Suspeita de sonegação de R$ 2 bi impede vendas de refrigerantes Dolly em fábricas no interior e Grande SP

Operação da Secretaria da Fazenda interditou fábricas de Tatuí e Diadema. Empresa nega fraude, diz que foi vítima de escritório contábil e deseja pressa na investigação para provar inocência.

Por G1 Itapetininga e Região

19/05/2017 17h34

A suspeita de sonegação de R$ 2 bilhões de impostos pelo grupo fabricante do refrigerante Dolly impede que as sedes da empresa em Tatuí (SP) e Diadema (SP) possam vender mercadorias, afirmou a Secretaria da Fazenda do Estado nesta sexta-feira (19). A Dolly nega que tenha sonegado impostos, afirma que foi vítima do escritório contábil que omitiu dados e que quer esclarecer o caso com rapidez para provar inocência

Segundo a Secretaria, responsável pela apuração, o motivo do impedimento é que durante as investigações de fraude as fábricas terão as inscrições estaduais bloqueadas, não sendo possível tirar notas fiscais.

Ainda de acordo com a Secretaria da Fazenda, as indústrias em Tatuí e Diadema podem apenas fabricar mercadorias com matérias primas já existentes. Isso porque além de não poder vender, as sedes não podem comprar mercadorias, isto é, estão impedidas de fazer qualquer transação comercial. A secretaria não informou sobre o possível fim do bloqueio.

Investigação na fábrica dos refrigerantes Dolly em Tatuí impede vendas da empresa

Entenda o caso

O grupo Dolly é suspeito de fraude no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) e, segundo a Secretaria, tem um débito de R$ 2 bilhões já inscritos na dívida ativa e autos de infração milionários.

Na quinta-feira (18), a empresa foi alvo da "Operação Clone" da Secretaria da Fazenda do Estado e da Receita Federal. Os inspetores foram às fábricas e escritórios do grupo, na busca por indícios de que várias empresas foram abertas para tentar dificultar o rastreamento da produção e a cobrança de impostos.

A fábrica em Tatuí e outra em Diadema, na Grande São Paulo, foram inspecionadas – essa última, sem regulamentação para funcionar desde dezembro do ano passado, mas que continuava produzindo refrigerantes.

Escritórios da região central e Zona Oeste da capital também foram inspecionados e neles foram apreendidos equipamentos, arquivos digitais e documentos que comprovariam a fraude, como notas fiscais de compra e venda que estavam sendo usadas na fábrica de Tatuí, mas que são da matriz que fica em São Paulo.

Segundo o delegado regional tributário Chilion de Siqueira, que coordenou a investigação no interior, incoerências fiscais já foram constatadas. “Apuramos por cima, mas já podemos constatar que existem irregularidades no cálculo do imposto desses documentos. Nossa preocupação maior é que eles estejam emitindo nota de outra empresa do grupo que está com a inscrição estadual cassada”, explica.

Posição da empresa

Em referência à Operação “Clone”, deflagrada no dia de hoje, a marca Dolly comunica que não praticou, tampouco compactua com qualquer tipo de sonegação fiscal.

Todas as informações fornecidas, tanto pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, quanto pela Procuradoria Geral do Estado, referente a valores de tributos devidos e não recolhidos ao Fisco, se dá pela falta de informação referente a obrigações acessórias na base da Fazenda.

Esta informação, intencionalmente, não foi fornecida porque a empresa foi vítima de seu escritório contábil, que durante anos, omitiu do Fisco dados importantes, provocando um desfalque milionário com falsificação de sentenças, fraude de guias e documentos.

Um dos sócios do escritório contábil, inclusive, já prestou depoimento a favor da Dolly ao Ministério Público e Polícia Federal em processo negociação através do instrumento de delação, assumindo o desvio do dinheiro que seria destinado ao pagamento dos impostos.

A Dolly quer esclarecer o mais rápido todos esses fatos, contribuir com as investigações e provar sua inocência.

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