Nova Zelândia: brasileiros conhecem cooperativa líder na exportação mundial de laticínios, destaca Ocepar

Nova Zelândia

A Fonterra, maior cooperativa de produtores de leite, maior exportadora de laticínios do mundo e uma das maiores empresas da Nova Zelândia, com atuação em mais de 140 países e mais de 10.500 associados, foi o local visitado, nesta terça-feira (23), pela quinta turma do Programa Internacional de Formação de Executivos e Líderes Cooperativistas da Ocepar que está em missão de estudos pela Oceania.

Localizada – A cooperativa está instalada em Aukland, maior cidade da Nova Zelândia e principal centro financeiro e econômico daquele país. Com uma população estimada em 1.413.700 habitantes, detém cerca de 31% da população da Nova Zelândia. Fundada em 1840, foi a capital da Nova Zelândia até 1865.

Recepção – Na Fonterra, o grupo foi recebido pela gerente de relações exteriores, Joe Fan, pelo gerente de qualidade e segurança alimentar, Mike Heddley, e pela relações públicas, Lauren Borgas. A cooperativa é responsável por 25% das exportações da Nova Zelândia e obteve, em 2016, de mais de $Nzd 8 bilhões (dólares neozelandeses) para as propriedades e comunidades rurais. Dois terços do leite processado pela Fonterra vêm de fora da Nova Zelândia em outras plantas industriais. O volume de vendas cresceu 4% em 2016, representando 23,7 bilhões de litros de leite. No ano passado as receitas atingiram $Nzd 17,2 bilhões, queda de 9% em relação ao exercício anterior. Ainda assim, alcançaram resultado positivo de $Nzd 834 milhões.

Operação – No Brasil, a Fonterra opera por meio de uma joint venture com a Nestlé, sendo que três bilhões de litros de leite são coletados e processados anualmente pela DPA (Dairy Partners Americas), com sede em Garanhuns (PE) e Araras (SP). A cooperativas possui quatro plataformas de negócios bem definidas que se dividem em Recursos nas Fazendas (englobando leite, sistemas, tratamento de dados e equipamento de tecnologias); Produtos alimentícios (queijos, iogurtes, produtos lácteos em geral); Ingredientes (matérias-primas para as grandes indústrias como para a fabricação de chocolates, derivados, sobremesas, panificação, etc) e Fórmulas (leites infantis, principalmente para o mercado asiático).

Valor pago ao produtor – A Cooperativa Fonterra repassa ao produtor em média $Nzd 6,10 por quilo sólido de produto (gordura + proteína). O preço é fixado para o ano todo, independente da estação. A capitalização está diretamente ligada ao uso da sua estrutura. Assim, para cada quilo de sólido produzido, o cooperado deve integralizar uma ação, que custa $Nzd 5,00, ou seja, a capitalização de um produtor na cooperativa representa quase o mesmo valor da produção de um ano, mas este valor por ser parcelado em seis anos.

Hamilton – Antes de visitar a Fonterra, os cooperativistas brasileiros estiveram na cidade de Hamilton, que é a quarta maior área urbana da Nova Zelândia e a sétima maior cidade do país, com aproximadamente 185.000 habitantes. Está situada na região de Waikato, na Ilha Norte, cerca de 130 km ao sul de Auckland.

Melhoria genética – A reunião aconteceu na sede da cooperativa LIC-Livestock Improvement, que existe há mais de cem anos, trabalha com melhoria genética e atende a 80% do mercado da Nova Zelândia em desenvolvimento genético. O faturamento anual da cooperativa chega aos US$ 160 milhões e o anfitrião foi o gerente de Desenvolvimento de Negócios para América Latina, Barry Allison, que morou por três anos em Minas Gerais, realizando pesquisa sobre reprodução de gado leiteiro no estado brasileiro.

