Farmácia básica está com falta de medicamentos

Texto: Camila Paes

Remédios básicos, para dores musculares, de cabeça, diabetes, colesterol e pressão alta não são encontrados nas prateleiras da Secretaria de Saúde

Prateleiras quase vazias. Esta é a realidade da farmácia Básica da Prefeitura de Lages. Faltam remédios que, geralmente, são de uso contínuo. A Secretaria de Saúde explicou que isso acontece pela falta de licitação para a compra, desde novembro do ano passado.

Quem chega na farmácia básica, à Rua Pereira Oliveira, no Centro, com a receita para a retirada de medicamentos para pressão alta, colesterol, diabetes, dores musculares, febre, dor de estômago e antibióticos, sai de mãos vazias. A responsável pelo local, Bruna Eliane Sviercowski, confirma que, praticamente, todos os medicamentos estão em falta, e que isso ocorre pela falta de licitação.

Atualmente, a equipe faz um levantamento dos medicamentos mais retirados e, por consequência, saem mais rápido, para que seja realizada licitação nos próximos dias.

A secretária de saúde, Odila Waldrich, explica que a média de espera para a finalização de uma licitação é de 90 dias e, por causa disso, foi necessário fazer uma compra emergencial dos medicamentos. Ela informa que não há como precisar quantos remédios foram adquiridos nesse processo.

Os medicamentos comprados de forma emergencial ainda não chegaram e a previsão é que comecem a ser entregues no mês que vem. “O processo de licitação é bastante moroso. Para que isso não volte a acontecer, precisamos de planejamento, que não pode ser feito de um dia para outro”, explica Odila.

Relato_ O casal Jussara, 39, e Anderson Postali, 42, tem gasto, em média, R$ 500 mensalmente só com remédios. Anderson sofreu um infarto em 2015 e, desde então, toma 10 medicamentos por dia só para o coração, que juntos chegam a custar cerca de R$ 400. Além disso, toma antidepressivos, remédios para o estômago e para controlar o colesterol. Jussara está no quinto mês de gestação e também precisa tomar medicamentos regularmente. Com a falta de distribuição, a renda familiar foi atingida drasticamente.

Família gasta R$ 500 por mês

Com as receitas em mãos, a família Postali conta que percebeu a situação em dezembro passado, quando os primeiros remédios começaram a faltar. “Isso nunca aconteceu antes, anteriormente, se não tinha um remédio, não demorava muito para chegar e eles nos avisavam”, explica Anderson.

Preço_ Agora, todos os meses, eles precisam fazer pesquisa de preço nas farmácias, para encontrar os medicamentos mais baratos. Jussara faz o pré-natal pelo SUS e diz que o atendimento é ótimo, assim como para o marido. Entretanto, os dois não podem ficam sem medicação e sem a distribuição, não há outra solução além de comprar.
“Não pedimos nada extravagante, só queremos nosso direito constitucional de ter acesso à saúde. É uma coisa simples”, pondera Jussara.

Expectativa_ A coordenação da Farmácia Básica explica que, até a chegada de novos remédios, os profissionais da Secretaria da Saúde estão encaminhando pacientes para as farmácias populares, onde alguns medicamentos podem ser retirados gratuitamente e outros têm preço significativo. As medicações de alto custo não estão faltando. A expectativa, segundo Odila, é que em abril a situação seja normalizada.

Fonte: http://www.clmais.com.br/informacao/104450/farm%E1cia-b%E1sica-est%E1-com-falta-de-medicamentos

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