Novo medicamento para tratar tumor gastrointestinal

Terapia é responsável por uma taxa de controle da doença e redução de 73% do risco de morte

Por: JornaldaCidade.Net

O tratamento para tumores gastrointestinais depende do tamanho do tumor, localização, se existe disseminação da doença e rapidez com que se desenvolve. O principal tratamento é a cirurgia para remover o tumor quando possível, mas terapias e outros tratamentos também podem ser úteis em algumas situações. Já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa -, tratamento para pacientes adultos com tumor gastrointestinal (GIST) inoperável ou metastático com novos medicamentos é uma nova esperança surge. A terapia é responsável por uma taxa significativa de controle da doença e redução de 73% do risco de progressão ou morte, de acordo com os testes clínicos do Estudo GRID realizado com 199 pacientes. O regorafenibe (Stivarga®) age como um inibidor de multi-quinase oral que coíbe várias quinases (enzimas catalizadoras da fosforilação) dentro dos mecanismos envolvidos no crescimento e progressão do tumor – a angiogênese.

O oncologista Dr. Michel Alves explica que o tumor estromal gastrointestinal geralmente aparece na parede dos órgãos. “Trata-se de um tumor conhecido pela sigla GIST (gastrointestinal stromal tumors). É uma neoplasia maligna rara que acomete o trato gastrointestinal, principalmente o estômago, correspondendo a aproximadamente 1% dos tumores gastrointestinais. Ele se inicia na parede dos órgãos e não na mucosa como a maioria das outras neoplasias. Tem uma incidência aproximada de 20 a 40 casos a cada 1.000.000 de habitantes e acomete principalmente a faixa etária entre 50 e 60 anos”, diz o médico.

Quanto às causas, Dr. Michel enfatiza que a doença acontece devido a uma alteração numa proteína chamada c-kit. “Ela é responsável por controlar o crescimento e a multiplicação das células. Quando esta proteína apresenta um mau funcionamento, as células perdem esse controle e passam a se multiplicar desordenadamente, além de viverem por um período muito maior, características comuns às células malignas”, comenta o especialista.

A doença, dependendo do órgão afetado, pode mostrar alguns sinais no início. “Realmente vai depender muito do órgão afetado, mas não há sintomas específicos de GIST. O paciente pode apresentar dor de estômago, enjoos, vômitos, diarreia, prisão de ventre, vômitos com sangue, hemorragia digestiva, fezes escurecidas, distensão abdominal ou até mesmo uma massa palpável na barriga. Por isso estimulamos a procura imediata por auxílio médico”, enfatiza Dr. Michel.

Tratamento
Há novas drogas no mercado com grau de eficácia elevado, mas a cirurgia é o principal tratamento para GIST. Sempre que possível ela deve fazer parte da proposta curativa. “Em alguns casos de tumores muito grandes, podemos tentar algum tratamento sistêmico antes da cirurgia para facilitar ressecção ou após o procedimento para reduzir o risco de recidiva da doença. Para pacientes que apresentam doença mais avançada, com metástases, há tratamentos sistêmicos com ótimas taxas de controle da doença. Esses tratamentos são um grande avanço na medicina ‘personalizada’, pois alvejam exatamente a causa da doença, a proteína c-kit”, destaca Michel Alves.

“Quando diagnosticamos a doença, faz parte da rotina solicitarmos exames de imagens (tomografias, ressonâncias, ultrassonografias e radiografias) para avaliarmos se a doença está localizada ou se já possui metástases. A partir dos resultados desses exames planejamos o tratamento. Quando se trata de doença avançada, surgem cada dia mais opções que controlam a doença, reduzem as lesões e retardam a evolução do tumor. A última delas, lançada no Brasil este ano é o Stivarga (regorafenibe)”, aponta o oncologista.

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