Mercados da Itália causam polêmica por vender sacolinhas
Nova lei autoriza que embalagem seja vendida nos comércios
Agência ANSA
Os supermercados da Itália começaram a vender as sacolinhas biodegradáveis usadas para embalar os alimentos e produtos comprados nos estabelecimentos comerciais do país. A medida gerou polêmica entre os órgãos de defesa do consumidor.
De acordo com "Observatório di Assobioplastiche", as famílias italianas terão que adicionar entre 4,17 e 12,51 euros em seu orçamento durante o ano de 2018.
A cobrança foi estabelecida após a lei 123/2017 entrar em vigor ontem (2). Aprovado em agosto passado, o decreto introduz disposições urgentes para o crescimento econômico do sul italiano, na área conhecida como Mezzogiorno.
Segundo a pesquisa realizada pelo Observatório, em 12 supermercados, o custo de cada sacolinha estava entre um e três centavos. O consumo médio de cada cidadão é de 150 sacos por ano. No total, são usadas entre nove e 10 bilhões de unidades no país. Por sua vez, de acordo com os dados de análise "Gfk-Eurisko" apresentados em 2017, as famílias italianas fazem uma média de 139 compras por ano em grandes varejistas. Supondo que cada despesa envolve o uso de três sacos para os produtos, o consumo anual por família deve ser de 417 embalagens, por um custo total entre 4,17 e 12,51 euros.
"Essas primeiras indicações de preço nos confortam muito, porque eles testemunham a ausência de especulações ou manobras em detrimento do consumidor", explica Marco Versari, presidente da Assobioplastiche.
No entanto, para a principal entidade dos direitos dos consumidores, Codacons, este é um "novo imposto pesado que recairá nas famílias italianas.Um novo imposto escondido cobrado aos consumidores". Já a associação Legambiente afirmou que "não é correto falar sobre gastos caros. A inovação tem um preço, e é certo que a embalagem seja paga desde que tenha um custo justo, que deve ser de dois ou três centavos, bem como é certo prever altas multas para comerciantes que não respeitam a legislação atual".
Brasil
Aqui no Brasil, as sacolinhas com material bioplástico foram adotadas pela prefeitura de São Paulo para alavancar a coleta seletiva na cidade e reduzir a quantidade de resíduos que são encaminhados para os aterros.
Atualmente, os estabelecimentos cobram R$ 0,08 por unidade. Em alguns locais, porém, o consumidor chega a pagar R$ 0,10. Desde a mudança, a questão da gratuidade gerou polêmica. As lojas só podem disponibilizar embalagens verdes ou cinzas, que além de reduzirem o impacto ambiental, são maiores e mais resistentes.
Em outubro de 2017, o Procon Paulistano, órgão de Defesa do Consumidor, aprovou uma nova norma que proíbe os estabelecimentos de venderem sacolinhas com propagandas. A medida é evitar que o consumidor pague pela sacola e promova gratuitamente o estabelecimento.
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