáticas da região e disponibilizar gratuitamente o conteúdo à população, teve 3.500 downloads realizados, de acordo com balanço divulgado pela entidade regional.
Para o vice-presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), ter maior participação dos munícipes é fundamental para que o aplicativo cumpra melhor o seu papel. “A gente está bastante satisfeito pela quantidade, mas ainda é muito longe do tamanho da nossa população (estimada em 2,7 milhões de pessoas). Quanto mais usuários tivermos, melhor vai ficando o sistema, porque os próprios usuários nos ajudam a corrigir”, comentou.
Moradores das cidades de Santo André e São Bernardo foram os que mais baixaram a ferramenta, com 30% de adesão cada. Serra disse que os prefeitos que integram o colegiado (exceto o de Diadema, que se desligou da entidade no ano passado), se comprometeram em fortalecer a divulgação do aplicativo. Em 22 dias de funcionamento, 218 alertas foram emitidos. Todas as ocorrências passadas pela população são checadas por equipes da Defesa Civil para, então, serem disponibilizadas aos usuários.
Apps de transporte entrarão na pauta
A regulamentação de aplicativos de transporte individual, como a Uber e 99 Pop, será pautada na próxima reunião de prefeitos do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em maio. Na semana passada, o presidente Michel Temer (MDB) sancionou lei que confere aos municípios o poder de autorizar ou não a circulação de veículos que prestam serviços para empresas do setor.
Ontem, o Diário noticiou que ao menos três cidades da região (Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires) já avaliam a liberação dos serviços. “A gente vai deliberar para incluir na próxima pauta. Acredito que tenha que ser uma discussão regional”, falou o vice-presidente do Consórcio, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB).
Ferramenta lançada na segunda-feira pela Prefeitura da Capital pode ser um modelo a seguir. O aplicativo, chamado SP Táxi, permite, além da previsão do valor da corrida anunciado no momento do pedido, que taxistas concedam descontos de até 40% aos passageiros. “Ao meu ver, foi uma boa solução. É equalizar essas oportunidades para que ninguém deixe de trabalhar e todo mundo continue prestando seu serviço com a melhor qualidade possível. Gera uma concorrência positiva para o usuário sem inviabilizar as atividades que já existiam”, disse Serra.
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