Pesquisadores turbinam antibiótico, que fica mil vezes mais forte
Cientistas americanos mexeram na estrutura molecular da vancomicina.
Com o uso inadequado dos antibióticos, bactérias se tornam resistentes.
Cientistas americanos conseguiram criar em laboratório uma versão mil vezes mais forte de um antibiótico comum.
O antibiótico foi uma das maiores descobertas da medicina, mas o mundo não precisava exagerar assim.
Tem gente que toma antibiótico sem necessidade, ou para o tratamento antes da hora. A produção de alimentos usa antibióticos para evitar doenças em plantas e animais. O resultado é que as bactérias, que os antibióticos deveriam matar, estão se adaptando a eles.
Existem situações em que as pessoas ficam mais vulneráveis a uma infecção. Por exemplo: numa cirurgia ou durante um tratamento de quimioterapia. E vários antibióticos já não estão funcionando bem nessas situações, como mostram as pesquisas. Para salvar os pacientes, a medicina precisa salvar o antibiótico.
Nos Estados Unidos, pesquisadores do Instituto Scripps mexeram na estrutura molecular de um velho antibiótico: a vancomicina, usada há 60 anos. Eles criaram uma espécie de supervancomicina, mil vezes mais forte.
A vancomicina é como uma arma que destrói a parede da bactéria. Os cientistas acrescentaram mais duas armas ao antibiótico, ou seja, agora, é uma arma tripla.
Os pesquisadores testaram o superantibiótico contra uma das bactérias resistentes mais perigosas. O remédio matou esse micro-organismo e continuou fazendo efeito mesmo depois de exposto 50 vezes à bactéria.
Dale Boger, chefe da pesquisa, explica que o mesmo tipo de alteração molecular pode ser usado para fortalecer outros antibióticos. Ele acredita que, em cinco anos, o novo remédio já terá passado por todos os testes e poderá ser usado.
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