Preso acusado de desviar medicamentos em esquema que passava por Guarulhos

Redação Guarulhosweb 30/04/2018 09:50

Um homem de 41 anos foi preso em Bauru, na tarde de sexta-feira, acusado de envolvimento em esquema de fraude nacional de desvio de medicamentos de alto custo, segundo informações publicadas pelo site JCNet. A prisão é resultado de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, que contou com apoio de equipes de Força Tática da Polícia Militar (PM) para localização e detenção do denunciado.

Lauro Lino de Castilho Junior estava foragido desde 26 de fevereiro deste ano, segundo boletim de ocorrência. Suspeito de atuar como contador do esquema criminoso – que vem sendo investigado desde 2015 -, ele foi localizado em uma casa na Vila Industrial.

Havia mandado de prisão contra ele pelos crimes de falsificação, corrupção, adulteração e alteração de produtos para fins terapêuticos e medicinais. De acordo com informações prestadas pela PM, Lauro teria prestado depoimento às autoridades policiais e permanece à disposição da Justiça.

As investigações sobre esse caso tiveram início em Bauru em 2015 e, em 2016, 12 pessoas foram presas, entre elas um casal morador da cidade e quatro de Piratininga. Na ocasião, cerca de R$ 4 milhões em remédios foram apreendidos no município. Na segunda etapa da operação, realizada em 31 de janeiro deste ano, mais nove integrantes da quadrilha foram presos em três estados e no Distrito Federal.

Durante o prosseguimento das apurações, o Gaeco descobriu que o escritório central do bando – para onde a maior parte das mercadorias desviadas era remetida e de onde era distribuída irregularmente para todo o País – estava sediado em Bauru.

Na ocasião, mais uma quantidade significativa de medicamentos, em sua maioria destinada ao tratamento de câncer, foi recolhida em imóveis de Guarulhos, Goiânia e Distrito Federal. Dos nove presos, um era servidor público do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e outro da Santa Casa de Araraquara, funcionários apontados como fornecedores do bando, que desviavam medicamentos de unidades de saúde.

Foram presos, ainda, acusados em Guarulhos, Brasília, Colatina e Goiânia, também apontados como fornecedores. Em Bauru, houve apenas apreensão de documentos em uma residência do Vale do Igapó. Na ocasião, Lauro foi ouvido e liberado. Posteriormente, segundo o Gaeco, o material aprendido no local foi examinado e, com base nessa análise, foi formulado um novo pedido de prisão e, desde o final de fevereiro, o acusado seguia foragido.

Segundo o Gaeco, a quadrilha comprava medicamentos oriundos de furtos e roubos de carga ou de desvios de unidades de saúde de diversos estados. Toda a mercadoria era adquirida ilegalmente de pessoas físicas e vendidas em um site, por meio de uma empresa de fachada, para clínicas médicas, hospitais públicos e particulares de todo o País.

Até o momento, não há informações sobre o envolvimento de unidades de saúde ou de servidores públicos de Bauru no esquema criminoso, que registrou faturamento estimado em mais de R$ 16,5 milhões entre setembro de 2014 e maio de 2016, quando as primeiras prisões foram efetuadas.

Durante a operação em 31 de janeiro, cerca de seis veículos, incluindo uma BMW, foram apreendidos. Em 2016, outros cinco automóveis e armas já tinham sido recolhidos. Com a prisão de Lauro, o caso passa a ser considerado encerrado pelo Gaeco.

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