Brasil exporta coco com película biodegradável
Produto desenvolvido pela Embrapa será embarcado para Portugal
Graças à tecnologia, o verão europeu será com muito coco brasileiro. A partir de junho, começam a chegar a Portugal cerca de 500 mil unidades do produto. O consumo tão longe do Brasil será possível graças a um revestimento comestível desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Agroindústria de Alimentos, que pode prolongar em até quatro vezes a vida útil do produto – geralmente, a duração é de 10 dias. O uso dessa tecnologia mantém as características nutricionais do coco natural e a água dentro dele sem alteração de cor ou sabor.
Os cocos da variedade anão-verde, que começaram a ser exportados, são produzidos no Polo de Fruticultura do Vale do São Francisco em Petrolina (PE). "O revestimento atua como uma barreira física e reduz o metabolismo do fruto ao diminuir a respiração, a atividade enzimática e a degradação de açúcares, minerais e vitaminas, mantendo as características sensoriais e garantindo a qualidade microbiológica do fruto e da água", explica a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ufrrj), Josane Resende. Foi ela quem realizou o estudo pioneiro em 2007, com a coorientação dos pesquisadores Antonio Gomes, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, e Neide Botrel, da Embrapa Hortaliças.
Na aplicação da tecnologia, os frutos passam pela higienização, antes de serem imersos em uma solução filmogênica à base de um polissacarídeo e outros compostos, que contribuem para a redução da atividade microbiana e a manutenção do valor nutricional. Após a secagem do revestimento, o produto fica pronto para ser embalado e armazenado para exportação ou comercialização no mercado nacional. A composição da solução filmogênica pode variar de acordo com as características fisiológicas do fruto, e não provoca alteração de cor ou sabor.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) mostram que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco verde, chegando a quase dois bilhões de unidades por ano. O empresário Edivânio Domingos, da Fazenda Coco do Vale, conta que buscava, há anos, uma tecnologia que mantivesse a qualidade do coco verde in natura e aumentasse com qualidade a sua vida útil. "Essa tecnologia é espetacular, porque é de baixo custo e requer pouca mão de obra. Assim, conseguimos ampliar a vida útil do coco verde para mais de 40 dias, viabilizando sua exportação para países europeus como Portugal, Bélgica e Holanda", conta o empresário. Para obter esse resultado, ele também seguiu as orientações técnicas da Embrapa Agroindústria de Alimentos sobre a melhor forma de armazenamento dos frutos, além de regulagem de temperatura, umidade e ventilação dos contêineres no processo de exportação.
Durante o verão europeu, o empresário consegue vender a unidade do coco por um valor quase 10 vezes superior ao praticado no Brasil no mesmo período, quando por aqui é inverno. O mercado brasileiro também tem demonstrado interesse no coco verde natural com revestimento, devido ao seu alto valor agregado. O produto já começou a ser vendido para São Paulo e outros estados brasileiros.
"O revestimento pode ser utilizado em diversas frutas, como coco, melão, mamão, manga, melancia e goiaba. É uma tecnologia simples, que o próprio produtor pode aplicar em sua propriedade", revela Gomes.
Acordo vai apoiar internacionalização de startups
A assinatura de um acordo de cooperação da Anjos do Brasil com o World Business Angel Forum (WBAF), realizada na semana passada em Istambul, vai ampliar as oportunidades de investimento cross-border (entre fronteiras) e apoio para internacionalização de startups brasileiras.
O acordo visa à cooperação para troca de oportunidades de investimento cross-border. As startups brasileiras terão a oportunidade de ter apoio para internacionalização através de investidores conectados pelo WBAF e, por outro lado, os investidores-anjo brasileiros terão acesso a startups internacionais que possam trazer inovações para o Brasil. "Este acordo possibilitará às startups o contato com investidores-anjo nos cinco continentes, agregando não só capital, mas acesso a novos mercados e comprometimento diferenciado por estarem coinvestindo", afirma o presidente da Anjos do Brasil, Cassio Spina.