Conforme anuário da Associação Brasileira da Piscicultura Estado ocupa 4º lugar no ranking nacional.
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Mato Grosso aumentou em 3,5% a produção de peixes de cativeiro no ano passado, na comparação com o volume ofertado no ano anterior. Conforme dados do Anuário Peixe BR, da Associação Brasileira da Piscicultura, a produção estadual passou de 59,90 mil toneladas para 62 mil toneladas. O total contabilizado em 2017 manteve Mato Grosso no quarto lugar do ranking nacional, sendo o melhor representante do Centro-Oeste nesse segmento produtivo.
Com 62 mil toneladas, Mato Grosso ofertou cerca de 9% da produção nacional aferida pelo Anuário, no ano passado. O Brasil produziu 691,77 toneladas de peixes, registrando um crescimento anual de 8%.
A maior parte da produção, 51,7%, foram de tilápias, espécie que puxou o crescimento e colocou o país como o 4º maior produtor deste peixe no mundo, apenas atrás de China, Indonésia e Egito – o berço da tilápia.
A produção de peixes nativos (principalmente tambaqui, pacu, pirapitinga e seus híbridos) significam 43,7% da produção, somando mais de 300 mil toneladas. O valor da produção brasileira ultrapassa US$ 1,5 bilhão.
Houve crescimento da produção em 22 estados e apenas quatro e o Distrito Federal produziram menos que em 2016. O estado que liderou o crescimento foi Paraná com 112 mil toneladas e se manteve como o líder no Brasil. Nos estados onde houve perda de produção, a seca foi o principal fator. “Há décadas a aquacultura Brasileira vem crescendo, consistentemente, transformando o nosso potencial aquícola em emprego e renda, e ainda há muito para crescer”, João Manoel Cordeiro Alves, gerente de Produtos para Aquacultura da Guabi Nutrição e Saúde Animal.
Os estados que completam o Centro-Oeste, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, ficaram na 6ª, 11ª e 26ª posições no ano passado, respectivamente.
EXPANSÃO – Segundo João Manoel, a tilápia é o peixe cuja produção mais cresce no mundo, graças à sua rusticidade, precocidade, prolificidade, sabor agradável, ausência de espinhas nos músculos, entre outras características, “por isso há, para a piscicultura brasileira, uma oportunidade enorme a ser explorada”.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior e Serviços (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil exportou US$ 150 milhões em pescados em 2017, sendo apenas US$ 4,4 milhões referentes à tilápia. “O Brasil tem algumas boas vantagens competitivas em relação aos países que exportam tilápias, principalmente, para os Estados Unidos, de onde o nosso Nordeste está muito próximo. Temos área, água, ingredientes para fazer rações, material genético e humano preparados e suficientes para multiplicar sua produção e gerar excedente exportável”, comenta João Manoel. Mais de 82% da importação norte-americana são de filés de tilápia, o que representou em 2016, US$ 478,7 milhões.
Além das tilápias, o Brasil produz grande quantidade de peixes nativos, a maioria híbridos de pacu, tambaqui e pirapitinga, peixes muito saborosos e apreciados pelos consumidores sulamericanos. “Zootecnicamente são animais excelentes, exigem pouca proteína, aproveitam bem alimentos naturalmente produzidos nos viveiros (plâncton), crescem muito rapidamente atingindo mais de 2 kg em menos de um ano de cultivo, são muito saborosos e as espinhas são grandes”, informa João Manoel. Estes peixes representam 43,7% da produção brasileira, segundo o Anuário da Peixe BR.
De acordo com a Organização da Alimentação e Agricultura da ONU (FAO) e com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico a produção global de pescados de cultivo deve ultrapassar a de captura entre 2020 e 2021. Nos últimos 10 anos, esta produção cresceu 60% e atingiu 80 milhões de toneladas, enquanto a captura está estagnada entre 90/92 milhões de toneladas, há mais de 20 anos.
Autor: diariodecuiaba.com.br
Fonte: diariodecuiaba.com.br