Objetivo – A LIC tem por objetivo o melhoramento genético integrado à indústria leiteira da Nova Zelândia. O rebanhona Nova Zelândia é composto por 4,92 milhões de vacas em lactação, divididas em 11.927 propriedades, gerando um rebanho médio de 413 vacas por propriedade. O tamanho médio das propriedades é de 144 hectares e 85% da alimentação vem do pasto ou silagem produzida na própria fazenda.

Animais – A cooperativa conta com mil touros, mas usam 100 para coleta periódica de sêmen. Ela conta com uma área de 260 hectares divididos em duas propriedades.

Sazonalidade – A Nova Zelândia tem uma característica de sazonalidade de produção de leite, devido ao crescimento dos pastos, que é a principal fonte de alimentação dos animais. As vacas têm os ciclos reprodutivos controlados ao mesmo tempo e, portanto, a lactação tem picos bem definidos e estação de baixa produção. Este fato faz com que a demanda por inseminação artificial aconteça numa janela de tempo bem reduzida e em aproximadamente 6 semanas é feita a inseminação em 75% do rebanho neozelandês.

Rebanho – O rebanho é composto em sua maioria por gado do cruzamento das raças Jersey e Holandês, restando um percentual pequeno para as outras raças. Segundo Barry, a cooperativa trabalha com animais menores devido ao menor consumo de alimento. Mesmo assim, as produtividades são altas. Outra curiosidade da atividade leiteira do País é que os produtores não focam na quantidade de litros de leite, mas, sim, na quantidade de sólidos do leite, ou seja, no peso de gordura e proteína extraídas, já que os pecuaristas são remunerados por esses produtos.

Inseminações – Em média, são realizadas 1,3 inseminações por vaca a um custo que gira em torno de R$ 50,00, considerando o material genético e o serviço do profissional. A LIC vende o sêmen somente com a inseminação. Para tanto, conta com 800 funcionários em tempo integral e, no período de inseminação, com 1.700 temporários. No entendimento da cooperativa, a vaca moderna precisa converter alimentos de forma eficiente, viver mais tempo e ser capaz de entrar em prenhez rapidamente. Em média, o intervalo entre partos de uma vaca na nova Zelândia é de 370 dias.

Programa – A cooperativa é responsável pelo programa de melhoramento genético na Nova Zelândia e já possui informações individualizadas de 3.186.000 de vacas (70,4% rebanho). São selecionadas 750 vacas por ano para potenciais genitoras de touros reprodutores. Nascem, em média, 300 machos por ano, cujos sêmen é testado em 100 mil vacas e, ao final de 3 a 5 anos, são escolhidos 12 touros. Entre as vantagens competitivas da Genetica LIC estão: vacas saudáveis e férteis; animais de menor porte, com maior facilidade para se locomover e pastar; leite com alto percentual de gordura e proteína; adaptabilidade a diferentes sistemas de produção; alta fertilidade e excelente longevidade (média 5 – 6 lactações).

Propriedade – Para finalizar a visita, o grupo teve a oportunidade de observar uma das propriedades da LIC e os touros usados na coleta de sêmen.

Roteiro – O grupo continua na Nova Zelândia até sexta-feira (26). Fazem parte da quinta turma, representantes de cooperativas paranaenses dos ramos agropecuário e de crédito, do Sebrae, além da gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tânia Zanella, do coordenador de Desenvolvimento Cooperativo do Sescoop/PR, João Gogola Neto, do coordenador técnico do Sescoop/PR, Devair Mem. Antes da viagem à Oceania, o grupo participou de módulos sobre o cooperativismo brasileiro e paranaense, e teve a oportunidade de visitar cooperativas e entidades de representação na Argentina, Itália, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Canadá. O Programa Internacional de Formação de Executivos e Líderes é uma iniciativa do Sistema Ocepar que conta com a parceria do Sebrae/PR e visa proporcionar uma visão internacional de negócios, além de estabelecer troca de experiências com o cooperativismo de outras partes do mundo.

Fonte: Sistema Ocepar

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