Medicamentos básicos estão em falta

Publicação: 2017-11-30

A falta de recursos humanos não é o único déficit enfrentado pela saúde pública estadual. A rede hospitalar também carece de medicamentos e equipamentos, muitas vezes básicos. No dia 7 de novembro, a promotoria da saúde do Ministério Público realizou uma visita técnica à Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), para averiguar a situação de abastecimento da rede hospitalar da Sesap. No relatório, ao qual a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE teve acesso, constava que “os estoques de medicamentos injetáveis estão insuficientes para atender a demanda e, em alguns casos, estão zerados”.

Além da falta de medicamentos injetáveis, o relatório constatou a insuficiência de farmacêuticos e bioquímicos nos hospitais regionais e problemas nos pedidos de compras de 2016. Outro serviço importante que foi interrompido, de acordo com o MP, foi o processo de vistas de monitoramento e controle das farmácias hospitalares que era realizado pela equipe da Unicat no início do ano, foi suspenso porque o carro que realizava o transporte encontra-se quebrado, sem previsão de conserto.

Apesar de nenhum pedido de compra regular de 2016 ter sido cancelado no ano passado, os fornecedores deixaram de entregar as mercadorias por falta de pagamento. A insegurança dos fornecedores é um problema que esta sendo enfrentado também pelos gestores hospitalares, como é o caso do Giselda Trigueiro.

No hospital, faltam medicamentos básicos como a noradrenalina, essencial para estabilizar a pressão de pacientes com infecções graves, grande parte do público atendido pelo hospital. Com o não envio do medicamento pela Unicat, a administração do Hospital abriu um processo de licitação para realizar a compra dos medicamentos. A desconfiança dos fornecedores, no entanto, tem atrasado o processo “É muito complicado porque nós temos conhecimento de várias licitações que simplesmente não estão tendo lances. Temos fornecedores de equipamentos para UTI que ficaram um ano sem receber o pagamento, então isso gera uma insegurança no fornecedor”, disse André Prudente, diretor do Hospital.

Questionado a respeito da possibilidade de negociação da dívida com os fornecedores, o secretário George Antunes afirmou que que renegociar os contratos existentes com cooperativas e fornecedores é inviável por ter sido tudo por meio de licitação. Uma das alternativas que está sendo buscada pela Sesap para reduzir as dívidas, de acordo com o secretário, é assumir alguns serviços que antes eram terceirizados, aliviando gastos em áreas como locação de veículos e tecnologia da informação.

Atualmente, dois processos de compra de medicamentos emergenciais tramitam na administração Estadual. À época da realização do relatório do Ministério Público, os processos estavam sendo analisados pelos setores de orçamento e finanças. De acordo com a diretora geral da Unicat, Marlene Ferreira, o processo já avançou alguns passos, e eles esperam receber os medicamentos comprados emergencialmente nos próximos dias, garantindo o abastecimento de medicamentos e produtos para a saúde por um período de seis meses.

0 respostas

Deixe uma resposta

Quer participar da discussão?
Fique a vontade para contribuir!

Deixe uma resposta