Prefeitura exonera servidor que tinha farmácia “pirata”
Cláudio da Farmácia também é suplente na Câmara de Campinas
12/6/2017 19:08 ACidadeON ACidade ON
Cláudio da Farmácia vendia remédios sem autorização em sua própria casa
A Prefeitura de Campinas exonerou ontem Cláudio José Bernardes, o Cláudio da Farmácia (PSC), falgrado pela reportagem da EPTV vendendo remédios sem licença na porta da própria residência. Cláudio também era suplente do vereador Carmo Luiz (PSC) na Câmara, e chegou a ocupar o posto por um mês durante a licença do titular.
Cláudio era assessor da Administração Regional 13, no Parque Itajaí, desde maio, e havia sido escolhido por "conhecer os problemas da região e ter bom trânsito entre os moradores", segundo nota emitida pela Prefeitura. A exoneração será publicada no Diário Oficial do município nesta terça-feira (13).
O Conselho Regional de Farmácia informou que encaminhou a denúncia à diretoria de São Paulo para que o caso seja investigado e que se identifique o caminho percorrido pelos remédios até chegarem à casa de Bernardes.
A Câmara afirmou que Cláudio, que recebeu 1,9 mil votos nas eleições de 2016, não tem mais nenhuma ligação com o Legislativo, e que se manifestará sobre o assunto caso o suplente precise novamente assumir o cargo no lugar de Carmo Luiz.
O PSC, partido de Cláudio, disse que vai analisar a denúncia para saber que providência tomar quanto ao suplente. A Polícia Civil também vai instaurar inquérito para apurar o ocorrido.
A denúncia
O suplente de vereador, que não tem licença de farmacêutico, vendia os medicamentos dentro da própria casa. A produção da EPTV fez visitas à casa do suplente, com uma câmera escondida, e pediu por alguns medicamentos, entre eles Amoxilina e Rivotril – remédios de uso controlado que só podem ser vendidos com receita. Em uma das conversas, Cláudio afirma que tem a Nimesulida, um antiinflamatório, e que poderia conseguir os outros produtos.
Cláudio José Bernardes ficou conhecido como Cláudio da Farmácia por conta da venda de remédios no Parque Itajaí, bairro onde mora. O homem teve uma drogaria que funcionava no salão ao lado da casa dele, mas a Vigilância Sanitária pediu algumas adequações após constatar irregularidades. Depois disso, ele fechou o local e passou a vender os remédios em casa.
Questionado sobre a venda ilegal dos medicamentos, Cláudio negou que comercializa e depois admitiu que pega os remédios em outra farmácia e entrega para quem pede. “Eu não vendo porque eu não tenho. Eu pego na farmácia quando me pedem e dou para as pessoas”, explicou.
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