Rastreabilidade de alimentos gera responsabilidade a todos os integrantes da cadeia de abastecimento

O consumidor bem informado quer saber tudo sobre seus alimentos e bebidas. Além da procedência dos alimentos e bebidas, as famílias procuram hoje fazer a conexão entre produtos confiáveis com aqueles que são produzidos com base em responsabilidade social e ambiental. Essas premissas começam a determinar a confiabilidade em determinadas marcas da indústria alimentícia. Foi essa apenas uma das conclusões do Seminário Internacional de Segurança do Alimento, promovido recentemente pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.

A responsabilidade em produzir alimentos confiáveis no que se refere à capacidade de abastecer o mercado com produtos saudáveis e certificados por órgãos competentes foi discutida por representantes da GS1 Argentina, da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), do Carrefour Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Instituto de Tecnologia de Alimentos, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo. “A tecnologia nos leva a aprimorar os sistemas que ampliam a visibilidade e a transparência das informações na cadeia de suprimentos, levando-nos a produtos mais seguros, que são o nosso principal objetivo”, afirma Roxana Saraiva, Coordenadora Regional de Rastreabilidade da GS1 Latam. Roxana ressalta a tendência de uso da tecnologia blockchain, que oferece uma plataforma descentralizada de informações e contribui muito para que os processos de rastrear alimentos e ingredientes nos momentos de recall.

Os padrões de identificação GS1 – lidos por meio de códigos lineares, bidimensionais ou por radiofrequência – fornecem a toda a cadeia a geração de um banco de dados de cada item. Informação precisa gerada por produtores, indústria, distribuidores e varejo é o princípio de processos bem orientados. A informação correta e confiável é, portanto, a condição básica para a segurança do consumidor. Tanto do ponto de vista do produtor, do distribuidor e do varejista quanto do ponto de vista do consumidor, a capacitação sobre normas e padrões é fundamental.

Luis Madi, diretor geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos; e Márcio Milan, superintendente da ABRAS, afirmam que educação traz embasamento científico para todas as partes. “Precisamos informar a população sobre o que ela quer saber de produtos responsáveis; só assim combateremos as informações desencontradas e apontaremos o caminho da alimentação de qualidade”, explica Madi. Já Milan, demonstra a responsabilidade do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), implantado pela ABRAS para orientar os supermercadistas sobre uso e controle de defensivos agrícolas em frutas, legumes e verduras. “De forma crescente e evolutiva, supermercadistas, fornecedores e produtores percebem a necessidade e a importância da adesão ao programa, que é referência como ferramenta no apoio ao controle de defensivos agrícolas, garantindo segurança à população”, destaca Milan.

Helinton José Rocha, auditor fiscal Federal Agropecuário e Coordenador da Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, explica que sua pasta trabalha para o consumo responsável e sustentável. “Precisamos combater a contrainformação e a desinformação a respeito da indústria alimentícia e a rastreabilidade nos ajuda nisso, pois distribui as responsabilidades na cadeia de abastecimento”, afirma Rocha. A sustentabilidade é um dos objetivos do trabalho do auditor que, segundo seu conceito, “é possível a partir de uma produção orientada pelo socialmente justo, ambientalmente correto e economicamente viável”.

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